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Sobre Quando Reencarnei Como um Slime – Vol. 03 – Cap. 02.4 – A Invasão da Lorde Demônio

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Fui para a Caverna Selada junto com Kaijin.

— Você ficou bem depois de ontem? — perguntei a Gabil, que estava esperando por mim. Ele parecia bem para mim, mas um soco direto de uma Lorde Demônio poderia levar a todos os tipos de efeitos colaterais.

— Sem problemas, senhor! — respondeu ele com uma risada calorosa. — Estou extremamente confiante na resiliência do meu corpo!

Ele certamente agiu como sempre. Soltei um suspiro de alívio quando Vester cautelosamente foi até mim.

— A propósito, senhor Rimuru, também fiz o relatório para o Rei Gazel. Tudo bem?

Um relatório sobre Milim, era o que ele queria dizer. Pedi para mandar um no dia anterior, nosso pacto com Dwargon incluía a comunicação sobre o fornecimento de todo o apoio que pudéssemos se o perigo abatesse sobre um de nós, e isso definitivamente contava neste aspecto. Não havia muito que Dwargon pudesse fazer, realmente, mas seria educado pelo menos deixá-los saber e se prepararem para o pior.

— Sem problema. O cristal de comunicação funcionou bem?

— Sim, sim. Consegui me conectar ao Rei Gazel quase de imediato. Tudo que eu disse a ele foi que a Lorde Demônio Milim atacou e que você lidou com isso, Senhor Rimuru, mas foi o suficiente?

Poderia entender a preocupação de Vester. Esse relatório conciso provavelmente jogou o Reino dos Anões em caos, lutando para coletar todas as informações que pudesse. Vester provavelmente estava sendo inundado com pedidos de mais informações.

— Bem, conversamos sobre isso ontem à noite e ficou decidido que eu cuidaria de Milim. A única conclusão a que chegamos foi que, uh, realmente não há muito mais que possamos fazer. Não posso fazer nada além de avisá-los, mas achei que seria bom fazer isso, pelo menos. Se tiverem alguma ideia brilhante, adoraria ouvir.

— Sim, tenho certeza. A Lorde Demônio Milim é de uma classe além de todas as outras, pelo que entendi…

— Bastante — acrescentou Gabil —, a mais forte do mundo, até onde eu sei.

Huh. Famosa o suficiente para que até mesmo esses dois soubessem sobre ela? Hakuro mencionou que era a mais antiga e mais poderosa dos Lordes Demônios, então Gabil não poderia estar mentindo.

Mas talvez isso fosse uma coisa boa, dependendo de como olhasse para a situação. Se todo Lorde Demônio fosse um monstro, então de jeito nenhum eu iria manter minha promessa a Shizu e matar seu nêmesis. Milim, sendo uma força excepcional, significava que, ei, talvez eu tivesse meia chance de matar um Lorde Demônio comum. O pensamento iluminou um pouco o meu espírito.

Apesar da passividade de nossa abordagem, talvez tivéssemos mais sorte lidando com o resto deles. A respeito disso, ao menos, minha equipe concordou.

Mas não adiantava se preocupar o dia todo, eu teria tempo para pensar sobre a política dos Lordes Demônios mais tarde. Por enquanto, queria perguntar sobre a poção de cura.

— Então já fez seu relatório?

Gabil acenou com a cabeça, então começou a explicar seu status atual com Vester.

A poção de antes era aparentemente a mais nova que Vester havia produzido. Algo bem diferente das coisas que tentou fazer usando a tecnologia dos anões, como ele disse.

A poção que produzi dentro de mim foi o resultado de uma extração de 99 por cento de ervas hipokute. Bebendo ou borrifando, funcionava muito bem de qualquer maneira. Enquanto isso, os anões conseguiam gerenciar apenas 98 por cento de pureza, na melhor das hipóteses, e aquele único ponto percentual fazia uma grande diferença no desempenho.

O nome oficial do elixir mágico que criei era Poção Completa, que poderia curar totalmente qualquer tipo de ferimento ou doença, até mesmo reparar partes do corpo ausentes, como braços e pernas. Havia muitas maneiras de perdê-los neste mundo, fossem mordidos por um monstro ou explodidos por uma explosão mágica, e esta poção poderia reconstruí-los totalmente. Magia era a única palavra para isso.

De acordo com o Grande Sábio, tudo isso foi possível porque minha poção podia ler informações genéticas do corpo para regenerar membros, contanto que o sujeito não tivesse nascido assim, tudo seria curável.

O que a tecnologia dos anões poderia fazer, entretanto, era chamado de Poção Superior. Era uma mistura de primeira classe, capaz de curar até mesmo ferimentos graves, mas às vezes não conseguia restaurar totalmente certas feridas e definitivamente não conseguia regenerar partes do corpo perdidas. Eu tinha certeza que era porque a poção não era pura o suficiente para ler completamente todos os dados corporais necessários para isso. Podia lidar com a maioria dos ferimentos, mas não conseguia se elevar até a perfeição, essa era a diferença.

A hipokute que estávamos cultivando era da mesma qualidade que as plantas cultivadas naturalmente. A melhor que existe, em outras palavras. Portanto, qualquer diferença na qualidade das poções resultantes foi puramente o resultado de problemas de produção.

— Sabe, acho que uma Poção Superior seria boa o suficiente, na maioria das vezes… — disse Kaijin enquanto coçava a cabeça. Ele tinha razão. Aqui embaixo, nesta caverna, já haviam replicado o melhor que os anões podiam fazer em sua terra natal.

— Talvez… — respondeu Vester —, mas, ouça, Senhor Kaijin: quando um cientista percebe que há algo ainda melhor a ser alcançado, ele se recusa a fazer qualquer compromisso até que o alcance!

Uma vez que soube o que minha poção poderia fazer, ele quis fazer isso por si mesmo. O que levou ao que vimos anteriormente.

— A poção usada em mim ontem não foi inferior à poção do próprio Senhor Rimuru. Se posso ser tão presunçoso em dizer, sinto que desta vez tivemos sucesso. — Até mesmo Gabil estava confiante neste lote de remédios.

— Deixem-me avaliar — falei, executando Analisar e Avaliar no frasco que me foi apresentado.

 Entendido. Este medicamento é equivalente a uma Poção Completa.

 Oooh. Legal. Vester realmente conseguiu.

— Bom trabalho, Vester, esta é definitivamente uma Poção Completa, tudo certo.

— Hohhh! Eu consegui!!

— Excelente trabalho, Senhor Vester. Fico feliz em ter ajudado.

— Sim, nada mal, Vester. Sempre achei que você fosse o mais adequado para um trabalho de pesquisa como este.

Enquanto Vester estava quase dominado pela emoção, Gabil e Kaijin deram a ele suas bênçãos.

Cara, não achei que ele pudesse mesmo fazer isso.

— Não poderia ter feito isso sem as dicas que me deu, Senhor Rimuru — disse Vester, virando-se para mim. Nossa, eu realmente não fiz nada, foi tudo resultado de seus esforços, então não queria levar o crédito injustamente. Apenas dei a ele os meus pensamentos, isso é tudo. Não me parecia que o processo de trabalho de Vester fosse muito diferente da extração que fiz dentro do meu próprio corpo. As quantidades envolvidas diferiam um pouco, mas achei estranho que ele tenha conseguido muito mais sucesso em desempenho do que eu.

Meu raciocínio era de que tinha algo a ver com a forma como a poção reagia à atmosfera ao seu redor. O espaço de trabalho dentro do meu estômago era um vácuo completo, livre de impurezas e coisas do gênero, imaginei que isso me permitisse realizar a extração mais completa possível. Com o fato de que mesmo isso produziu apenas 99 por cento de pureza, considerei que o líquido resultante era altamente reativo a partículas no ar.

Expliquei isso a Vester e ele levou a sério, foi apenas uma ideia passageira da minha parte, mas ele acreditou em mim e realizou os experimentos relevantes e isso, acho, foi o que levou a esta Poção Completa diante de mim.

O que foi legal e tudo, mas, sabe, nem tudo foi ótimo.

— Aposto que isso poderia ser uma grande fonte de renda para Tempest se a vendêssemos, Kaijin. O que acha?

Ele pensou um pouco e balançou a cabeça.

— Ooh, isso pode ser difícil, chefe. No mínimo, esse material é bom demais. O nível de pureza é tão alto que não é algo que possa usar por capricho, sabe? Este tipo de qualidade, talvez algum aventureiro da classe heróica compre de vez em quando…

Vester murmurou em acordo:

— Bem verdade, eu temo. Estou feliz que isso resultou na melhor qualidade que você já encontrou, mas em termos de venda? Não tenho certeza se o mercado está preparado para isso.

Então, para que diabos estávamos fazendo isso? Me impedi de intervir, mas, pensando bem, talvez eu estivesse errado o tempo todo, achei que poderíamos fazer essa poção como o produto principal da cidade, mas Vester e Gabil a estavam imaginando mais como uma poção de último recurso, por assim dizer.

— Ainda assim, Senhor Rimuru, não há tantos médicos formados no Reino dos Anões. Existem alquimistas capazes de misturar compostos, mas é raro alguém ganhar a vida vendendo Poções Superiores. O remédio que você vê nos mercados são, na verdade, Poções Inferiores, feitas diluindo-se Poções Superiores com água. Mas nas lojas chamam apenas de poções. Assim…

Vester provavelmente notou minha decepção. Ouvindo-o, era bastante simples: hipokute naturalmente crescida era uma coisa rara de se encontrar. Quase nunca a veria comprada ou vendida no mercado. Havia alguns botânicos benevolentes que cultivavam por conta própria, mas mesmo eles só podiam colher uma pequena quantidade. Nessa linha, nosso projeto de produção em massa era um conceito totalmente estranho. É por isso que mesmo a poção diluída era considerada uma raridade.

Em vez disso, Vester sugeriu o seguinte:

— Talvez pudéssemos negociar com o Rei Gazel para que aceitassem a entrega de Poções Inferiores nossas para venda lá? Imagino que ele gostaria que nós aceitássemos aqueles poucos fabricantes de remédios que trabalham no Reino dos Anões em troca, mas…

— Sim, isso pode realmente funcionar, chefe. Se eles deixarem a preparação e venda de poções para nós, podem simplesmente comprar o que precisarem para seus próprios fins. Isso pode ser responsável por grande parte do motivo por trás de sua solicitação de compartilhamento de tecnologia, na verdade.

Kaijin tinha razão, mas estava bom para mim. Ele e Vester começaram a conversar entre si, tentando descobrir a melhor forma de convencer Gazel da ideia. Era difícil acreditar que brigaram não muito tempo atrás, dado o quão bem estavam se relacionando. Eles deviam concordar em muitas coisas, lá no fundo. Isso era bom, pensei.

Aparentemente, uma Poção Completa poderia ser diluída em cem Poções Inferiores. Se essa ideia ganhasse fôlego, poderia ser uma fonte de renda bastante lucrativa, mas não há muita necessidade de pressa. Eu não queria prejudicar nenhum dos interesses investidos do Reino dos Anões. Teríamos que resolver as coisas para que ambos pudéssemos nos beneficiar com o negócio.

Portanto, decidi deixar o assunto de lado por enquanto e me despedi da reunião.

 

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Nosso bate-papo amigável fez com que eu ficasse mais tempo do que o previsto. Passava um pouco da tarde, mas tinha certeza de que as goblinas da oficina estavam fazendo sua magia de vestir bonecas em Milim, então achei melhor buscá-la. As refeições em Tempest eram distribuídas pela manhã e à noite, mas se estivesse disposta a isso, pretendia dar algo a ela no meio tempo.

No momento em que saí do círculo mágico, a briga começou.

Houveram gritos, berros e uma grande coluna de fogo vinda de um terreno perto do centro da cidade que ainda não havia sido edificado. Era uma cena de aparência bastante sórdida. Não houveram danos, felizmente, e nenhum trabalhador nas proximidades foi pego por nada.

Soei, percebendo que eu estava lá, aproximou-se de mim.

— O que aconteceu?

— Bem…

Ele me deu um rápido resumo, embora, depois que cheguei ao local, tenha achado fácil descobrir por mim mesmo. Enquanto estava indo para a caverna, a cidade recebeu outro visitante, um que estava furioso com Milim.

Fui guiado até o centro, onde encontrei Shuna, Shion, Benimaru, Hakuro e Rigurd com alguns outros hobgoblins. Rigurd tinha um hematoma enorme no rosto; alguém devia ter batido nele.

— O que foi, Rigurd? Você está bem?

— Ah, Senhor Rimuru! Isso não é nada para mim!

Isso foi apenas atuação; o dano era obviamente bastante sério. Entreguei a ele um pouco de poção e me virei para onde todos os outros estavam olhando.

— Será que foi ele te bateu?

— Sim, meu senhor…?

Não precisava verificar, mas ainda fiz isso. Havia um nascido da magia de cabelos escuros no chão, aparentemente atingido por Milim. Seu rosto estava contorcido de dor, sua língua saindo da boca manchada de sangue. Ele parecia vivo, mas incapacitado, os olhos revirando no crânio. Em torno dele estava sua comitiva de subordinados, congelados e muito abalados por esse estado de coisas para saber o que fazer.

O nascido da magia caído estava vestindo uma roupa de aparência chique, tingida de preto e uma armadura de aparência bastante cara.

De acordo com o relatório de Soei, ele disse que estava trabalhando para o Lorde Demônio Carillon, e Soei correu para o local depois que o intruso disparou sua rede de alerta, apenas para encontrar este nascido da magia e seu grupo caindo dos céus no terreno baldio.

Rigurd lidou com eles primeiro, já que eu estava fora e as coisas começaram a esquentar muito rapidamente. Antes que Soei pudesse entender a situação e me contar, já estava tudo feito.

— Peço desculpas por não ter informado você antes — disse ele, mas não pude encontrar muitas falhas em sua conduta.

Primeiro, os nascidos da magia começaram fazendo um tour autoguiado pela cidade, andando por aí como aspirantes a conquistadores. Foi então que Rigurd apareceu e o nascido da magia lhe disse:

— Eu sou Phobio! A Presa do Leopardo Negro! Um dos Três Licantropos de Lorde Carillon e o mais forte de todos na Aliança Guerreira do Mestre das Feras! Que cidade bonita, verdadeiramente digna de cair sob o domínio do próprio Mestre das Feras, não concorda?

— Só pode está brincando… — Isso foi tudo o que Rigurd conseguiu dizer antes de levar um soco, sem mais comentários. O visitante não usou todas as suas forças, mantendo a lesão apenas grave, em vez de crítica. Soei o considerou um formidavelmente forte nascido da magia e, como ele disse, um ataque com força total poderia ter matado Rigurd na hora. É meio difícil de imaginar, dado o quão congelado e indefeso ele estava no momento, mas, ainda assim.

Por que ele estava no chão? Simples.

Percebendo a presença da Presa do Leopardo Negro Phobio, ou o que quer que seja, Milim voou, viu que Rigurd estava caído e ficou com raiva. Phobio respondeu às pressas com uma habilidade que chamou de Corte Explosivo da Presa da Pantera, embora ninguém soubesse o que deveria ser, já que parece que a força de vontade de Milim o desviou e o lançou para o céu.

Esse foi o pilar de chamas que eu vi, e as consequências disso chamuscaram o vestido fofo que ela tinha acabado de colocar. Incapaz de conter sua raiva, Milim cravou o punho na barriga de Phobio, o que nos leva à cena atual diante de mim.

E agora…?

— Ah, Rimuru! Este maluco estava agindo como se fosse o chefão por aqui, então o coloquei de volta em seu lugar!

Milim me notou, ela estava evidentemente orgulhosa de si mesma. Buscando elogios. Deveria morder a isca? Ele começou, sim, mas não queria provocar um conflito com outro Lorde Demônio, ainda mais tão cedo. Nunca tinha ouvido o nome Carillon antes, e não tinha ideia de que tipo de força ele tinha. Contudo, acabamos surrando um de seus homens e não podíamos dizer que não estávamos mais envolvidos.

Fala sério, tiro os olhos dela por um momento e olha todas essas dores de cabeça que ela me dá.

— Você não me prometeu que não causaria uma confusão sem minha permissão?

— Geh?! Hm, eu, erm… Isso, isso é diferente! Ele não é desta cidade, então está tudo bem! Isso!

— Não, não está! Ainda assim, você ajudou a manter Rigurd seguro. Vamos apenas dizer que sem almoço para você hoje, e esqueceremos o que aconteceu…

— Você é mau! Isso é tão cruel! Waaahhhh!

Bem, isso é o que você ganha por me incomodar enquanto eu estava pensando no almoço. Eu não precisava comer, de qualquer maneira, e Milim devia ser igual. Que Lorde Demônio glutão.

— Droga, isso é tudo culpa dele! E aquele Carillon, quebrando sua promessa desse jeito… Que canalha! Um soco não é suficiente, deixe-me acertá-lo de novo…

— Espera, espera, espera!

Tive que pular para impedi-la de socar Phobio novamente. Os homens dele ficaram brancos como uma folha de papel, apavorados com sua brutalidade.

— Olha, que tal irmos para outro lugar? — implorei aos berros para Milim.

Isso estava realmente se tornando um espetáculo, então decidi tentar falar sobre o assunto longe da carnificina.

 

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Estávamos de volta ao antigo salão de reuniões. Tinham acabado de tirar as medidas de Milim e estavam preparando algo novo para ela quando tudo aconteceu, então sua roupa foi rapidamente substituída.

Não queria estragá-la, mas acabamos servindo o almoço do mesmo jeito. Em parte, porque ela revelou algumas coisas curiosas durante seu pranto e eu queria dar continuidade a isso. Felizmente, ela mordiscou seu sanduíche, mais uma vez de bom humor, então tudo bem para mim.

O corredor estava envolto em tensão, no entanto. Milim foi praticamente a única que não foi afetada por isso. Ela definitivamente fez jus à parte de “demônio” de seu nome, causando problemas no momento em que eu não estava por perto. Talvez isso teria acontecido mesmo se Milim não estivesse presente, mas não teria ficado tão complicado assim, não tão rápido.

Bem, não adianta ficar pensando no passado. O futuro era mais importante.

— Então, por que estão todos aqui? — falei enquanto avaliava o agora acordado Phobio.

— Hmph! E eu tenho que responder a você, humilde aspirante a nascido da magia?

Benimaru e Shion imediatamente olharam para ele. Fiz sinal para que ficassem frios e relutantemente ficaram lá, observando as coisas se desenrolarem.

Éramos apenas Rigurd, Benimaru, Shion e eu, junto com Milim. Phobio tinha três de suas próprias tropas com ele; não o tínhamos restringido nem nada, e podia ser por isso que estava tão arrogante. Achei melhor tentar superá-lo, lançando um blefe ou dois para uma boa medida.

— Me chame de humilde se quiser, mas eu definitivamente sou mais forte do que você. Além disso, recomendo que me dê algumas respostas. Não conheço esse cara, Carillon, mas dependendo de como você agir perto de mim, talvez ele tenha que nos responder em breve, sabe? Acha que está pronto para fazer inimizade com toda a Floresta de Jura?

— Ha! Bem, olhe para você! O slime mais presunçoso do mundo, hein? E toda esta cidade cumpre as ordens de uma criatura de classe tão baixa? Que bando de covardes você deve ter aqui. E só porque Lady Milim gosta um pouco de você, não deixe isso subir à sua cabeça, garoto.

Nascidos da magia, assim como os monstros, tendiam a se reunir com quem fosse mais forte ao seu redor. Reagir a todas essas farpas não faria nada além de me cansar. Certamente, esse cara era durão, um dos Três Licantropos, o chamado Presa do Leopardo Negro, seja o que for. E mesmo sem toda aquela fanfarronice, eu poderia dizer que ele ostentava uma boa quantidade de energia mágica. Talvez não fosse páreo para Milim, mas provavelmente mais forte do que Benimaru ou Shion. Até eu teria problemas há pouco tempo, embora não com o Desastre Orc armazenado em meu estômago, como agora.

Este era um poderoso nascido da magia, digno de ser classificado como um Sub-Lorde Demônio. Eu tinha quase certeza de que era mais forte, mas não tinha pressa para testar isso. Isso apenas tornaria as coisas mais difíceis, e vencer não levaria a nada. Isso poderia até me render a ira desse cara, Carillon; poderíamos até mesmo entrar em guerra em breve. Eu queria evitar isso, então tive que exercitar minhas habilidades sociais para extrair algumas informações dele.

 — Uma criatura de classe baixa? — Milim, acabando seu sanduíche, ergueu a voz novamente. — Você acha que pode falar do meu amigo desse jeito?

Ela era mais do que um depósito de munição; era a explosão em pessoa. Antes mesmo de começar a conversa, tive a premonição de que ela havia estragado tudo, mas estava pegando o jeito de lidar com ela. Atraia-a com comida e será fácil de acalmar.

— Espera aí, Milim. Se você fizer qualquer outra coisa, estou seriamente considerando tomar o seu jantar, entendeu?

— C-Certo. Vou ser boazinha, eu prometo.

Excelente. Com isso resolvido, era hora de começar a investigação.

— Bem, em primeiro lugar, você está certo; eu sou um slime, mas sou um slime que governa trinta por cento desta floresta, e se está ansioso para a guerra, então estou disposto a aceitar isso. Portanto, aconselharia a ser cuidadoso em como me responde.

Misturei um pouco de Coerção com minhas perguntas subsequentes. As respostas surgiram surpreendentemente mais rápido do que eu pensava. Afinal, as ameaças de Milim deviam ter acertado em cheio, provavelmente não era minha Coação, infelizmente, mas pelo menos consegui o que queria.

As respostas carrancudas e mal-humoradas podiam ser resumidas da seguinte forma: O Lorde Demônio Carillon ordenou que ele tentasse explorar o Lorde Orc ou o misterioso nascido da magia que lutou contra ele, ou o que quer que tivesse sobrevivido. O nascido da magia se referia a nós, aparentemente, o que sugeria que o Lorde Demônio que Gelmud havia mencionado não era Milim.

Não acho que vários Lordes Demônios estavam envolvidos nisso, mas pensando nisso, duvidava que Milim se importaria com um plano tão complicado, de qualquer maneira. Era mais natural presumir que outra pessoa estivesse por trás dessas coisas.

Voltando ao assunto, quem quer que ganhasse a luta entre o Lorde Orc e seu inimigo, provavelmente seria um adversário incrivelmente forte, então Carillon enviou a Presa do Leopardo Negro Phobio, um Sub-Lorde Demônio por direito próprio, para verificar. Carillon tinha um bom olho para esse tipo de coisa, aparentemente, mas Phobio era simplesmente idiota demais para o trabalho. Se o Lorde Demônio me quisesse ao seu lado, deveria ter enviado um nascido da magia mais inteligente, alguém que poderia negociar comigo e colocar uma oferta atraente na mesa.

— Carillonnnnn… Quebrando nossa promessa de não nos atrapalharmos… — Milim estava fervendo ao meu lado. Phobio, entretanto, desviou os olhos, como se tivesse medo dela.

O orgulhoso Sub-Lorde Demônio era apenas uma pálida imitação ao lado da coisa real. Sentindo-a fervendo ao meu lado, concluí que qualquer pessoa que estivesse presente acabaria da mesma forma. Eu definitivamente também precisaria perguntar a ela sobre essa promessa mais tarde; isso parecia importante.

Assim que tiramos tudo de Phobio, pedi a ele que se retirasse.

A presença de Milim significava que Phobio não tinha poder aqui, então ele olhou para nós dois e gritou: “Você vai se arrepender disso!” e levou sua tripulação para fora da cidade. Disse a ele para enviar uma mensagem para Carillon, dizendo-lhe para entrar em contato comigo em uma data posterior, caso quisesse negociar conosco, mas duvidava que ele a receberia. Quando deixei esse trabalho para Phobio, sabia que ele só forneceria qualquer informação que o fizesse parecer bom na cena. Seria melhor para ele falar a verdade, visto que sua missão foi um fracasso e tudo mais, mas isso era assunto dele.

É melhor eu obter o máximo de informações que puder de Milim sobre a personalidade deste Carillon e outras características, para que possa estar pronto para lidar com tudo o que ele tem, mas como abordar o assunto…?

— Tudo bem, Milim. Gostaria de mais alguns detalhes.

— Eu não posso deixar você fazer isso! Fizemos uma promessa de que não nos intrometeríamos, então não posso te contar, Rimuru.

Ah, obrigado por revelar que você tem um segredo. Agora tínhamos um adulto e uma criança tentando enganar um ao outro, e, honestamente, gostei das minhas chances.

— Oh, não? Isso foi uma promessa de que você manteria as coisas em segredo um do outro?

— Não, nada disso. Só para não se intrometer…

— Não? Bem, então está tudo bem, não é? Quero dizer, Carillon obviamente contou aos seus capangas tudo sobre você, hein, Milim? Além disso, somos melhores amigos e temos que nos ajudar, sabe? E eu imaginei: é melhor eu saber o que posso sobre os Lordes Demônios além de você, Milim. Além disso, se não sei que tipo de promessa você fez, como posso ter certeza de não começar a interferir acidentalmente, hein? — Coloquei uma ênfase especial nos melhores amigos.

— Sim… mas… melhores amigos…

Só mais um empurrão. Resolvi oferecer um brinquedo para animá-la.

— Oh, certo… Que tal eu fazer uma arma para você algum dia? Não posso deixar de me preocupar com minha melhor amiga, então…

— Wah ha ha ha ha! Você tem razão! Sermos melhores amigos é a coisa mais importante, hein?

E Milim vai à lona. Simplesmente fácil demais.

Evitei que meus lábios se espalhassem em um sorriso maníaco enquanto assentia com a confiança alegre de um adulto.

Portanto, extraí com sucesso o que queria de Milim, informações sobre três outros Lordes Demônios além dela e o que todos queriam; o que aconteceu; e o que estava acontecendo nos bastidores. Um pouco sobre os mistérios que me preocupavam.

Mas… uau. Lordes Demônios, tentando criar um Lorde Demônio fantoche… Milim estava nisso apenas para aliviar seu tédio, mas esta era uma operação muito séria, não era? E se acabei atrapalhando, então não é de se admirar que estejam atrás de nós.

— Isso… em breve envolverá outros Lordes Demônios, não é, Senhor Rimuru?

— Uma situação sórdida. É melhor falarmos sobre isso com Treyni, imediatamente.

— Não é um problema! Com o Senhor Rimuru ao nosso lado, não temos nada a temer de nenhum dos Lordes Demônios!

Todos nós (exceto uma) estávamos sem saber o que fazer neste desastre.

O vendaval que soprou com o ataque de Milim estava ficando mais forte e se aproximava cada vez mais de Tempest.

 


 

Tradução: Nero

Revisão: n2ny

 

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