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Sobre Quando Reencarnei Como um Slime – Vol. 03 – Cap. 02.3 – A Invasão da Lorde Demônio

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Eu estava mostrando a cidade para Milim.

Acabou sendo muito mais trabalhoso do que eu esperava. Se já levou uma criança a um parque de diversões, acho que pode imaginar como foi. Tire os olhos dela por um momento e ela some. Foi exatamente assim.

— Ei! Eu disse para você parar de fugir!

— Wah ha ha ha ha ha! Estou aqui! O que é isso?!

— Escuta! Apenas se acalme e preste atenção.

— Wah ha ha ha ha ha! Qual é o problema? Estou ouvindo!

Ela claramente não estava. Estava correndo para cima e para baixo pelas ruas, estava tão ansiosa que honestamente fez eu me preocupar com ela.

— Ah, Senhor Rimuru!

Assim que entramos na cidade, encontramos Gabil, que estava carregando uma caixa.

— Que bom momento. Estou aqui porque nosso teste foi concluído.

Ele pode viver para se arrepender de chamar isso de um “bom” momento.

— Oooh, um dragonato! Wah ha ha ha ha! Isso é muito raro. Tudo bem?

— Ora, ora, aqui está uma garota nova. Na verdade, sou Gabil, o dragonato! Como braço direito do Senhor Rimuru, fui encarregado de desenvolver uma poção secreta. Você também é nova na cidade, minha senhorinha?

 Snap!

— Huh? O que você acabou de dizer? “Senhorinha”? Você não quer dizer eu, não é? Quer que eu te mate?

Ela estava toda sorridente um momento atrás. Agora, Milim estava transformada. Acho que não gostou do que Gabil a chamou.

Agarrando a cabeça de Gabil com uma única mão, a Lorde Demônio o puxou em direção a ela, então lançou um punho em seu estômago. Não tive tempo para impedi-la. Com uma exalação de dor, Gabil foi levado à beira da morte.

Uh… Espera, o que aconteceu com a promessa dela de não começar uma briga sem minha permissão…?

— Escute, estou de muito bom humor no momento, é por isso que estou disposta a perdoá-lo agora que fiz isso… mas não haverá uma próxima vez, então tome cuidado, entendeu?

Não acho que ela poderia ter feito muito mais do que “isso” sem causar morte literal. Algum “perdão”, era como se julgasse habilmente a quantidade exata de força para trazer Gabil até, quase, o limiar da vida. Essa garota era assustadora! Ela provavelmente usou o Olho do Dragão para avaliar o golpe, mas ainda assim, assustadora.

Ainda bem que Gabil estava carregando um protótipo de nossa poção de cura. Rapidamente usamos nele e funcionou.

— Phahh?! Eu vi meu pai acenando para mim no fim do túnel! — gritou ele ao acordar.

— Acho que você está bem, então — murmurei, revirando os olhos. — Seu pai ainda está vivo, não é?

— Er… oh, certo. Mil perdões. Realmente estive perto da morte, no entanto, quem é essa garot… er… essa estimada senhorita diante de nós…?

— Sim, Soei está informando Rigurd, mas acho que ninguém disse a vocês na caverna. Esta é Milim, acho que ela é uma Lorde Demônio, sabe?

— Huh? O quê?! Uma Lorde Demônio?!

Gabil estava tão chocado que parecia pronto para se mijar. Eu poderia entender a razão. Esperei que ele se recompusesse, então expliquei que Milim ficaria na cidade por mais algum tempo.

— Entendo… Não me admira que tenha sido um soco tão poderoso. Acho que deveria estar feliz por estar vivo…

— Sim, bem, ela prometeu que não iria começar nenhuma briga, então duvido que queira matar alguém.

— Wah ha ha! Claro que não! Essa foi apenas a minha maneira de dizer olá!

Que maneira infernal de fazer isso. Acho que não deveria confiar muito nessa promessa. Um pequeno toque de amor dela acarretaria em mudanças de vida para qualquer um de nós. Teria que ter certeza de que todos os presentes estivessem suficientemente avisados.

— Irei para a caverna mais tarde, então avise Vester também, certo?

— Sim senhor.

Gabil fez uma reverência ao saltar. Considerando a punição que ele acabou de suportar, parecia em boa forma, talvez a poção fosse muito potente, ou talvez Gabil fosse realmente bem forte, ou talvez os dois. Milim fez um amplo aceno de cabeça em aprovação, acenou e se virou para mim como se nada tivesse acontecido.

— Uau, ele é bem forte, hein? Talvez eu deva aumentar um nível de potência na próxima vez?

Hm, não me pergunte, implorei do fundo do meu coração.

— Ei, hm, sabe que não pode começar a socar as pessoas só porque está irritada, né?

— Hmm? É culpa dele por me irritar. Além disso, como eu disse, isso é apenas uma forma de saudação!

Não, Milim. Não, não é.

— Bem, não vou deixar você cumprimentar as pessoas com um soco, certo? Chega disso!

— Não? Mas tenho que mostrar às pessoas um pouco de força para início de conversa, ou então vão começar a me subestimar…

— Eu disse não! Vou dizer a todos na cidade para tratá-la com respeito, certo?

— Você irá? Bem, ótimo. Vou deixar isso com você.

— Sim, obrigado. Apenas relaxe por agora, entendido?

Isso era o máximo que eu poderia chamar a atenção dela no momento. Tive a sensação de que precisaria gradualmente ensinar algum bom senso a ela ao longo do tempo. Parecia que a Lorde Demônio tinha alguns gatilhos diferentes que a enfureceriam, eu só teria que rezar para que Gabil fosse sua primeira e última vítima.

Continuamos nossa jornada pela cidade. Era quase hora do jantar, quando a maioria das pessoas terminava seu trabalho e se reunia ao ar livre e achei que era hora de apresentá-la.

Soei foi legal o suficiente para espalhar pela cidade sobre nossa pequena tirana, mas provavelmente era mais seguro mostrar a ela e garantir que todos soubessem exatamente como ela era. Eu realmente duvidava que alguém fosse estúpido o suficiente para tentar enganá-la, mas valia a pena ter certeza absoluta.

Enviei o anúncio para que todos se reunissem na praça principal. Entraram lentamente, depois de terminar o trabalho e, assim que a praça ficou cheia, subi no púlpito.

— Hmm, então a partir de hoje, teremos uma nova amiga morando conosco. Estaremos tratando-a como uma convidada de honra, então gostaria que todos a tratassem educadamente. Ela também prometeu seguir todas as regras da cidade, então se vocês a virem violando alguma, por favor, me avisem.

Eu não estava disposto a deixar uma tonelada de coisas passarem só porque ela era uma Lorde Demônio… mas dada sua força violenta, descobrir como estabelecer a lei era uma questão espinhosa. A fiz prometer ser legal para o público em geral e ela parecia confiante de que iria cumprir com isso.

— Você não está se preocupando demais? — disse ela. — Eu sempre mantenho minhas promessas!

Tinha minhas preocupações quanto a isso, mas não poderia simplesmente sentar e duvidar de cada movimento dela. Decidi confiar nela.

Em seguida, Milim subiu ao púlpito.

— Eu sou Milim Nava — disse ela à multidão. — E, a partir de hoje, estarei morando nesta cidade. É bom conhecê-los!

Hm, espere. O que foi que ela disse?!

— Uau, espera. O que quer dizer com morar aqui?

— Hm, isso é exatamente o que eu quero dizer. Decidi também morar aqui.

— Espera, espera, espera. Você já não tem um lugar para morar? Não há pessoas com quem você precise se preocupar?

— Ah, eles vão ficar bem. Vou para casa de vez em quando e não será nenhum problema!

É um grande problema para mim, sua idiota! Tive que me impedir mentalmente de gritar meus pensamentos para ela. Bem, tanto faz, ela era uma garota muito volúvel. Depois que se cansasse de nós, tinha certeza que sairia daqui.

— Bem, vocês a ouviram, então tratem-na bem — falei, me dirigindo derrotadamente à multidão.

Milim era livre para fazer o que quisesse, e os residentes em geral pareciam positivos com a notícia.

— O quê?! Lady Milim, a Lorde Demônio?!

— Minhas estrelas, nunca vi seu semblante real em pessoa antes!

— Muito bem, Senhor Rimuru! Estabelecendo relações tão cordiais com aquela tirana!

— Ahh, agora serão dias pacíficos para Tempest!

E assim por diante.

O nome de um Lorde Demônio tinha muito prestígio, ainda mais o de Milim, em particular. Ninguém a acusou de ser uma farsa, com minha boa palavra para apoiá-la, não havia espaço para dúvidas.

— Então, só para ter certeza de que estamos claros, a partir de hoje… Bem, Milim é uma de nós. Se ela tiver algum problema, quero que todos ajudem.

— Sim! Rimuru e eu somos amigos agora, então se algo acontecer, podem contar comigo!

Não esperava que Milim precisasse da ajuda de nenhum de nós. Se qualquer coisa acontecesse, nós aguentaríamos o peso de qualquer drama que ela criasse. Isso foi o que quis dizer com a declaração, mas isso não foi registrado pela Lorde Demônio. Ela queria isso e não pude rejeitá-la.

No entanto…

— Amigos, hein…?

Isso estava realmente bem? Fazendo amizade com uma Lorde Demônio e tudo mais? Quero dizer, no pouco tempo que nos conhecíamos, Milim parecia legal o suficiente e tudo, mas…

A própria garota, talvez percebendo meu sussurro, começou a corar.

— Sim — disse ela. — “Amigos” soa meio estranho. Uhmm… Talvez não sejamos amigos, mas melhores amigos!

Hum… Melhores amigos? Milim, quando eu dei qualquer indicação de que éramos melhores amigos?

— Er, melhores amigos? — perguntei hesitantemente.

— Huh? Não somos?!

Poderia ver as lágrimas brotando dos olhos dela… mas, antes disso, a força hostil em seus punhos já fechados foi ainda mais rápida. Droga!

— Hee hee hee! Brincadeira, brincadeira!Melhores amigos para sempre, cara!

Rapidamente me corrigi, quase plantei uma mina a ponto de explodir. Eu não iria seguir pelo mesmo caminho que Gabil.

— Certo? Isso aí! Você com certeza é bom em assustar as pessoas! — Milim sorriu para mim, indicando que eu tinha feito a escolha certa.

Muito fácil. Muito fácil, mas ainda difícil de manusear. Não vou baixar a guarda por mais tempo. Esta era uma verdadeira lição para mim. A terra de Tempest tinha uma nova residente e ela era mais perigosa do que um armazém cheio de barris de pólvora.

 

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Terminadas as apresentações, entramos no refeitório. A comida estava a caminho e o prato principal do dia era curry.

Para ser sincero, era um prato que fazia o possível para simular o curry. Havíamos descoberto uma grama que parecia bastante com arroz selvagem, e estávamos no meio de um aprimoramento. Não era muito nutritivo no momento e certamente não tinha um gosto muito bom, mas curry é ótimo para encobrir coisas assim, então os resultados ficaram muito bons. Tinha que agradecer aos dons culinários de Shuna por isso. Se pudéssemos descobrir como cultivar um pouco de arroz branco, acho que seria um clássico, mas de qualquer forma, também deu certo. Também comemos um substituto de pão naan1Um pão chato de origem indiana normalmente servido como acompanhamento, semelhante ao pão sírio ao estilo indiano, então poderia seguir com isso.

Cozinhar nesta cidade era o resultado de um longo processo de tentativa e erro. Tínhamos um estoque de receitas a essa altura, mas, sem açúcar, recriar pratos que conhecia na Terra era um desafio. Eu tinha monstros vasculhando a floresta em busca de qualquer coisa que se parecesse com cana-de-açúcar. Poderia haver plantas com açúcar armazenado nas raízes, como beterraba sacarina ou outros semelhantes, então solicitei às nossas patrulhas que voltassem com tantos tipos diferentes de plantas quanto fosse possível. Uma amostra era tudo de que eu precisava para executar Analisar e Avaliar, descobrir o que havia dentro e, com o tempo, extrair açúcar dela.

Milim certamente gostou da refeição, achei que tinha gostos bem infantis para comida, então pedi a Shuna para colocar um pouco de suco de fruta extra em seu curry para torná-lo mais doce. A julgar pela maneira como ela devorou até a última colher, acho que fiz a escolha certa.

— Wooow!! Não como nada tão bom há muuuito tempo!

Shuna sorriu enquanto distribuía uma segunda porção. Foi uma cena adorável, uma que foi arruinada pela bomba que Shion tinha para mim.

— A propósito, senhor Rimuru, estava me perguntando: o que era aquele presente que você deu para Lady Milim fora da cidade?

Erk.

Aw, nossa, Shion, por que tem que trazer isso à tona de repente?

— Não! Você não pode ficar com nada! Essa jarra é minha!

Milim imediatamente colocou seu pote de gotas de mel fora de vista. Sheesh. Ela poderia simplesmente ter jogado no Armazenamento Espacial, mas nããão.

— Oh, não se preocupe, Lady Milim. Ninguém está pensando em pegar suas coisas — disse Shuna, sorrindo.

Sim, espero que não. Ninguém na cidade era louco o suficiente para tentar. E no momento em que ela percebeu que seu mel não estava em perigo, sorriu e retomou sua refeição… tão completamente indefesa, alguém começaria a se perguntar o quão Lorde Demônio ela realmente era, se é que era.

Embora Milim não fosse realmente o problema, o problema era que as pessoas agora sabiam sobre meu estoque secreto de mel.

— Sabe — continuou Shuna —, tenho notado um cheiro bastante perfumado por aqui ultimamente. Pensei que pertencia a você, Lady Milim, mas era isso que o Senhor Rimuru te deu…

Droga. Não estou gostando do rumo dessa conversa. Isso era ruim. Soei estava com a cabeça virada para o lado, fingindo não estar envolvido, mas Benimaru já estava olhando para todos nós com curiosidade. Éramos seis sentados à mesa: Benimaru, Soei, Milim, Shuna, Shion e eu. Shuna era a única que não estava presente no meu confronto com Milim, então não pude explicar meu procedimento.

Ah, esse era o destino, eu acho. Esperava mantê-lo em segredo até que pudéssemos descobrir como produzi-lo em massa, mas tudo bem. Tirei um pouco de mel do bolso e enchi um copo próximo com ele.

— Certo, bem, essa coisa é chamada de mel, isso é como um substituto para o açúcar, mas ainda não posso produzir muito, então não posso dar um suprimento a todos vocês.

Ordenei a todos que pegassem um pouco com os dedos e experimentassem.

— Ah…?!

Os olhares nos rostos das duas mulheres eram de choque abjeto, Soei apenas levantou uma sobrancelha, mas Benimaru já estava olhando para mim com expectativa, esperando por mais. Milim, claro, também pegou um pouco, não que eu a tivesse convidado. Você já tem o seu, sua pirralha gananciosa!

— Então, como podem ver, o mel tem um gosto extremamente doce, mas também tem um efeito medicinal. Na verdade, pode curar quase todas as doenças, mas às vezes também pode haver veneno misturado, então precisam ter muito cuidado ao extraí-lo. Isso não é um problema se eu estiver fazendo isso, mas ainda assim.

— E você acha que podemos conseguir uma quantia maior?

— Agora não, não dá. Posso produzir talvez uma única xícara disso por semana. — Se eu importunasse o Apito, poderíamos aumentar para três xícaras, mas não havia necessidade de pressioná-lo, então deixei isso de lado. — Quero fazer mais pesquisas sobre sua composição para avaliá-lo como medicamento, então ainda não há muito para comer.

Isso não era mentira, minha habilidade de Analisar e Avaliar me disse que esta era uma panaceia2Planta, beberagem, simpatia, ou qualquer coisa que se acredite poder remediar vários ou todos os males. de grau especial. A raridade das plantas das quais o extraímos sem dúvida indicava que tinha todos os tipos de benefícios surpreendentes.

— Sim, o néctar que coletamos de colmeias de abelhas gigantes simplesmente não se compara a isso. Como adoçante, foi bastante decepcionante.

Shion acenou com a cabeça, ela sempre foi uma fonte de informação sobre coisas como essa, mesmo que não tivesse relação direta com a culinária. E estava certa, o néctar de abelha gigante era mais venenoso do que doce, o que o tornava inadequado para consumo. Achei que poderia analisá-lo e extrair algo decente, mas domar abelhas gigantescas parecia um negócio muito complicado para mim.

— Mas se pudéssemos preparar um jardim adequado para elas e deixar que fosse seu território, acho que poderíamos obter um mel bastante decente delas.

— Você acha? — disse Shion, finalmente vendo as coisas do meu jeito.

— Você disse que este poderia ser um substituto para o açúcar. — Shuna perguntou, claramente curiosa: — O açúcar em si é realmente tão doce?

Pude ver as orelhas de Milim e Shion se animarem com a pergunta.

— Com certeza é, não há nenhum valor medicinal, mas é tão doce que as pessoas ficam literalmente viciadas nele. Você pode usá-lo em alimentos, em bebidas; todos os tipos de áreas. Seremos capazes de fabricar muito mais comida do que antes, uma vez que o tivermos — expliquei.

— Ah… entendo. Nesse caso, farei com que dediquemos todos os nossos esforços para descobrir esse açúcar, a partir de amanhã. Shion…

— Sim, Shuna. Prometo, vou apostar minha vida na descoberta desta planta doce para todos nós!

— Sim! Muito bom!

As três mulheres assentiram com firmeza. Queria perguntar por que elas apostariam suas vidas nisso (e desde quando eram melhores amigas?), mas estava tudo bem por enquanto. Dei uma ou duas lambidas finais no mel restante, já com a certeza de que o açúcar de verdade seria nosso, mais cedo ou mais tarde.

Com o jantar encerrado, encaminhei todos para o banho, minha maior conquista. A banheira, feita com o melhor mármore anão que havia, ficava cheia dia e noite, até a borda, com água termal, pronta para ser usada a qualquer momento.

Milim se juntou a nós, obedientemente seguindo Shuna e Shion. Normalmente, eu pularia despreocupadamente na banheira com todas elas na forma de slime, mas isso definitivamente não parecia certo desta vez. Ela ficaria mais feliz sozinha com as outras mulheres e, além disso, eu precisaria discutir coisas com os ogros sempre que Milim não estivesse por perto.

Então, fui para a nossa sala de reuniões e fiz um resumo dos eventos do dia para as pessoas ali reunidas.

— Nossa… mal sei o que dizer, nunca esperei que um Lorde Demônio visitasse a cidade por vontade própria — disse Rigurd, balançando a cabeça.

Poderia entender sua posição. Eu mesmo nunca imaginei isso acontecendo.

— Bem, acho que vai ficar tudo bem — falei. — Ela prometeu não começar nenhuma briga aqui. Pelo menos não sem minha permissão.

Não estava exatamente confiante sobre isso, mas não tinha escolha a não ser confiar nela nesse aspecto.

— Talvez… mas não deveríamos estar mais preocupados sobre como os outros Lordes Demônios irão reagir? — falou Kaijin.

Hakuro e Benimaru acenaram com a cabeça para isso.

— O que quer dizer? — perguntei com sinceridade.

— Bem, existem vários Lordes Demônios lá fora, e todos trabalham sob um sistema complicado de freios e contrapesos. Você e Lady Milim acabaram de se declarar aliados em praça pública, e isso basicamente significa que esta cidade está sob a proteção de Milim, a Lorde Demônio. E, normalmente, suponho, isso seria incrivelmente desejável, mas…

— Senhor Rimuru, você é o líder da Grande Aliança da Floresta Jura e governante da Federação Jura-Tempest — interrompeu Hakuro —, suponho que as ações de hoje pareceriam, aos olhos dos outros Lordes Demônios, que a Floresta Jura forjou uma aliança com a própria Milim.

— Sim! — acrescentou Benimaru. — Isso significa que Milim, que dificilmente tem súditos próprios, de repente está com uma força muito maior para apoiá-la. Isso abala a base do atual equilíbrio de poder entre os Lordes Demônios. Um movimento errado, temo, e toda a floresta pode se tornar sujeita a uma grande guerra.

Hmm. Sim, vou admitir que não pensei muito nisso, mas suponho que minhas decisões podem acabar afetando toda a floresta, hein? Mas… digo…

— Na prática, porém, nenhum de nós poderia impedir Lady Milim se ela quisesse, não é?

Rigurd ofereceu sua opinião, e estava certo. Mesmo todos nós de uma vez nunca teríamos uma chance. Isso nos deixou com nada além da mais passiva das abordagens, esperando que ela ficasse entediada e fosse embora.

— Para ser franco — disse Benimaru —, a força dela está em uma dimensão totalmente diferente de qualquer um de nós. Não adianta nem mesmo debater se poderíamos vencê-la ou não. Nenhum de nós estaria vivo agora se não fosse pelo raciocínio rápido do Senhor Rimuru.

— Exatamente… Se outros Lordes Demônios se opõem a ela, eu honestamente gosto mais de nossas chances contra eles do que contra ela. Milim, a Lorde Demônio, é uma catástrofe ambulante.

Soei acenou com a cabeça para os sentimentos honestos de seu compatriota.

Isso em grande parte ficou resolvido. Não havia mais nada a fazer e pronto. Então, como lidar com Milim enquanto isso…?

— Nesse caso, eu voto que devemos deixar o tratamento diário de Lady Milim para seu… ah, melhor amigo, Senhor Rimuru. Todos de acordo?

— Isso aí!!

Quê?! Droga, Benimaru! Porém, quando pensei nisso, já era tarde demais. Eu estava acostumado a jogar a bola para outra pessoa na maioria das vezes, mas, desta vez, fizeram o mesmo comigo.

— Além disso — disse Hakuro —, Lady Milim é um dos mais antigos e mais poderosos Lordes Demônios. Uma senhorita contra a qual não devemos ser hostis, pode-se dizer. Por esta questão, pelo menos, vejo pouco que podemos fazer além de deixar o Senhor Rimuru lidar com isso.

Que maneira de jogar o problema para outro. Não achei que ela fosse tão perigosa, mas que seja. Suspirei. Ninguém mais parecia saber como obter o favor de Milim e, como aparentemente eu era um gênio em lidar com crianças, suponho que cabia a mim ajudar. Agora tínhamos um acordo silencioso, mas firme, de que a Lorde Demônio Milim era o problema meu.

Milim já parecia sonolenta quando saiu do banho. Aparentemente estava fora de si de empolgação, já que existiam poucas banheiras grandes o suficiente para nadar neste mundo, então não poderia culpá-la. A maioria das pessoas tinha que se contentar com mergulhos rápidos em água fria, e até mesmo a nobreza tinha que se contentar com água quente em pequenas banheiras apertadas, me disseram. E isso supondo que vivesse em uma nação rica o suficiente para ter ambientes totalmente dedicados ao banho, o que nem sempre era o caso.

Eu era reconhecidamente exigente em relação a tomar banho. Egoísmo da minha parte, eu sei, mas ele tinha se transformado em uma instalação adorável. Se as pessoas gostassem de usar, não poderia ficar mais feliz.

Pedi a Shuna que levasse Milim a um quarto de hóspedes e a colocasse para dormir. Não havia camas ao estilo ocidental, apenas esteiras de pseudo-tatame e colchões de futon no chão. Me preocupei que ela tivesse algumas reclamações sobre isso, mas acabou não sendo um problema. Ela imediatamente adormeceu, parecendo confortável e aquecida.

Foi o primeiro dia e noite da Lorde Demônio em Tempest e, de modo geral, poderia ter sido muito pior. Claro, o redemoinho que ela estava levantando estava apenas começando.

 

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Estávamos ocupados como abelhas na manhã seguinte.

Primeiro: acordar Milim ao nascer do sol não foi fácil…

— Por que uma Lorde Demônio tem que acordar cedo?! — resmungou ela.

Conseguimos levantá-la e vesti-la. Sua roupa tinha muita exposição, então preparamos algumas outras roupas na noite anterior, apenas uma roupa simples feita com tudo o que tínhamos por perto, mas ela era bonita o suficiente para ficar bem, mesmo vestindo qualquer coisa.

— É difícil de se mover.

— Oh? Bem, parece bom. Não é melhor para você?

Fiz uma tentativa decente de acalmá-la e seu humor melhorou instantaneamente. Sem queixas no momento, crianças às vezes podem ser simples assim.

Depois era o café da manhã, algo parecido com pão, geleia de frutas e leite (leite de corça-vaca resfriado). Eu tinha falado às pessoas sobre como o leite de vaca era bom, e isso era parecido o suficiente. Isso, mais um pouco de sopa de vegetais quente.

A geleia usava frutas que foram fervidas, resfriadas e seladas em potes resfriados. Não usava açúcar adicional e eu não tinha certeza de que tipo de fruta era, mas era a receita caseira de Shuna e um pouco mais doce do que eu esperava. Era mais azedo do que doce para o meu paladar, mas em um mundo tão carente de alimentos açucarados, isso ainda era um luxo raro. A maioria das pessoas na cidade comia apenas pão e o restante da sopa de legumes no café da manhã, então a geleia era mais reservada para convidados de honra, por assim dizer.

 

 

 

— Wowwwww!! Isso é incrível! — gritou Milim enquanto comia. Que bom que ela gostou. A observei enquanto pensava em algumas coisas.

Particularmente não me importava de ser o cara responsável por questões relacionadas a ela, mas eu realmente deveria estar agindo assim? A maior parte do meu trabalho na cidade envolvia inspeção, verificar canteiros de obras, campos enquanto eram lavrados, a oficina de produção de armas e nossos depósitos de alimentos. Eu discutia as coisas com os supervisores de cada local e definia nossa direção futura.

Se acontecesse algum problema na cidade, às vezes passava por lá para arbitrar. Com todas essas raças vivendo no mesmo espaço, precisávamos de regras que todos deveriam seguir, uma coisa era quando isso era apenas uma vila ou assentamento, mas agora éramos uma federação com uma população de dezenas de milhares e a manutenção da lei era mais importante do que nunca. Eu não tinha tempo suficiente durante o dia para promulgar uma tonelada de leis sozinho, então a cidade ainda seguia muitas diretrizes gerais, mais do que qualquer coisa. Assim, se houvesse divergência de opinião ou alguma outra disputa surgindo, cabia a mim tomar a decisão final.

Rigurd e o resto da minha equipe resolveriam a maioria dos problemas para mim, felizmente, então não ouviria sobre isso a menos que fosse algo muito sério. Pareceu-me que era de propósito, fizeram questão de não me incomodar com nada, a menos que fosse realmente importante. Foi surpreendente ver o quão bem esses monstros podiam cooperar uns com os outros. Tenho certeza de que todos reclamaram, mas agora tínhamos uma cultura em que, em vez de agir fisicamente, as pessoas preferiam me deixar fazer o julgamento.

Por este dia, pelo menos, não havia nenhum desses problemas para resolver. Quando houvesse, eu seria contatado a respeito com pelo menos uma semana de antecedência, o que me daria tempo para ouvir os dois lados e todo mundo para reunir evidências e tal. O que significava que o único compromisso planejado para o dia era uma parada rápida na casa de Gabil.

Ousei um rápido olhar para Milim, estaria tudo bem em levá-la à caverna? Agora estava cheia de valiosas ferramentas de laboratório e experimentos de Vester, uma espécie de centro de pesquisa federal.

De repente, tive uma boa ideia. Milim ainda usava apenas uma roupa de retalhos. Se a sua estadia fosse se estender um pouco mais, precisaríamos preparar várias roupas para ela. O que significava…

— Ei, Milim, quando terminar de comer, quer comprar roupas sob medida para você?

— Por quê? Isso não é bom o suficiente?

— Você provavelmente vai querer mais de uma roupa. Além disso, acho que você ficaria bem em algo mais bonito.

— O quê? Você tem roupas fofas?!

— Claro, pode escolher o que quiser.

— Perfeito! Ahh, eu devia saber, Rimuru! Esta cidade tem de tudo!

No momento em que toquei no assunto, ela já estava dançando em sua cadeira. Perfeito, isso devia me dar algum tempo. Entrando naquele desafio de uma loja de vestidos, era fácil passar meio dia sem perceber, eu tinha experimentado isso por mim mesmo, sendo enfiado em roupa após roupa, como uma boneca. A maioria dos designs foram feitos para looks “divertidos”, de qualquer forma, então tenho certeza que Milim seria capaz de encontrar algo de que gostasse.

— Oh, Lady Milim está escolhendo algumas roupas? Ficaria feliz em me juntar a ela.

— Sim, poderia, Shuna? Tenho uma missão para executar na caverna, então me envie um aviso com a Comunicação por Pensamento se algo acontecer.

— Certamente.

— Oh, você não vem, Rimuru?

— Ah, hm, eu já tenho algumas roupas, então, voltarei para vê-la quando estiver tudo pronto, Milim, então fique à vontade para selecionar o que quiser e que se adeque ao seu tamanho. Você poderia até mandar fazer algumas roupas novas.

— Ooh! Entendi!

Excelente. Isso funcionou bem. No momento em que ela ouviu a frase mágica, roupas novas, seu interesse imediatamente a lançou naquela direção. Isso deveria impedi-la de iniciar um motim ou genocídio na minha ausência.

Ela saiu com Shuna para a oficina de produção após o café da manhã. Agora eu precisava terminar minha tarefa.

 


 

Tradução: Nero

Revisão: n2ny

 

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