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Trono do Arcanista – Vol. 04 – Cap. 258 – Warren, o Jovem Mestre

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Vendo que sua suposição estava correta, Lucien sorriu com confiança.

— Há apenas trinta ou quarenta pessoas aqui em Refúgio do Leste qualificadas para serem chamadas de “grande homem”, então não é muito difícil adivinhar. E não há como você trabalhar para um dos nove lordes da cidade, ou não precisaria esconder o nome dele.

As armaduras de metal se batiam umas contra as outras na parte de trás do bar. Parecia que a câmara estava no subsolo, já que o chão do bar tremia levemente.

Vendo isso, os convidados começaram a sair do bar, não porque estivessem com medo ou nervosos, mas porque estavam realmente acostumados e não queriam se incomodar em fazer parte disso.

Lucien, com as mãos nos bolsos, também se dirigiu para a porta. No Refúgio Leste, inúmeras pessoas eram do Império Schachran, e Leo definitivamente não era sua única escolha. Além disso, Lucien não queria nenhum problema neste momento.

Vendo que Lucien também estava saindo, o homem caolho parecia um pouco confuso, mas era inteligente o suficiente para deixar Lucien em paz, já que o jovem havia mostrado do que era capaz. Em vez disso, se virou e correu em direção ao balcão do bar para impedir que o dono saísse e corresse para a câmara.

Se alguém sem antecedentes quisesse sobreviver aqui no Refúgio Leste, a pessoa deveria saber como ser paciente e tolerante, já que aqueles que não conseguiram acabaram se tornando comida para os animais selvagens da floresta, ou material para necromantes… Aqui, apenas a regra da espada e da magia funcionava.

Lucien caminhou em direção à porta casualmente, olhando para a briga entre o dono do bar e o homem sem o olho esquerdo. Seus manejos com a espada eram diretos e simples, que era o estilo típico de Schachran.

— Como vocês se atrevem a brigar em Taran! Os lordes da cidade farão vocês pagarem! — gritou o dono.

O dono do bar tinha o poder próximo ao de um verdadeiro cavaleiro, com a Bênção que recebeu de uma poção há muitos anos. Se fosse mais jovem, poderia ter vencido o homem rapidamente. No entanto, agora estava velho e a luta estava intensa.

Em Refúgio do Leste, se uma pessoa quisesse administrar um bar como Taran, ele ou ela precisaria obter o apoio dos grandes.

O homem caolho atacou o dono do bar, mas o avanço de sua espada foi interrompido pelo escudo do dono. Rapidamente, mudou a posição de sua espada para afastar a do adversário. Depois de um estrondo alto, os dois deram alguns passos para trás e, aproveitando a chance, o caolho zombou:

— O jovem mestre não gosta de Leo, e você o escondeu na câmara do seu bar! Leo irritou nosso jovem mestre, e até mesmo os lordes da cidade não podem falar muito quanto a isso!

Quando a maioria dos convidados no bar já havia saído, um estrondo enorme soou e o portão do bar foi quebrado em pedaços, seus restos se espalharam por todos os lados. Vários bêbados ficaram feridos e suas cabeças começaram a sangrar.

Lucien inclinou ligeiramente a cabeça e evitou perfeitamente um pedaço de madeira do portão quebrado. Através do portão quebrado, um bando entrou vestindo armaduras pretas do mesmo estilo que a que o homem de um olho estava usando. Um jovem com um charuto cinza na boca parecia o líder deles, já que não usava nenhuma armadura, assim como Lucien, estava com uma camisa branca estilo Holm, colete marrom, jaqueta longa e cartola. Era bem apessoado e seu nariz era grande e fino. Em geral, era um cara bonito, mas as sobrancelhas passavam um ar sombrio.

Dois homens estavam ao lado dele, um à esquerda e outro à direita. O da esquerda era baixo, e também estava se vestindo no estilo de Holm, enquanto o outro cara à direita era grande e musculoso.

O jovem olhou em volta para o corredor e casualmente pegou uma cadeira que estava perto da porta e sentou-se. Assim que estendeu a mão direita, uma linda garota loira se ajoelhou para abrir os botões da manga. Enquanto fazia isso, não tinha expressão facial no rosto, seu busto foi parcialmente revelado em seu vestido azul ao estilo de Tria.

— Sir Jarolim, por favor, vá buscar Leo. — disse o jovem ao homem baixo que estava ao lado dele com um sorriso. Finalmente, eles encontraram Leo, o cara que arruinou seu grande plano. Naquele momento, a raiva do jovem queimava.

— Sim, jovem mestre. — Jarolim respondeu em um tom claro.

Os sapatos de couro de Jarolim estavam brilhando. Dando um passo à frente, sua figura se transformou em uma sombra, correndo para o fundo do bar. Claramente, tinha o poder de um verdadeiro cavaleiro. Aquilo assustou os que restaram no bar, nervosas demais para se mover. Essas pessoas bloquearam o caminho de Lucien.

Quando Lucien finalmente chegou ao lado do portão, Jarolim já havia voltado, trazendo Leo pelo colarinho. Obviamente, o poder de Leo não estava nem perto do de Jarolim, sem mencionar o fato de que estava cercado por tantas pessoas.

Vendo que tinham pegado Leo, o dono do bar e o barman pararam de lutar contra os espadachins e começaram a pensar no que deveriam fazer a seguir.

Lucien deu uma olhada rápida em Leo por curiosidade, que ainda estava tentando sair do aperto de Jarolim. Embora estivesse apenas na meia-idade, mechas brancas já existiam no em seu cabelo preto. Seu rosto parecia magro, e seus olhos, que estavam bem fechados agora, cercados por rugas.

Jarolim o jogou no chão bem na frente do jovem, Warren.

O corpo de Leo estava coberto com uma camada de chama negra, que consumiu toda a sua força até o ponto em que não conseguia nem se levantar.

— Muito prazer em conhecê-lo, Sr. Leo. — Warren inclinou o corpo para frente e deu um tapa no rosto de Leo com a mão direita — Quer me dizer alguma coisa?

Os olhos azuis de Warren estavam cheios de violência.

Leo abriu os olhos com grande esforço, parecia que havia uma grande dor em seus olhos verdes, mas não havia arrependimento.

— Warren, acabei de lembrar a nobre senhora… Lembrei ela que você é um traficante! Você se atreve a dizer quantos seres humanos, elfos, anões e orcs vendeu para Schachran? Não posso deixar você fazer isso com ela!

Warren se recostou e sorriu. — Que cara legal você é, Sr. Leo.

Então chutou ferozmente o estômago de Leo, fazendo-o soltar um grunhido e se contorceu no chão.

Então Warren colocou o pé direito na frente da bela loira e a fez limpar seu sapato. Esfregou o queixo um pouco e disse: — Estou confuso, Leo. Por que você sempre quer entrar no meu caminho? Você nem conhece a garota. Você gosta dela?

Leo estava tossindo, tentou o seu melhor para responder: — Este é… meu princípio… Você não pode fazer isso… com ninguém.

— Olha só… Sr. Leo, você não é um homem com grande espírito de cavaleiro? — Warren pisou na cabeça de Leo, moendo-o contra o chão — Mas que pena… Você não é um cavaleiro de verdade. Só merece isso… Sua cabeça sendo pisada pelo pé de um cara mau, ha.

— Ah, esqueci a outra coisa que você merece… — Warren acrescentou — Deve haver uma razão pela qual toda a sua família foi morta, não é?

Aquilo realmente machucou Leo. A garganta dele emitia um som rouco, como o de uma fera selvagem em seus últimos momentos. Vendo isso, algumas outras pessoas presentes olharam com simpatia, por Leo, e também por si mesmas.

Warren olhou para o dono do bar.

— E você não fale nada. Esse cara tem me atrapalhado, e tenho que mostrar às pessoas como lido com caras como ele, ou elas se esquecerão de quem são.

O dono do bar não podia dizer nada.

Então, Warren disse a seus homens.

— Espanquem ele e depois cortem os membros. Pendurem o restante dele na moldura de madeira do portão da cidade e deixem os coiotes acabarem com ele à noite.

Enquanto falava, chutou Leo em direção ao homem caolho.

Assim que o capanga pegou Leo, ele e seus homens começaram a socá-lo ferozmente.

Naquele momento, alguém começou a bater o pé ritmicamente no chão, emitindo um barulho de batida na porta. Quando as pessoas no corredor pararam o que estavam fazendo e olharam para trás, um jovem se destacou e sorriu.

— Boa tarde a todos.

Todos ficaram confusos.

Embora Warren também estivesse confuso, perguntou cautelosamente.

— Eu te conheço? — Warren não era estúpido, apesar de que o poder de seu pai pudesse lidar com basicamente tudo para ele. Sabia que deveria ter cuidado com alguém que decidiu aparecer assim nesse tipo de situação.

Lucien apontou para Leo casualmente e, de repente, Leo flutuou no ar e veio ao lado de Lucien.

— Sr. Warren, preciso contratar Leo agora para minha missão. Vocês dois podem lidar com suas questões quando a missão terminar. — disse Lucien em tom claro, como se estivesse dando um comando.

O que Leo fez revelou que era uma pessoa íntegra e justa, e esse era o tipo de pessoa que Lucien precisava para sua viagem por Schachran, sem mencionar como se sentiria se Lucien salvasse sua vida.

Às vezes, as pessoas sentiam como se as qualidades de alguém honroso não valiam de nada, mas na verdade, poderiam salvar sua vida em algum momento.

 


 

Tradução: Vinícius

Revisão: Bravo

 

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