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Trono do Arcanista – Vol. 02 – Cap. 137 – Estranhos como Companheiros

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— Um rouxinol estava cantando, com sua voz no ar flutuando…

O canto do bardo, embora permeasse aquela pequena cidade fronteiriça, era realmente muito bonito e encantador. Assim, quando Lucien veio se sentar do outro lado de sua mesa, a meio-elfa mais nova de cabelo castanho-claro ficou um pouco surpresa e endireitou as costas imediatamente.

Quando Lucien explicou sua intenção, a meio-elfa mais velha achou graça.

— Você quer nos contratar?

Suas mãos claras estavam batendo gentilmente na mesa de madeira no ritmo da melodia. Olhando Lucien sentado na frente dela, aquela mulher elegante também o julgou como um jovem nobre que tinha lido romances demais e estava agindo no impulso de explorar o continente.

— Sim, — Lucien assentiu calmamente. — Eu gostaria de ir para Korsor. Gostaria de saber se vocês três estão dispostos a ser meus guardas.

A mulher não respondeu Lucien diretamente, em vez disso, ela começou sua introdução:

— Eu sou Joanna, especialista em combate com espadas de duas mãos. Este é o meu marido, Simon, que usa espada e escudo. Nós dois temos a mesma força de um escudeiro de alto nível. Esta é minha irmã mais nova, Betty, uma arqueira bem treinada. Sua posição é um pouco menor do que a nossa, mas não por muito. Então, como você pode ver, meu distinto cliente, nosso preço não é barato, mas a nossa reputação é muito boa.

— Ouvi isso do proprietário já, — disse Lucien. — É por isso que eu vim diretamente até vocês.

— Hahaha! Hansen realmente faz uma boa propaganda de nós. — Joanna riu alto.

Lucien poderia dizer que um bando de aventureiros e mercenários nas proximidades pareceu um pouco irritado quando Joanna falou aquilo. No entanto, eles não podiam negar que os três eram guardas muito bons e o arranjo de sua equipe era muito razoável — dois para o corpo-a-corpo, e um para os ataques à distância.

— Joanna… Vamos pegar o trabalho! Eu estava querendo ir para Korsor mesmo. — Betty parecia muito animada. — Ouvi dizer que o talentoso músico chamado Burt vai realizar um concerto em Korsor por estes dias!

Joanna revirou os olhos para sua irmã mais nova. Betty simplesmente nunca sabia quando deveria falar e quando não devia. Betty mostrou a língua para Joanna por um segundo e, em seguida, fechou a boca com força. No entanto, seus olhos estavam olhando para Lucien, e suas orelhas pontudas vibravam ligeiramente.

— Quanto você quer, Joanna? — perguntou Lucien diretamente. Ele realmente não estava preocupado com o preço, uma vez que ele ainda tinha oitenta e cinco Thales com ele depois dos dois meses de viagem.

— Umm… — Joanna piscou os olhos um pouco enquanto ela estava pensando no preço.

— Um Nar para cada um de nós por dia. — Sorrindo, Simon representou sua esposa e declarou o preço a Lucien.

Olhando com indignação para seu marido, Joanna parecia um pouco injuriada.

— Simon! — ela reclamou. Aquele preço era bem menor do que o que ela tinha pensado.

— Nós não devemos cobrar mais do nosso cliente só porque ele é rico. — Simon sorriu para Joanna. — Isso afetaria a nossa reputação. Além disso, meu cliente, — Simon se virou para Lucien, — eu tenho algumas condições.

— Sim? — Lucien assentiu.

— Você precisa nos pagar todos os dias. — Simon fez uma pausa ligeira, olhou para Betty, e então continuou: — E dar o pagamento de Betty para mim. Ela não tem ideia de como economizar, e nós estamos poupando para ela visando seu futuro treinamento de cavaleira.

Em alguns dos países na parte centro-sul do continente, a formação de cavaleiro não era gratuita como era para os escudeiros selecionados em Aalto. Muitos nobres que lutavam contra dificuldades financeiras realmente estavam fazendo dinheiro com isso, dando instrução a aspirantes a cavaleiro, o que não era necessariamente ruim, vez que mais plebeus poderiam ter uma chance de se tornarem escudeiros ou até mesmo chegar a um status social mais elevado como cavaleiros.

Betty fez beicinho devido à sua insatisfação, mas não negou o que Simon havia dito.

— Sem problema, — concordou Lucien. — Vamos fechar o contrato, então.

Todos os aventureiros e mercenários registrados na Associação dos Aventureiros precisavam assinar um contrato com seus clientes. Entregando a Hansen sua própria identificação e documentos, Lucien deu uma olhada no conteúdo e, em seguida, assinou o contrato fornecido pelo dono da taverna.

— Obrigado, senhor. — Lucien educadamente acenou para Hansen.

No momento em que Hansen olhou para os documentos de Lucien, ele ficou muito surpreso, mas imediatamente escondeu o sentimento com uma expressão de indiferença em seu rosto.

— O prazer é meu, senhor Evans. — Hansen, em seguida, verificou cuidadosamente os documentos de Lucien. O fato de ter um músico famoso visitando sua taverna era definitivamente algo do que ele poderia se gabar no futuro na frente de seus convidados e descendentes.

Joanna recebeu os três Nars pagos antecipadamente e, em seguida, deixou sua impressão digital no papel.

— Você é muito generoso, senhor. — Joanna sorriu docemente. — Posso te chamar de Sr. Evans?

Em contraste, os três guardas de Lucien não estavam nada impressionados com a identidade de Lucien, já que nenhum deles sabia ler.

— Tudo bem. — Lucien assentiu ligeiramente.

— Outro Sr. Evans! — Betty sorriu. — Você sabe que há um músico talentoso, jovem e bonito em Aalto que também tem o sobrenome Evans! Ouvi dizer que ele está viajando por todo o continente pelo bem da música. Será que ele viria aqui para Djibouti?

— Vai sonhando! Um músico de renome visitando esta área remota e pobre? — Joanna disse diretamente a ela. —Basta ter os pés no chão e despertar a sua Bênção. Quando você se juntar aos Cavaleiros Violeta, todos nós poderemos nos mudar para Aalto.

Lucien riu.

— Como é que você sabe que este tal Sr. Evans é bonito, senhorita Betty?

— É o que todos os bardos dizem! — respondeu Betty alegremente.

***

Fora da taverna, quando Lucien estava prestes a entrar na carruagem, um homem jovem caminhou rapidamente em direção a ele.

— Espere! Por favor, aguarde! — O jovem estava acenando com a mão.

O homem, vestindo um conjunto branco, estava na faixa dos vinte anos. Ele tinha cabelos loiros, e em seu rosto ovalado havia um par de olhos azuis.

— Oi, Sr. Evans! Eu posso acompanhá-lo? — Ele sorriu. — Eu também estou indo para Korsor, e eu estou disposto a pagar um terço do salário dos guardas.

Não era a primeira vez que alguém queria se juntar a Lucien, e ele sempre foi muito cauteloso quanto a isso.

— Você não parece precisar economizar dinheiro. Por que você quer vir junto comigo? — perguntou Lucien diretamente.

Joanna, Simon e Betty não se importavam. Eles não ganhariam nada a mais em qualquer das hipóteses.

— Hansen me disse que você acabou de contratar os melhores guardas da taverna. — O jovem deu de ombros. — Quanto ao resto dos aventureiros e mercenários… para mim, eles pareciam mais ladrões do que guardas.

— Isso é realmente verdade. — Betty riu.

O jovem pegou sua identificação e documentos e os entregou a Lucien.

Associação dos Músicos… Burt Wise… — Lendo o documento silenciosamente, Lucien descobriu que o jovem era também um músico e, assim, ele baixou a guarda um pouco.

— Por que você está indo para Korsor, então? — Lucien, no entanto, sabia que cautela nunca era demais neste continente.

— Estou indo visitar a Associação dos Músicos de lá, — Burt respondeu, — para, hmm, para estudar.

— Tudo bem. — Lucien devolveu os documentos para ele. — Sr. Wise, bem-vindo. Nós somos companheiros de viagem agora. Uma coisa que eu preciso lembrá-lo é que eu sou meio que afetado por psicastenia, por isso, seria bom se o senhor fosse o mais silencioso possível. Eu preciso dormir.

— Com certeza. — Wise concordou.

— Você é um músico, Sr. Wise? — Betty, por outro lado, ficou animada.

— Eu ainda estou aprendendo. — Wise permaneceu bem humilde.

— Isso é ótimo! Você conhece Para Silvia? Como você se sente em relação a ela? — Os olhos de Betty estavam brilhando de emoção. Continuou falando e falando até que a carruagem estivesse pronta para partir.

Wise subiu na carruagem e sorriu para Lucien.

— Que menina animada. Na verdade, eu não sei muito sobre música, no final das contas.

— Nem eu. — Lucien também sorriu, e então fechou os olhos, pronto para começar a analisar suas estruturas mágicas.

No entanto, neste momento, um outro viajante pediu para se juntar a eles. Era uma senhora qualquer segurando um bebê nos braços.

— Prazer em conhecê-lo, Sr. Evans. Meu nome é Lena, e eu estou indo para a cidade chamada Nevoeiro, localizada entre Dente de Dragão e Korsor, — disse a senhora a Lucien suavemente. — Posso acompanhá-lo? Eu posso pagar minha própria despesa.

Vendo que a senhora estava com um bebê, Lucien concordou. A carruagem era bastante espaçosa de qualquer forma. Em seguida, a carruagem finalmente começou a se mover. Simon estava na frente, e a carruagem era acompanhada por Joanna e Betty, uma de cada lado.

Assim que eles deixaram a cidade, um homem baixo, porém robusto, os alcançou.

— Chris, por que está aqui? — perguntou Joanna, completamente alerta.

— Eu também vou voltar para Korsor! Só isso! — respondeu Chris em voz alta. — Quando vocês economizarem dinheiro suficiente, vocês podem mandar a Betty para treinar comigo para ser uma cavaleira. Você sabe, eu já treinei um cavaleiro antes!

Enquanto Chris estava se vangloriando, seus olhos estavam espiando a carruagem. No entanto, as pessoas dentro dela se mantiveram em silêncio.

Sob a luz do sol quente, a carruagem foi se dirigindo suavemente para Korsor, levantando um rastro de poeira atrás de si.

 


 

Tradução: Vermillion

Revisão: Barão

QC: Bravo

 

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