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Trono do Arcanista – Vol. 02 – Cap. 176 – Na Tempestade

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— Eu também não faço ideia, — disse Chely. — Mas Jacques, tenho certeza que meu pai está fazendo isso para o meu próprio bem. Você sabe que eu não tenho potencial para me tornar uma cavaleira, e essa também é a opinião do meu treinador. Eu não sou boa em administrar um negócio… Eu tentei me meter no banco da minha família e falhei… Meu irmão ficou muito chateado.

— Mas você é tão boa em outras coisas… — Jacques tentou encorajar seu amor. — A primeira vez que te vi, você estava sentada no pátio, lendo um livro… Eu não esquecerei aquela linda paisagem por toda a minha vida.

— Exceto pela minha paixão pela leitura, eu não tenho nada. Eu tentei música, ópera, pintura, esculturas…, mas nenhuma delas é a minha área, — disse Chely de forma deprimente, mas depois seu tom ficou mais alegre. — Você é diferente, meu amor. Você é tão versátil. Piano, pintura, canto, esgrima… tudo. Você é como o glorioso sol.

— Você, Chely, só você é tudo o que eu quero. Você não precisa aprender essas coisas tediosas. Você só precisa se casar comigo e eu te prometo uma vida adorável. — Jacques beijou a mão de Chely.

— Mas você ainda não é um cavaleiro… — respondeu Chely com tristeza. — Um nobre só pode se casar com outro nobre. E, além disso, Jacques, quero encontrar meu próprio lugar na minha vida. Quero desenvolver minhas habilidades para ser independente. Espero que você entenda, Jacques.

— Eu te entendo… — respondeu Jacques em voz baixa. — Mas…, mas como você iria encontrar sua independência em um convento de Holm? E se, quando eu finalmente despertar minha Bênção, você já estiver casada com outra pessoa? Espere… será que a verdadeira intenção do visconde ao lhe mandar para Holm não é fazer com que você se case com um nobre de lá?!

Isso fazia sentido completo para Jacques, já que essa aliança poderia trazer muitos benefícios para o visconde e até mesmo para a Igreja, que poderia construir um relacionamento com os conservadores do outro lado do estreito.

— Eu não sei… eu realmente não faço ideia … — murmurou Chely. — Meu pai… Ele nunca mencionou isso.

— Você pode esperar por mim mais três anos, Chely? — A voz de Jacques estava carregada de depressão. — Eu sei que seus pais amam muito você, e você os ama também. Mas você pode me dar três anos? Se eu ainda não for capaz de despertar minha Bênção em três anos, eu não sou bom o suficiente para você.

— Eu vou… eu lhe esperarei, Jacques. — Chely ficou profundamente comovida. — Por três anos, estarei esperando por você. E… e se esses três anos terminarem, se você não se importar… eu, ainda poderia ser sua amante.

Jacques recebeu Chely em seus braços.

— Chely…

Quando Anakin estava ouvindo a conversa mais “saliente” com grande interesse, seus ouvidos foram cobertos por Lucien.

— Isso é demais para você… — Lucien murmurou para ele.

Depois de uma conversa longa e clichê, Chely se recostou no ombro de Jacques.

— Quando tivermos uma chance, você pode tocar Para Silvia para mim?

— Claro. Eu vou tocar qualquer coisa que você goste, — respondeu Jacques.

Lucien sentiu-se um pouco sem graça, já que tinha a impressão de que Para Silvia era muito sinistra agora, baseado no que aconteceu entre Natasha e Silvia, embora não mais do que vinte pessoas soubessem disso.

— Eu tenho que ir agora. Meu pai pode estar procurando por mim, — disse Chely.

Então, os dois voltaram para o andar de cima.

Depois de um tempo, Lucien tirou as mãos que cobriam os ouvidos de Anakin.

— Sr. Evans, eu não sou mais uma criança… — reclamou Anakin.

— Isso foi… mesmo para mim, isso foi quase que demais, — respondeu Lucien a sério.

— Mas não chegava nem perto das óperas românticas… — Anakin inclinou ligeiramente a cabeça.

— É por isso que não gosto de óperas românticas, — disse Lucien diretamente.

Na cabine, Lucien estava estático, ouvindo os trovões rugindo e o som das ondas enormes batendo no navio protegido por muitos círculos de poder divino. Embora Lucien já estivesse bastante acostumado ao barulho, a tempestade naquele dia ainda era bastante intimidante.

De alguma forma, como um feiticeiro especializado em Astrologia, apesar da existência de sua Estrela do Destino e sua habilidade na adivinhação ainda não serem impressionantes, Lucien tinha um pressentimento muito ruim sobre aquilo tudo.

— O navio vai ser destruído pela tempestade? — murmurou Lucien para si mesmo, pois não podia deixar de pensar no pior dos casos. Não podia usar a Astrologia agora, já que a tempestade estava muito forte.

Esperava que seu palpite estivesse incorreto, como de costume, mas ainda ficou bastante alerta.

Enquanto Lucien estava refletindo, de repente, um trovão terrível ecoou, quase perdeu o equilíbrio com o balançar súbito do navio.

— Ondas? Ou…?

Lucien não fazia ideia. Então, outra pancada seca os atingiu, sacudindo o navio inteiro.

— O navio está sob ataque! —  Lucien imediatamente percebeu o que estava acontecendo com base em sua experiência anterior.

Os sons de estalos e ricochetes continuavam aparecendo, misturando-se com as fortes pancadas causadas por relâmpagos que atingiam os círculos de poder divino. Todos os aprendizes, apesar de se sentirem bastante enjoados, se reuniram em frente à cabine de Lucien, incluindo Oimos, que geralmente estava bastante calmo.

Neste momento, eles confiavam em um feiticeiro de verdade.

Lucien abriu a porta e pediu aos aprendizes para se acalmarem:

— Não importa quem esteja fazendo isso, eles não estão vindo atrás de nós. Deixem os cavaleiros e pastores cuidarem deles. Vamos ficar aqui e esperar.

Se nem mesmo o grão-cavaleiro no navio pudesse detê-los, Lucien e os aprendizes também não teriam chance. Os aprendizes se acalmaram um pouco, influenciados pela atitude de Lucien.

Alguma outra coisa atingiu o navio com uma pancada seca. Muitos aprendizes perderam o equilíbrio e caíram no chão. Algo estava estalando e rangendo do lado de fora.

As sobrancelhas de Lucien se franziram. Se perguntou se os círculos de poder divino seriam quebrados.

Então, uma grande onda quente foi sentida por seu poder espiritual. O calor era tão poderoso que nem os trovões e o raios puderam dominá-lo.

Lucien uma vez testemunhou o líder de um grupo de patrulheiros noturnos lutando, então ele era capaz de estimar aproximadamente o nível deste poder — este calor deveria vir de pelo menos uma magia divina de quinto círculo, o que significava que havia pelo menos um cardeal no navio!

Juntamente com o calor, uma força repentina e poderosa se juntou à luta, e o poder pareceu totalmente diferente da tempestade natural. Lucien tinha certeza de que era do Visconde Wright, já que a Bênção do nobre, Vendaval, era muito conhecida em Sturk.

Portanto, Lucien ficou um pouco mais aliviado. Um pastor e um grão-cavaleiro deveriam ser capazes de lidar com aquela situação.

Embora o som dos estalos tivesse desaparecido, Lucien e os aprendizes ouviram sons de luta no convés, junto com o de trovões, raios e ondas.

De repente, uma grande onda atingiu o lado do navio oposto a onde Lucien e os aprendizes estavam, e um dos círculos de poder divino foi finalmente destruído, junto com parte da parede lateral do navio.

Então, Lucien e os aprendizes viram a água ferozmente inundando as cabines quando as ondas rugiam, misturando-se com a espuma branca do oceano. Juntamente com a água, criaturas assustadoras que tinham cabeças de peixe e corpos humanoides também entraram. Seus corpos estavam cobertos com escamas prateadas, e os braços aparentemente finos e fracos seguravam tridentes pesados e assustadores.

— Kuo-toans! — Lucien ficou muito surpreso.

Embora esses kuo-toans fossem contra a Igreja, Lucien não entendia por qual razão eles atacariam a frota naquela situação.

Os rostos de todos os aprendizes empalideceram. Até mesmo Lucien começou a se sentir nervoso.

Lutar? E se os cavaleiros, pastores e marinheiros descessem depois e os encontrassem ali? Fugir? Mas eles estavam no meio do oceano naquele momento!

O que devo fazer?! — Lucien perguntou a si mesmo em sua mente.

 


 

Tradução: Vermillion

Revisão: Barão

QC: Bravo

 

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