Um Trabalho Misterioso Chamado Oda Nobunaga – Vol 03 – Cap. 15 – Um Novo Reino

Sob o reinado de Lumie I, eliminei todas as ameaças em um período de dois anos.

Demorei para fazer isso, mas era mais um trabalho de rotina do que qualquer outra coisa. Afinal, não havia mais ninguém no reino que pudesse me desafiar.

Claro, isso não significa que não era um momento agitado. Tive de tomar muitas decisões.

— Isso não é algo para se tomar de ânimo leve, — Kelara claramente insistiu.

Laviala imediatamente se levantou e respondeu:

— Não! Devíamos movê-lo para Maust! A residência de Lorde Alsrod não é a capital real, mas Maust! Devemos fazer de Maust a capital real e aqui a subcapital!

O debate continuou sobre onde colocar a nova capital real.

— Lady Laviala, mover a capital causaria um caos, — Kelara disse. — Criar novos inimigos não é uma ideia prudente.

— Todos os lordes regionais juraram lealdade ao Lorde Alsrod e à Rainha Lumie. Não fará muita diferença onde colocarmos a capital. Muitos dos comerciantes já se mudaram para Maust, de qualquer maneira!

Ambos tinham razão. Lumie e eu estávamos sentados lado a lado, rindo enquanto observávamos os procedimentos.

— O que você acha, Vossa Majestade? — Eu perguntei.

— Bem… — Lumie começou. — Seraphina, o que você acha?

— Eu acredito que qualquer um está bom. Mais importante, sinto que o regente deve ser tratado como o co-regente e se tornar rei, — Seraphina disse com um semblante provocador.

— Seraphina, vamos discutir isso outra hora, — eu disse.

— Não tenho nenhuma opinião sobre a capital, — acrescentou Seraphina. — Meu sonho é ser a esposa de um rei. Realizar esse sonho é o que mais importa para mim.

Ela era muito insistente.

— Então, próxima, Fleur, o que você acha que devemos fazer sobre a capital?

Como minha esposa oficial, Lumie pediu a opinião de cada uma das minhas concubinas.

Fleur fez uma reverência antes de se levantar. Ela havia se suavizado em comparação com seu eu antes combativo, mas ainda se controlava em questões relativas à política. Ela não parecia a esposa de um regente.

— A atual capital não será capaz de lidar com nenhum planejamento urbano adicional. Precisamos de mais espaço. Devemos mudar a capital para Maust.

Laviala parecia ter gostado das palavras.

— Próxima, Yanhaan, qual é a sua opinião como comerciante?

— Os comerciantes irão naturalmente para onde está o lucro. Pensando nisso, há muita gente que espera por um novo mercado em Maust, enquanto há quem se prepare para fincar raízes na atual capital. Vá em frente e faça o que quiser.

Depois de terminar sua declaração, Yanhaan sentou-se e serviu-se do chá que havia sido preparado para todos. Uma atitude bastante relaxada, considerando que ela estava na presença real.

— Obrigada. Margrave Talsha Machaal, quais são seus pensamentos?

— Maust está mais perto de meus territórios. O povo das Terras do Norte dará as boas-vindas a uma mudança da capital.

Ela dificilmente demonstrou o devido respeito devido a Lumie, a rainha, mas nós a convidamos sabendo que era provável que fosse o caso.

Com isso, o sentimento pareceu mudar em direção à mudança da capital.

— E Yuca, o que você acha?

Yuca olhou para as outras, então respondeu com tranquilidade:

 — Vou apoiar a maioria, que prefere Maust…

De certa forma, essa foi uma escolha sábia.

— Obrigado a todos por suas opiniões, — eu disse. — Porém, eu gostaria que Vossa Majestade tomasse a decisão final.

Eu olhei brevemente para Lumie.

Lumie retribuiu o olhar e sorriu, voltando-se para a mesa à sua frente.

— Eu gostaria de decidir sobre a mudança da capital para Maust. A antiga capital real será então chamada de Capital do Sul.

A profissão dentro de mim mais uma vez disse algo que não fazia sentido.

— Capital do Sul, hmm? Acho que isso a torna semelhante a Nara, que também ficava perto da capital.

Se houvesse precedente no mundo de Oda Nobunaga, achei que não haveria problema em mudar a capital.

Depois de tempo suficiente para as pessoas se estabelecerem depois que a capital foi transferida para Maust…

Cercada por nossos retentores, Lumie me nomeou co-regente.

Em outras palavras, finalmente me tornei rei. O rei de Therwil, para ser preciso.

— De agora em diante, peço seu apoio não apenas como meu marido, mas como um companheiro da realeza.

Lumie então colocou sua coroa na minha cabeça.

— Como quiser. Vou te proteger até o dia que eu morrer, — jurei enquanto beijava sua mão.

No ano seguinte, enquanto se preparava para ter nosso segundo filho, Lumie abdicou do trono e me deixou como o único monarca.

Sem dúvida, historiadores posteriores iriam debater se aquele dia ou o dia em que Lumie me fez co-regente foi a data de fundação da nova dinastia.

Não importava para mim.

O fato é que me tornei rei.

Alguns dias após minha coroação, visitei o quarto de Seraphina à noite.

Laviala e Altia já estavam lá.

— Boa noite, Majestade, — Altia me cumprimentou em tom de brincadeira.

— Pare com isso, tá? Eu vim aqui para fugir de tudo isso.

— Mas não adianta se tornar um rei se você não agir como tal.

Seraphina brincou enquanto preparava o chá para seus convidados.

— Lorde Alsrod, você finalmente conseguiu. Estou extremamente feliz!

Laviala me abraçou sem se preocupar com quem estava olhando, então eu acariciei suavemente sua cabeça. Mas não pude evitar de pensar que ela estava me abraçando como uma irmã mais velha naquele momento.

— Mesmo assim, ainda há uma coisa importante a se considerar. —  Seraphina disse enquanto servia o chá em cada xícara.

Do que você está falando?

— Se o próximo filho de Lumie for um menino e herdar o trono, essa dinastia pode acabar sendo tratada como uma continuação da antiga.

Ah, o próximo rei.

É verdade que o nome da dinastia pode mudar se o próximo rei for meu filho mais velho, de Seraphina, em vez de um filho de Lumie. Se houvesse uma guerra de sucessão, isso seria um problema sério.

Eu não pude deixar de rir.

— O que você acha tão engraçado? — Seraphina perguntou.

— Bem, estou feliz que terei muita coisa que não vá me deixar entediado.

Um reino pacífico era o melhor, mas um reino enfadonho era um problema. Sem dúvida, minha espécie não era adequada para uma era pacífica.

— De qualquer forma, também gostaria de construir um novo templo.

— Irmão, você está levando isso muito levianamente, — Altia me repreendeu.

Sabe, a única razão pela qual você manteve sua juventude é graças ao homem que será adorado naquele templo.

— Vou construir um templo ao deus Oda Nobunaga, que me serviu de profissão. Vai ter uma aparência um tanto estranha, mas eu tenho a planta pronta.

Isso porque ele não se cala sobre fazer parecer o Castelo Azuchi.

Lumie deu à luz com segurança nosso segundo filho na época em que começou a construção do Templo de Oda Nobunaga. A criança era um menino.

Parecia que poderia haver algumas complicações sobre a sucessão, mas estava tudo bem. Eu enfrentaria esse problema de frente. Afinal, Alsrod I da Dinastia Nayvil de Therwil precisa de conflitos para prosperar.

FIM