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Um Trabalho Misterioso Chamado Oda Nobunaga – Vol 01 – Cap. 13 – Instituindo o Príncipe Herdeiro

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Os homens não podiam presenciar o parto. Na hora do parto, a mulher cuidava de tudo. Portanto, enquanto orava para receber boas notícias, continuei meu trabalho. De certa forma, era conveniente que eu tivesse trabalho a fazer, pois não teria que ficar mais ansioso do que o necessário. Para ser honesto, eu estava mais preocupado com a saúde da mãe do que com a do bebê.

Em algum momento da noite, a dama de companhia de Seraphina veio correndo ao meu escritório. — O bebê nasceu! É um menino.

— Wow isso é ótimo! E a mãe?

— Sua esposa está um pouco cansada, mas isso é normal. Ela consegue segurar o bebe, pelo menos.

— Então está tudo perfeito! — Eu me levantei.

— Ah… sua esposa ainda está muito cansada, meu senhor, então vou ter que pedir que você espere um pouco mais… Às vezes, a condição de um recém-nascido pode mudar repentinamente também…

— Oh… entendo… muito bem. Por favor, cuide de ambos, então. — Aparentemente, a dama de companhia ficou um pouco surpresa com minha empolgação; ela provavelmente estava preocupada que um homem, não acostumado com bebês, pudesse deixá-lo cair. — Eu tenho muito trabalho a fazer, então irei visitá-los mais tarde. Diga-me quando Seraphina estiver pronta.

Pouco tempo depois, pude ver Seraphina. Ela estava deitada na cama cansada, como a dama de companhia disse.

— Eu consegui, querido.

— Você conseguiu. Agora não preciso me preocupar com um herdeiro. — Eu segurei sua mão.

— Ainda não sabemos se ele pode seguir os passos do pai, é claro. — Seraphina respondeu, sempre realista.

— Vou me certificar de que ele seja saudável. Sou o lorde de duas prefeituras, posso conseguir um bom médico na capital real.

— Não me refiro apenas à saúde dele. Você se tornará cada vez mais poderoso. Ainda não temos certeza se ele será capaz de suportar o peso de tanta responsabilidade. Quero dizer, o filho de Laviala pode ser mais inteligente, por exemplo. — Seraphina estava estranhamente equilibrada sobre tudo isso.

— Sempre pensei que uma mãe iria querer que seu filho fosse o herdeiro.

— Eu quero ser a esposa de um herói antes de tudo. Eu não gostaria de comprometer nosso país escolhendo o herdeiro errado.

— Estou feliz por ter uma esposa tão sábia como você. — Peguei o bebê em meus braços. — É difícil dizer se é menino ou menina, não é?

— Sempre é! — Ela riu.

O bebê olhou para mim, mas não parecia saber o que estava acontecendo. Isso era natural. Achei que ele fosse começar a chorar, mas manteve um olhar vago constante. — Um dia terei muitas terras que vocês nem saberão de onde vem o nome Nayvil. Isso pode ser daqui a quinze ou vinte anos, quem sabe, mas um dia será tudo seu.

Esse é o seu trabalho e seu destino.

— Querido, ele não entende nada do que você diz.

Claro. Eu sei disso. Só tive vontade de contar a ele.

— Todos os homens agem com brandura perto de seus filhos. Incluindo eu. Bebês sempre serão fofos, especialmente porque não falam mal.

Oda Nobunaga, você também acha ele fofo?

— O bebê de outra pessoa pode ser um macaco. No entanto… se este pequenino se provar útil em seu trabalho como conquistador, suponho que ele possa me entreter a longo prazo.

Vou… escolher acreditar que ele está me parabenizando.

Todo o meu domínio estava cheio de comemorações após o nascimento. Muitas pessoas vieram com entusiasmo para prestar homenagens, o que era muito para lidar, como sempre. Claro, havia outra coisa em minha mente.

Dois meses após o parto de Seraphina, o bebê de Laviala estava para nascer. Eu tinha ouvido falar que bebês de meio-elfos ficavam no útero por mais tempo do que os de humanos, então não havia nada de incomum nisso, mas…

— Parece que o bebê está nascendo antes do tempo, então a mãe está tendo alguns problemas… — uma das damas de companhia me informou. Isso me deixou uma pilha de nervos.

— Como Laviala está?

— Meu senhor, garanto-lhe que me certificarei de que Lady Laviala fique bem…

Fui a um templo em Maust, completamente diferente de mim, e rezei para que tudo desse bem. Em momentos como este, tudo o que um homem podia fazer era orar.

— Então você também tem um lado piedoso.

Quieto. Não preciso da opinião da minha profissão.

— Já pensei em pedir ajuda para os deuses em várias ocasiões. Mas, em última análise, os deuses são apenas muleta. No final das contas, as pessoas precisam forjar seu próprio destino. Mas quando se trata da saúde da mãe e de seu bebê, pouco se pode fazer. Ore com todas as suas forças. Devo me juntar a você.

Quem poderia imaginar que eu receberia apoio emocional do meu trabalho?

Eu me perguntei como o sacerdote reagiria se eu contasse a ele sobre isso. Ao meu lado estava Elnarta, o sacerdote que me conferiu a profissão de Oda Nobunaga. Eu o convoquei para Maust na época em que a conquistei. Em sua mente, provavelmente foram os deuses, não ele, que conferiram minha profissão, mas eu o queria comigo mesmo assim.

Enquanto eu orava para a estátua de uma divindade, alguém veio e ficou ao meu lado. Ficar ao lado do conde parecia altamente desrespeitoso para mim, mas logo percebi quem era essa pessoa.

— Seraphina, eu não sabia que você estaria aqui…

— Sim, eu não te disse, mas os deuses me concederam o trabalho de Santa, não faz sentido eu vir aqui?

Ela então se ajoelhou e começou a orar fervorosamente, dizendo palavras antigas aos deuses. Demonstrou sua educação especializada e educação culta. Fiquei mais uma vez impressionado com o quão angelical ela era. Seraphina era uma pessoa orgulhosa, mas sempre se esforçou.

Por fim, a oração de Seraphina chegou ao fim. Ela finalmente curvou a cabeça para a estátua.

— Querido, eu quero ser seu anjo da guarda, não, uma deusa.

— Estou realmente muito feliz em ter uma esposa como você. Se não estivéssemos no templo, te abraçaria com força.

A oração da Santa parecia ter sido ouvida. Ao retornar ao Castelo de Maust, uma dama de companhia trouxe a notícia do parto. — É uma menina!

— Como Laviala está? — Para mim, tendo perdido meus pais tão novo, Laviala era tão família quanto Altia.

A dama de companhia sorriu e respondeu: — Sim, Lady Laviala se saiu muito bem!

Fiquei profundamente aliviado. — Acho que estava mais ansioso com isso do que com batalha.

Anunciei uma redução de impostos em todo o domínio para o próximo ano. Eu queria conquistar os corações dos nagurrianos, então era o momento perfeito. Quando vi Laviala depois, nos abraçamos, chorando.

— Obrigado por ter me dado uma filha.

— Estou tão feliz por poder fazer isso por você…

Pouco depois de me tornar pai de dois bebês, fiz 21 anos. Provavelmente foi o ano mais agitado da minha vida, para alguém como eu do nada começar a controlar duas prefeituras. Ninguém teria acreditado nisso um ano atrás. Além do mais, logo depois que fiz 21 anos, mais uma vez, algo importante aconteceu politicamente. Descobrimos a localização do Lorde Hasse da família real, que então nos procurou no Castelo de Maust.

 

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Hasse parecia bastante desconfortável quando apareceu diante de mim. Embora ele fosse um pouco mais velho do que eu, aos 25 anos, ele parecia muito mais abatido.

O motivo era simples. Hasse não tinha títulos.

Na verdade, como primo do rei atual e filho do rei anterior, e considerando os precedentes do reino, ele poderia facilmente ter o título de duque ou um cargo de vice-rei. No entanto, o atual rei, Paffus VI, tratou Hasse como um criminoso e o despojou de seus títulos. No que dizia respeito a Hasse, Paffus VI queria assegurar o trono para sua própria linhagem, acabando com a de seu primo. É claro que Hasse não era um ingênuo que se permitiria ser morto após ser acusado de criminoso, mas viver como um nômade provavelmente o tornara um tanto subserviente. Há doze anos, o pai de Hasse, o rei anterior, Grandora III, foi forçado a deixar a capital durante um ataque de seu sobrinho Paffus. Assim, por doze anos inteiros, Hasse não teve escolha a não ser viver como um andarilho. Grandora III morreu de doença três anos depois de ser expulso da capital.

— Lorde Fordoneria, vim aqui ao ouvir que você me ofereceria seu apoio… Isso é verdade?

— Na verdade, eu gostaria de ouvir sua razão para duvidar de minhas intenções. Por que eu deveria tentar enganar vossa majestade, o príncipe herdeiro?

Usei deliberadamente o termo príncipe herdeiro.

— Príncipe herdeiro? Eu? — Hasse apontou para si mesmo com uma expressão perplexa.

— Sim, você. Pergunte a si mesmo: O Reino de Therwil já esteve em paz durante dez anos desde o início do reinado do rei atual? Só tem guerra e mais guerra em todo lugar. É um milagre que a capital não tenha sido totalmente queimada.

O país estava uma bagunça, e isso era um fato. Eu poderia apontar uma série de falhas. Claro, as coisas já estavam desastrosas quando Paffus VI assumiu o trono, então, embora ele provavelmente não fosse aceitar a culpa por tudo, como o monarca, ele não poderia evitar ser criticado.

Eu continuei: — Mesmo na capital, a luta pelo poder levou à substituição contínua do chanceler, assassinato de ministros do governo e algumas outras pessoas. Isso prova que todos que servem ao rei pensam apenas em si mesmos, não no povo. Se você fizer uma casa com materiais ruins, ela caíra. Vai ter que ser refeita. E então… — Eu olhei Hasse firmemente nos olhos. — Não existe outro rei, a não ser você. Para reconstruir o Reino de Therwil, peço que você assuma o trono. Eu, Alsrod Nayvil, estou preparado para dar minha vida para ver isso acontecer.

Eu podia ver uma luz nos olhos de Hasse. Sem dúvida, esse homem também sonhou em se tornar rei; acender a luz não foi difícil. Não importa o quão instável seja o trono, quase todo mundo gostaria de ser rei.

— Certo. Eu também acho o comportamento do atual rei extremamente insuportável. Eu me tornarei rei e restaurarei o Reino de Therwil à sua antiga glória!

— Esse é o espírito. Agora vamos espalhar que você é o príncipe herdeiro.

— O que você quer dizer, meu senhor?

— Se muitos lordes de outros reinos vierem homenageá-lo, todos deveriam ver sua majestade pelo que ela é.

— Entendi! — Os olhos de Hasse brilharam mais. Ele deve ter passado a maior parte de seus dias sem saber o que o amanhã traria. Se ele pudesse ter uma cerimônia unificando a nobreza sob ele, não era de se admirar que ficaria satisfeito.

— Primeiro, vamos escrever aos lordes em todos os lugares, pedindo que venham prestar homenagens. Também enviarei minha própria carta para eles.

Desnecessário dizer que se os lordes de outras terras se reunissem no Castelo de Maust, eles veriam minha majestade também. Se capturássemos a capital real, todos esperariam que eu pelo menos assumisse o cargo de regente. Claro, eu esperava alguns problemas na cerimônia.

Seraphina, por exemplo, parecia incerta. — Querido, eu entendo o que você quer fazer, realmente, eu entendo. Mas tente se colocar no lugar do meu pai. — Seu pai, meu sogro, Ayles Caltis, o Conde de Brantaar, estava expandindo seu território ao continuar a atacar o norte, enquanto era meu aliado. — Se ele vier ao Castelo de Maust para prestar homenagem a Lorde Hasse, as pessoas podem ver isso como uma reverência diante de você. Quero dizer, seu território é maior agora do que o dele, mas ainda…

— Verdade. Suponho que não seja uma boa ideia fazer isso com você, não é? — Claro, se um homem tão influente nesta região como Ayles viesse, mudaria completamente a impressão que alguém tinha de mim. Eu queria que ele viesse a todo custo.

— Você vai precisar de um excelente presente. Caso contrário, acho que ele vai dizer que está doente e decidir não vir.

— Certo. Vou dar um presente para ele, então. — Respondi claramente. E então eu prontamente enviei uma carta ao meu sogro.

No final das contas, Ayles aceitou meus termos.

 

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Cinco meses depois que Hasse veio ao Castelo de Maust, realizamos sua cerimônia, com os governantes de outras terras reunidos.

— Eu serei o próximo rei. Isso não pode ser negado.

Vários governantes foram ao Castelo de Maust naquele dia: o Lorde da Prefeitura de Olbia, casa do marido de minha irmã, Brando Naaham; o Lorde da Prefeitura de Icht, onde Hasse estava escondido; Ayles Caltis, governante da Prefeitura de Brantaar, também conhecida como Mineria; e outros. Não eram lordes de todo o reino. Ainda assim, Ayles e eu controlávamos três prefeituras entre nós dois, e se você considerar as prefeituras representadas pelos lordes que compareceram, eram quase dez. Em particular, muitos pequenos lordes, como os vizinhos da Prefeitura de Icht ou do território de Ayles, compareceram à cerimônia com medo de retaliação caso não comparecessem. Dessa forma, era fácil saber quem nos domínios vizinhos obedeceria e quem se oporia a mim. Eu era inegavelmente poderoso o suficiente para não ser ignorado como uma ameaça ao rei atual.

E então, meu presente foi dado a Ayles. — Ayles Caltis, para recompensar sua lealdade inabalável até agora, como príncipe herdeiro, concedo-lhe o título de marquês. Títulos de nobreza também devem ser dados a cada membro de seu clã. Além disso, estou nomeando você como governador-geral da pacificação do Oeste de Therwil. Que todos os rebeldes sejam mortos!

Ayles disse: “Estou muito grato por este presente” e aceitou o título. Sim, eu o coloquei em um posto mais alto do que eu. Eu tinha acabado de dar a ele uma justificativa ainda maior para levar a cabo guerras de invasão. Naturalmente, o reino não reconheceria tal coisa, mas como o rei era muito fraco para atacar tão longe, não fazia diferença. Liderando o príncipe herdeiro para o leste, eu levaria a luta até o rei.

 

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Como Ayles Caltis tinha ido ao Castelo de Maust, aproveitei a oportunidade para fazer uma reunião. Quando ele estava segurando o neto, seu rosto era o de um velho alegre, mas quando ele estava sozinho comigo, podia ver o homem cruel que eu sabia que ele era, mesmo quando não estava falando ou fazendo nada.

— Eu nunca esperei que você matasse os Rentrants tão cedo. Seu talento é realmente assustador.

— A julgar pelo terreno, decidi que passar direto pelo desfiladeiro mudaria as coisas a meu favor. Capturar os fortes foi uma aposta, mas como eles não estavam esperando, achei que daria bom.

— Sim, e isso é o que é tão assustador em você. — Um sorriso amargo cruzou o rosto de Ayles. Ele estava um pouco mais grisalho do que da última vez que nos encontramos. — Eu me considero um homem decidido. Até evitei rebelião antes, expurgando todos que eu achasse suspeito, até mesmo meus principais vassalos. Tenho muita confiança. Mas você é assustadoramente bom em guerrear… — A emoção primária por trás de seu sorriso amargo parecia ser medo real. — Exatamente como quando você defendeu o Forte Nagraad. Você mostra uma habilidade genial em batalhas. Caso contrário, seus projetos em Nagurry levariam pelo menos cinco anos. Você usou a guerra como uma arma para fazer um trabalho rápido em um piscar de olhos…

— Eu apenas ajo, acreditando que os deuses estão do meu lado. — tomei um gole do álcool sobre a mesa… — Um herói capaz de construir um país deve ter proteção divina desde o início. Se eles não fossem tão abençoados, tudo terminaria pela metade.

— Construindo um país, hein…? Isso pode não ser tão ridículo quanto parece… — Ayles soltou um suspiro. — Só peço que não tome as terras dos meus filhos e filhas. Eu amo meus outros filhos além de Seraphina.

— Vá em frente e continue expandindo, senhor, não vou interferir. Eu não trataria o pai de minha esposa com tanta frieza. Você tem minha palavra.

— Muito bem. — Ayles respondeu.

Assim, na realidade, estou acima de Ayles.

 

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A afirmação de Hasse de que ele era o príncipe herdeiro parecia ter causado um grande alvoroço na capital real. A dinastia real anunciou sua decisão de retirar os títulos e o território de todos os lordes que tinham vindo visitar Hasse, embora obviamente não tivesse o poder de fazer isso. Nenhum lorde ao meu redor poderia me desafiar cara a cara, então nem era uma ameaça. O governante Paffus VI havia sido destituído de sua patente quando se rebelou contra Grandora III em primeiro lugar. Em outras palavras, mesmo as ordens do rei tinham apenas um valor relativo neste ponto.

— … Com a linhagem real dividida em duas, mesmo as ordens do rei não têm sentido, não é? — Minha concubina Fleur comentou. Ela estava lendo a carta que viera ordenando que eu entregasse o príncipe herdeiro. Eu estava deitado no colo dela. Depois do grande trabalho de trazer Hasse e reunir os outros lordes, eu queria respirar.

— Claro que são. Os lordes que estão do lado ruim do rei podem mudar as coisas apoiando a oposição. Esse tipo de coisa tem acontecido repetidamente durante a Rebelião dos Cem Anos, então a autoridade do rei caiu ainda mais. Como se costuma dizer, você colhe o que planta.

— Os templos estão em frenesi também. Especialmente os templos que sempre tiveram o controle garantido de sua propriedade por meio da oração pela estabilidade da família real, aparentemente, eles não têm certeza se ficarão do seu lado ou não.

— Você realmente me ajudou a organizar as terras dos templos. Obrigado, Fleur. — Suas habilidades de negociação eram verdadeiramente notáveis, ela se encontrou com muitos sacerdotes do templo e resumiu a situação para mim em detalhes. Agora eu sabia muito bem quais templos eram meus aliados e quais eram meus inimigos. Assim, eu também sabia o que precisava proteger e quais não.

— Fico feliz em servi-lo.

Levantei e abracei Fleur. — Chega de formalidades. Você também é uma das minhas esposas. Me chame de querido, pelo menos.

— Muito obrigada, q-querido…

Seraphina e Laviala ainda estavam cansadas da maternidade. Visitei as duas independentemente, mas agora invariavelmente passava cada vez mais tempo no quarto de Fleur. No entanto, não se tratava apenas de indulgência. Fleur tinha um senso muito astuto para a política, o que se revelou extremamente útil. Eu precisava fazer planos concretos para invadir a capital.

— Pensando bem, um dos vassalos de Lorde Hasse é um indivíduo bastante capaz, que há muito trabalhou arduamente para garantir que Lorde Hasse e sua família pudessem viver confortavelmente. Eu também ouvi que este vassalo é um anão.

— Um anão? Ele tem um anão?

Fleur tinha uma maneira diferente de olhar as pessoas do que eu. Quando pensava em anões, só conseguia pensar em guerreiros barbudos, mesmo que não fossem todos assim. Entre eles tinha até designers de jardins famosos, especializados em arquitetura paisagística.

— Ah, e ela é uma mulher anã. Aparentemente, ela não é uma dama da corte, mas sim uma cavaleira que entrou a seu serviço. Acredito que o nome dela seja algo como Kelara Hilara.

— Anões têm os nomes mais estranhos. Mas eu entendi. Vou ver se consigo conhecê-la.

Para ser honesto, eu estava em dúvida. Não achei que houvesse alguém tão capaz entre os vassalos de Hasse. Se eles fossem habilidosos, certamente poderiam ter encontrado outra pessoa para servir. Talvez ele apenas preferisse esta cavaleira? Quando eu a chamei, ela não era nada do que eu esperava.

— Cheguei, meu senhor. Meu nome é Kelara Hilara, cavaleira guardiã de Lord Hasse. Eu venho de uma linha de cobradores de impostos de uma vila pobre no oeste. Quatro gerações atrás, viemos como soldados para a capital, onde fui criada junta de Lorde Hasse.

Tive a impressão de que muitas mulheres anãs eram pequenas, mas sua altura não era muito diferente da minha. Sua pele era do marrom escuro característico dos anões, e sua voz e maneirismos eram tão refinados quanto os de um jovem nobre.

— Ouvi dizer que você cuidava das cerimônias, seguindo os velhos costumes próprios da família real, mesmo quando Lorde Hasse vivia como um andarilho. — Respondi. — Posso perguntar sobre esses velhos costumes?

— Entendi. Bem, primeiro é a cerimônia do ano novo… — Kelara começou a descrever todas as cerimônias anuais sem perder o ritmo. O que foi chocante foi que ela não apenas memorizou a ordem das cerimônias, mas também falou sobre o que omitir e o que substituir, com base em seu conhecimento de onde as cerimônias vieram e precedentes anteriores. — … E então é etiqueta apropriada conceder uma espada ao vassalo, mas como sua história começa a cerca de cem anos atrás, tornei-a mais antiquada omitindo esse elemento. Proximo é…

— Não, é o suficiente. Já entendi.

— Droga, ela é brilhante! Kelara, hein… Eu gostaria de contratá-la. Nunca tive ninguém como ela em minha servidão antes.

— Dama Kelara Hilara, se possível, me sirva também. Até alguns anos atrás, eu era apenas um pequeno lorde rural, entende? Não sei muito sobre costumes antigos, então nem sei o que preciso seguir como um conde. Se eu passar vergonha, que seja, mas se eu não tomar cuidado, posso envergonhar o príncipe herdeiro.

Era bom pelo menos ser um pouco honesto sobre esse tipo de coisa. Eu estava chegando a uma posição em que não poderia mais ignorar as boas maneiras. Certamente não era uma vantagem ser considerado um caipira que só era bom em guerrear. Quando chegasse à capital, não conseguiria ganhar a confiança da aristocracia. Historicamente, senhores da guerra parecidos com bárbaros haviam tomado a capital várias vezes antes, mas porque eles não respeitaram os rituais, foram odiados pela aristocracia e lordes próximos, eventualmente levando à sua própria queda.

— Se você me aceitar, meu senhor. — Mesmo o menor de seus maneirismos me dava a impressão de uma guarda real. Ela também cheirava levemente a incenso, muito apropriado para uma guerreira.

— Não confio nela, embora não possa dizer exatamente por quê.

Oda Nobunaga parecia desdenhoso, não que eu pudesse ver seu rosto, é claro.

— Ela cheira a Mitsuhide. Ele também era bem-educado e inteligente, mas se voltou contra mim. Claro, Mitsuhide já era muito mais velho do que essa jovem.

Ah, então ela te lembra alguém que te traiu.

— Ele não apenas me traiu, mas também me matou em Honnouji.

Ho-no-ji? Isso é um lugar ou algo assim? Quer dizer, esse cara Oda Nobunaga parece ser do tipo que faz o que bem entende, então não é surpresa que ele tenha alguns traidores entre suas fileiras.

— Seja cuidadoso. Qualquer pessoa que domina os métodos antigos é um conservador. E os conservadores acabarão por entrar em conflito com um revolucionário como você.

Isso é mais ou menos certo, então terei que tomar cuidado. Alguém que nunca perde uma oração no templo certamente não vai recitar a dinastia real e tudo com ela precisa ser destruído e refeito.

— Agora, Kelara, eu vou te conceder uma terra. Não vou forçá-la a servir apenas a mim ou fazer qualquer outra exigência igualmente ridícula, então não se preocupe.

— Muito obrigada. — Kelara me agradeceu educadamente, mas ela não estava sorrindo. Para uma pessoa ter vários mestres não era impossível, então não era problema. Certamente seria ruim se ela fosse a amante do príncipe herdeiro. Eu também posso verificar isso para ter certeza. Seria tolice incorrer em sua má vontade por isso.

— A propósito, o príncipe herdeiro não terá ciúmes de seus serviços para mim, não é? Se vocês dois tiverem qualquer tipo de relacionamento íntimo, vou manter distância.

— Você não precisa se preocupar com essas coisas. O príncipe herdeiro não está interessado em anões. Desde o primeiro rei, dizem que os membros da família real estão proibidos de ter filhos com elfos ou anões.

— Entendo. Peço desculpas pela pergunta absurda.

Por enquanto, eu estava feliz por estar livre dessa preocupação. Depois, em meu tempo livre, aprendi sobre várias etiquetas e estudos acadêmicos de Kelara. Eu tinha certeza de que tinha pelo menos uma educação mínima, mas apenas uma condizente de um lorde rural. Kelara aparentemente teve a melhor educação da capital incutida nela desde tenra idade, e mesmo no exílio, ela estava perto de eruditos. Agora ela deve ter conhecimento suficiente para fazer seu nome como erudita. Claro, isso tudo estava no meu tempo livre. Meus planos de ataque também estavam progredindo constantemente.

 

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Eu primeiro estendi meu alcance para a província de Icht, localizada no interior, a leste. Icht não tinha lordes poderosos, e alguns dos lordes menores vieram prestar homenagens a Hasse, o que significa que eu poderia fazer uso da autoridade de Hasse. O problema eram os lordes que não tinham vindo se submeter a Hasse, eu teria que derrubá-los um por um. Por outro lado, também a leste, mas na costa, ficava a Prefeitura de Siala, cerca de dois terços da qual era controlada pelo clã Antoini.

Siala tinha um conde poderoso, mas não poderoso o suficiente para representar ameaça para mim. Além disso, havia outros viscondes poderosos e principalmente independentes na prefeitura. Tudo o que eu precisava fazer era interromper a união deles, e as coisas simplesmente se encaixariam.

Realizei a invasão da província de Icht com certa cautela. O motivo era que eu precisava de tempo para refazer com firmeza Nagurry como meu próprio território. Se meu território se expandisse muito rapidamente, os mecanismos de controle permaneceriam em um estado de caos. Pensando no futuro, fortaleci cada vez mais meu controle sobre as cidades portuárias. Ao colocá-las todas sob meu domínio direto, concentrei riqueza para mim. Com essa riqueza, aumentei o número de meus guardas para torná-los as tropas mais fortes. Durante mais ou menos um ano após Hasse se tornar formalmente príncipe herdeiro, coloquei quase toda a província de Icht sob meu controle. Aos vinte e dois anos, tornei-me lorde de três prefeituras. Estava mais perto de assumir o controle da capital.

Falei sozinho com Laviala sobre para onde enviar tropas no futuro. Não apenas isso…

— Acho que está na hora de voltar ao campo de batalha!

… mas Laviala tinha seus próprios desejos fervorosos. Na verdade, ela passou todo o ano passado cumprindo seu papel de mãe para nossa filha e ama de leite do filho de Seraphina. A própria Laviala sabia melhor do que ninguém que essas eram suas principais prioridades e, por isso, cumprira fielmente seus deveres conforme necessário.

Entretanto, sua verdadeira profissão era Arqueira. Aparentemente, ela nunca havia deixado de se considerar uma combatente.

— Eu nunca deixei de praticar meu arco e flecha. Tenho certeza de que posso ajudar no momento em que uma guerra estourar!

— Não é com suas habilidades que estou preocupado. É só que, quando se trata de guerra, você tem que ficar longe das crianças… — Não havia como justificar trazer crianças de um ano e alguns meses para o campo de batalha.

— Bem… eu teria que ter outra pessoa para cuidar delas, apenas por um tempo…

— Eu não posso dizer que estou feliz em levar minha própria esposa para o campo de batalha, mas essa é a sua natureza como guerreira… — Eu não tinha nenhum direito de impedi-la quando eu sempre voluntariamente me coloquei em perigo.

Só então, tive uma ideia. — Tudo bem, venha comigo na próxima guerra. Vai ser em Olbia. O inimigo nem é tão forte.

— Ah? Achei que você fosse abrir um caminho para a capital.

— Tenho certeza que vou atacar Siala eventualmente, mas primeiro vou colocar Brando Naaham em dívida comigo. Ouvi dizer que um grupo de lordes está tentando se aliar contra ele. — Depois de proteger meu flanco sul, atacaria o leste. — Além disso, gostaria de tentar usar a mulher anã Kelara como comandante.

Não tinha um bom momento para testar pessoas com habilidades desconhecidas quando todas as suas guerras eram criticamente importantes, então guerras sem inspiração como essa eram valiosas também. Brando Naaham também ficaria feliz, como um exemplo extremo, chegar com três ou quatro mil soldados seria bastante intimidante para o inimigo.

— Ah, aquela cavaleira erudita? — O olhar de Laviala ficou gelado. — Você talvez queira tomá-la como esposa? Uma mulher assim não é uma boa consorte, sabe.

— Ei, ei, eu não sou libertino… Além disso, também não posso ficar indo apenas para o seu quarto o tempo todo.

Eu estava me certificando de visitar os aposentos de Seraphina, Fleur e também de Laviala, para que não sentissem que eu estava negligenciando alguma delas. Claro, todas as três eram lindas, então não era como se eu odiasse essas visitas. Eu sabia de reis do passado que se comportaram mal ou se esquivaram de seus deveres porque passaram muito tempo com suas consortes. Eu estava tomando cuidado para não deixar nada disso acontecer.

— D-desculpe… eu entendo sua posição também. Lady Seraphina e eu escolhemos a Srta. Fleur porque pensamos que ela seria boa para você… Mas você deve se sentir solitário com tão poucas mulheres por perto…

— Não se preocupe, não tem nada acontecendo entre Kelara e eu. Só a estou usando porque ela é capaz.

— A propósito, ouvi dizer que Lady Altia também foi abençoada com uma criança. Uma garota, aparentemente.

Agora foi a minha vez de parecer aborrecido. — Eu juro, se eu tivesse nascido rei, eu a teria colocado em um convento com certeza…

— Você é tão egoísta quanto eu, Senhor Alsrod.

— Com licença? Eu acho que você precisa ser punida. — De repente, cheguei perto dela.

— Senhor Alsrod, eu disse que sou sensível aí… Ah, isso faz cócegas! Eu disse não! Ah-ha-ha! Ha-ha-ha!

Ah, eu sei bem disso. Já estamos juntos há muito tempo.

 

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Liderando 3.500 soldados, avancei para o sul. Eu não estava me juntando a Brando Naaham, em vez disso, iria atacar a confederação dos lordes no noroeste de Olbia para evitar que ele fosse pinçado. A área era montanhosa, assim como o resto de Olbia; táticas de guerrilha em um lugar como este seriam horríveis lutar contra.

— Kelara, estou lhe dando 300 homens. Dê o seu melhor.

— Entendido.

Vamos ver o que você pode fazer.

Os guardas reais normalmente não tinham experiência no comando de um grande número de tropas. No entanto, enquanto ela estava no meu acampamento, ela poderia ter que liderar alguns milhares em alguns casos. Eu queria ver se ela poderia lidar com isso. Laviala, por outro lado, foi para o campo assim que eu lhe dei permissão. Talvez por causa de seu sangue de elfo, aparentemente ela ficou mais motivada quando a luta aconteceu dentro de uma floresta. O inimigo não era tão forte assim, então imaginei que tudo ficaria bem.

Depois de um tempo, Kelara voltou, parecendo imperturbável. Ela estava tão calma que era quase como se não estivéssemos em um campo de batalha. Sua expressão era como se ela estivesse lendo um livro. Não era um olhar de comando também, tinha mais ares de serva do que de general. Claro, um tipo de homem da montanha incivilizado não seria realmente adequado para liderar um grande exército.

— Você voltou muito rápida. Não foi bem?

— Nós massacramos três generais inimigos.

— Uau! Isso é ótimo em tão pouco tempo!

Resultados, de fato.

Com a batalha ocorrendo em uma área montanhosa, era praticamente impossível destruir o inimigo completamente. Tendo isso em mente, era justo dizer que ela se saiu muito bem.

— A sua profissão é útil em batalha, por acaso? — Eu perguntei.

Se você pensar bem, já que ela era uma cavaleira, não seria inesperado para ela ter um trabalho como Esgrimista ou General.

— Não, eu não tenho tal talento especial. Tudo o que fiz foi usar o que considerava ser a melhor tática de acordo com os escritos de estratégia militar do passado e do presente. — Calma e serena como sempre.

— De certa forma, esse estilo de luta é perfeito para você. Você pode continuar?

— Sim. Eu farei tudo o que meu lorde mandar.

Eventualmente, Kelara matou mais cinco comandantes inimigos. Ela teve mais sucesso do que Laviala, que recentemente retornou à frente de batalha. Claro, Laviala era mais uma loba solitária, então era como comparar maçãs com laranjas.

Havíamos desferido um grande golpe nos lordes inimigos e quase sem nenhum dano ao nosso lado. Brando certamente ficaria grato. A operação foi um grande sucesso.

Eu consegui ver o que Kelara poderia fazer. Não era nada chamativo, mas sua capacidade de derrotar o inimigo com segurança valia a pena admirar. Se ela fosse tão boa, ela não cometeria nenhum grande erro se eu lhe desse um grande exército.

— Você se saiu muito bem. — Eu disse a Kelara enquanto cavalgávamos de volta de nossa vitória para o Castelo de Maust.

— É uma honra ouvi-lo dizer isso, meu senhor.

Falando nisso, eu esqueci de perguntar algo a ela: — Kelara, qual é a sua profissão?

— Na verdade… é um trabalho muito peculiar, muitas pessoas não acreditam em mim… — Kelara parecia um pouco sombria.

Portanto, até uma mulher como ela fica desconfortável às vezes. — Não vou questionar. Conte-me.

— Sim senhor. Não tenho certeza do seu significado, mas meu trabalho é ‘Akechi Mitsuhide’…

Meu coração acelerou. Eu tinha certeza de ter ouvido esse nome em algum lugar…

— Este velho conquistador estava certo sobre o dinheiro.

Ei, não se parabenize ainda.

— Alsrod, tenha cuidado. Esta mulher pode traí-lo. Afinal, o trabalho dela é Akechi Mitsuhide.

Eu, no entanto, realmente pensei que isso tornava as coisas interessantes. Este “Akechi Mitsuhide” ou o que quer que fosse meu para comandar. Ele era um dos principais vassalos de Oda Nobunaga, certo? Essa era a prova de que ele seria incrivelmente útil.

— Kelara, você pode ouvir… a voz de Akechi?

— Não, os trabalhos podem falar? E ainda, com este meu trabalho, acho mais fácil lembrar coisas sobre os costumes do antigo palácio. É como se eu pudesse lembrar naturalmente o que foi escrito e onde…

— Sim você está certa! Ouvir vozes seria totalmente ridículo, não é?

Parecia que seu trabalho era fundamentalmente diferente do meu Oda Nobunaga. Talvez fosse apenas relacionado às habilidades deste Akechi Mitsuhide a quem se referia?

— Suponho que apenas um homem do meu calibre pode ter autoconsciência como profissão.

Um trabalho que falava era certamente mais divertido. Quer dizer, duas cabeças pensam melhor do que uma e, mais do que tudo, era uma ótima maneira de passar o tempo.

Vamos logo para a capital, Oda Nobunaga.

— Claro. O trono é seu.

 


 

Tradução: Rlc

Revisão: Thun

 

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Vol 01 – Cap. 13