Dark?

Um Trabalho Misterioso Chamado Oda Nobunaga – Vol 02 – Cap. 06 – A Implacável Marcha ao Oeste

A+ A-

 

Naquele dia, o palácio estava cheio de tensão; até os desinformados se sentiam sufocados por ela.

Minha primeira tarefa como regente foi simples: só tive que esperar de prontidão ao lado do rei. À frente estavam os principais vassalos da família real, cujas famílias serviram por gerações. Poderiam ser divididos principalmente em dois grupos: aqueles que nutriam animosidade contra mim e aqueles que tentavam obter favores. No final, ambos eram patéticos e eu estava totalmente desinteressado. Na verdade, fiquei feliz por me informarem como eram inúteis.

A minoria restante era capaz e eficaz. Eu poderia dizer isso após trabalhar brevemente com ela. A natureza da minha profissão indicava que eu poderia determinar quase perfeitamente se uma pessoa era excepcional ou não. Além disso, eu tinha Kelara, que era uma grande julgadora de caráter. Eu nunca julgaria alguém mal.

Eu pegaria qualquer um dos vassalos úteis e, gradualmente, eliminaria aqueles que não eram. Aos poucos, aumentaria o número de pessoas nas quais poderia confiar. Isso estabeleceria a base para usurpar a posição da família real.

— Senhor Regente, você acha que a reunião de hoje vai correr bem…? — Aparentemente, Hasse não era capaz de manter as sutilezas. Quando deveria estar aprendendo a ser um rei, esteve vivendo como um andarilho, então talvez não pudesse evitar isso.

— Ninguém neste reino é tão ilustre quanto você, Sua Majestade. Não há necessidade de controlar seu orgulho, mesmo diante de um poderoso líder religioso. — Hasse só conseguiu acenar com a cabeça à minha resposta.

Entrou o líder da Catedral Orsent, o Arcebispo Cammit – o homem que mais influenciava a política da capital. Ele devia ter mais de cinquenta anos, mas não parecia tão velho. No mínimo, não parecia um genuíno servo dos deuses. Muitos guerreiros deram mostras de devoção em seus anos de decadência, e era mais ou menos o caso atual.

— A Catedral Orsent deseja uma amizade duradoura com Sua Majestade. Não é muito, mas há um presente que gostaria de apresentar a você.

Entre os presentes que o arcebispo trouxe estavam um falcão encontrado apenas nas terras ocidentais e a concha esculpida de uma tartaruga que só poderia ser encontrada no mar ocidental, bem como porcelana branca como leite.

— Ooh! Estes são alguns presentes magníficos! Isso é realmente generoso! — Hasse aceitou tudo com uma alegria infantil. Eu certamente não iria perturbá-lo, dizendo-lhe para se acalmar. Melhor não estragar as coisas. Negar esse prazer não seria apenas uma repreensão; isso faria que perdesse prestígio.

Em troca, Hasse reconheceu os direitos missionários da Catedral Orsent, bem como o direito de coletar um “imposto divino” em certas cidades. Os direitos dos missionários tinham que ser reautorizados quando havia um novo rei, mas isso era apenas uma formalidade. Nenhum templo esperava a permissão do rei para fazer proselitismo. O imposto divino era ostensivamente coletado para a restauração e reparo dos templos. Naturalmente, os reparos exigiram grandes somas de dinheiro, mas os fundos restantes não eram devolvidos ao governo. Como resultado, os impostos eram uma grande fonte de renda para a igreja.

Mais tarde naquela noite, convidei o Arcebispo Cammit para um banquete. Laviala e Kelara estiveram presentes ao meu lado; o arcebispo tinha dois de seus conselheiros com ele. As tarefas diante de mim eram terrivelmente importantes, como ele certamente percebeu.

— Há muito tempo espero a oportunidade de conhecê-lo, jovem regente. Ninguém tão jovem quanto você detém tanto poder há cem anos, como você sabe. — Superficialmente, o arcebispo parecia um velho amigável.

— Essa nunca foi a minha intenção. Ajudar Sua Majestade a se tornar rei, bem como ajudá-lo durante seu reinado, é simplesmente o dever de um servo da família real.

— Isso é verdade. Você tem estado ocupado administrando assuntos de estado, ao mesmo tempo em que cumpre seus deveres com Sua Majestade. Não posso duvidar disso.

— De qualquer forma, parece que a catedral teve sucesso no comércio com o oeste.

A maioria de seus presentes foram obtidos por meio de comércio. Quer dizer, no caminho para a capital, aqueles bens não tinham ido além do domínio da Catedral Orsent em Fortoeste. Naturalmente, o arcebispo os havia dado de presente ao rei como uma demonstração da influência da Catedral Orsent. A riqueza da área da capital estava ainda mais concentrada em Fortoeste do que eu esperava.

Oda Nobunaga mencionou uma semelhança com algum lugar chamado “Sakai”. No mundo de Oda Nobunaga Sakai significava “fronteira”? É verdade que as regiões fronteiriças tendem a se tornar locais de comércio. A região oeste da capital também era onde o ex-rei estava escondido. Havia o risco de a Catedral Orsent estar ligada com suas forças.

— Essas foram ofertas feitas por nossos devotados seguidores. Temos muitos seguidores no oeste, como sabe. — Era óbvio que nós dois estávamos escolhendo nossas palavras com cuidado.

— Bem, como um jovem regente inexperiente, eu ficaria grato por sua ajuda contínua. Tenho apenas vinte e três anos. Certamente não posso cuidar deste reino sozinho.

Levantei minha xícara, e então o arcebispo ergueu a sua.

— Oro para que você e Sua Majestade tenham um reinado longo e pacífico.

O banquete terminou com nós dois mostrando respeito um pelo outro – pelo menos externamente.

— Há algo perturbador naquele homem — disse Laviala após o fim do banquete. — Ele não disse uma única palavra do que realmente pensava. Nem mesmo tentou nos ameaçar, nem fez um gesto de boa vontade. É raro alguém ter tão pouco a dizer.

Concordei com ela. A elfa então suspirou e acrescentou:

— E pensar que não conseguiríamos quase nada.

— O que você quer dizer, Laviala?

— Até agora, suas negociações sempre foram frutíferas… no final, você descobriria as fraquezas do oponente ou os traria para o nosso lado. Desta vez, encontramos pouco mais do que um senso um para o outro.

Era aí que a minha opinião divergia.

— Aprendemos que não vamos receber nada deles. Considero essa negociação uma negociação frutífera, para ser honesto. É muito melhor do que não saber nada.

Suponho que devo fazer revelarem se são amigos ou inimigos.

 

https://tsundoku.com.br

 

Ordenei aos meus oficiais Noen Rowd e Meissel Wouge que treinassem seus homens para poderem partir em breve. Também peguei algumas das tropas pessoais mais confiáveis do rei emprestadas. Poderia pelo menos usá-las para derrotar aqueles que se opunham ao rei.

No mês seguinte, obtive direitos de tributação de Hasse para várias cidades em prefeituras vizinhas à capital e despachei várias pessoas sob o meu comando. Deliberadamente coloquei alguns deles em cidades em termos amigáveis com a Catedral Orsent. Isso basicamente fez parecer que eu mesmo governava as cidades, então esperava que houvesse uma reação, mas as coisas permaneceram bastante calmas no momento.

Dois meses depois, enviei tropas para a Prefeitura Sinju, localizada a oeste de Fortoeste, com o propósito declarado de atacar os lordes que abrigavam os inimigos do rei. Esta seria uma luta adequada – adequada o suficiente para que eu mesmo a liderasse.

Entrando em Fortoeste, cruzamos o raso, mas largo Rio Sorret. Avançando mais, finalmente chegamos a Sinju. Ordenei a Noen Rowd, atuando como vanguarda, que se abstivesse de capturar seus castelos na mesma hora.

— Com licença, senhor, mas… por que devemos atacar tão lentamente…? Haverá rumores de que Sua Excelência é um comandante fraco… — disse Noen, que era conhecido por ser um general feroz, em dúvida.

— Se não fizermos com que nos subestimem, podem sempre fingir que são amigáveis.

— Quem fingiria ser amigável…?

Noen não parecia seguir minha lógica; talvez não achasse que houvesse outros na área que pudessem ser nossos inimigos.

— Isso logo se tornará óbvio. Se eles pretendem proteger suas reivindicações sobre as cidades, esta é a nossa chance.

Por mais estranho que seja, eu não me importava com o que eles fariam. Se nada acontecesse, minha esfera de influência se expandiria sem problemas, e mesmo se atacassem, não seria um golpe mortal.

E então um mensageiro veio a cavalo ao meu acampamento. Por seu rosto, eu poderia dizer de imediato que a situação era terrível.

— Relatórios! A Catedral Orsent reuniu tropas para atacar Sua Excelência!

Meus generais ficaram abalados. Havíamos marchado muito para o oeste. Com a hostilidade da Catedral Orsent de Fortoeste, o caminho para casa seria fechado.

Entretanto, não o meu…

— Sim, essas são ótimas notícias! — Bati palmas e gritei de alegria.

— Como você pode estar feliz com isso?! Podemos estar presos entre duas forças! — protestou Laviala. Para ser justo, ficar animado com notícias de rebelião provavelmente não parecia fazer sentido.

— Laviala, lembra como você disse uma vez que havia algo de perturbador no arcebispo? Para encurtar a história, você estava errada sobre ele.

— D-do que está falando? Não consigo entender se você não explicar! E seus outros vassalos devem sentir o mesmo!

Alguns dos outros pareciam perplexos. É claro que eu explicaria. Não seria capaz de usar os meus generais se os mantivesse no escuro.

— Verbalmente, o arcebispo estava escondendo suas intenções. No final, porém, fez a coisa mais racional. Portanto, é fácil descobrir como ele vai agir agora. Isso pode parecer estranho para você, mas é muito mais fácil de lidar com alguém assim do que com alguém que continua um mistério. — Coloquei uma vareta no mapa de batalha. — Diga-me, por que você acha que a Catedral Orsent é tão poderosa? Decerto não é porque possuem uma fé forte?

Olhei para Laviala, embora testar a própria esposa provavelmente não fosse a melhor ideia.

— Umm… não é porque eles têm muito dinheiro?

— Mais ou menos. Pois bem, porque eles têm tanto poder econômico… — Apontei para um ponto após o outro no mapa, cada um deles sendo o nome de uma cidade. — Os comerciantes e artesãos das cidades, bem como os próprios líderes das cidades, têm muita fé neles. Naturalmente, isso rende muito dinheiro para a catedral. Existem algumas razões para isso. — Então apontei a vareta para onde estavam escritos os nomes dos lordes. — Quase não há senhores poderosos nos arredores da capital. As reivindicações de terras sempre foram uma verdadeira baderna, então está cheio de lordes mesquinhos, sabe. Se forem politicamente derrotados, podem perder os territórios com facilidade.

— Então, em outras palavras, as cidades não fariam nenhum bem buscando a proteção dos lordes?

— Exatamente. — Laviala parecia um pouco satisfeita com isso. Ela realmente precisava parar de ser tão fácil de ler. — Então isso significa que a Catedral Orsent é aquela com todo o poder nas proximidades da capital. A Prefeitura Fortoeste é o único título de terra que possuem, mas as prefeituras vizinhas também estão sob sua influência. Muitas das cidades para as quais anteriormente recebi direitos tributários estão no bolso deles.

— Quer dizer que você estava tentando provocá-los?! — As orelhas de Laviala pareciam mais pontudas do que nunca.

— Bem, mais ou menos. Se eles queriam me trair quando eu estava mais fraco, posso muito bem fazer com que me mostrem as suas cartas. É frustrante ter uma grande potência agindo tão altiva e poderosa por perto da capital. — Se eu não pudesse ao menos colocar a Catedral Orsent sob o meu domínio, nunca teria o real controle sobre a capital. De que adiantaria um regente se nem mesmo tivesse poder ali? — Mas eles não se mostraram abertamente rebeldes de imediato. Acho que seria difícil dizer qualquer coisa enquanto não se tratasse da terra deles. Ou talvez não achassem que era um bom momento para a guerra.

Na época, eu ainda não conseguia prever o que o arcebispo iria fazer. Então, me mostrei vulnerável a ataques. Deliberadamente posicionei minhas tropas em um lugar onde a Catedral Orsent poderia me pegar em um ataque de pinça.

Eliminar os aliados do ex-rei na periferia da capital ajudaria a garantir o meu poder, e caso se sentassem e esperassem, seria mais difícil para a Catedral Orsent resistir. Além disso, se continuassem a fazer nada para proteger suas cidades, perderiam a confiança dos outros, que junto com seus mercadores e artesãos poderiam se curvar a mim.

A Catedral Orsent levantou tropas contra mim no melhor momento possível para eles, então o arcebispo devia possuir uma boa cabeça para as estratégias militares. Mas isso não era tudo.

— Maldição, é uma aposta e tanto. Será ótimo se você vencer, mas se perder para os sacerdotes, toda a influência e poder que você acumulou podem entrar em colapso. Seu poder na capital ainda não está garantido, sabe.

Oda Nobunaga parecia chateado comigo. Foi você quem me disse para não confiar nos sacerdotes.

— Mesmo assim, não achei que você iria tão longe para provocá-los. Você tinha tempo para absorver um pouco mais da autoridade da capital. Poderia ao menos fingir que os respeitava.

Eu sou um guerreiro de coração, certo? Para ser sincero, acabei com tantas tropas que todas as vitórias vieram facilmente; foi chato. É mais interessante vencer lutas que parecem mais imediatistas. Qualquer forte cairia diante de um cerco com dez vezes o seu número. Mas nesses casos a qualidade do comandante não importa.

— Nesse ponto concordo plenamente com você. As batalhas em que arrisquei minha vida foram Okehazama e Kanegasaki e… bem, em outras também, mas não muitas.

Não estou preocupado. Afinal, sou Alsrod, não Oda Nobunaga.

— Pfah. De qualquer maneira, não acho que você vá me escutar neste momento. Só não se deixe ser morto. Não quero que sua campanha termine aqui, sabe.

Bem, eu também não. Ser regente não é exatamente o meu objetivo final.

— Estabeleça uma retaguarda contra os lordes do oeste e fuja o mais rápido que puder em direção à capital. Os sacerdotes não ousariam queimar a capital real.

— Muito bem, Noen, leve cinco mil homens para as cidades inimigas e convença todos a cooperarem. Mate qualquer um e arrase qualquer lugar que não o fizer.

— Ei! Por que você não está recuando?!

Meu objetivo oficial por aqui é limpar a área a oeste da capital. Assim que derrotar meus inimigos, farei um retorno “vitorioso” à capital.

— Sim, senhor! Serei minucioso! — respondeu Noen, animando-se.

Recentemente o seu entusiasmo havia diminuído, já que não teve nenhuma oportunidade de se exibir. Como ele, muitos dos meus homens desejavam mais a batalha do que a autoridade.

— Vou atacar por outra rota. Mostraremos que todos que me desafiarem morrerão, independentemente de ter a catedral como aliada ou não. Sinta-se à vontade para destruir algumas cidades para lhes ensinar uma lição enquanto cuida de tudo. Esta luta vai revelar quem é amigo e quem é inimigo.

Meus comandantes pareceram animados com as minhas ordens. Alguns deles estavam preocupados com o que aconteceria se perdêssemos, é claro. Mas muitos pareciam animados, como na véspera de um festival.

Em algum ponto ao longo do caminho, Laviala ficou muito animada. Ela já parecia estar louca para atirar algumas flechas. Tínhamos chegado até onde estávamos derrotando os inimigos à nossa frente, um por um. Éramos como uma flor que só poderia florescer na batalha. No final das contas, não teríamos chegado a lugar nenhum se não tivéssemos vencido nossas batalhas, não importa quais esquemas tramássemos.

— Vou lhe mostrar o que posso fazer com os arqueiros, Lorde Alsrod! Eu não gostaria de desperdiçar minhas habilidades ficando de fora da batalha.

— É claro. Agora vá buscar a cabeça do general deles. Mas apenas… — Fui até lá e a abracei, dando tapinhas de leve em suas costas — certifique-se de voltar viva. Você é mãe, sabe.

Com isso, a expressão de Laviala adquiriu uma incomum ternura. Devia ter pensado em sua filha, assim como um pai faria. Ela sempre fazia cara de corajosa enquanto trabalhava, mas eu sabia que ficava com a filha sempre que tinha tempo.

— Uma criança precisa de ambos os pais, — falei — especialmente as nossas. Ela inevitavelmente se envolverá em uma luta pelo poder.

— Sim, senhor. Vou garantir que ela e o filho de Seraphina sejam bem criados.

— E também quero que você tenha mais filhos.

— Lorde Alsrod, você não precisa dizer essas coisas aqui! — protestou ela, corando. Risos soaram dos comandantes que estavam logo atrás.

Sinto muito, Laviala. Piadas grosseiras são um velho truque para levantar o ânimo no campo de batalha. Você vai ter que me perdoar.

— Agora que você mencionou, também tenho um pedido para você, Lorde Alsrod. — Era bem típico da minha irmã de leite aparecer com uma réplica dessas. Seu papel como minha irmã havia desaparecido conforme eu cresci e me tornei mais poderoso, mas esse lado dela ainda aparecia de vez em quando. — Por favor, reserve mais tempo para passar com sua criança. Sei que você está extremamente ocupado, mas, por favor. Ultimamente ela tem me perguntado: “Onde está o Papai?” de tempos em tempos.

— Ah… Você vai trazer isso à tona logo agora… — Eu não estava totalmente inconsciente, apenas não pude deixar de priorizar o trabalho. — Se acabarmos com problemas aqui, todos podem acabar sem ter para onde retornar. Eu estava apenas cumprindo meu dever como regente…

— Se uma criança é criada apenas pela mãe, não dará ouvidos ao pai quando ficar mais velha. Não me culpe quando isso acontecer.

Mais gargalhadas soaram; agora eu também era uma vítima.

— Tudo bem, vou pensar nisso assim que essa guerra acabar.

— Por favor, faça isso. Não quebre a sua promessa, certo?

— Um regente nunca volta com a sua palavra. Afinal, ela algum dia terá que herdar o meu legado.

Depois que eu derrotar a catedral, as coisas devem se tornar um pouco mais fáceis. Provavelmente teríamos paz por cerca de três anos, imaginei. Teríamos problemas se não durasse tanto, já que eu queria subjugar o lado leste do reino antes que minhas crianças ficassem muito mais velhas, independentemente do que acontecesse com as forças do antigo rei. Quem poderia dizer o que aconteceria?

— Tudo bem, todo mundo vindo comigo, me dêem o seu melhor. Estamos saindo!

Em meio aos aplausos de todos, demos as costas à catedral e partimos para o oeste.

 

https://tsundoku.com.br

 

É claro que não esqueci de reunir informações sobre a Catedral Orsent. Recebi relatórios frequentes dos rappas enquanto estávamos em movimento. Como eu esperava, aqueles da catedral estavam criticando meu erro e planejando um ataque de pinça com os lordes que eu estava atacando. Hasse estava na capital, mas é claro que não poderiam se voltar contra ele, pois era eu que queriam derrubar.

Se as forças rebeldes ocupassem a capital por muito tempo, os moradores definitivamente começariam a reclamar, de acordo com a inevitabilidade histórica. Não teriam escolha a não ser subjugar a capital à força, oprimindo a liberdade do povo. Quando isso fosse longe demais, o povo ficaria ansioso para que os rebeldes fossem derrubados. Tornar os moradores locais em inimigos mudaria a maré da guerra dramaticamente contra eles. O arcebispo – Cammit, ou qualquer que fosse o seu nome – definitivamente sabia disso. Então só estava pensando em me derrotar.

Ainda assim, eles provavelmente não esperavam se livrar de mim com essa guerra. Se conseguissem bons termos de paz, ganhariam, e suas cidades aliadas ficariam felizes. O arcebispo provavelmente não esperava governar tudo. Ele só queria algum poder e bons benefícios.

Mas eu não faria as coisas tão pacificamente. Ao atacar as cidades da catedral rebelde, não lhes daria escolha a não ser lutar.

Em uma batalha total, sei que posso vencer.

— Seu completo idiota. Direi novamente. Você é ainda mais tolo do que eu quando era jovem.

Oda Nobunaga continuou a reclamar sem parar enquanto nós marchamos. E já que ele falou dentro da minha cabeça, foi especialmente irritante.

Você teve seus próprios problemas com grupos religiosos, certo? Ao contrário dos lordes locais, essas pessoas operam em uma lógica muito diferente. Eles são estranhamente ricos e unificados.

— Você dificilmente teria que me explicar isso! Os Ikkou-shuu eram um espinho nas minhas costas, um muito maior do que Takeda; eles até mataram meu irmão mais novo. Eles aparecem diante de você como uma frente unida. Lordes não têm o poder de fazer seus súditos irem para a batalha com tanta boa vontade. Eles não temem a morte, sabe. São loucos. A guerra é uma luta entre aqueles que temem a morte, mas essas pessoas violam essa lei.

O homem realmente entendia a situação. Meu inimigo era forte, e era por isso que eu atacaria primeiro.

Em nosso caminho estava uma cidade que não era grande o suficiente para ser chamada de cidade, cercada por um fosso de água. Estava em modo de defesa com as pontes de madeira todas levantadas, mas o fosso em si era estreito. Era praticamente uma vala.

— Certo, quem vai primeiro? Eles estão decididos a resistir, então não precisam mostrar nenhuma misericórdia.

— Deixe comigo! — Foi Dorbeau, capitão dos Cães Negros, que deu a resposta rápida. Ele era um lobisomem com inúmeras cicatrizes no rosto. Originalmente era um bandido da Prefeitura Brantaar, onde se tornou o líder de um bando de mercenários local. Esses mercenários começaram a me servir e se tornaram uma parte oficial do meu exército, então adicionei mais homens ao seu grupo e os transformei nos Cães Negros. Tudo isso os levou a ser uma parte relativamente independente das minhas tropas de guarda. Claro, não devem existir muitos motivos para me deixarem. — Em troca, gostaria que você nos deixasse saquear tudo o que pudermos. Tivemos que ser civilizados por tempo demais.

Ele tinha mais o jeito de um vilão do que de um soldado de verdade. Talvez isso fosse natural, dadas as suas origens.

— De fato. Você fez bem em se conter por tanto tempo. Sinta-se à vontade para ir à loucura. — Eu, pela primeira vez, queria ver do que esses caras eram capazes.

— Muitíssimo obrigado. Meus homens ficarão satisfeitos.

— Seus bastardos, não irão manchar a nossa dignidade, os guardas! — Leon Milcolaia, o capitão élfico das Águias Brancas, franziu a testa. Suas personalidades pareciam irremediavelmente incompatíveis. Leon provavelmente se dava melhor até com Orcus Bright dos Ursos Vermelhos. Orcus era audacioso, mas pelo menos sua humanidade ainda estava intacta.

— Eu sirvo apenas a Sua Excelência, não a você. Além disso, a batalha muitas vezes exige falta de dignidade.

— Seu desgraçado! Estávamos aqui antes de vocês chegarem! — Leon buscava batalhas mais elegantes, mas ele próprio poderia ficar bastante agitado.

— Deixe, Leon. Sempre quis que cada grupo de guardas tivesse personalidades diferentes. As Águias Brancas têm situações em que brilham e outras em que não. Isso é tudo.

— Entendido… Eu passei dos limites… — Leon cedeu.

— Tudo bem então, Cães Negros, Levem o inferno a eles.

Dorbeau prontamente se transformou em lobo, assim como os seus homens. Alguns deles lutaram ao lado de Dorbeau por muito tempo.

— Grrr… ruff! — Dorbeau soltou um rosnado. Os sons do lobo eram sua forma de se comunicar com os outros, mas eu não conseguia entender o que ele estava dizendo.

Os lobos cutucaram o fosso de água, pularam onde a trincheira interna parecia mais rasa e escalaram. Quando o inimigo tentou atacá-los com lanças, eles já estavam lá dentro. Alguns deles até pularam o fosso com um único salto. Na mesma hora ouvi vários gritos. Pessoas que não hesitavam em lutar eram poderosas.

— Parece um massacre. Todos do lado de fora esperem em frente às pontes. Na verdade, isso pode não ser necessário.

Assim que os Cães Negros avançaram, o fosso bloqueou a fuga das pessoas, condenando-as a um destino lamentável. Em pouco tempo as chamas subiram da cidade.

— Realmente são um bando rude, não são? — Laviala também teve dificuldades em ficar feliz com a dominação de nossos camaradas.

— Isso significa que terminaram de saquear ou não há nada que valha a pena levar. Então vão queimar tudo até o chão. Todo lugar que atacam fica preto, é por isso que os chamei de Cães Negros.

— Eu não gostaria de ficar contra eles.

— É importante ter pessoas assim como aliadas. Ferir o seu oponente faz parte da guerra.

No meio da batalha, residentes armados que perceberam que estavam sem opções cruzaram a trincheira e tentaram pular para o fosso. A cidade deve ter sofrido um verdadeiro banho de sangue. Claro, eu não tinha intenção de deixar que escapassem.

— Fogo! — ordenou Laviala aos arqueiros. Voando quase completamente reto, as flechas perfuraram inimigo após inimigo.

Elevar as pontes e esperar por nós tornou sua intenção de resistir inconfundível. Se tivéssemos os contornado, teriam nos atacado por trás.

— Laviala, não demonstre piedade. Sempre faço da primeira batalha um exemplo. Não há motivo para se sentir culpada.

— Não se preocupe, estou preparada para isso. Além disso, já matei muitos, então minha consciência nunca esteve limpa! — respondeu Laviala com bravura, e ela disparou mais flechas.

Com os ataques internos e externos, a batalha terminou em cerca de uma hora. Entretanto, de acordo com Dorbeau, a pequena cidade tinha muito pouco a saquear. Pegar pessoas como saque era uma opção, mas como não tínhamos tempo para arrastar prisioneiros, ele disse que mataram todos que encontraram.

— Estou feliz que tenha acabado tão rápido. Uma batalha longa resulta em mais problemas do que deveria.

— Velocidade sempre foi o meu forte, assim como o seu. Saqueie tudo que puder e mate-os, ou mate-os primeiro e depois saqueie… tanto faz. Dedicar algum tempo para encontrar a abordagem certa fará com que você acabe morto.

— Se você fosse um mercenário, com certeza teria os dedos leves.

Não sobrou praticamente nenhum sobrevivente. Minhas tropas cercaram o fosso, então não tinham para onde escapar. Aparentemente, a cidade se chamava Messe, mas esse nome, nesse dia, desapareceu do mapa.

Ordenei aos rappas que divulgassem o que havia acontecido pelas outras cidades inimigas. Elas teriam que se descabelar para ficar do lado da catedral ou do meu. Mas nem as cidades nem os lordes seriam capazes de abandonar a catedral tão rapidamente. Ainda assim, uma vez que queimasse mais uns dois ou três lugares, os outros começariam a se render.

— Tudo bem, vamos continuar nos movendo. Vamos pegar tudo à força e fazer pensarem que não há tempo para se defender. Vamos cuidar de tudo sem ficar para trás do grupo de Noen!

Depois de distribuir as recompensas que precisava, não perdi tempo fazendo minhas tropas marcharem. A maioria das cidades e castelos à nossa frente pretendia resistir. Eu as derrubaria uma a uma, me juntaria a Noen e completaria minha subjugação da região.

— Não tenho ideia de por que você faz tais apostas. Se tiver problemas para subjugá-los, os seguidores da catedral virão atrás de você. A julgar pela distância, se não terminar em dois dias, será tarde demais.

Se eu tiver dois dias, posso fazer dar certo. De qualquer forma, todos eles eram fracos, e se eu voltasse para o palácio real, seria atacado. Não queria nunca ficar na defensiva, já que isso encorajaria as forças inimigas.

A cerca de cinco mil jargs de distância da primeira cidade que destruí, capturei o castelo de um pequeno lorde em um ataque de força bruta. Coloquei Leon na frente dessa batalha. Depois de matar o clã do lorde, me apressei avante.

A próxima cidade não pegou em armas e me deixou passar.

As coisas estavam indo bem. Eu poderia fazer isso.

 

https://tsundoku.com.br

 

O que me esperava em seguida era uma fortaleza mantida pelas forças aliadas de dois clãs locais poderosos, os Salkais e os Friffaeds. Era o Castelo Salkai, lar de Keenda Salkai. Suas tropas somavam cerca de 1.500 homens. O forte era bastante grande e construído em madeira e pedra.

Achei que meu destino dependeria de conseguir capturá-lo. Claro, eu pretendia fazer exatamente isso, e com facilidade. Mostraria a eles o poder da profissão Oda Nobunaga.

— Vai ser difícil tomar isso à força — disse Kelara, que estava comigo nesta campanha, sem temer minha reação. Eu preferia isso a alguém que concordaria em atacar apenas porque eu queria. — Atrás deles há um penhasco íngreme, então só podemos atacar pela frente. A julgar pelo tamanho do forte, é sensato pensar que uma captura rápida seria difícil mesmo sob o fogo de flechas.

— Kelara, para começar, se eu fosse sensato não estaria atacando um lugar tão distante.

— Eu sei. Afinal, estou a seu serviço. — Kelara colocou a mão no peito e acenou com a cabeça. — Então eu acho que você precisará fazer algo extraordinário. Se isso não for possível, é melhor desistir.

— No final das contas, não existe nenhuma lei que diga que um regente não pode fazer algo extraordinário.

Lentamente, guiei meu cavalo de volta aos meus soldados.

— Todos, ouçam. Vou derrubar este forte em uma hora, começando agora. Vou mostrar a eles exatamente quem lidera este reino!

Eu não estava apenas tentando motivar os meus homens. Estava tentando me inspirar.

— Não estou aqui a meu serviço. Esta é uma luta pelo reino! Esses idiotas insolentes levarão a surra de suas vidas por se aliarem ao antigo rei e à catedral!

Liderando tropas na guerra, teria que manter a compostura e, ao mesmo tempo, levar os homens ao fervor. Caso contrário, nunca seriam soldados fortes.

— Deixe-me ouvir quem está pronto para colocar a vida em risco!

Um tremendo apoio surgiu deles, como a matilha de lobos mais selvagem que eu já ouvi.

Habilidade especial: Presença do Conquistador ativada.

Tem efeito quando reconhecido como um conquistador por muitos ao mesmo tempo. Todas as habilidades são triplicadas.

Além disso, todos os que colocam os olhos em você sentem admiração ou medo.

Habilidade especial: Orientação do Conquistador ativada.

A confiança e o foco dos aliados dobrarão. Além disso, suas habilidades ofensivas e defensivas melhoram em trinta por cento.

Agora, enquanto eu não deixasse de liderar meus homens, poderia vencer.

— Muito bem. Vamos traçar um plano. Generais, reúnam-se.

Em uma mansão da aldeia onde estávamos temporariamente acampados, falei sobre a estratégia.

— Laviala, você é uma Arqueira, certo?

— Sim! Se estou com você, não posso errar um único alvo!

— Quantos do seu regimento são Arqueiros?

— Conseguimos mais desde que chegamos à capital… ao menos trinta.

Isso seria suficiente.

— Entendido. Mate os arqueiros inimigos que estiverem atirando em nós. É difícil atirar de baixo para cima, mas com sua habilidade você consegue. Faça com que cada tiro acerte.

— Entendido. — O sorriso desapareceu do rosto de Laviala. Mas não foi por pessimismo – eu poderia dizer que uma chama fria estava queimando em seu coração.

— Enquanto isso, vou avançar e arrombar o forte. Se errar muitos tiros, morrerei. Minha vida está em suas mãos.

Laviala suspirou.

— Eu gostaria que você ficasse um pouco mais seguro, mas é assim que você é.

Ao lado dela, Kelara estava ouvindo em silêncio.

— Kelara, leve um regimento até a parte de trás do forte. Pode ser um penhasco, mas o inimigo precisa de uma rota de fuga. Alguns tentarão fugir quando atacarmos pela frente.

— Devo considerar que você quer todos eles mortos?

— Sim. Então a batalha terminará em nossa completa vitória.

Bem, hora de começar. Oda Nobunaga, deixe-me mostrar como eu tomo o poder.

Liderando minhas tropas especiais, parei ao pé da colina que levava ao forte. Os portões ficavam no topo, após uma longa série de curvas fechadas. Todas as curvas foram feitas para facilitar o disparo de flechas nos atacantes. No entanto, se podiam atirar em nós, logicamente o inverso também era possível.

Lembrei-me vividamente de quando fui ao Forte Nagraad por ordem de meu irmão. Na época, era o nosso forte que estava para cair, então não tive escolha a não ser arriscar minha vida expulsando o inimigo sozinho. Agora, comparado àquela vez, eu tinha muitos aliados. A dificuldade havia diminuído substancialmente.

— Certo, vamos lá! Mostrem a eles como o seu regente é aterrorizante! — Galopei colina acima em meu cavalo. — Sou eu, Alsrod Nayvil, regente do Reino de Therwil! Vim eliminar todos os que se opõem a mim!

Eu podia ver vagamente o semblante do inimigo caindo com minhas palavras. Claro, eles não perceberam que eu vim pessoalmente. Acreditar que está seguro é como estar em um navio que está afundando – que livro de tática militar disse isso mesmo?

Se o inimigo acreditasse que estar em um forte permitiria que resistissem por um tempo, eu alegremente destruiria essa ilusão.

Seus arqueiros prepararam os seus arcos.

Faça, Laviala. Faça isso para mim.

Um arqueiro que estava prestes a atirar foi atingido bem no rosto por uma flecha longa. Ele lentamente caiu para trás. Os soldados ao seu lado ficaram rígidos.

— Este é o poder dos arqueiros de Sua Excelência! Quem quer ser o próximo?

— Muito bem, Laviala!

Mais flechas foram disparadas. Nosso ataque nos deixou bastante descobertos, então alguns homens foram atingidos ainda em seus cavalos; entretanto, muito mais inimigos estavam sendo atingidos.

— Busquem mais arqueiros!

— Esta torre não tem arqueiros suficientes!

Vozes em pânico soaram do forte. Se não tivessem arqueiros, poderíamos facilmente chegar aos portões.

Enquanto tateavam ao redor, o primeiro de nossos homens alcançou os portões e os usuários de magia lançaram bolas de fogo para queimar o caminho aberto. Ao lado deles, os homens montaram escadas para invadir.

No momento, as habilidades especiais da minha profissão estavam dramaticamente fortalecendo os meus homens. Achei que se apenas quinze deles entrassem, nossa vitória estaria selada.

Enquanto eu me defendia e esperava, os portões foram abertos por dentro. Eu não tinha certeza se era por causa dos meus homens ou se meus inimigos estavam vindo para me matar, mas, de qualquer forma, era definitivamente uma grande oportunidade.

Foram minhas tropas que o abriram.

— Sua Excelência! Por favor, entre!

— Estamos prontos para você!

— É claro! — falei. — Não sou um político, mas sim um guerreiro; vejam por si mesmos! Todos, avancem! Destruam tudo o que puderem!

Uma avalanche de soldados caiu atrás de mim.

— Você conseguiu. Maldito sortudo. Acho que você poderia dizer que isso é parte do que o faz um conquistador.

Eu não estava exatamente deixando isso para a sorte, Oda Nobunaga. Estou apenas tentando adotar a melhor abordagem. Além disso, você não tinha profissões como a nossa em seu mundo.

Com um bom entendimento de minhas próprias habilidades e da moral de meus aliados, eu poderia fazer qualquer coisa dar certo.

A batalha em si acabou neste ponto. O castelo realmente iria cair dentro de uma hora. Agora era apenas uma questão de quanto eu poderia me exibir.

Os soldados com as lanças de três jarg avançaram todos de uma só vez sobre o inimigo. Seus ossos quebraram com um crack e eu os vi cair. Seus elmos tinham enormes amassados. Uma lança tão longa também era incrivelmente pesada. Bater em alguém era o suficiente para destruir o seu elmo. Elas eram até mesmo longas o bastante para atacar inimigos que deveriam estar fora do alcance de seus ataques.

— Muito bem, também tenho que participar disso.

Desembainhei minha espada (e ela era realmente muito extensa).

— Whooaa! Agora sim, essa sim é uma velha espada! — gritou Orcus com sua voz estrondosa. Pelo visto, ele estava lutando por perto. Selecionei pessoalmente os soldados mais talentosos para os Ursos Vermelhos, o que os distinguia de minhas outras tropas de guarda.

— Esta arma foi passada de regente para regente. Se chama Golpe da Justiça.

E, de fato, os inimigos do portador cairiam para provar a sua justiça.

— Huh. Estou surpreso por ainda continuar inteira após tantas trocas de regentes.

Enquanto falava, Orcus balançou sua lança de três jarg, mandando um inimigo pelos ares. Eles até mesmo voavam por três jargs e pousavam ao lado de seus amigos.

— Orcus, você é muito afiado. Você está certo; no começo sequer eu pude acreditar. Achei que já estaria destruída há muito tempo. Mas investiguei e descobri o que aconteceu. — Dei um tapinha na velha espada. Eu estava me acostumando mais rápido do que esperava.

— A maioria dos regentes na verdade não sai na linha de frente, certo? Os regentes de tempos de paz, especialmente, podem nem mesmo ter tido qualquer experiência no campo de batalha. Como resultado, ela foi deixada no armazém de outro regente na capital.

— Então você está dizendo que a espada está enfrentando a batalha pela primeira vez?

— Não, existem pequenas rachaduras na lâmina. Deve ter passado por algum uso nos tempos antigos. Mas acho que vai sentir o gosto de sangue pela primeira vez só agora! — Corri em direção à parte central do forte. — Orcus! Venha comigo! É a hora dos últimos ritos!

— Salkai e Friffaed são os lordes deste lugar, correto? Um regente, com certeza, dentre todas as pessoas, não deveria matar esses lordes egoístas? — Orcus correu sem perder o fôlego. O interior do forte era quase todo plano, tornando-o fácil de percorrer.

— Essa é uma forma de se pensar nisso. Mas se o próprio regente matar o governante do forte, isso definitivamente aumentará a moral, certo? Quero deixá-lo o mais alto possível para enfrentar a catedral.

Este era o confronto preliminar que conduziria a isso.

— Senhor. Pois bem, então vou me concentrar em te ajudar!

Segurando minha espada com as duas mãos, me lancei contra um soldado tentando bloquear o caminho, fazendo-o voar. Por trás, Orcus apunhalou sua lança no pescoço do homem.

— Sim, seria bom se isso tivesse um alcance um pouco maior, mas não é tão ruim.

Primeiro evitando os ataques de lança dos meus inimigos, diminuí a distância e balancei a minha espada. Após fazer isso, não tiveram como bloquear, então desabaram onde estavam. Mesmo que não tenham morrido, eu provavelmente usei força o suficiente para quebrar alguns ossos.

Balancei minha espada para cima e gritei:

— Ouçam bem, inimigos de Sua Majestade, o rei! Eu sou o regente, Alsrod Nayvil! Vou cortar suas cabeças e apresentá-las ao rei! Venham aqui se tiverem a coragem para lutar!

Os defensores pareciam estar boquiabertos. Provavelmente ainda não podiam acreditar que um regente tão impetuoso existia.

— Esta é uma velha espada passada entre os regentes. Mas eram todos covardes que nunca a usaram. Enquanto houver rebeldes impedindo a paz no reino, eu continuarei lutando!

Meus homens ovacionaram. Eu não disse isso para irritar o inimigo. Era para motivar os meus homens.

Alguns dos meus inimigos tinham algum culhão – houve uma unidade que saiu em minha direção, gritando: “Cortem a cabeça do regente!”

Olhei para Orcus, como um sinal para avançarmos juntos.

— Se eu morrer, quero que seja em batalha, sabe. É por isso que preciso ir a lugares como este. Obrigado por todos os bons negócios!

— Depois que voltarmos vivos, tire algum dia para aprender sobre a cerimônia do chá com Yanhaan.

— Ah, não, esse tipo de coisa não é para mim…

Ele parecia genuinamente enojado.

— Aaaaahhhhhh! Orcus Bright, capitão dos Ursos Vermelhos… é esse quem eu sou! — Orcus avançou, balançando sua lança de três jarg com força. Um grupo compactado de inimigos que começava a atacar se dispersou. Então os acertei com a Golpe de Justiça.

Em algum momento, os membros dos Ursos Vermelhos se reuniram ao meu redor.

— Protejam o regente!

— Protejam o capitão!

Eles avançaram e empurraram o inimigo para trás.

Eu calculei mal. O moral desses caras estava alto desde o começo. Na verdade, estavam gostando de colocar suas vidas em risco tanto quanto eu.

Ao longo do caminho, as pessoas gritaram que um membro do clã Friffaed havia sido morto.

— Ei! Certifiquem-se de deixar o General Keenda Salkai vivo! Ele é meu! — Assim que os avisei, passamos a render o forte com cada vez mais ímpeto.

A parte elevada com uma escadinha era a parte mais alta do forte, aparentemente servindo como uma fortaleza. O general comandante provavelmente estava lá. A densidade de inimigos meio que denunciava isso.

Nossos homens cercaram tudo. O moral geral do inimigo não estava tão bom, então alguns deles pareciam estar tentando fugir pelos fundos, mas o local que abrigava o general comandante parecia ser uma exceção. Estavam lutando bem o suficiente por lá – mas não é como se tivessem a habilidade para tal. Um constante fluxo de gritos soava.

Enquanto eu estava no confronto com os Ursos Vermelhos, um homem de meia-idade com uma armadura obviamente de alta qualidade apareceu.

— Você é Keenda Salkai, comandante do Castelo Salkai, não é?

O homem parecia desesperado. A descrença por ter sido invadido tão rapidamente estava estampada em seu rosto.

— Vejo que é. Pode ser um pouco tarde para eu dizer isso, mas ainda direi: Se eu pudesse lutar lutas sensatas, nunca teria me tornado regente nesta idade.

— Vou levá-lo para o inferno comigo, Sua Excelência!

Com os olhos arregalados, Keenda Salkai soltou uma espécie de grito ao se aproximar de mim com a sua espada. Bati a minha espada contra a dele com tanta força quanto pude.

A lâmina do meu inimigo voou pelo ar. Ao fazer isso, balancei minha arma e arranquei a cabeça de Keenda Salkai.

— Eu matei o traidor! Este forte já caiu!

Um rugido de alegria soou por toda parte. As forças inimigas perderiam a força para lutar. Eu ficaria impressionado se pudessem continuar.

Os soldados inimigos estavam fugindo pela parte de trás, oposta ao lado de onde atacamos. Pelo visto, realmente havia uma rota de fuga. Claro, as forças de Kelara estavam esperando por eles.

Meus generais se reuniram perto de mim. Laviala também retornou, com suor escorrendo pela testa.

— Muito bem, Lorde Alsrod! A palavra sobre o seu poder também chegará à capital! Tenho certeza de que todos perceberão o quão forte é o seu regente atual!

— Você parece pensar que já terminamos, mas ainda não acabou. Ainda tenho um trabalho específico para os arqueiros. — Só porque o inimigo havia perdido a vontade de lutar não significava que terminaríamos a batalha. — Posicione seus arqueiros do outro lado do forte. Mate qualquer um que tente voltar quando encontrar Kelara bloqueando a fuga. Desta vez você ficará no alto, então deve ter um bom campo de visão para atirar.

— Você é impiedoso, Lorde Alsrod. Vou me preparar agora mesmo.

— Claro, afinal, tenho que desencorajar qualquer um que se oponha a mim. Não quero fazer mais ataques após este.

Os soldados que tentaram fugir foram mortos pelas flechas de Kelara e caíram pela rota de fuga inclinada. O caminho era tão estreito que muitos não podiam voltar, e os que tentaram foram mortos pelos arqueiros de Laviala.

— Certo, não temos muito tempo para brincar. Precisamos nos encontrar com os homens de Noen.

Mais uma vez coloquei minhas tropas para marchar. Seria difícil, mas esta era a jornada de partida. A viagem para casa seria mais cansativa.

Eu queria ter certeza de que todos os presentes poderiam voltar para casa, na capital – mas, bem, quem poderia dizer como isso correria?

 


 

Tradução: Pimpolho

Revisão: ZhX

 

💖 Agradecimentos 💖

Agradecemos a todos que leram diretamente aqui no site da Tsun e em especial nossos apoiadores:

 

  • Decio
  • Exon
  • Nyan
  • Leonardo
  • Kovacevic
  • Another
  • Rafa
  • Tat
  • Raphael Conchal
  • Lyo
  • Morningstar
  • Bamu
  • Gabriel Felipe
  • Thiago Klinger
  • Diego
  • Enrig
  • Leonardooc
  • Rodemarck
  • Rublica
  • Cael
  • Khan Sey Jah

 

📃 Outras Informações 📃

Apoie a scan para que ela continue lançando conteúdo, comente, divulgue, acesse e leia as obras diretamente em nosso site.

Acessem nosso Discord, receberemos vocês de braços abertos.

Que tal conhecer um pouco mais da staff da Tsun? Clique aqui e tenha acesso às informações da equipe!

 

 

Tags: read novel Um Trabalho Misterioso Chamado Oda Nobunaga – Vol 02 – Cap. 06 – A Implacável Marcha ao Oeste, novel Um Trabalho Misterioso Chamado Oda Nobunaga – Vol 02 – Cap. 06 – A Implacável Marcha ao Oeste, read Um Trabalho Misterioso Chamado Oda Nobunaga – Vol 02 – Cap. 06 – A Implacável Marcha ao Oeste online, Um Trabalho Misterioso Chamado Oda Nobunaga – Vol 02 – Cap. 06 – A Implacável Marcha ao Oeste chapter, Um Trabalho Misterioso Chamado Oda Nobunaga – Vol 02 – Cap. 06 – A Implacável Marcha ao Oeste high quality, Um Trabalho Misterioso Chamado Oda Nobunaga – Vol 02 – Cap. 06 – A Implacável Marcha ao Oeste light novel, ,

Comentários

Vol 02 – Cap. 06