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Trono do Arcanista – Vol. 01 – Cap. 135 – A Vida não é só Magia

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Segurando o anel em sua mão, Lucien disse a Natasha sinceramente:

— Obrigado, Natasha. Sua mãe era um verdadeiro gênio. Espero que um dia eu também seja capaz de fazer uma contribuição como essa.

— Sim, ela era, e eu acredito que você vai ser também. — Olhando para longe, Natasha estava imersa na memória de sua mãe. — Quando minha mãe ganhou o prêmio, ela era apenas uma feiticeira de baixo nível, mas depois abandonou o melhor lugar para estudar magia e veio para esta cidade, uma cidade que era notória por sua maneira de tratar os feiticeiros e feiticeiras, tudo em nome do amor.

— Pelo grão-duque… A história de amor dos seus pais é provavelmente a história mais romântica neste continente. — Lucien sorriu.

— Minha mãe tinha plena consciência do que ela queria. — Natasha concordou. — Depois que ela tentou muitas vezes usar diferentes poções para despertar sua Bênção, mas falhou devido à sua saúde frágil, encontrou seu próprio caminho no mundo da magia, que combinava com ela perfeitamente.

— Cada pessoa tem o seu próprio valor. — Admirando cada vez mais a duquesa, Lucien perguntou por curiosidade: — Posso saber o que aconteceu com sua mãe?

— Eu já mencionei que a saúde de minha mãe era frágil, e ela não melhorou depois que minha mãe e meu pai se casaram. Seu corpo e alma tinham sido corroídos por muitos elementos mágicos ao longo dos anos, e quando meu irmão mais velho morreu em batalha, seu estado de saúde subitamente piorou e depois disso ela nunca conseguiu se recuperar.

— Fico triste em ouvir isso, Natasha. Acredito que no céu ela deve estar muito orgulhosa de ver sua filha se tornar uma cavaleira tão proeminente, — disse Lucien com sinceridade.

Natasha balançou ligeiramente a cabeça e sorriu.

— Você é um feiticeiro. Você realmente acredita na existência de um céu?

— …Não tenho certeza. — Lucien ficou mudo por um tempo antes de responder, uma vez que esta questão nunca lhe ocorreu.

— Eu me pergunto se, como uma feiticeira, minha mãe acreditava na existência do céu. — Natasha olhou para o alto. — Porém, eu sei que depois que se casou com o meu pai ainda esteve estudando magia em segredo.

— Mesmo? — Lucien ficou muito surpreso. — E a Igreja?

— Ela sentia muita falta de Holm, o país das maravilhas para se aprender magia, e meu pai a amava demais para proibir a minha mãe de fazer seus experimentos mágicos. Além disso, seu estado de saúde realmente não permitia que ela fizesse qualquer outra coisa que gostava. E a Igreja…

Ela colocou um sorriso ambíguo no rosto.

— Este anel deve significar muito para você, Natasha. — Sabendo que Natasha de alguma forma não poderia explicar a razão para ele, Lucien mudou de assunto, — Eu não sei se eu deveria aceitá-lo.

— Está tudo bem, Lucien. — Natasha também baixou a cabeça e olhou para o anel. — O objeto não é importante. O que é realmente importante é o meu amor por minha mãe. Estando o anel comigo ou não, o meu amor por ela é eterno.

Lucien assentiu e colocou o anel de volta em um dos bolsos de seu manto.

— A propósito, — Natasha lembrou ele, — não fique mostrando esse anel casualmente por aí. Às vezes, uma ajuda extra também pode lhe trazer problemas, como você bem sabe.

— Eu entendo, — respondeu Lucien sério. — O sangue de vampiro está afetando você agora? Deixe-me levá-la de volta para Aalto.

— Eu agradeço, mas, como você pode perceber… eu estou bem, por enquanto. — Natasha negou com as mãos. — É melhor você sair daqui o mais rápido possível. Membros da Igreja podem estar a caminho deste local agora.

— Então… Natasha… se cuida. — Lucien de repente percebeu que não fazia ideia de como dizer adeus, especialmente quando não tinha certeza se a veria outra vez.

Em contraste, Natasha permaneceu relativamente calma, e então ela lembrou de algo.

— Lucien, você pretende continuar usando sua identidade atual, Lucien Evans, o músico, depois de sair daqui?

— Eu posso? — Lucien estava muito surpreso. Ele estava pensando em mudar para outro nome quando chegasse a Holm, para não trazer problemas para as pessoas que ele conhecia em Aalto.

— Eu acredito que não haveria problema. Afinal, seu nome não é nada único, mesmo em Aalto. Só não diga às pessoas em Holm que você é um músico. — Natasha deu de ombros, — Eu sugiro que você continue publicando algumas músicas novas de vez em quando. Se você conseguir enviar algumas para mim, isso vai ser um bom disfarce para você.

— Eu vou dar o meu melhor. — Lucien também não queria desistir completamente de sua carreira na música mesmo depois de deixar Aalto.

Depois de concordar sobre como enviar as cartas, Lucien pegou o bracelete Manipulador do Fogo, a adaga Astenia, que antes era de Aaron, a adaga Ferraustera e também a espada Alerta, e deixou o mangual de três cabeças para Natasha, já que era desajeitado e grande demais para ele carregar.

— Eu vou cuidar de seus amigos. Não se preocupe, Lucien. — Natasha sorriu.

— Obrigado. Eu tenho muita sorte de tê-la como minha amiga, Natasha. — Lucien expressou seus sinceros agradecimentos e, em seguida, se virou.

— Lucien… — Natasha o chamou por trás.

— Sim? — Lucien virou a cabeça e olhou para ela.

— Lembre-se, a vida não é só magia. Você tem a música, e você tem amigos. — Natasha acenou com a mão.

— Eu vou manter isso em mente. — Lucien sorriu.

Depois de um tempo, quando Lucien tinha sumido completamente em meio à mata, o sorriso no rosto de Natasha desapareceu, e ela ordenou de forma séria:

— Se mostre. Você esteve escutando por um bom tempo.

— Como desejar, alteza. — Salvador, o líder dos patrulheiros noturnos, apareceu lentamente no céu e pousou na frente de Natasha. Aquele lenço branco ainda estava atado a sua mão.

— Por que você não agiu imediatamente? — perguntou Natasha diretamente.

— Aparentemente, você se importa muito com esse sujeito, alteza. Eu não teria qualquer chance de matá-lo na sua frente, embora, sim, eu quisesse muito… Este maldito Professor.

— Entendo, — disse Natasha friamente. — Então, por que você escolheu ficar? Você quer falar comigo?

— Sim, alteza. — Salvador explicou: — Eu tenho uma proposta para guardar este segredo para você, alteza.

—Hun? — Natasha estava quase achando graça. — Você não quer mais se vingar pelos patrulheiros noturnos que foram mortos? Pensei que você estivesse muito resoluto.

— Eu estava e ainda estou, — disse Salvador calmamente. — Mas eu não posso perder essa chance… a chance de subir para um status mais elevado na Igreja, e cooperar com a princesa. Eu já desisti de tantas coisas e agora eu estou andando na escuridão… tudo porque…

— Não interessada em ouvir sua ladainha. — Natasha o cortou diretamente.

— Tudo bem … — Salvador parou um pouco. — Vamos direto ao ponto. Para ser mais específico, eu quero—

Antes que a próxima palavra saísse da boca de Salvador, Natasha avançou e o atacou diretamente com sua espada, sem qualquer hesitação. No segundo seguinte, Salvador foi dividido em dois pelo movimento poderoso.

— Ninguém ousa me ameaçar, — disse Natasha friamente.

Não havia sangue saindo do corpo de Salvador. Seu corpo se dissolveu em pedaços pequenos brilhantes no ar. Antes de seu corpo desaparecer completamente, seu último resquício de consciência se transformou em sua voz:

— Cavaleira… radiante?

Depois de mais dez minutos, Camil apareceu do outro lado da floresta, carregando Wyon e Cacharel debaixo dos braços, ambos inconscientes.

— Natasha, você é uma cavaleira radiante agora! — Camil reconheceu a mudança de Natasha imediatamente. — Parece que essa luta amarga acabou por ser a sua grande chance de superar essa barreira. Parabéns, Natasha! Estou muito orgulhosa de você.

Natasha sorriu, mas de uma forma triste.

 

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Quando Natasha e Camil voltaram para Aalto, o sol já estava nascendo acima do horizonte. Depois de confortar o grão-duque, que esteve se torturando por sua preocupação e ansiedade durante a noite inteira, Natasha foi diretamente para a Catedral de Ouro.

Em um confessionário, Natasha encontrou Sard, que estava orando silenciosamente lá.

— Santo Cardeal, eu preciso me confessar, — disse Natasha em voz baixa.

— Deus está aqui. — Lentamente, Sard abriu os olhos.

— Eu matei um patrulheiro noturno… Eu matei o Sr. Salvador. — Natasha fez o sinal da cruz.

— Eu não vislumbro arrependimento em você. — Mesmo ao ouvir que o líder dos patrulheiros noturnos foi morto, Sard não demonstrou nenhuma emoção.

— Não sinto remorso. Esta foi a minha escolha, e eu estou disposto a aceitar a punição pela escolha que fiz, — respondeu Natasha, séria.

— Por que você o matou? — Sard perguntou.

Natasha não respondeu.

Sard se levantou lentamente. Comparado com o dia anterior, ele parecia muito mais velho.

— Eu vou reportar isso diretamente ao papa. Ele decidirá a punição pelo seu pecado. Você pode aguardar aqui, Natasha.

Depois de Sard sair, veias no rosto e nas mãos de Natasha começaram a inchar e arder. Seu belo rosto se contorceu sentindo uma dor enorme. No entanto, ela continuou ajoelhada no chão na frente da cruz, sem soltar um único gemido.

Em uma sala de estudos simples e bem iluminada, havia um senhor idoso de cabelos brancos sentado na frente de uma mesa.

Ele disse ao cardeal suavemente:

— Natasha confessou seu pecado, e Deus perdoa quem está disposto a se confessar. Natasha é honesta, e agora ela é uma cavaleira radiante. A punição não deve ser dura demais. Mande-a para o convento mais simples de Aalto por três anos.

— Sim, meu papa. — O cardeal se virou e lentamente saiu da sala.

O papa pegou uma pequena pilha de papéis na frente dele, nos quais havia um bando de frases parciais que na verdade não faziam sentido:

“Ele parecia estar bem com o meu discurso…”

“Ele sempre parece confuso…”

“Talvez ele tenha começado a vacilar agora…”

 

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Após as orientações para não ser rastreado, dadas por Natasha, Lucien voltou para Massawa por volta das nove da manhã. O sol já estava brilhando no alto.

Antes de entrar na pequena cidade, Lucien tirou todas as coisas dos bolsos e incendiou o seu manto negro de feiticeiro.

Lucien não viu Joshua e nem seu cocheiro por ali. Depois de falar com o proprietário do hotel, Lucien descobriu que todos eles fugiram por causa do caos que aconteceu em Bonn na noite anterior.

Fingindo um olhar de preocupação no rosto, Lucien estava realmente agradecendo aos céus em sua mente. Ele disse ao proprietário do hotel:

— Que pena. Eu terei que contratar outra carruagem e alguns guardas por conta própria. Você pode enviar uma mensagem para a associação dizendo que fui eu quem rescindiu o contrato com eles por motivos pessoais? Dessa forma, a associação não irá perturbá-los. Afinal, eu entendo o medo deles.

— Que cavalheiro compreensivo você é! — O proprietário do hotel tirou uma caneta e papel e elogiou Lucien. — E não vai ser muito difícil para você contratar algumas pessoas novas, senhor, já que muitos aventureiros e moradores de Bonn estão hospedados aqui na nossa cidade.

Depois de assinar seu nome na carta escrita pelo hotel, Lucien voltou para o seu quarto e começou a se preparar para sua nova jornada.

 

 

 

Pois bem, galera. Este é o fim do Volume I – A Cidade dos Salmos. Agora entraremos no Volume II – O Banquete da Morte. Já dá pra ter uma ideia de como a coisa vai ficar sinistra só pelo nome, não é? Eu gostaria de agradecer a todos aqueles que ajudaram neste projeto, em especial a Kris, que é a tradutora da versão em inglês e me ajuda nos termos em chinês.

 


 

Tradução: Vermillion

Revisão: Barão

QC: Bravo

 

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