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Um Trabalho Misterioso Chamado Oda Nobunaga – Vol 03 – Cap. 11 – Avanço da Região da Grande Ilha

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A conquista da Prefeitura de Nargust, na qual o Castelo de Yagmoory estava localizada, já tinha sido quase completa pelas unidades sob o comando de Pequeno Kivik e Meissel Wouge.

Ao mesmo tempo, notificações para a capital foram atrasadas devido a “complicações”. Se este não tivesse sido o caso, eu não teria sido capaz de garantir o tempo necessário para completar o Castelo de Yagmoory.

Kelara voltou ao castelo muito antes do combinado. Provavelmente usou um cavalo veloz para chegar aqui.

— Kelara, estou deixando este castelo aos seus cuidados por um tempo. Use-o como bem entender.

Ela ofereceu seus agradecimentos de maneira cortês:

— Sinto-me honrada pela sua confiança em mim. Pode ter certeza de que este castelo não cairá enquanto eu estiver respirando.

— Duvido que isto aconteceria mesmo que você fosse o comandante mais incompetente no continente. Suas maiores tarefas, provavelmente, serão cuidar de Lumie.

— Também cuidarei da sua esposa, se necessário.

Dei uma risada seca devido à dificuldade de fazê-la entender uma brincadeira. Porém, também por parte de eu estar deixando as coisas aos seus cuidados, suponho que a situação também seja minha culpa.

— Na próxima vez que eu voltar, provavelmente será com o triunfo.

— Certamente tenho fé nisso. — Então Kelera se aproximou de mim e sussurrou no meu ouvido: — Notificarei imediatamente caso informações de que Sua Majestade esteja juntando tropas sejam recebidas.

— Entendido. Deixarei isso com você.

Logo antes de partir para a Região da Grande Ilha, dei uma última olhada para o Castelo de Yagmoory por fora.

O que estava diante de mim era uma enorme fortaleza, daquelas que nunca tinham sido vistas neste reino.

  Eu duvidava que havia outro castelo no reino com um fosso tão largo. Nem mesmo o palácio real possuía um nesse nível.

— Esse castelo não cairá para inimigo algum. Se tivermos dificuldades na Região da Grande Ilha, podemos voltar para cá.

— Precisamos pegar um navio para chegar até a Região da Grande Ilha, correto…? — disse Laviala. — Não sou tão boa com navios.

Como uma elfa da floresta, Laviala parecia ter alguns problemas em ir para o mar.

— Se tiver alguma preocupação, basta ir dormir assim que embarcarmos no navio. O Canal Sanado é pequeno o suficiente para atravessarmos enquanto você tira um cochilo.

— Não vai afundar, né…?

Evidentemente, estar em terra firme era o que fazia com que elfos fossem suscetíveis a enjoos marítimos.

— Se afundar, pediremos para que outro navio venha te buscar. Contanto que haja pelo menos um navio flutuando, ficará tudo bem. Se todos afundarem, basta nadar até a costa.

Parti da fronteira oeste da Prefeitura de Nargust, viajando de barco pelo rio, e levei meu exército até o porto do Bico da Terra na Prefeitura de Yargurtz. Iríamos nos encontrar com as divisões do Pequeno Kivik e Meissel Wouge ali.

Uma armada composta por inúmeros esquadrões já havia ancorado no Bico da Terra. Vários destes esquadrões pertenciam a Soltis Nistonia. Pedi a ele antes para que os reunisse aqui, a fim de se preparar para essa campanha.

O próprio Soltis Nistonia não estaria participando diretamente desta campanha, mas seu irmão caçula, um homem chamado de Ordana, comandava seus navios.

Cumprimentei Ordana. Comparado a Soltis, Ordana era a cara de um marinheiro, com aparência semelhante ao couro e bronzeada.

— Meus marinheiros têm mostrado do que são capazes. Faz um tempo que estamos aqui, por isso já fomos capazes de aprender sobre as ondas e correntes do local. Podem ficar tranquilos, vamos levá-lo até lá com segurança.

— Você é a imagem perfeita de um rei pirata que eu tinha em mente. Muito mais fidedigno nos mares abertos do que qualquer outro mercador de cara pálida.

— Já que não herdei o clã, recebi o trabalho de liderar os marinheiros do clã. Todos os nossos companheiros disseram que seria uma puta vergonha perder para os vagabundos da Grande Ilha. Se preferir, podemos passar direto pelo porto da Grande Ilha e te levar direto para o quartel-general do antigo rei.

— Não é má ideia, mas o antigo rei armou acampamento muito longe terra adentro. Melhor ir devagar agora enquanto devoramos seu território aos poucos. Além disso, a maior parte dos soldados não está acostumada a longas viagens por mar.

O antigo rei, Paffus VI, tinha “transferido a capital” para uma cidade chamada Sopheli, localizada entre os domínios de dois grão-lordes da Região da Grande Ilha, os Condes de Talmund e Samuur.

Provavelmente, foi o resultado de querer evitar ofender os dois grão-lordes. Afinal de contas, o pior resultado possível para Paffus seria os dois lordes em guerra um contra o outro. Não haveria como Paffus recuperar a capital, se ele não tivesse a força total da Região da Grande Ilha ao seu lado.

~*~

Nossos navios de guerra zarparam pelo Canal Sanado.

A viagem em si foi pacífica. Teria sido difícil não ser, pois o canal era estreito o bastante a ponto de ser possível ver a margem oposta.

Sabíamos quais dos fortes do Conde de Talmud estavam preparados para lutar.

Aberthy Hanistra, o Conde de Talmud, era um grão-lorde que governava as três prefeituras nortenhas da Região da Grande Ilha. Ele era um fidalgo descendente de uma antiga linhagem de nobres militares. Além disso, seu clã era economicamente próspero devido a gerações de comércio com países estrangeiros.

O motivo de o Conde de Talmund não ter sido capaz de unificar o reino sob sua bandeira se dava pelo simples fato de que a Região da Grande Ilha estava na periferia, longe demais da capital real.

Teria sido, se bem me lembro, um lorde da família que serviu como algo semelhante a um regente, mas uma rebelião ocorreu enquanto ele estava longe de suas terras, e por isso voltou às pressas. Como resultado, o clã passou a ter uma tendência de preferir ficar em seu próprio território.

Além disso, os lordes da Região da Grande Ilha tinham um grande orgulho da cultura local. Do ponto de vista deles, o continente e a capital real estavam parados no tempo. Muitos vassalos aconselharam os lordes para que estes declarassem de uma vez a independência do Reino de Therwil.

— Hmph. Não sei se esse Conde de Talmud é o seu equivalente a um clã Otomo ou clã Ouchi, mas ambos eram sobreviventes de famílias shugo. Não há necessidade de tanta preocupação, entretanto.

A bordo do navio, Oda Nobunaga parecia mais animado que o normal.

— A verdade é que nunca fui capaz de entrar em Kyushu. Minha vida chegou ao fim antes que pudesse ir tão longe, por isso considero esta expedição deveras emocionante.

Bem, não é Kyushu, ainda que meu objetivo não seja tão diferente.

Felizmente, a Região da Grande Ilha era um lugar ensolarado durante esta época do ano. Uma época perfeita para uma invasão.

Não é como se eu estivesse com medo de tempestades. Temo, entretanto, não ser capaz de lutarmos com tudo o que temos.

— No meu tempo, os arcabuzeiros começaram de Tanegashima. Tenha pena do inimigo que não pôde vê-los de frente.

Não tem como você sentir pena deles.

O inimigo tentaria nos atrasar com uma série de fortes pequenos e nos derrotar em uma batalha aberta nas planícies.

Era lá que eu mostraria a eles do que os meus arcabuzeiros eram capazes.

Meu exército desembarcou em segurança na Região da Grande Ilha.

~*~

Existiam certas regras a serem respeitadas em uma guerra. Enviei um ultimato de rendição ao antigo rei, Paffus IV, e Aberthy Hanistra, o Conde de Talmud.

O inimigo podia ser um rebelde, mas ainda era da realeza. Convinha-me agir com certo grau de respeito.

Claro, não havia como o inimigo aceitar um ultimato desses.

A primeira pessoa que encontrei na Região da Grande Ilha foi um mensageiro inimigo que jurou que lutariam contra o invasor odiado. Ele até mesmo exigiu que nos rendêssemos.

— Estarei realizando meu dever como regente. Passe essa mensagem para o antigo rei e aos Condes de Talmud e Samuur.

Fui educado e mandei o mensageiro de volta pelo que caminho que veio. Não havia vantagem em manchar a minha reputação aqui.

Deixei Ordana Nistonia a cargo de proteger a armada, e nós avançamos para a Região da Grande Ilha. Movemos nossas tropas em direção às Prefeituras de Doorn e Doorn Central.

— É tão úmido aqui. Estou suando muito.

Durante nossa marcha, Laviala limpava o suor do corpo. O clima com certeza era muito mais maçante aqui do que de onde viemos.

— O calor é tranquilo, mas seria um problema sério se uma doença se espalhasse. Não podemos deixar que essa campanha se arraste.

— De qualquer forma, não temos suprimentos o suficiente para fazer um cerco de longa duração. Também não conhecemos muito bem o terreno. Seria um problema se não esmagássemos o quanto antes o inimigo.

Laviala tinha uma boa compreensão das partes mais importantes desta guerra.

Verdade, tínhamos vindo para lutar em um lugar tão distante que não poderíamos voltar sem usarmos nossos navios.

Se sofrêssemos uma perda grande, rapidamente acabaríamos sendo as presas. O que nos aguardava, então, seria uma cena infernal de puro pandemônio.

Por isso tínhamos duas estratégias disponíveis:

Lentamente, tomando cuidado com o território mais próximo de nós e os assegurando.

Ou agressivamente atacar o inimigo e infligir dano o suficiente neles para que não possam se reagrupar. No mínimo, infligir dano o suficiente para que não consigam nos perseguir.

Com Hasse observando com medo da capital, eu não tinha o espaço necessário que a primeira estratégia iria requerer.

Precisava esmagar o quanto antes a facção do antigo rei e ganhar tempo o bastante para voltar ao Castelo de Maust.

— Por sorte, essa chance virá sozinha. Não há dúvida de que é conveniente para eles se eu chegar a isso várias vezes. Eles irão cair nessa se pensarem que há uma oportunidade de acabar comigo.

As Planícies Ocidentais de Hanistra estavam localizadas para além da fileira de pequenos fortes.

A facção do antigo rei pretendia nos enfrentar com um exército de pelo menos trinta mil reunidos pelos Condes de Talmud e Samuur e os vários lordes menores da Grande Ilha.

Meu exército tinha quase o mesmo tamanho. Eu ainda poderia adicionar reforços, caso quisesse, mas já que não poderia confiar Hasse com a minha retaguarda, seria perigoso trazer tantos das minhas tropas para a linha de frente. Ter uma quantidade grande de território sob meu controle significava que eu precisava enviar um número semelhante de soldados para defender aquelas terras.

E eu temia a possibilidade de ter um general que não conhecesse muito bem e de diluir a minha habilidade de comandar efetivamente minhas forças. Éramos os invasores desta ilha. Eu não queria bater de frente com o inimigo sem ter todas as minhas forças ao meu lado.

Meus soldados conquistaram progressivamente cada forte pequeno e chegaram nas Planícies Ocidentais de Hanistra.

O inimigo já havia se situado na extremidade oposta das planícies.

Nós, naturalmente, tivemos um conselho de guerra. Era a nossa primeira batalha de campo em grande escala havia tempo. Provavelmente teriam muitos que nunca participaram em uma batalha desta magnitude.

Muitos queriam atacar rápido e causar um golpe pesado no inimigo com a maior tranquilidade possível. Orcus, o capitão dos Ursos Vermelhos, era um deles, mas até mesmo Leon, capitão das Águias Brancas, recomendou uma tática semelhante.

Eu entendia a vontade deles de evitar permanecer por muito tempo em um território desconhecido. Esse instinto era algo a ser respeitado. Concordava que não queríamos demorar.

Porém…

— Não se precipite. Avançar sem um plano claro para a vitória é imprudência, não coragem.

Oda Nobunaga, concordo plenamente. Talvez isso só significasse que eu estava chegando muito mais perto de me tornar um conquistador.

Eu sabia que o inimigo tinha um grande número de arqueiros de arco longo. Se nos movêssemos primeiro, estaríamos em desvantagem, o que nos geraria uma perda grande.

— Pessoal, peço que confiem suas vidas a mim. Juro que as devolverei com juros. Suas vidas são a minha riqueza. Não sou um homem que jogaria suas posses fora. — declarei enquanto olhava para o rosto dos meus generais. — Minha profissão é uma das mais especiais, chamada Oda Nobunaga. Quando soube disso, fiquei devastado. Mas ao confiar nela, cheguei até aqui.

Eu tinha certeza de que os efeitos de Oda Nobunaga estavam se mostrando agora.

Mas eu já não precisava mais deles. Eu me tornei um homem igual ao próprio Oda Nobunaga.

— Entretanto, a guerra ainda não acabou. Preciso vencer aqui, também. Preciso de uma vitória completa para que possa voltar para a minha terra natal. É por isso que escolherei os melhores métodos para alcançá-la.

— Eu, Laviala, coloco minha vida em suas mãos, Lorde Alsrod.

Laviala foi a primeira a declarar corajosamente a sua confiança.

Isso animou o restante da multidão.

Gritos de “você também tem a minha”” e “confio tudo o que sou em tuas mãos, Senhor Regente” se seguiram.

Era uma responsabilidade pesada, mas eu não tinha intenção de me curvar devido ao peso.

— Obrigado. Seremos os vitoriosos, não há necessidade de preocupação.

Então, enquanto olhava para o mapa, explicou devagar:

— Mudaremos a trajetória das nossas forças para fazer com que o inimigo pense que estamos recuando deste campo. — Arrastei o dedo ao longo do mapa. — Felizmente, não importa a que direção vamos, estamos no território inimigo. Há uma cidade que podemos saquear em cada uma das direções. Faremos com que acreditem que estamos tentando forçá-los a uma série de combates. Dessa forma, forçaremos o inimigo a nos perseguir.

Meu dedo parou depois de uma certa distância.

— Quando chegarmos até uma certa distância, vamos parar. É aí que faremos nosso contra-ataque. Eliminaremos toda a vanguarda inimiga.

Repeti para me certificar de que eles entenderam.

— Direi uma vez mais, eliminaremos todos. Não é uma figura de linguagem. Vamos matar cada um que avançar para cima de nós. Somos invasores. Precisamos mostrar a eles que estamos falando sério.

Eu não era um homem gentil como Hasse.

Quando se tratava de ser bom ou ser mal, eu preferia ser o último.

Mas não importava. Se eu pudesse obter o reino, não veria problemas em ser o vilão.

Sorri e continuei:

— Peço apenas que assustem o inimigo, encham a todos de desespero. Façam o pior que puderem.

Eu estava muito perto de unificar o reino.

Se vencesse aqui, faltaria apenas um passo.

O primeiro dia do conflito acabou com dois exércitos se encarando no campo. Na manhã seguinte…

Escolhi uma direção que fez parecer como se estivéssemos prestes a recuar daquele campo de batalha e dar a volta para atacar o centro estratégico de Aberthu Hanistra, o Conde de Talmud.

Com isso, o inimigo naturalmente partiu em perseguição.

Eles não poderiam ficar parados e esperar que recuássemos. Fazer isso traria zombaria e desdém.

Confirmamos os movimentos dos inimigos, então paramos a uma distância apropriada. Informações precisas vieram dos batedores através de Yadoriggy. Depois que o inimigo chegou tão longe, já estavam prontos para nos atacar.

— Arcabuzeiros, preparar para disparar!

Tínhamos três mil arcabuzeiros ao nosso lado.

Bati o chicote no anão Ortonba para terminar de prepará-los.

Com esse tanto, eu não tinha nada a temer. Tudo que precisava fazer era esperar até que o inimigo se aproximasse, então terminar a armadilha.

Devido ao grande número de armas, eles estavam divididos entre vários comandantes, mas Ortonba era o coração das forças. Como criador das armas, ele era quem melhor as compreendia.

Ortonba estava de braços cruzados, analisando o inimigo de longe.

— Beleza, cambada, tão vendo aquele enorme carvalho? Disparem quando o inimigo passar por ele. — disse Ortonba.

— Ouviram o homem. Quando passarem daquele carvalho, disparem ao mesmo tempo! Preparem o próximo disparo assim que derem o tiro! Matem a todos!

Gritei minhas ordens, mandando minhas palavras até os flancos mais distantes das minhas forças.

— Arqueiros, foquem em derrubar qualquer um que as armas não atingirem. Não deixem que ninguém diga que a Região da Grande Ilha tem arqueiros melhores! Já que não viremos para cá com frequência para lutar, vocês não terão chance de se redimir, caso falhem! Tenham certeza absoluta de que não vão errar!

— Pode deixar! — Vieram os gritos de resposta das tropas.

O chão ribombava à medida que o inimigo se aproximava.

Eu gostava do som. Ele me fez cair a ficha de que estávamos em um campo de batalha.

Então o inimigo passou pelo carvalho em questão.

— Fogo!

Se a aproximação do inimigo era um ribombo, a nossa era um trovão. O som forte dos arcabuzeiros ecoava através do campo de batalha.

Quase que ao mesmo tempo, os soldados do inimigo começaram a cair como moscas.

Mas eles eram a vanguarda do ataque, gritando sem temer a morte. Isso dificilmente era o suficiente para que vacilassem.

Tudo bem. Precisamos que continuem vindo.

— Segundo tiro, disparar quando estiver pronto!

Pequenos estouros de trovões ecoavam de todos os lados.

O inimigo caiu mais uma vez no meio do caminho.

A diferença não estava apenas nas nossas profissões; o nosso avanço tecnológico estava superando o inimigo.

Sim, isso bastava. Causamos dando o suficiente na abertura da batalha.

Cadáveres começaram a tomar conta do campo antes que nossas forças colidissem.

À medida que esse padrão continuava, os movimentos deles começaram a ficar mais lentos.

Com aqueles ordenados a atacar agora mortos, as forças menos estáveis da vanguarda começaram a aparecer na frente.

— Arqueiros! Mantenham seus disparos, também!

Agora não eram apenas os arcabuzeiros disparando. Flechas também choviam sobre o inimigo. Mais deles caíam. O problema deles era que tinham dado início ao ataque.

Se alguém tivesse armas de longo alcance, a espera dava vantagem no campo de batalha. Havia muitos exemplos na história de grandes exércitos sendo dizimados por arqueiros e sendo forçados a recuar.

O inimigo também sabia disso, por isso que mandaram seus inimigos na frente e tentaram nos atrair para começar o ataque.

Ou talvez o plano deles fosse abrir nossa formação e tentar nos romper ao atingir os flancos expostos.

Mas isso não faria sentido se as nossas forças não avançassem. Eu não estava com pressa. Havia formas demais para que nós tomássemos território.

Foi o inimigo que perdeu no jogo de espera. Uma força aliada de dezenas de milhares de soldados vindos de vários exércitos não tinha a opção de aguardar e não lutar.

Os grão-lordes que apoiam o antigo rei não tinham outra escolha a não ser me seguir. Não era possível para clãs com uma longa história de governo dessas terras simplesmente ficarem parados e deixar que pilhássemos suas cidades.

Por isso mesmo que a batalha terminou antes mesmo de ter começado. O lado que pudesse empregar táticas efetivas venceria.

Quando o inimigo sofreu perdas catastróficas, as forças do Pequeno Kivik, de Meissel Wouge e dos Cães Negros de Dorbeau atacaram.

O núcleo da ofensiva do inimigo já tinha colapsado. Agora entrávamos em um embate contra eles para eliminar ainda mais as suas forças.

Eu conseguia ouvir os gritos energéticos, que proclamavam: “outro general inimigo morto!”

Acabou. O inimigo tentava descobrir como fugir, agora.

— Não foi tão difícil. — disse Laviala. Eu a mantive perto de mim ao invés de tê-la mandado para a frente.

— Essa era a intenção. Se eu tivesse atacado de maneira normal, teríamos um número grande de perdas, e não poderia garantir a sua segurança.

O lado que não aguentava esperar perdia batalhas desse jeito, normalmente, e já que estávamos no território inimigo, seríamos aqueles que precisariam forçar a ação. Porém, minhas táticas estavam focadas em nos dar espaço.

Para ser honesto, queria ser o primeiro a entrar em batalha. Queria ser capaz de sair da Região da Grande Ilha e voltar para casa o quanto antes. Mas se forçasse e acabasse ficando preso, atrasaria ainda mais o meu retorno.

— Não vou morrer, Lorde Alsrod. — disse Laviala. — Continuarei servindo ao seu lado até que se torne rei.

Parecia muito mais a declaração apaixonada de um cônjuge do que o voto de um vassalo leal.

— Sim. E não parece que vai demorar muito para que isso aconteça.

Os comandantes na ofensiva começaram a voltar. Eu tinha avisado antes para não irem muito longe quando atacassem.

Ser pego longe demais aumentaria o risco de eu ser eliminado. Era o suficiente para os meus propósitos, fazer com que o inimigo sentisse que tinham sofrido uma derrota esmagadora.

Asseguramos uma grande vitória na Batalha das Planícies Ocidentais de Hanistra.

~*~

Demos um grito de vitória, então descansamos nossos soldados em uma cidade preparada para tropas.

Parecia que um grande número de generais inimigos, incluindo os parentes de sangue do Conde Talmud, foram mortos em batalha. Aqueles que lideraram a frente, pela posição deles, tiveram o azar.

Enquanto isso, esperávamos por notícias na cidade.

Naquela noite, Yadoriggy apareceu em meu aposento vestida como uma dama-de-companhia.

— Fale o que deseja. Tenho uma boa ideia do que quer relatar.

Yaodiggy assentiu fracamente antes de rapidamente dar as notícias.

— Sua Majestade o declarou traidor e ordenou que fosse morto.

Hasse enfim escolheu me enfrentar.

Não. Ele estava determinado a isso desde o começo. Só estava debatendo se mandava ou não o aviso para todo o reino.

— Por ter vindo agora, parece que ele tomou a decisão por volta do momento em que fiz as preparações para invadir a Região da Grande Ilha.

— Sim. Sua Majestade já juntava um exército no palácio real e estava tentando melhorar suas tropas.

— Bem, é algo para se sentir grato. Quer dizer que a hora das manobras políticas chegou ao fim.

Era isso o que queria dizer, até certo ponto.

Conquistar a Região da Grande Ilha, então pressionar Hasse até que ele me atacasse, não era muito a cara de um conquistador, nem a de um herói.

Lutar contra rei e não ganhar nem perder. Era mais fácil de entender, e podia-se dizer que era mais adequado à minha personalidade.

Yaodiggy adicionou à informação:

— Além disso, Sua Majestade assinou um acordo de paz com o antigo rei e comprometeu-se a uma aliança com o objetivo de derrotá-lo, Senhor Regente. Ele reconhecerá a Região da Grande Ilha como Reino de Therwil do Oeste.

— Já era de se esperar.

Se Paffus conseguisse me matar, poderia se tornar mais uma vez um rei inigualável, pelo menos em nome. Quando eu me fosse, ele talvez voltasse a lutar pelas prefeituras ocidentais com Hasse, mas já que Hasse não tinha os meios nem a habilidade para formar uma invasão de verdade da Região da Grande Ilha, acabaria voltando a um impasse por enquanto.

Paffus tinha uma boa quantia a ganhar se pudesse se colocar como Rei de Therwil do Oeste durante esse tempo.

Naturalmente, teria que me tirar da Região da Grande Ilha primeiro.

— Entendido. Nada de surpreendente nisso. Vamos continuar com nosso curso atual.

Yadoriggy saiu ligeiramente do aposento. Ela não era de se demorar depois de terminar uma tarefa.

— Parece que enfim foi acesa uma fogueira debaixo de você.

Oda Nobunaga parecia divertido.

Está tudo bem, é um fogo que eu já esperava que fosse aceso.

— Você está em uma corrida contra o tempo. Se não acabar com esse antigo ou rei ou seja lá o que ele for, não terá mais para onde voltar.

Meus castelos são fortes. O Castelo de Maust também foi feito para ser altamente defensivo.

Não tenho intenção alguma de deixar que um tolo como Hasse e seus capachos o conquistem. Minhas consortes farão um trabalho maravilhoso agindo como lordes e garantirão que eu tenha um lugar para o qual retornar.

Além disso, você parece estar gostando bastante disso, Oda Nobunaga. Posso sentir isso sem ver o seu rosto.

— Bem, é claro. Aqueles que estão destinados a se tornarem conquistadores sempre têm muitos inimigos. E você tem uma boa justificativa para lutar. A vontade dos céus está ao seu favor. Lute até se sentir satisfeito… então vença.

Certamente. Você verá a minha conquista de camarote.

 


 

Tradução: Taiyo

Revisão: Gabs

 

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