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Sobre Quando Reencarnei Como um Slime – Vol. 03 – Cap. 02.1 – A Invasão da Lorde Demônio

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Em um cavalo voador, a viagem de Dwargon para—ugh—Rimuru aparentemente levou apenas um dia. Eles partiram logo, com Gazel prometendo nos visitar novamente em breve.

E ele o fez.

— Bem, Rimuru! — O rei meio que gritou enquanto descia do cavalo. — Aqui estou eu, como prometido!

— Uh, você não saiu há dois dias? — Não pude deixar de apontar.

— Do que está falando? Seu colega aprendiz de esgrima está aqui para visitá-lo! Achei que você estaria mais feliz!

Odeio pessoas que obviamente nunca dão ouvidos a ninguém. E aquela porcaria de “colega aprendiz” de novo. Ele não estava nem tentando esconder o fato de que queria ser meu veterano de dojo de espada. Isso estava realmente começando a afetar sua majestade como um rei dos anões, e também não acho que estava apenas imaginando isso. E desta vez ele estava sozinho! Ele ainda tinha tempo para isso?

Enquanto silenciosamente pensava nessas dúvidas, Kaijin foi correndo até mim.

— Vossa Majestade! — gritou. — Você não saiu do castelo escondido, não é?!

— Pfft! Acredita nisso? Uma equipe de segurança de cem homens e ninguém percebeu que eu fugi! Aqueles preguiçosos perdidos! Fizeram por merecer o trabalho pesado que receberão quando eu voltar para casa.

— Bem… quero dizer… eles não podem lidar com alguém como você, meu senhor…

— Hmm? Você quer dizer alguma coisa, Kaijin?

— N-Não, Vossa Majestade… nada…

— Oh? Gravíssimo.

Considerando a velocidade que ele correu até nós, Kaijin foi surpreendentemente fraco contra seu rei, refutado antes mesmo que eu pudesse dizer uma única palavra.

Mas… um rei fugindo de seu castelo? Qual é o problema com isso? O Reino dos Anões toleraria?

— Er, então o que o traz aqui desta vez, Vossa Majestade?

— Bem, na verdade é simples. Vocês lembram de como exilei os dois de Dwargon baseado em meu próprio julgamento pessoal? Então, é por isso que tive que vir aqui. E lembra de como nosso pacto incluía o compartilhamento de conhecimento tecnológico? Bem, trouxe o homem perfeito para o trabalho.

Ele jogou a bolsa que carregava no chão e ela começou a se contorcer.

— O quê…?!

Perturbado, Kaijin abriu a bolsa, apenas para encontrar um homem magro e pálido saindo para fora na mesma hora.

— Oh, nossa, Vester?! — Não pude deixar de gritar. Era o próprio bastardo que nos prendeu. Por que aqui?

— He he he… precisamente! Eu o bani do palácio como punição por tramar contra vocês, mas seria um desperdício deixá-lo só brincando por aí por muito tempo! Então o trouxe aqui.

Não tive resposta para isso.

— M-Meu senhor, o que você quer dizer com “então o trouxe aqui”, exatamente?! Você ao menos entende o que significaria ter o Senhor Vester trabalhando aqui…?

— Hmm? Não quer?

— Claro que não, Vossa Majestade! Você estaria vazando todo o seu conhecimento para nós!

Kaijin estava impassível ao defender sua causa. No fundo, acho que ele é mais sério do que eu pensava. Vester, no entanto, ainda não parecia saber o que tinha acontecido. Acho que esteve dentro daquela bolsa durante toda a noite anterior, em um cavalo alado, então não poderia culpá-lo.

— Vazando, você diz? — Gazel retribuiu o olhar preocupado de Kaijin. — Bem, um pouco tarde para isso, não é? Já vazou no momento em que você nos deixou! Sinceramente, considerei pedir à minha equipe secreta para assassiná-lo, sabia?

Ele não parecia estar brincando.

— Meu… Meu senhor, isso é…

— É verdade! Mas, depois de pensar um pouco melhor, desisti. Não há nada que eu odeie mais do que desperdiçar um bom talento. E é por isso que quero Vester trabalhando aqui!

Os olhos de Vester brilharam com as palavras.

— Vossa… Majestade…

— E não tenha a ideia errada, Vester, não o absolvi, mas, como disse, tenho grandes expectativas em relação a você. Você não pode mais me servir, mas concedo-lhe o direito de exercer suas funções aqui. Use seus talentos naturais e me mostre que pode viver uma vida honesta e frutífera, para variar!

— R-Rei Gazel?! — Kaijin parecia estar fora de si. — Devo entender que isso significa que você está bem em nos deixar pegar cada peça de tecnologia anã que você tem?

O rei riu, como se isso não o incomodasse nem um pouco.

— Pfft! Deixe-me colocar desta forma, então: quero que pegue esta terra em que estamos agora e a aproveite para criar uma tecnologia como nenhuma antes vista. Entendeu? Sua pesquisa não deve se basear em perspectivas anteriores, deve trabalhar com mais liberdade do que isso, ao conceber novas ideias. Essa é toda a razão pela qual permiti a livre troca de tecnologia entre a minha nação e a sua.

Então era esse o seu objetivo, pensei enquanto Gazel pressionava toda a sua autoridade real sobre os dois. Ele não estava apenas olhando para as minhas habilidades, estava de olho nas habilidades de forja de Kurobe, na tecelagem de Shuna e até mesmo no desenvolvimento de nossa poção ultrassecreta. Seu aguçado senso de interesse próprio o permitiu farejar o que estávamos fazendo, pelo menos até certo ponto. Não me admira que o Reino dos Anões tenha sido tão próspero por tanto tempo. Para ser sincero, não fiquei nem um pouco emocionado com isso. Ele apenas continuou nos guiando pelo nariz, como se estivesse lendo minha mente…

Fui interrompido antes que pudesse continuar nesta linha de pensamento.

— Rimuru, escute. Você falhou em detectar Confusão, o nível mais profundo de nossa magia de ocultação. O Sentido Mágico é uma habilidade poderosa, mas existem mil e uma maneiras de superá-la. Isso está no cerne de qualquer batalha, adivinhe como seu oponente o localizará e esteja um passo à frente. Confiar nas próprias habilidades impede o crescimento. E, na política, sabe, é a mesma coisa. Você deve ler o que seu oponente está pensando e trabalhar além disso. Fracasse nisso e não terá futuro como político. Você deve permanecer diligente.

Viu? Lendo minha mente. Mas foi um bom conselho.

Mas, sério, isso tem que ser…

 Entendido. Há uma grande probabilidade de que o indivíduo chamado Gazel possua habilidades de leitura de mentes.

Sim, essa era a única explicação. Na verdade, isso explica tudo. Esquivando-se de cada movimento meu, faz parecer um pouco artificial. Sua evasão era um pouco precisa demais, como se soubesse o que eu faria a cada momento.

— Ei, você está…

— Ops! Aposto que minha força secreta já me alcançou. Então vou embora!

Como se esperasse pela oportunidade, Gazel sorriu e tirou um cristal do tamanho de um punho do bolso.

— Deixe-me te dar isso — disse ele. Aceitei sem objeções. — Este cristal de comunicação nos permitirá manter contato. Vester deve ser capaz de configurá-lo para você. Use-o para nos chamar em caso de emergência. Até a próxima!

Em um flash, ele estava em seu cavalo.

— Vester — disse ele com um aceno final —, pode ​​se esforçar o máximo que puder para ter sucesso em sua pesquisa!

— V-Vossa Majestade! — Vester acenou com a cabeça. — Desta vez… Desta vez, prometo que não te decepcionarei!

— Fui!

Então ele voou para longe, uma chegada muito repentina e uma saída muito apressada. O homem era como uma tempestade viva.

 

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O rei tinha deixado Kaijin e eu olhando um para o outro.

— Kaijin, tem certeza de que sua nação está segura com um homem de “espírito tão livre” no governo?

— Quem sabe…? Ele governa há séculos, então imagino que ficaremos bem, mas… Com certeza não era tão volúvel quando servi no palácio.

— Ah, bem. Não estou em posição para reclamar dele, suponho.

E eu não estava mesmo. Planejava sair para algumas cidades humanas em breve. Não há necessidade de voluntariamente me colocar em uma situação delicada.

Com aquele fim nebuloso para o assunto, estávamos nos afastando da praça principal quando ouvimos uma voz atrás de nós.

— Senhor Rimuru! Senhor Kaijin! — Vester estava lá, sua cabeça baixa. — Peço profundas desculpas! Por favor, deixem-me reparar o problema que lhes causei. E se me perdoarem, por favor, espero que me deixem trabalhar aqui!

Eu não tinha esquecido a armadilha que ele quase armou para nós, mas os olhos de Vester estavam claros, não preenchidos pela avareza de antes. Posso confiar nele, pensei.

— Bem, vamos deixar uma coisa bem clara primeiro, você está seguindo minhas ordens, entendeu? Chega de zombar de mim porque somos todos monstros aqui. Acha que pode lidar com isso?

— Claro… Olhar para trás, para o meu comportamento, me enche de vergonha. Tudo começou com essa terrível inveja que sentia do Senhor Kaijin, mas toda vez que penso nisso, me sinto um idiota.

Ele me avaliou, olhando-me nos olhos.

— Tive a oportunidade de restaurar o meu bom nome e nunca iria querer perdê-lo. E posso garantir que realmente quero me dedicar totalmente à pesquisa que tanto gosto!

Kaijin respondeu dando tapinhas em seu ombro:

— Para mim — disse ele —, será ótimo ter outro pesquisador talentoso por perto. Então acha que pode dar uma chance a ele? Você pode gritar comigo se ele fizer algo ruim, Rimuru, então confie em mim e vamos deixar o passado para trás!

Diria que Vester é uma ameaça mais para Kaijin do que para mim, mas… Ah, bem, ele parecia bastante pronto para acreditar nele, e se estava disposto a deixar isso passar, eu não tinha motivos para contestar.

— Bem, se é isso que você quer Kaijin, não tenho nenhuma reclamação. Bem-vindo à cidade, Vester!

— S-Sim senhor! Não sou digno de seu perdão, mas prometo que vou trabalhar tão diligentemente quanto possível!

— Boas notícias, hein, Vester? — acrescentou Kaijin. — Garanto a você que nunca ficará entediado por aqui. Não há tempo para se preocupar com coisas estúpidas, fique logo sabendo!

 

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Vester precisava de um trabalho, e logo. Desta vez, eu realmente tinha a coisa certa.

Nossa operação de cultivo de hipokutes estava finalmente começando a ganhar um pouco de força, então imaginei que poderíamos passar para a produção real da poção de cura a seguir. Já esperava ter que ensinar a Gabil o processo do zero, tendo em vista que ele não tinha nenhum conhecimento relevante, mas com Vester e sua experiência em engenharia espiritual, era uma história diferente. Achei que os dois poderiam trabalhar juntos no projeto, com Gabil servindo como assistente de Vester e segurança da caverna.

Antes de qualquer coisa, porém, precisava apresentá-los um ao outro. Fomos para a Caverna Selada, Gabil trotando apressadamente quando eu o chamei.

— Olá! Meu nome é Vester e parece que trabalharemos nesta pesquisa juntos.

— Hmm… Gabil. Tenho a tarefa de cultivar ervas hipokute, mas se houver mais alguma coisa que eu possa fazer, por favor, me diga. Vamos trabalhar juntos, pelo bem do Senhor Rimuru!

Os dois apertaram as mãos. Eu estava preocupado que a visão de Gabil pudesse deixá-lo nervoso no início, mas não precisava me preocupar. Então pedi a Gabil para guiá-lo para dentro da caverna por mim.

— Senhor Rimuru, olhe para isto. É tudo hipokute recém-cultivada!

Tive que demonstrar minha aprovação. A operação estava realmente começando a correr bem. O espaço aberto além da vedação da porta da caverna estava lotado de hipokutes verdes e prósperas, até onde eu podia ver.

No entanto, tínhamos um problema: Gabil e eu éramos uma coisa, mas Vester não tinha nenhuma maneira de enxergar no escuro. A luz, seja de uma tocha ou de um feitiço, ainda não era suficiente para permitir que visse onde estava. Havia algumas partes mais ou menos iluminadas na caverna, mas não o suficiente para trabalhar.

Lembro-me de quando Kaijin entrou pela primeira vez na caverna. Sua reação: “Chefe, não consigo ver nada em toda essa escuridão…”, e ele estava certo. Eu tinha me esquecido, já que não tinha problemas para enxergar lá, mas de jeito nenhum alguém poderia realizar um trabalho nesta escuridão.

No meio de tudo isso, foi Shion, minha secretária autonomeada e alguém que não tinha entrado na conversa até então, quem ofereceu uma solução.

— Só precisamos de um pouco de luz?

— Sim. Alguma ideia, Shion?

— Sim! Podemos abrir um buraco na parede para trazer alguma luz…

— Não, sua idiota!

Shion fez uma careta para a minha recusa imediata. Isso era chamado de Caverna Selada por um motivo. As paredes eram incrivelmente sólidas. Talvez pudesse fazer um buraco nelas se aplicasse toda a sua força nisso, mas com isso corria o risco de um enorme desmoronamento e de perder todo o notável progresso de cultivo de Gabil. Eu odiava ser um estraga prazeres, mas tinha que fazer isso.

— Seria bom se pudéssemos passar um pouco de eletricidade por aqui — murmurei para mim mesmo.

— O que é isso, chefe?

— Poderia me dizer o que quis dizer com isso?

Pareceu chamar a atenção de Kaijin e Vester. Então, dei a eles um resumo básico de como a eletricidade funcionava em meu mundo anterior, projetando a imagem de uma lâmpada em suas mentes.

— Entendo… Aplicar calor a um filamento de metal para gerar luz?

— Hmm. Sim, é bastante surpreendente. O musgo luminescente aqui não fornece luz suficiente para trabalhar. Certamente é algo que precisamos desenvolver.

Eu esperava gerar o calor necessário por meio de resistência elétrica. Em vez disso, propuseram uma solução envolvendo um círculo mágico para comprimir magículas em seu interior. Muito parecido com o modo como uma espada imbuída de magia emitia um brilho fraco, aplicar uma pequena gravura mágica no metal aparentemente o deixaria acender. Estaríamos usando magiaço para o metal, suponho, o melhor tipo de matéria-prima para espadas e muito compatível com o uso de magículas. Isso geraria muita luz, além de fornecer resistência ao calor e durabilidade; a maneira como era facilmente absorvido pela magia de inscrição indicava que havia pouca necessidade de testar qualquer outra coisa. É um material muito valioso, mas eu tinha um vasto suprimento disponível, um suprimento que meio que extraí desta caverna, então poderia muito bem usá-lo.

O trabalho em metal e entalhe era a principal especialidade de Dold, então decidimos que Kaijin discutiria o assunto com ele. Dei a Kaijin o material necessário e, com isso, minha função no projeto acabou. Os três tinham o que precisavam e resolvi deixar tudo por conta deles.

— Sabe… — arrisquei —, se vamos ter alguma luz em breve, por que não construímos um laboratório aqui?

— Poderíamos?! — disse Vester com entusiasmo. — Gosto bastante do ambiente descontraído desta caverna. Ter um “laboratório secreto” é um conceito do qual sempre gostei.

Acho que Vester era mais infantil do que eu pensava. Seus olhos brilharam quando disse essas coisas, então não pude voltar atrás. Por enquanto, porém, achei melhor lembrá-lo dos perigos locais.

— Mas você tem certeza disso? Existem centopeias malignas por todo o lugar. É como uma ameaça de rank B+.

— Hmm? Não tem problema, acho. Me envolvi um pouco com magia e, na verdade, tenho bastante habilidade nisso!

Olhei para Kaijin, e ele respondeu balançando a cabeça. Acho que não podemos confiar muito nisso. Continuei, um pouco preocupado com sua segurança:

— Bem, eu poderia arrumar um para você, mas tem certeza de que não vai se arrepender…?

— Ah, definitivamente! Além disso, tenho o Senhor Gabil para me apoiar. Oh, espero que você possa providenciar isso!

Verdade, ter Gabil por perto provavelmente significava que nenhum ataque aconteceria. E com aqueles níveis concentrados de magículas, monstros normais não podiam nem mesmo se aproximar do lugar. Gabil e sua equipe mal conseguiram passar e, mesmo assim, foi graças às magículas que se dissiparam um pouco depois que engoli Veldora. Humanos e semi-humanos não tinham problemas, entretanto. Os anões e hobgoblins também podiam ir e vir livremente. Parecia que monstros nativos eram mais facilmente afetados pela magia, de alguma forma. Isso parecia explicar tudo.

— Posso deixar Vester em suas mãos, Gabil?

— Certamente pode! Estou aqui e tenho duas pessoas da minha guarda o tempo todo!

Gabil certamente se tornou muito mais confiável nos últimos tempos. Ele se empolgava com muita facilidade, o que me preocupava, mas certamente tinha habilidade. Poderia dizer que estava se acostumando com sua nova vida, e ele e Vester pareciam se dar bem. Pensei que estava tudo bem em deixar as coisas com ele.

Então, antes que pudesse trabalhar no desenvolvimento de poções, acabei tendo que criar uma casa e um laboratório para Vester.

 

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Eu tinha os dois ocupados por alguns dias.

É importante notar que Gabil e os outros dragonatos dormiam imersos na água, então não precisavam de alojamentos. Poderiam lidar muito bem com uma cama, mas, aparentemente as asas atrapalhavam, então ficavam mais confortáveis ​​debaixo d’água. Soka e as outras fêmeas podiam guardar suas asas, então dormiam em quartos, mas suponho que até dragonatos tinham seus próprios gostos e desgostos.

Para o quarto de Gabil, no entanto, pediu a vários de seus homens que cavassem o que parecia ser um espaço pessoal muito confortável para ele. Tinha duto de ventilação e tudo. Ele arrumou todas as coisas que precisava e com certeza não me parecia faltar nada.

Agora só precisávamos de uma maneira de Vester viajar com segurança entre este local e a cidade.

— Senhor Rimuru, tudo bem se eu instalar um círculo mágico aqui? Invocar magia vai ser bem difícil deste lado da porta, mas parece ser possível fora dela. Gostaria de construir um aqui, se possível.

O local escolhido por Vester foi o local onde derrotei aquela primeira cobra negra.

— Que tipo de círculo mágico?

— Um círculo de teletransporte, senhor. Isso me permitiria viajar instantaneamente para qualquer local interligado. A ativação leva algum tempo, mas não mais do que alguns minutos, então acho que faria maravilhas para reduzir o tempo de viagem…

Ele estava falando sobre um Portal de Distorção, um tipo de magia elemental. O lançador os faz desenhando a mesma série de símbolos na entrada e na saída. Esses símbolos funcionavam estritamente em pares, então entrar em um Portal sempre levaria ao mesmo destino, mas conectar esta caverna a algum lugar na cidade ainda economizaria muito tempo. Talvez Vester realmente soubesse uma coisa ou outra sobre magia. Foi uma surpresa total para Kaijin, que não sabia nada sobre isso.

Os símbolos necessários para um Portal de Distorção normalmente seriam desenhados com poções mágicas complexas e caras. Desta vez, no entanto, estaríamos usando esculturas feitas de magiaço, o que tecnicamente era ainda mais caro, mas significava que poderíamos reutilizá-las muitas vezes sem ter que desenhá-las de novo. Poderíamos usar isso para conectar instalações ultrassecretas em nossa própria nação.

Em outras partes do mundo, o magiaço era precioso demais para durar muito tempo sem ser roubado. Portais baseados em esculturas só podiam ser construídos em áreas onde o roubo não era uma preocupação, deixe uma à vista e enfrentaria todo o impacto dos elementos, junto com o potencial de quebra ou roubo.

Também não tínhamos que nos preocupar com os monstros das cavernas se teletransportando para a cidade com isso. O usuário precisava exercitar alguns músculos mágicos para ativá-lo, concentrando-se no destino em sua mente.

Parecia tudo bem para mim, então dei a Vester a permissão para prosseguir. Teletransportadores mágicos, hein? Muito úteis. Definitivamente vou precisar de uma cartilha sobre isso em breve.

Vester estava se provando um homem muito mais útil do que eu pensava. Ter total liberdade para realizar suas pesquisas o tornava um sujeito muito menos astuto e traiçoeiro. Agora ele parecia realmente amar a vida. E, relembrando meu tempo em Dwargon, ele não parecia particularmente feliz por lá, constantemente lutando pelo poder. A pesquisa provavelmente era mais adequada para ele do que subir escadas. Ter a ganância e a inveja governando sua vida, em vez das coisas que realmente queria fazer, mudaria qualquer pessoa para pior. É melhor apenas fazer o que gosta, eu acho, contanto que não esteja incomodando ninguém.

De qualquer forma, estávamos todos prontos para começar, e, em pouco tempo, os esforços conjuntos de pesquisa de Gabil e Vester estavam em andamento.

 

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Foi um período um pouco agitado com a visita do Rei Gazel e Vester se juntando à minha equipe, mas também estávamos recebendo alguns outros convidados nesse meio tempo.

Assim como Treyni avisou, a cidade agora estava hospedando uma grande variedade de raças. Os kobolds foram os primeiros, parando em sua caravana de comércio usual, e devem ter ficado surpresos ao ver todas as mudanças massivas na floresta. Afinal, estávamos derrubando árvores para obter mais terrenos vazios para colocar construções e, uma vez que concluímos isso, nos mantivemos ocupados alargando a estrada para as terras natais dos homens-lagarto ao redor do Lago Sisu.

— O-O que está acontecendo aqui?! — gritou um para mim. Eles sabiam que algo estava mudando perto de suas próprias terras, nas profundezas da floresta, e seu nariz afiado para os negócios os levou a enfrentar os riscos e verificar as coisas.

Mas as mudanças que esses kobolds experimentaram não foram apenas no cenário.

— Bem, olá, kobolds. Aprecio muito os seus negócios!

— Er, com quem eu estaria falando?

— Ha ha ha! Sou eu, Rigurd!

Eles precisam de mais dicas do que essa, cara… E uma vez que explicamos que Rigurd costumava ser o ancião chefe da vila dos goblins, isso fez os kobolds gritarem ainda mais de surpresa.

Estes kobolds, no entanto, eram caras muito legais. Os que estavam presentes passavam os dias vagando pela vasta floresta, cobrindo seu próprio território de vendas, e um deles era o principal comerciante que cuidava da aldeia de Rigurd. Ele agora estava conversando alegremente com vários hobgoblins na estrada.

— Será que poderíamos ter sua permissão? — perguntaram os kobolds. — Para construir uma pousada e um depósito para servir como nossa base de operações?

Aceitei a oferta de bom grado e, com isso, agora tinha um QG kobold na cidade, junto com um clã inteiro desses caras para cuidar dele. Os velhos dias das caravanas errantes acabaram; em vez disso, usaram a cidade como base para se espalhar e alcançar todos os outros assentamentos para os quais venderiam seus produtos.

Alguns de nossos outros visitantes incluíam metadílios e tritões. Os halflings juraram lealdade a nós e eu os fiz trabalhar em nossas fazendas. Os tritões, enquanto isso, buscavam proteção. Viviam perto de um grande lago que recentemente foi infestado por uma horda crescente de monstros anfíbios. Ordenei a Benimaru que enviasse uma força de limpeza em sua direção. A maior parte do comércio entre nós e o Reino dos Anões envolveria viajar ao longo das margens do rio, e eu tinha certeza que os tritões poderiam fornecer alguma ajuda nisso. Se estivessem dispostos a trabalhar conosco, seriam mais do que bem-vindos.

No que diz respeito aos visitantes mais incomuns, certa vez, enquanto explorava a floresta, me deparei com um insetóide (um monstro do tipo inseto) que estava perto da morte. Tinha talvez um pé e meio de altura, uma espécie de cruzamento entre um besouro-veado e um daqueles grandes lutadores, e eu simplesmente achei que parecia muito legal. Havia um tigre de lâmina morto próximo a ele, um monstro de classificação B, e imaginar que esta pequena criatura derrotou um inimigo tão formidável foi algo notável.

Então decidi cuidar disso. Foi hostil no início, atacando-me sem um momento de hesitação. Pareceu imprudente, mas rapidamente percebi a motivação. Havia outro insetóide atrás dele; ele me atacou para que o outro pudesse escapar.

Não notei o outro cara até que ele falou.

— E-Espera — implorou. Tinha cerca de trinta centímetros de altura e parecia uma vespa de jardim. Uma vespa de trinta centímetros seria o tema de filmes de terror em meu mundo, mas também estava gravemente ferida. Era inteligente o suficiente, pelo menos, para se comunicar comigo por meio do pensamento, embora de forma hesitante.

— Por que você não foge? Não tenho como te proteger. Me perdoe… — O insetóide que me atacou murmurou, resignado com seu destino.

O outro cara também devia ser muito inteligente. E mesmo que a lâmina do tigre quase o tivesse matado, estava usando toda a força que restava para me enfrentar. Parecia estar escolhendo morrer uma morte nobre, talvez percebendo que sua hora estava próxima.

— O forte — perguntou-me a vespa —, você… nos protege?

Não conseguia encontrar em mim razão para simplesmente abandoná-los. Algo sobre aquele besouro fazendo tudo o que podia, mesmo perto da morte, para proteger seu amigo, tocou no meu ponto fraco. Não havia nenhuma razão para que não pudessem se juntar à festa…

Então uma ideia surgiu.

— Ei, vocês podem coletar néctar ou algo assim?

— Sim… Podemos.

Achei que pudessem ser capazes de coletar néctar das flores, e de fato eram. Isso forneceu todo o motivo que eu precisava para ajudá-los. Os dois haviam perdido cerca de metade de seus corpos, então emprestei a eles algumas células de minha própria forma de slime para tratá-los, usando magiaço processado para substituir as partes ausentes de seus exoesqueletos. Isso, mais uma dose de poção de cura, os consertou. Chamei o besouro de aparência legal de Zegion e a vespa de Apito, agora eram meus súditos, ou animais de estimação, ou algo assim.

As plantas mais raras que coletei na floresta incluíam aquelas que só floresciam em ambientes especiais ou locais carregados de magículas. Mas, aparentemente, essas flores desabrochavam prontamente no assentamento dos entes. Achei que Apito, com sua inteligência, poderia descobrir essas raridades para mim e fornecer o néctar delas.

Treyni teve a gentileza de dar permissão para isso, então ordenei a Zegion que mantivesse os entes em segurança enquanto Apito recolhia o tesouro. Em seguida, entregariam os despojos de néctar para mim em ocasiões regulares.

Assim, nestes termos, começamos a encontrar cada vez mais pessoas amigáveis ​​para interagir. Nem todos eram amigáveis, às vezes tínhamos pequenas gangues de nascidos da magia de nível inferior farejando e soltando clichês clássicos de bandidos como “Ei, ahá! Que cidade bonita! Vamos tratá-la muuuuuuuuito bem de agora em diante!”

As equipes de patrulha de Gobuta ou Rigur geralmente bastavam para afugentá-los, mas ocasionalmente também encontramos monstros com alguma força real. Essas espécies de nível inferior sempre encontraram um fim trágico em pouco tempo.

— Oh, uh, Shion? Temos alguns convidados.

— Sim, Senhor Rimuru!

A ideia de conversar nunca foi registrada na mente de Shion. Ela era muito mais fã de brigar. Realmente, mais uma guarda-costas do que uma secretária. Era mais dura com seus oponentes do que Gobuta ou Rigur jamais seriam.

Era a mesma coisa todas as vezes, realmente… não importa quantos nascidos da magia de nível inferior se reunissem, simplesmente não havia como derrotar Shion. E quando estavam choramingando no chão, implorando por perdão, só então Shion sorria e perguntava: “Então, como posso ajudá-los?” Mesmo o mais arrogante deles nunca seria visto na cidade novamente depois disso, e se o fizessem, Shion não estava interessada em dar uma segunda chance.

Eu geralmente pedia a ela para evitar matar, se possível. Os monstros acreditavam na sobrevivência do mais apto e uma demonstração convincente de força normalmente seria o suficiente para forçá-los a obedecer. Alguma alma rebelde que não conseguia ouvir a razão e decidia ser travessa uma segunda ou terceira vez? Sim, eu dava a permissão para a execução. Não tinha tempo para monstros que não podiam mostrar arrependimento por suas ações.

Ainda havia muitas pessoas por aí que me desprezavam por ser um slime, o mais fraco de todos os monstros. Isso, ou me chamavam de frouxo por não matar meus inimigos, mas não me importava o quanto me insultassem. Entretanto, imaginei que essas histórias desapareceriam muito rápido, com o tempo.

Soei, em particular, era ainda mais frio e calculista do que Shion; tendia a expulsar qualquer suposto atacante somente depois de apresentá-los o significado de medo. Ele me disse que estava ocupado construindo uma rede de defesa para a cidade, mas acho que também estava distribuindo punições para quem pensasse que poderia fazer o que quisesse conosco.

No momento, as raças nativas da floresta provavelmente estavam nos testando, tentando ver o que essa nova força em Jura poderia fazer. É por isso que éramos obrigados a estufar um pouco o peito, para que pudéssemos fazer com que todos nos reconhecessem. Iríamos implementar tudo aos poucos, lenta mas seguramente, ficaríamos conhecidos.

Então, a cidade de Rimuru, no coração da Federação Jura-Tempest, estava fazendo um negócio incrível… mas encontramos um hóspede que não estávamos esperando. Meu Sentido Mágico me alertou para uma grande quantidade de poder mágico voando em nossa direção; a uma velocidade que eu só poderia chamar de ridícula.

Ah, droga! Em um instante, pulei do peito de Shion e saí do portão a toda velocidade. Estava certo em me preocupar, a força mágica mudou sua trajetória aérea e pousou bem na minha frente. Se tivesse entrado na cidade, acho que teríamos visto alguns danos substanciais aos edifícios. As árvores próximas foram arrancadas ou destruídas e apareceu uma cratera no solo onde caiu.

Instintivamente percebi que não havia como lidar com este nível de força. Fortalecendo minha determinação, decidi observar meu oponente. Apenas um olhar foi suficiente para ver que isso estava em uma dimensão completamente diferente de tudo que eu conhecia.

Uma poderosa vontade se escondia atrás de seus olhos azuis, e seu cabelo rosa platinado estava preso em um par de tranças. Parecia ter quatorze ou quinze anos, mas não havia como dizer a idade de um nascido da magia pelas aparências externas; e com a quantidade avassaladora de poder mágico que não se preocupou em esconder, não poderia ter a idade que parecia ter. Ela vestia uma roupa que deixava um pouco de pele exposta, feita de algum material desconhecido. E, mais do que tudo, era uma beldade, de um tipo que eu talvez nunca tenha visto antes.

Antes que pudesse perguntar quem ela era, arrogantemente estufou o peito (seus seios mal se desenvolveram).

— Olá, olá! Eu sou a Lorde Demônio Milim Nava. Você parece ser o mais forte da cidade, então queria vir e dizer oi! — declarou a bela e poderosa garota.

 


 

Tradução: Nero

Revisão: n2ny

 

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