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Trono do Arcanista – Cap. 38 – Dedilhado de Piano Moderno

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Levantando do sofá, Victor juntou as mãos, empolgado.

— Muito bem. O Sr. Rhine e o Sr. Shavell terminaram o aprimoramento do cravo alguns dias atrás. Nós vamos experimentar o novo cravo hoje! Todos vocês podem vir! Eu até sinto que não deveria mais chamá-lo de cravo, já que seu tom, alcance e seu volume são completamente diferentes agora. Para mim, é uma revolução nos instrumentos de cordas!

Ao ver a alegria no rosto de Victor, Lucien percebeu que ele estava muito satisfeito com a melhoria. Enquanto eles estavam se dirigindo ao andar de cima, Lott falou com seu professor, de forma lisonjeira:

— Sr. Victor, como criador do instrumento aprimorado, você pode dar à nova invenção um nome oficial.

— Sim. Rhine, Shavell e eu realmente discutimos sobre o nome antes. No entanto, nenhum de nós conseguiu encontrar um nome próprio para ele. — Victor olhou para Lucien com um sorriso suave no rosto, — Lucien, qual é a sua sugestão?

— Minha sugestão? — Lucien ficou um pouco surpreso.

— Claro, você teve uma participação significativa no aprimoramento. Gostaríamos de ouvir sua sugestão — disse Victor. — Bem… Rhine aprecia a sofisticação mecânica, então ele queria nomeá-lo de cravo mecânico. Vejamos… O Sr. Rhine é um talento na música, mas definitivamente não é bom em nomear um novo instrumento musical. Cravo mecânico não me parece nada bom.

— E no que você estava pensando, senhor? — Lucien perguntou.

— Um… Eu prefiro um nome novo. Este novo instrumento musical combina as características do cravo e do clavicórdio, e possui uma gama muito maior de tons em comparação com seus predecessores. Então eu pensei que o nome poderia ser… supercórdio!

— … — Incluindo Lucien, nenhum dos alunos presentes sabia o que dizer com relação a esse nome.

— Bem, e o nome pianoforte? — Lucien disse com incerteza.

— Pianoforte? É realmente um nome novo, mas soa um pouco estranho. — Victor esfregou o queixo com a mão, pensativo.

— Os sons produzidos pelo novo instrumento são uma extensão do que o clavicórdio pode fazer. — Lucien estava tentando fazer o nome estranho fazer sentido. Ele sabia que, no seu mundo, o primeiro piano feito pelo criador italiano Cristofori foi chamado de “pianoforte”. Em italiano, pianoforte significava “alto suave”. Lucien queria manter o nome, porque seria recompensador se ele pudesse tocar um instrumento neste mundo que era quase o mesmo que um piano na Terra.

— Pianoforte… Pianoforte… — Victor achou que o nome era bem interessante, — E quanto a “piano”?

Lucien ficou muito surpreso que Victor tivesse gostado do nome e inclusive sugerido o nome popularmente conhecido.

— Eu gosto do nome, piano. — Felícia concordou, o que ia ainda além das expectativas de Lucien. Foi a primeira vez que Felícia apoiou uma das ideias de Lucien. Um leve rubor apareceu em seu belo rosto, — Eu não sei por quê… Eu de alguma forma sinto que é o nome certo.

O Sr. Victor concordou, ligeiramente confuso com aquilo.

— Sim… Eu sinto o mesmo, Felícia. Piano… Parece que ele deve realmente ser chamado de piano… Estranho…

— Bem… É assim que eu me sinto também. — Lucien estava um pouco nervoso. Ele não entendeu por que tanto o Sr. Victor como a Felícia tinham um sentimento especial em relação ao nome. Mais que depressa ele mudou o tópico.

— Estou ouvindo alguém tocando música na sala de ensaios no andar de cima.

— Sim, o Sr. Rhine está aqui hoje. Não mencionei isso? — Victor respondeu com alegria.

O rosto de Felícia estava agora vermelho como um tomate maduro.

Rhine estava sentado na frente do “piano”, com seus cabelos prateados e o jeito encantador. Sem mover os ombros nem os braços, seus dedos estavam dançando nos teclados do piano, e uma linda musica estava fluindo do instrumento musical.

Eles se entregaram à alegria da canção. Ninguém fez um pio até Rhine terminar de tocar. Todos os alunos e o Sr. Victor começaram a aplaudir o incrível desempenho quando ele terminou.

— Sr. Rhine! Como um excelente violinista, é incrível que sua habilidade em tocar o clavicórdio também seja excelente. — Os olhos de Felícia estavam brilhando, — Sua performance foi tão boa quanto a da senhorita Silvia!

Levantando do banco, Rhine se curvou com a mão direita elegantemente posicionada no peito. Ele estava tentando tocar a mesma música no clavicórdio e no piano para ver a diferença. Ele se virou para Felícia e sorriu.

— Estou lisonjeado, Felícia. Mas nunca poderei competir com a Srta. Silvia. Foi ela quem compôs esta música, afinal.

A Srta. Silvia era a melhor em tocar o clavicórdio em Aalto. Como o clavicórdio era ideal para se tocar em um espaço relativamente pequeno, como em uma sala de estar ou mesmo em um quarto, a Srta. Silvia era frequentemente convidada pelas senhoras nobres para tocar em suas mansões. Dizia-se que a Srta. Silvia era uma amiga íntima da princesa Natasha e, assim, ela gozava de grande reputação na Associação.

Enquanto Rhine estava tocando, Lucien prestou mais atenção no movimento de seus dedos. Ao mesmo tempo, ele procurou em sua biblioteca espiritual e encontrou alguns livros úteis para servir de referência. De acordo com esses livros, a modificação de um instrumento musical foi a principal causa da mudança no dedilhado. O piano que estava ao lado deles tinha oitenta e oito teclas e pedais diferentes, já estando muito próximo do piano moderno da Terra. Assim, Lucien acreditava que o dedilhado moderno do piano deveria ser a melhor maneira de tocar.

Na terra, as pessoas costumavam tocar o clavicórdio com apenas três dedos de cada mão. Então, o famoso pianista, Bach, começou a usar seus polegares e mindinhos. Quando o piano ganhou popularidade, Chopin fez uma segunda revolução no dedilhado, tocando também as teclas pretas com o polegar e o dedo mindinho.

Quando Lucien estava revisando os livros modernos de dedilhado em sua mente, Victor contou a Rhine sobre o novo nome do instrumento. Eles descobriram que Rhine também adorou o nome.

— Venha aqui, Lucien. Sente-se diante do piano. Vou te mostrar o dedilhado básico — Victor disse para ele.

Lucien foi até o Sr. Victor com um pouco de empolgação. No entanto, assim que ele sentou no banco, ele sentiu que algo não estava certo. Era um pouco baixo demais para o piano.

— Sr. Victor, posso usar um banco mais alto? — perguntou Lucien.

— Por quê? Você não é muito mais baixo que o Sr. Rhine. A altura deve estar boa. — Victor ficou um pouco surpreso.

Estendendo os braços, Lucien tentou mostrar ao Sr. Victor:

— Mas se eu me sentasse num banco desta altura, eu só conseguiria usar meus dedos e pulsos. Se eu quiser usar meus braços e meus ombros, eu preciso de um banco mais alto, caso contrário seria muito estranho.

— Isso é porque você não deveria usar seus braços e ombros. Isso é muito grosseiro! — Victor estava bastante sério, — Esqueça o que você viu nos bares. Você viu como o Sr. Rhine tocou, não foi? Ele usou seus braços e ombros?

A reação de Victor estava dentro da expectativa de Lucien. O dedilhado do piano moderno era bastante difícil de ser aceito por muitos pianistas famosos antigamente. Em seus olhos, os pianistas que usavam o dedilhado moderno como Franz Liszt eram grosseiros. A maneira de balançar os braços e os ombros em sua mente parecia muito bárbara e era o mesmo que esmagar o piano.

— Sim, Lucien. Aqueles que tocam nos bares não são bem-educados. Eu sei… umm… você provavelmente cresceu nesse ambiente, mas agora você está aqui. É hora de você ver como é a música nobre agora. — Aproveitando a chance, Heródoto zombou das palavras de Lucien.

— Sr. Victor, o piano é um novo instrumento musical — Lucien explicou calmamente —, e eu sinto que a forma como um músico interpreta o instrumento deve depender das características dele. Como uma extensão do cravo, o piano é superior em volume e alcance. Com a força do braço e do ombro, sinto que suas características podem ser aproveitadas de uma maneira melhor.

Rhine deu um passo à frente e sorriu para Victor.

— Eu concordo com Lucien. Você se lembra da discussão sobre dedilhados há vários anos? Provavelmente podemos fazer a balança pender para esse lado com o piano.

Victor pensou por um tempo e finalmente disse.

— Tudo bem, talvez possamos dar uma chance. Mas Lucien, se mais tarde isso for considerado incorreto, levará muito tempo para esquecer os movimentos errados e começar de novo. Você tem certeza de que quer fazer isso?

Lucien concordou com a cabeça e olhou para o Sr. Victor com um olhar decidido. Nos olhos dos outros alunos, Lucien não era mais que um garoto arrogante tentando impressionar o Sr. Victor e o Sr. Rhine com essa escolha estúpida.

 


 

Tradução: Vermillion

Revisão: Barão

 

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