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Liberte Aquela Bruxa – Vol. 03 – Cap. 327 – Explicações

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— Lady Tilly!

Depois que Rouxinol e as bruxas de Ilha Adormecida entraram no castelo do Lorde, a Princesa Tilly não esperou que Sylvie fosse a primeira pessoa a cumprimentá-la. Sylvie estava bastante animada e assim que chegou na frente de Tilly, fez uma reverência. Ela ansiosamente se levantou para abraçá-la, dizendo:

— Vocês vieram tão cedo, ainda é outono!

— Sim, mas parece que não há muita diferença entre o outono e o inverno daqui. — Tilly riu — E onde estão as outras irmãs?

— Lotus está construindo casas para os refugiados. Evelyn e Lumen ainda devem estar na zona industrial a esta hora. Mel está treinando os pombos-correios no jardim dos fundos. — Sylvie dizia o paradeiro de cada bruxa contando nos dedos — Sua Alteza já enviou alguém para notificá-las.

— Não se preocupe. Daqui a pouco você vai encontrá-las.

Tilly ouviu uma voz um tanto familiar, porém desconfortável, vindo detrás de Sylvie. Ela levantou a cabeça e viu um homem de cabelos grisalhos sorrindo para ela. De sua memória, a aparência daquele homem não estava muito diferente, no entanto, seu sorriso e boas maneiras lhe davam sentimentos totalmente diferentes.

— Bem-vinda a Vila Fronteiriça, minha querida irmã.

A mente de Tilly ficou um tanto conturbada. Ela tinha tantas dúvidas e uma necessidade urgente de perguntar na mesma hora, contudo, ela permaneceu calma enquanto seguia Roland Wimbledon até um local que parecia ser uma sala de estudos.

— Por favor, sente-se. — Roland serviu-lhe uma xícara de chá preto quente — Tem sido um ano inteiro desde que nos separamos. Eu sei que você tem muitas coisas para dizer e perguntar, e eu também… mas não precisamos nos apressar. — Ele se virou para olhar a neve do lado de fora da janela — O inverno este ano vai ser longo.

Tilly não respondeu. Ela apenas segurou a xícara e sentou-se ao lado da mesa de mogno, olhando silenciosamente para o Príncipe Roland de cima a baixo.

Somente as palavras iniciais de Roland já foram o suficiente para impressionar Tilly. Ela sentiu que o irmão mais velho do qual se lembrava, tímido e covarde, jamais diria algo assim. Ele sempre aparentava ser uma pessoa forte, mas na verdade era um homem demasiadamente fraco. Ele sempre procurava o caminho mais fácil para fugir de seus problemas, nunca enfrentaria de frente. O Roland Wimbledon diante dela era completamente diferente. Ele estava tentando tomar a iniciativa da conversa, e apesar de seu tom suave e gentil, demonstrou o comportamento de uma pessoa totalmente confortável em seu lugar como líder.

— Rouxinol. — Roland virou-se ligeiramente para o lado.

— Mas, Vossa Alteza… — A voz da bruxa que a levou ao castelo veio de algum lugar da sala.

— Está tudo bem. Ela é minha irmã mais nova, não tem problema.

— Tudo bem. — Rouxinol ficou em silêncio por um momento, então saiu da névoa e, posteriormente, da sala, demonstrando estar um pouco descontente.

— Agora só estamos você e eu na sala. — Ele sorriu e sentou em sua cadeira atrás da mesa de mogno.

Tilly ficou em silêncio por um momento e depois perguntou:

— Afinal de contas… quem é você?

Ela pensou que ele poderia hesitar ou mentir para esconder sua identidade. No entanto, Tilly jamais esperava que ele respondesse tão prontamente.

— Eu sou seu irmão, Roland Wimbledon, um dos príncipes de Castelo Cinza. — Ele então sorriu — Eu sei que mudei muito, mas gostaria de explicar isso para você em detalhes.

Tilly lembrou-se repentinamente do que ele escreveu na carta:

“Quanto ao que me fez tomar uma decisão de não ser mais como era no passado, bem como deixar de ser indiferente à toda esta situação, eu explicarei detalhadamente em breve.”1Caso você queria relembrar, Roland escreveu a carta lá no capítulo 237.

Essa sentença provavelmente foi o que a motivou a vir para esta vila desolada. Ela não pôde deixar de sorrir ao ouvir Roland.

— Eu vou ouvir você com cuidado.

A história toda não foi complicada, mas muito emocionante. Depois de ouvir a experiência de Roland desde a chegada a Vila Fronteiriça, Tilly percebeu que sua xícara já estava vazia. Ela respirou fundo e recordou sua história. Em suma, uma bruxa chamada Anna acabou tocando o coração de seu irmão. Dessa mesma bruxa, ele soube das más ações da Igreja e de seus enganos contra o povo. Posteriormente, a tentativa de assassinato de Garcia fez com que ele experimentasse a escuridão do poder da realeza. Mesmo se ele se escondesse em um canto isolado do reino, ainda não escaparia de toda a maldade escondida que o seguiria como uma sombra. Ao final, ele decidiu mudar tudo ao seu redor.

Mesmo que toda essa história soasse um pouco dramática, ainda assim, com alguma dificuldade, poderia ser aceita como uma explicação razoável. No entanto, ainda restava a explicação sobre todo o conhecimento estranho, seja o motor a vapor ou as armas, o que era impossível ter vindo apenas de sua percepção ou uma iluminação súbita.

— Então, você obteve todos esses conhecimentos… quando lembranças de uma outra pessoa apareceram em sua cabeça? — Tilly perguntou.

— Sim, exatamente. — Roland disse com sinceridade — Eu sei que isso é inacreditável, mas é a verdade. Eu tive a sorte de escapar da tentativa de assassinado de Garcia e acordar com esses fragmentos de memórias. Se encontrar Anna foi a causa imediata, então as memórias foram a força motriz por trás do meu desejo de mudar o status quo.

Tilly se perguntava se tudo isso fora o resultado do poder mágico de uma bruxa. Era improvável que ele tivesse sido substituído ou manipulado, pois Sylvie já havia confirmado sua identidade. As habilidades das bruxas da Associação Cooperativa das Bruxas não eram um mistério. Elas faziam exercícios especiais todos os dias, e Sylvie não encontrou nenhuma habilidade de substituição ou manipulação entre elas.

A única possibilidade era a de ele ter sido possuído. Ela não podia excluir a possibilidade de que uma bruxa pudesse ter a habilidade de ocupar o corpo de um homem e adquirir suas memórias. Mas essa especulação também era impossível. Roland Wimbledon, embora não fosse o filho favorito de seu pai, era sem dúvida um dos príncipes do Reino de Castelo Cinza. Ele sempre usara uma Pedra da Retaliação Divina e sempre foi protegido por cavaleiros e guardas. Era impossível para uma bruxa sem uma habilidade oculta se aproximar dele facilmente.

Além disso, mesmo que tal bruxa existisse, como ela poderia saber tantas coisas extraordinárias? Quando Tilly era criança, ela ficava sempre lendo na biblioteca do palácio e tinha aulas com vários tutores da corte bem-educados e de cabelos brancos. Mas nem mesmo eles haviam conversado sobre o uso de vapor e pó de neve para substituir o trabalho de animais e espadas.

Olhando dessa maneira, parecia que o conhecimento bizarro de Roland estava, de fato, relacionado a essas memórias estranhas que apareceram em sua mente.

— Como você pode provar que é Roland Wimbledon, mas não alguém com essas memórias estranhas?

Tilly sabia que essa pergunta era muito rude. Se essa pergunta fosse feita para o Roland do passado, com certeza ele teria ficado furioso, chutado a mesa com raiva e saído da sala.

— Porque eu ainda me lembro do que aconteceu na corte. — Roland falou em um tom calmo — E acho que o ato de distinguir a essência de uma pessoa está em suas memórias únicas. Se uma bruxa transformasse sua aparência para a de outra pessoa, ela ainda teria suas memórias únicas, não as da pessoa a qual se transformou, sendo, portanto, outra pessoa em essência. Eu tenho muitas lembranças estranhas, mas não me lembro de onde elas vieram. Contudo, a cena em que você chorou quando eu te joguei nos cacos de vidro ainda é vívida na minha memória. Então essa é a prova. — Ele fez uma pausa — É claro que… eu ainda preciso pedir desculpas a você por isso. Espero não ser tarde demais.

Tilly permaneceu em silêncio. Roland estava sentado diante dela, com roupas limpas e olhos sinceros, como se estivesse contando um fato indiscutível. Obviamente, olhando por qualquer ângulo, ele era muito melhor do que o antigo boêmio que ela conhecia. Mas ainda havia dúvidas em sua mente.

— É realmente… inacreditável.

— Isso é normal. — Roland parecia ter adivinhado seus pensamentos — Têm muitas coisas que são incríveis e inimagináveis antes de você as experimentar. Por exemplo, eu nunca esperava que minha irmã realmente despertasse como uma bruxa e conseguisse esconder isso de todos no palácio. Mas… como eu disse no início, o inverno este ano será longo. Podemos nos conhecer lentamente.

Essa era provavelmente a melhor solução no momento, então Tilly assentiu e disse:

— Então, pelos próximos meses… espero não incomodar muito.

— Confie em mim, você vai amar este lugar.

 


 

Tradução: JZanin

Revisão: Kabum

 

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