Dark?

Sobre Quando Reencarnei Como um Slime – Vol. 01 – Cap. 06 – Extra – A Grande Aventura de Gobuta

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Esta é uma história de quando Gobuta era apenas mais um goblin na horda.

O azul se estendia através dos céus, uma brisa refrescante fluindo no ar.

E os humanos avançando sobre ele como sempre. Hoje, mais animado do que nunca, Gobuta estava sendo perseguido.

— Pare, você! Fugir ​​é a única coisa que você faz, não é?!

— Como você ousa vandalizar nossos campos novamente! Eu vou te matar dessa vez!

Os humanos, com olhos vermelhos de raiva, estavam se aproximando de Gobuta.

Então ele correu a toda velocidade. Seria ruim para ele, provavelmente, se ele se deixasse ser pego. Ele só podia imaginar isso, já que ainda não havia sido capturado, mas nenhum de seus amigos havia voltado vivo de um encontro como esse, então tudo que Gobuta pôde fazer foi imaginar os resultados terríveis.

Ele poderia simplesmente tirar as mãos dos campos e jardins, é claro. Mas Gobuta e os outros goblins não entenderam bem o conceito de agricultura. Tudo o que eles viram foi um campo aberto com muitas frutas e legumes crescendo nele. Era um território humano, e eles sabiam por experiência que ser encontrado levaria a uma perseguição, mas nada poderia superar sua fome.

Então Gobuta escapou por uma trilha estreita batida na terra pelas criaturas locais, mastigando a carne doce de um melão por todo o caminho. A trilha era quase invisível, o tipo de coisa que apenas um pequeno goblin poderia navegar com sucesso. Não haveria entrada para os humanos maiores, que só podiam parar à distância e lançar insultos para ele.

Ele deu um suspiro de alívio ao pensar bem. Encontrar uma rota de fuga é uma ação básica! Ele pensou.

Ao chegar de volta à vila, Gobuta encontrou um grupo de anciões goblins mais velhos reunidos e discutindo algo. A eles se juntaram alguns comerciantes kobold que estavam na cidade.

— Como eu disse, essas são valiosas demais para podermos negociar em outro lugar…

— Mas isso significa que esse equipamento mágico simplesmente será desperdiçado. Tem certeza de que não pode oferecer nada por eles?

— Se eles fossem um pouco menores, poderíamos manejá-los nós mesmos, mas…

— Hmm. Entendo. De fato, estes são grandes demais para nós, também.

Bisbilhotando enquanto passava, Gobuta imaginou que eles estavam tentando vender algo mágico ou algo assim, aos kobolds. O equipamento humano, exceto palavras curtas e punhais, eram muito grandes para goblins.

Armaduras também estavam fora de questão. Roupas feitas de couro duro podiam ser desmontadas e usadas de maneira fragmentada, mas as peças metálicas eram demais para se trabalhar. Nenhum dos goblins tinha esse tipo de conhecimento.

Itens mágicos eram uma grande incógnita. Mesmo tocá-los, eles temiam, os quebrariam e os tornariam inúteis. Se nem os kobolds os queriam, era um caso clássico de pérolas antes dos porcos.

— Que tal isso, então? — sugeriu um kobold aos goblins enquanto coçavam a cabeça — Se você estiver disposto a viajar para o reino dos Anões, eles devem comprar esses itens. Eles estariam dispostos a aceitá-lo como pagamento por hardware anão e similares, e terão prazer em entregar suas compras para você também. Vai estar a uma distância razoável daqui, lembre-se… Mas enquanto você viaja rio acima ao longo do rio, é impossível se perder.

Isso levou a um clamor entre os anciãos goblins reunidos. — O reino dos Anões?! — berrou um deles — Essa é uma distância impossível! Eu só ouvi rumores sobre essa terra estrangeira!

— Quanto tempo levaria para viajar para um lugar tão distante?

— Sim! E quem iria embarcar na jornada? Nossos jovens são nossos trabalhadores mais valiosos; não podemos nos dar ao luxo de poupar um!

“Não preciso me preocupar!” Gobuta pensou enquanto passeava alegremente, prestando pouca atenção à briga aparentemente interminável.

O destino tinha planos diferentes.

— Espere — disse o ancião da vila, parando-o — Parece que você tem pouco tempo ocupado. Eu poderia pedir um favor?

Gobuta congelou imediatamente. Algo lhe disse que esse favor não seria muito do seu agrado.

— Olhe para esta faca — continuou o ancião — Você não acha que é uma peça maravilhosa? Se você fizer esse favor por nós, ficarei feliz em dar a você!

O brilho da lâmina foi mais do que suficiente para chamar a atenção de Gobuta.

— Diga o que quiser, senhor! Eu vou lidar com o que você precisar! — ele deixou escapar, imediatamente esquecendo seu sentimento anterior de pressentimento. Mas talvez isso fosse inevitável. O brilho prateado nesta faca foi o produto da magia imbuída dentro. Imediatamente, Gobuta roubou a capacidade de se envolver em pensamentos críticos. Sua boca se moveu antes de seu cérebro.

— Ah!

Mas já era tarde demais.

— Você vai então? Você vai viajar para o reino dos Anões para nós?

— Eu?!

— Podemos contar com você para isso?

Agora os anciãos cercavam Gobuta, sorrisos idênticos em seus rostos. A visão de seus olhos severos acima de seus lábios virados forçou Gobuta a acenar humildemente em resposta.

Dizia-se que o tempo de vida médio dos goblins não passava de um quinto da vida de um humano. Sua linhagem podia ser rastreada até as antigas raças afiliadas a fadas, supostamente, mas, devido aos seus atuais eus degenerados monstros, era na melhor das hipóteses um elo tênue. Até os mais longevos tiveram a sorte de ver seu vigésimo aniversário, e a maioria acumulou apenas uma década ou mais antes de embarcar. A idade de três anos, quando os goblins estavam prontos para a atividade reprodutiva, foi vista como o início de sua idade adulta, com maturidade total aos cinco anos.

Eles não eram criaturas muito fortes e, como resultado, suas espécies compensavam a diferença através de um número explosivo de filhotes. Porém, relativamente poucos sobreviveram à idade adulta, tornando a crueldade da natureza ainda mais óbvia. Apenas cerca de metade de todas as crianças goblins atingiu a maturidade total, e dessas, menos da metade já viu esse quinto aniversário.

Era simplesmente o lote que recebiam e considerando essas vidas curtas, os goblins não tinham o hábito de adquirir habilidades de linguagem. Eles podiam falar palavras, sim, mas isso foi feito estritamente para comunicar suas intenções um ao outro e nada mais. Não havia o conceito de adquirir conhecimento e transmiti-lo à próxima geração, nem o hábito de estocar recursos para melhorar suas condições de vida.

Foi exatamente por isso que os goblins não viram utilidade para itens mágicos além de vendê-los em troca de suas necessidades diárias, juntamente com qualquer armadura decente em que pudessem colocar suas patas sujas.

A falta de inteligência entre os anciãos significava que eles realmente não tinham ideia do que implica uma jornada ao reino dos Anões. A viagem de ida e volta levaria vários meses, uma grande parte do tempo de vida de um goblin, e ele teria que arriscar tudo o que considerava querido.

No entanto, ninguém na vila dos goblins a considerava uma missão terrivelmente importante. Para os idosos e outros adultos maduros, eles estavam simplesmente aceitando uma tarefa grosseira e dando-a a uma criança com nada melhor para fazer. Eles não tinham má vontade em relação a ele, nem realmente as habilidades aritméticas necessárias para apreciar o escopo dessa missão. Era exatamente como era.

E assim, com apenas alguns momentos de hesitação, a jornada de Gobuta ao reino dos Anões foi imutável.

Por que todo mundo é tão mau? Gobuta choramingou para si mesmo.

Ele tinha um argumento válido. Ele era uma criança goblin, ainda não totalmente crescida, e eles estavam amarrando uma carga do tamanho de uma montanha nas costas e enviando-o para uma grande missão. Ele ouviu dos kobolds que seria uma caminhada de dois meses por si só, mas com toda essa bagagem? Era difícil até colocar um pé na frente do outro.

Mas não adianta reclamar disso. Gobuta começou a pensar. Então ele teve uma ideia.

— Por que não coloco todo esse lixo em uma caixa e a coloco atrás de mim?

Infelizmente, isso não funcionou. A caixa se recusou a se mover. Gobuta coçou a cabeça um pouco mais. Então ele se lembrou da caixa realmente grande que viu uma vez, perto de um assentamento humano, com um cavalo puxando-a.

Ah, sim, esse tinha algumas coisas redondas, não tinha…?

O que ele estava lembrando era de um carrinho, e as “coisas redondas” eram rodas, embora ele não tivesse as palavras para elas em seu vocabulário. Então Gobuta procurou algo que funcionasse em seu lugar. O que ele encontrou foi um par de escudos circulares abandonados.

Isso deve ser o suficiente!

As coisas procederam louvável e rapidamente a partir daí. Ele pegou um taco reto e depois usou sua nova e brilhante faca mágica para diminuir o tamanho. Então ele colocou alguns buracos na caixa com seus pertences e passou o bastão pelos dois. Ele prendeu os escudos gêmeos nas duas extremidades deste eixo improvisado e amarrou-os no lugar com algumas videiras úteis que encontrou. Um par de pedaços extras de madeira para alças e voilà, um puxão instantâneo.

Com alguns trapos empilhados em cima para impedir que as coisas caíssem, e mais alguns da vila para se aquecer à noite, ele estava pronto. O ancião teve a gentileza de fornecer um pouco de comida e água também.

Então Gobuta deixou a vila. Adeus longos e sentimentais nunca foram realmente o estilo dos goblins.

— Eu estou com fome…

Uma semana depois, Gobuta estava cambaleando para a frente em um estado de exaustão quase total. A comida em sua carroça, que ele supôs que duraria o resto de sua vida, desapareceu no quinto dia. Ainda havia água, mas não muito, provavelmente.

Enquanto isso, a carroça ficava presa nas raízes das árvores e assim exauria a força de Gobuta. Percorrendo a pé com pouca energia, Gobuta e sua jornada estavam em perigo. Ele já andara por dois dias sem comida.

Enquanto seus passos se tornavam cada vez mais instáveis, Gobuta lutou para puxar sua carroça, mas…

— Eu não posso…

Ele se jogou na base de uma grande árvore ao lado do caminho. Em um golpe de sorte incrível, no momento em que ele se acalmou, ele viu um cogumelo brotando do chão. Se o examinasse por mais um tempo, provavelmente teria notado sua cor tremendamente venenosa, mas a fome estava começando a nublar sua visão.

— Ooh, um cogumelo! Eu poderia lutar por três anos com isso!

Ele se lançou sobre o cogumelo, devorando-o cru sem pensar muito.

Mais uma vez, porém, a pura sorte de Gobuta salvou o dia. O tipo específico de cogumelo que ele escolheu era perigosamente venenoso, mas apenas se o calor fosse aplicado, grelhando, fervendo, o que fosse. Os sucos de sua carne se transformavam em um composto letal, algo que Gobuta não fazia ideia, pois, inadvertidamente, escolheu a maneira mais segura de apreciá-lo.

Estar com o estômago cheio fazia maravilhas para o espírito de Gobuta. Encheu a pele de couro de uma poça de água dentro de uma cavidade na árvore e decidiu descansar, não muito interessado em viajar mais longe naquele dia.

Sua carroça estava pronta para se partir a qualquer momento, mas, felizmente, havia algumas vinhas úteis nas proximidades, que ele costumava amarrá-la novamente, além de uma seiva útil da árvore para preencher os diversos buracos e fendas que apareceram. A casca da árvore também fez maravilhas para consertar as maiores quebras da caixa.

Com esse trabalho vital completo, Gobuta dormiu o resto da noite, aliviando seu cansaço. Ele acordou na manhã seguinte, surpreendentemente alegre, considerando como foi o dia anterior, e começou a procurar, apanhando nozes e morangos silvestres com aparência de comestível, e avistando mais cogumelos do dia anterior.

— Eu nunca vi um cogumelo tão perigoso! — Ele exclamou para si mesmo — Nem eu podia comer algo assim. — Então ele os deixou para trás, escolhendo um cogumelo de aparência mais sombria para levar no bolso. Dado todos os cogumelos de cores vivas e aparência venenosa na área, ele imaginou (em sua memória nebulosa) que esse deveria ter sido o que ele havia comido.

— Cara, tive a sorte de encontrar esse vencedor entre todos os venenos!

Então ele procurou um pouco mais antes de decidir partir. Ainda era antes da manhã e ele não tinha previsão de estocar um pouco mais de comida antes de partir, então em vez disso, diminuiu a velocidade, procurando mais comestíveis ao longo do caminho.

Um mês depois que ele partiu de sua aldeia natal, Gobuta finalmente chegou ao grande rio que lhe disseram para procurar. A água corrente era bonita e quase totalmente transparente. Os ocasionais reflexos da luz do sol que ele viu devem ter sido peixes, ele pensou.

Parecia calmo na superfície, provavelmente porque era tão largo que ele nem conseguia ver o outro lado, mas um pouco abaixo, a corrente parecia como se desse a um nadador decente uma raça pelo seu dinheiro.

O tamanho do rio fez os olhos de Gobuta se arregalarem de surpresa. Ele estava familiarizado com riachos e coisas do gênero, e adorava brincar neles, mas esse era outro nível de grandeza. Ele não tinha visto nada assim antes. A visão era inimaginável e não era de admirar que o espantasse.

— Hyaaahhhh! Isso é ótimo!! — ele gritou. A visão da água corrente nunca ficou velha para ele. Ele ficou lá o dia inteiro, apenas assistindo, até a noite cair.

Na manhã seguinte, totalmente satisfeito com a visão que ele tinha tomado, Gobuta partiu cedo. Somente quando ele estava prestes a começar a andar ele percebeu uma questão importante.

— Hã? Eles disseram para seguir minha mão esquerda quando cheguei ao rio, ele sussurrou, sem esperar resposta. — Mas se eu me virar, está indo na direção oposta…?

Ele estava certo. Ele sabia que havia colocado uma marca na mão esquerda para se lembrar de qual era a hora de abordar essa questão importante. O único problema: a mão esquerda indicava direções diferentes sempre que ele se movia. Siga a mão esquerda para onde? Essa foi a parte mais difícil.

No final, ele decidiu pegar um galho de árvore que encontrou ao lado do rio, deixá-lo cair no chão e seguir o caminho que apontava. O fato de ter acabado voltando para o caminho correto foi outro testemunho da surpreendente sorte de Gobuta. Ele seguiu a liderança do ramo, sem duvidar disso por um momento, e a viagem foi livre de problemas a partir daí.

Justo quando a jornada começava a incomodá-lo um pouco com sua simplicidade, Gobuta viu algumas águas rasas no rio à frente. Era uma fonte de água para os animais da floresta nas proximidades, embora nenhum deles parecesse estar lutando entre si. Eles estavam evitando o confronto neste local, uma espécie de lei da natureza instintiva e não escrita, talvez. Carnívoro e herbívoro estavam aqui juntos, um dos poucos lugares no mundo selvagem onde você já viu.

Essa regra, no entanto, foi reservada para o reino animal. Humanos e monstros não aderiram a isso. Gobuta também não. Além disso, como a maioria dos monstros que caçavam animais costumava ser noturna, os animais baixavam os guardas quando ainda havia luz.

Que chance! Minha primeira carne em eras!

Os olhos de Gobuta começaram a brilhar enquanto observava as criaturas. Animais grandes e lentos desfrutavam da sensação de água nas costas; predadores mais ágeis tomaram uma bebida e rapidamente saíram do local. Havia pássaros e lebres ainda menores, bebendo nas extremidades para evitar os outros.

Seus olhos nadaram quando ele pegou todas as opções. Então ele encontrou uma lebre selvagem, de aparência mais lenta, gorda e suculenta aos olhos. O tamanho perfeito para alguém como Gobuta. Qualquer coisa maior seria muito perigosa.

Aproximando-se do alvo, Gobuta parou depois de uma curta distância e observou cuidadosamente o ambiente.

Tudo certo. Por enquanto, tudo bem.

Ele sorriu para si mesmo, aproximando-se lentamente enquanto recolhia algumas pedras do chão. Em um momento, ele estava onde se sentiria confortável para jogar. Suas habilidades furtivas, aperfeiçoadas por uma longa carreira de invadir hortas, valeram a pena.

— Yah!

Cheio de confiança, Gobuta lançou uma pedra na lebre. Seu objeto infalível deu-lhe um golpe limpo, e o animal caiu no poço. Os outros ao redor imediatamente dispararam. Gobuta não se importou. Ele já estava salivando quando pegou o corpo.

Então, ocorreu um problema.

— Grooooooooar!!

Com um poderoso lamento, um animal mágico apareceu entre as árvores. Estava majestosamente no alto de um pequeno penhasco, e lentamente seus olhos se voltaram para Gobuta.

Este era um tigre de lâmina, o chamado rei dessa floresta densa. Ele gozava de uma classificação B muito bem, garantindo que um goblin do ranking F não tivesse chance.

Este animal estava aqui para os animais ao redor do poço, assim como Gobuta, mas graças a Gobuta agindo primeiro, todos os animais se dispersaram deixando o tigre das lâminas sem nada. Nada, exceto o próprio Gobuta. E a captura dele, é claro, mas isso não seria o suficiente para saciar esse monstro.

— Gehh! Você está atrás de mim?!

O tigre-lâmina saltou de seu poleiro, imperturbável pela altura do penhasco, e aterrissou na frente de Gobuta sem fazer barulho. Isso o fez recuar, mas seus instintos lhe disseram que correr era inútil.

Como era, não havia como escapar de um destino que terminava na boca do tigre. O que ele deveria fazer?

Gobuta pensou o máximo que pôde. Então…

Se é assim, terei que lutar o máximo que puder!

Gobuta se preparou contra o tigre das lâminas. Não havia muitas opções à sua disposição. Sua mão esquerda ainda tinha uma pedra, mas contra um tigre de lâmina isso não daria muito certo. Talvez isso funcionasse…

De repente, lembrou-se da faca que lhe fora dada antes de sua partida.

Talvez isso pudesse ferir a criatura? E talvez, se ele tivesse sorte, isso lhe daria tempo suficiente para escapar. Depois que ele chegou a essa conclusão, não havia tempo a perder. Não havia mais nada à sua disposição, então ele decidiu acreditar em suas chances e continuar resistindo até o fim.

Primeiro, Gobuta arremessou a pedra. A faca era sua verdadeira passagem daqui, mas se o tigre a esquivasse ele estaria morto. Então ele usou a pedra primeiro para distrair o animal. O tigre das lâminas saltou facilmente do caminho e Gobuta antecipando onde seu adversário iria pousar, removeu a faca do bolso e preparou-se para jogá-la na direção de…

Hum, isso é um cogumelo…?

Levou alguns momentos para ele perceber que não era uma faca que ele estava prestes a jogar no tigre das lâminas. Mas ele já estava em movimento, incapaz de parar, e o cogumelo foi embora. Ele estava planejando comer isso mais tarde. O único cogumelo de cor opaca que ele encontrou em um bosque cheio de venenosos. Ele quis fazer um lanche e logo se esqueceu.

Mas então algo além da imaginação de Gobuta aconteceu. Verificou-se que esse cogumelo era do tipo venenoso raro, contendo esporos carregados de veneno letal. Gobuta andava com isso no bolso o tempo todo, e então jogou-o em um animal mágico.

O tigre-lâmina olhou para o cogumelo arremessado na direção do rosto, depois abriu a boca. Ele usou sua habilidade de Canhão de Voz na tentativa de vaporizá-lo, o que provou ser um erro. O cogumelo pulverizado liberou imediatamente todos os esporos que flutuavam na brisa e pousavam por todo o corpo do tigre. Ele caiu no chão, tremendo, atormentado da cabeça aos pés com dor, os esporos haviam penetrado em seus olhos, ouvidos e boca e puniam implacavelmente seus sentidos.

Pela primeira vez desde o nascimento, o tigre-lâmina estava experimentando um nível verdadeiramente indescritível de dor. Gobuta não era muito inteligente, mas era inteligente o suficiente para tirar proveito da situação.

— Uau! Não sei o que aconteceu, mas esta é minha grande chance!

Um aventureiro maior teria se aproximado para dar o golpe final.

Não Gobuta. Rapidamente, ele planejou sua fuga, certificando-se de pegar sua lebre antes de sair.

Alcançando sua velha carroça, ele jogou o cadáver de coelho em cima da carga e fugiu a toda velocidade. Ele continuou o tempo que sua respiração o deixou, até que finalmente chegou ao que parecia ser um lugar seguro.

Ele deu um suspiro de alívio, tendo escapado do que havia sido o maior perigo que já havia ocorrido em sua vida.

Ser libertado da morte certa imediatamente lembrou a Gobuta que estava com fome. Ele lembrou a lebre em sua posse, mas nem mesmo ele era simples o suficiente para baixar a guarda aqui. Ele decidiu se mudar para o leito do rio, o que lhe daria uma boa visão de todo o ambiente, e usou algumas pedras e paus mortos para criar uma fogueira ao ar livre.

O perigo dos últimos momentos agora estava firmemente para trás quando os pensamentos de Gobuta voltaram-se para seu apetite. Ele drenou a carcaça de sangue, cheio de antecipação, esfolou e estripou o animal.

Em pouco tempo, ele foi colocado em uma vara em cima do fogo. Agora tudo o que ele precisava fazer era girar o bastão e garantir que a superfície estivesse totalmente cozida. Era uma receita simples, combinada com um pouco de suco de baga espremido sobre a carcaça, e demorou apenas alguns instantes para embrulhar.

— Isso é ótimo! Isso é demais!

Gobuta mastigou a carne, sem se importar com os óleos pingando nele. Não havia nada mais delicioso do que a primeira refeição depois de encarar a morte no rosto. No caso de Gobuta, depois de viver de morangos silvestres e nozes sortidas nos últimos X dias, a primeira carne da qual ele se lembrava tinha o gosto de ter subido ao céu. Nada poderia tê-lo mais feliz.

Para ele, o medo que sentira antes do tigre-lâmina já existia. Seu cérebro já o havia processado como apenas mais um incidente em sua vida. Foi a primeira vez que Gobuta conseguiu comer o seu preenchimento há um tempo. Isso ele fez, com gosto.

“Certo!” Ele disse. “Tenho a sensação de que amanhã será um ótimo dia!”

Para Gobuta, o passado poderia muito bem ter sido um esquecimento distante. Tudo o que realmente importava era no dia seguinte.

O confronto com o tigre-lâmina acabou sendo o último grande problema que Gobuta encontrou no próximo mês de viagem.

As montanhas nebulosas que pareciam tão distantes há muito tempo agora pareciam tão grandes que os picos não eram mais visíveis, mesmo que ele olhasse para cima. Os morros acima dele haviam sido atingidos pela chuva para formar uma parede bonita, de aparência poderosa e pura. Tudo era uma nova visão para Gobuta, e tudo atraía seu interesse.

Mas ele não teve tempo de apreciar as vistas. Ele estava quase sem comida de novo. Ele já estava em terras mais ou menos sob a proteção do rei anão, principalmente pastagens fora da floresta de Jura. Ele tentou coletar o máximo que pôde antes de pegar a estrada da montanha, mas não só não haveria como reabastecer seus estoques, esses estoques estavam começando a parecer bastante escassos.

As vistas de tirar o fôlego ao seu redor ajudaram Gobuta a esquecer sua fome, mas agora era hora de enfrentar a realidade. E esse não era o único problema. Gobuta não foi o único a caminho do reino dos Anões. Como um centro comercial neutro, abrigava todos os tipos de espécies diferentes, não apenas criaturas e pessoas nascidas na magia, mas também seres humanos.

Como Gobuta descobriu, a maioria dos viajantes ao longo desta rota preferia manter grupos grandes, se possível. Todas as raças tinham segurança garantida no reino como regra, mas as forças de segurança só podiam chegar tão longe nas fronteiras. As pessoas precisavam e deveriam se defender. Isso era senso comum para os comerciantes, mas Gobuta não sabia nem se importava com nada disso.

Foi por isso que, enquanto ele estava distraído com a questão da comida, ele se deparou com um tipo totalmente diferente de problema. No momento em que ele pensava em como encontraria melhor alimento real em breve, ele ouviu uma voz.

— Ei — dizia — o que um goblin solitário está fazendo aqui, carregando objetos de valor, não é?

Gobuta não o entendeu. Goblins se comunicavam usando um método não muito longe do Pensamento

Habilidade em comunicação. Algumas palavras quebradas do discurso humano eram as melhores que eles podiam lidar.

Ele ainda era sensível à malícia por trás da declaração. Ele não havia notado a abordagem do humano, e olhando para ele, Gobuta já podia sentir o perigo.

Uh-oh… Isso não pode ser bom.

Gobuta agarrou as maçanetas da carroça, preparando-se para fugir a toda velocidade. Mas…

— Ohhh não, você não vai fugir não!

Outro humano apareceu na frente dele, um lutador de armadura metálica. O outro homem, usando equipamento mais leve, espiou dentro da carroça e soltou um assobio apreciativo.

— Uau! Eu não esperava muito, mas esses são itens mágicos, não são? Rapaz, temos sorte hoje! Tudo o que precisamos fazer é matar esse carinha e já ganhamos o dinheiro com a nossa viagem de compras!

— Ah? Eu estava esperando apenas um pouco de dinheiro gasto, mas que golpe de sorte. Mal posso esperar para ver os rostos daqueles bastardos que estavam com preguiça de se juntar a nós!

Gobuta ignorou a troca enquanto pensava no que fazer a seguir. Deparar-se com esse problema inesperado tão próximo do reino dos Anões o surpreendeu, mas não havia tempo para refletir sobre seu destino. Ele acalmou seu coração batendo enquanto procurava uma solução decente.

O que devo fazer?! Se isso continuar, eles pegarão tudo. E acho que minha vida também pode estar em perigo…

Enquanto ele pensava sobre isso, ficou claro que esses homens poderiam estar perseguindo mais do que alguns rabiscos mágicos. Só então Gobuta percebeu a extensão do perigo.

Logo ele percebeu que estava certo. Bloqueando seu caminho de retirada, os homens começaram a atacá-lo. Considerando o tamanho infantil de Gobuta, não foi uma luta justa. Os homens estavam totalmente blindados e ostentando a força de aventureiros de classe D. Gobuta não teve chance. Sem um golpe de sorte equivalente ao que o ajudou a sobreviver ao tigre-lâmina, seria o fim do caminho para ele.

Mas mais uma vez, a deusa da fortuna sorriu.

— O que vocês estão fazendo aí?

Gobuta e seus atacantes se viraram para encontrar uma goblina olhando para eles, uma lutadora, a julgar pelos seus cabelos ruivos e enlameados. Eles podiam ver uma caravana mercante kobold atrás dela, ela devia ter sido guarda-costas.

Os homens levaram um momento para avaliar suas chances. Eles eram dois e potencialmente levariam uma caravana inteira liderada por um guerreiro profissional. Hobgoblins de ambos os sexos eram criaturas de alto nível capazes de falar fluentemente, muito mais inteligentes do que seus parentes goblin. Enquanto isso, em termos de habilidade, os homens ainda eram amadores.

Não era páreo para um homem são. E mesmo que eles quisessem fugir com a bagagem desse diabrete goblin, era tarde demais para isso.

— tsc — disse o blindado — Vamos deixar você ir desta vez!

— Melhor ficar feliz por ainda estar respirando, verme!

E então eles partiram, deixando Gobuta milagrosamente vivo mais uma vez.

Gobuta deve ter ficado tão feliz com esse golpe de sorte que perdeu a consciência, porque a próxima coisa que soube foi que o barulho da carroça começou a despertá-lo. Os machucados que os homens haviam causado nele picaram o suficiente para acordá-lo completamente.

— Oh, você está acordado?

Ele olhou para cima e encontrou a goblina ruiva ao seu lado, quase de aparência humana, ao contrário dos goblins. Um único olhar fez de Gobuta seu prisioneiro. Ele se esqueceu instantaneamente dos ferimentos e imediatamente se apaixonou pela mulher.

— Um anjo. Uma mulher angelical do céu! Por favor! Quero que você dê à luz meus filhos!

Quando se tratava de romance, os goblins nunca levavam as coisas devagar. O resto dos ocupantes do vagão tomou isso como uma piada.

— Bah-ah-ah-ah! Legal, garoto!

— Oh Ho! Você o ouviu!

— Silêncio, vocês dois! — A goblina estalou — Pare com o bate-papo e fique em alerta!

O sarcasmo voou direto sobre a cabeça de Gobuta, seus olhos ardentes ainda fixados em seu novo ideal. A realidade, infelizmente, não era tão gentil.

— Olha —  disse a mulher — covardes como você não são do meu tipo. Deixar-se intimidar por humanos tão fracos? Eu nunca deixei um homem assim entrar na minha vida! Eu, pelo menos, gostaria de alguém que pudesse me resgatar, se necessário.

Assim, o primeiro romance de Gobuta terminou alguns segundos depois de começar. A dor física voltou.

— N-não… eu não posso acreditar…

Então ele desmaiou novamente, a sensação de perda demais para suportar.

A caravana de Kobold acabou levando-o até o reino dos Anões, pelo menos, o que o salvou do problema de ser morto por catadores na estrada à noite…

Seu primeiro amor não deu certo, mas pelo menos sua primeira missão deu.

Graças a suas novas conexões kobold, Gobuta foi rapidamente levado a uma loja anã disposta a comprar sua bagagem. Os funcionários ficaram um pouco surpresos ao encontrar armas mágicas sob os trapos manchados que cobriam sua carroça, mas o restante da transação foi tratado com o atendimento ao cliente anão de marca registrada.

Os anões aqui estavam tão acostumados a lidar com monstros que podiam até se comunicar com eles até certo ponto. Um dos funcionários apontou para os quadris de Gobuta.

— Ei, você está vendendo isso?

Ele olhou para baixo e encontrou a faca apoiada no quadril.

— Oh! Eu tinha ao meu lado, não no meu bolso!

Não é de admirar que ele tivesse arrancado um cogumelo.

— Não, isso é meu — respondeu Gobuta — Não está à venda.

O anão assentiu. — É uma boa peça — disse ele — mas sua força Mágica quase se esgotou. Só funcionaria uma ou mais duas vezes, imagino. Você sabe como usá-lo?

— Não, mas… isso é uma arma mágica?

— Isto é. Chama-se Faca de Fogo. É feito de prata, mas foi imbuído de força Mágica. Foi originalmente feito como autoproteção para nobres humanos. Eu poderia ensinar o encantamento, se você quiser, mas não espere que dure muito quando você o usar.

— Realmente?!

— Realmente. Apenas cuide bem disso. É uma adaga de Dwargon. Afinal, o reino a fez!

Assim, o anão de boa índole deu a Gobuta o feitiço correto a usar, aparentemente decidindo que a ideia de um goblin com armas anãs mágicas era divertida o suficiente para justificar a ajuda.

Os negócios de Gobuta aqui estavam encerrados. Ele havia aceitado itens em vez de dinheiro para sua carga, mas não havia necessidade de carregar tudo de volta, o custo do transporte foi levado em consideração no acordo que os anões lhe deram.

Termos de Gobuta: o máximo de facas de cozinha, panelas grandes e outros itens do dia-a-dia que possam caber em sua carroça. Ele também providenciou algumas couraças, facas e outras peças adequadas para o uso de goblins.

Ele levou tudo para a estação de transferência para registro e remessa. Eles deram a ele um tubo com infusão de Magícula que, uma vez que ele o colocasse onde queria, transmitia seus itens até aquele ponto. Funcionaria apenas uma vez, é claro. Compras baratas como a de Gobuta também poderiam ser enviadas pela Heavenly Transport, mas estavam disponíveis apenas por curtas distâncias. Além disso, Gobuta não tinha o idioma para expressar exatamente onde ele morava. Para ele, mesmo que isso aumentasse o preço, a transferência mágica era a única opção.

Gobuta não hesitou em aceitar a oferta, não exatamente como um passo para puxar uma carroça inteira até em casa também. Isso o salvaria de mais possíveis invasores e o sobrecarregaria. A decisão viria a ser a correta mais tarde.

Depois que ele terminou na estação de transferência, Gobuta voltou ao vendedor de antes, na esperança de expressar seu agradecimento ao anão que o havia encaminhado. — Olá! — Ele disse. — Eles vão transferir minhas compras para mim. Obrigado!

— Oh, você de novo? Bem, maravilhoso. Ah, e você pode ter isso de volta. Não podemos vender esta peça.

O anão deu-lhe um casaco grosso feito das peles de animais que Gobuta usava como cobertor. Ele havia levado várias lebres selvagens, guardando suas peles para venda posterior; o casaco era feito de todos eles, oferecendo ao usuário abrigo contra o frio. O anão se ofereceu para devolvê-los, mas ele deve ter criado o item especialmente para Gobuta.

— Hã? Você tem certeza?

— Sim, além disso, se pegássemos todas essas peles, como você vai dormir à noite? Você precisa se preparar bem antes de partir para uma jornada, você sabe. — Então o anão pegou uma mochila bem usada. — Pegue isso também. Em vez de lhe dar seu troco em dinheiro, coloquei alguns alimentos secos lá. Deve durar uma semana ou mais. Viagens seguras.

— Sério? — Gobuta disse, surpreso com a bondade do anão. — Eu agradeço!

— Ah, não se preocupe com isso. Na verdade, eu fiz a faca que você tem, e você não gostaria de deixar o dono na mão. Vou rezar para que você chegue em casa com segurança.

Então o anão se afastou, para lidar com outro cliente. Gobuta acenou para ele mais uma vez, embora duvidasse que seu novo amigo notasse.

— Ele está certo… Se eu saísse daqui de mãos vazias, nem chegaria à floresta. Que tipo de anão era esse!

Vestindo o casaco, depois a mochila, Gobuta saiu da loja. Sua missão estava completa, mas ele não estava prestes a partir tão rapidamente. — Eu cheguei até aqui — ele sussurrou para si mesmo. — Está tudo bem se eu ver a vista um pouco, certo?

O reino dos Anões foi construído dentro de uma grande caverna natural, impedindo Gobuta de ver o sol diretamente. Graças a alguma engenharia inteligente que permitia a entrada de luz solar natural nos espaços da cidade, no entanto, era mais do que brilhante o suficiente para ser vista. À noite, o musgo fluorescente que cobria as paredes da caverna fornecia tanta luz quanto a lua cheia.

Uma questão era como as pessoas lidavam com o fogo. O reino não era um espaço fechado, mas a caverna facilitou a formação de nuvens de fumaça espessa, tornando a ventilação uma prioridade. Como resultado, seja dentro de casa ou ao ar livre, o uso do fogo era restrito, com a necessidade de bombeiros estarem sempre à mão perto de oficinas, cozinhas e qualquer outro local de trabalho que lidasse com chamas.

O que significava que cozinhar alimentos era permitido apenas em certos lugares, sempre em ambientes fechados.

Normalmente, se ele estava desconfortável, poderia apenas mergulhar-se em um pouco de água. Mas Gobuta acabara de terminar uma longa jornada. Para ser franco, ele estava no posto. Era de se esperar, dada a falta de hábitos regulares de banho dos goblins. Ele não se destacava muito nas lojas perto da entrada, que estavam cheias de aventureiros recém-chegados tão fedorentos quanto ele, mas as coisas eram diferentes nos alojamentos. Havia ventilação, sim, mas o cheiro natural de Gobuta era mais do que suficiente para alarmar as pessoas ao seu redor.

Nas áreas de comércio, os transeuntes e os visitantes enrugavam os narizes visivelmente. Foi o suficiente para fazer Gobuta se sentir socialmente desajeitado.

— Não gosto muito daqui… Talvez deva sair mais cedo ou mais tarde.

Sentindo vergonha, Gobuta decidiu ir para casa.

Essa foi a decisão certa a ser tomada. Por um lado, ele não tinha dinheiro nem maneira de comer enquanto visitava a cidade. Ele nem sequer entendeu o conceito de dinheiro, e foi por isso que ele acabou de encerrar uma enorme sessão de troca com aquele anão. Não havia maneira de contornar isso.

Então Gobuta decidiu encerrar sua pequena excursão turística e voltar à estrada, e então viu. Uma loja enfeitada com uma decoração bonita e atraente, cheia de mulheres semelhantes a deusas conversando umas com as outras. O guarda-costas goblina da caravana parecia divina para ele antes, mas essas mulheres eram diferentes. Eles tinham longos cabelos loiros esvoaçantes, suas orelhas compridas aparecendo por baixo. Elas eram elfas, particularmente membros justos das raças de espíritos.

Conceitos como beleza e feiúra normalmente seriam dependentes da raça ou espécie à qual pertencem. Não houve absolutos. No entanto, quando se tratava de goblins, seus gostos e aversões eram mais próximos do que as pessoas. Era uma relíquia de sua herança de fadas, e apesar de sua aparência retroceder mais de um pouco ao longo dos anos, eles ainda eram de natureza mágica. Foi ao ponto que alguns goblins particularmente sem sentido até atacariam pessoas com propósitos de procriação em mente.

— Tão amável! Eu gostaria de poder fazer amizade com uma garota elfa bonita em algum momento também!

Gobuta queria que isso acontecesse. E ele sabia que ficar mais forte era a única maneira de fazê-lo. Assim como a guarda da caravana havia dito, se ele fosse mais forte, mulheres bonitas gostariam dele, era assim que seu processo de pensamento funcionava.

Foi com esse novo objetivo na vida que Gobuta passou sua única noite no reino dos Anões. Parecia tolice partir para a selva à noite, então ele acampou no parque perto do portão principal. A caverna pelo menos impediu de chover, e o casaco que aquele belo anão havia feito para ele mantinha o frio sob controle. Era uma noite mais confortável do que ele esperava, e Gobuta acordou cheio de energia.

A fonte do parque aparentemente usava a água da nascente como fonte, permitindo que os transeuntes bebessem dela. Gobuta tirou a pele da mochila, encheu-a e partiu, deixando o reino dos Anões para trás.

Alguém falou com ele logo depois que ele passou pelo portão.

— Oh, é você, criança? O seu trabalho é feito aqui?

Gobuta olhou para cima e encontrou um comerciante kobold. Dois lutadores de goblins estavam atrás dele, junto com a goblina de cabelos ruivos e enlameados.

— Oh, é você! — Gobuta exclamou.

A caravana também estava a caminho. Os comerciantes mais ricos passavam várias noites na cidade, aproveitando as diversas opções de entretenimento oferecidas, mas as caravanas de menor tempo não tinham esse luxo. Entre, faça seus negócios, chegue em casa e relaxe com sua própria espécie, era assim que normalmente funcionavam.

Os kobolds convidaram Gobuta para a caravana depois de cumprimentá-lo.

— Estamos seguindo o mesmo caminho, não estamos? Temos espaço, então por que não se juntar a nós? Apenas nos forneça alguma proteção se aparecerem bandidos ou bestas Magículas — Disse o líder com um sorriso. Ele bão esperava nada de Gobuta, é claro, isso era apenas uma desculpa educada para colocá-lo na carroça. Gobuta, completamente insensível ao sarcasmo, riu com ele, um pouco orgulhoso por receber esse papel.

O grupo prosseguiu ao longo do caminho do rio, abençoado com uma jornada sem intercorrências, enquanto atravessavam as pastagens e mergulhavam na Floresta de Jura. Gobuta tinha amplos pássaros selvagens para caçar onde quer que descansassem, um suprimento decente de nozes e frutas para colher, e ele fez sua parte, reunindo seus recursos com os da caravana.

— Você tem um talento real para isso, não é? — disse o líder, um pouco surpreso — Veja toda a comida que você localizou para nós…

— De fato — outro kobold interrompeu — você deve conhecer a Floresta de Jura como as costas da sua mão. Na floresta, você é muito mais ajuda do que eu jamais esperava.

— Bem verdade. Eu não tinha ideia de que você tinha esse tipo de talento!

Gobuta, sua última captura em uma mão e uma pedra extra na outra, não conseguiu esconder sua alegria por isso. Ninguém nunca o elogiou tanto na vila. Ele gostou.

Um dia, eles encontraram os cogumelos venenosos e de cores vivas novamente, exatamente como o que Gobuta comera inadvertidamente para acalmar sua fome.

— Você não pode comer isso…

Mas espere. Hã? Aqueles cogumelos de aparência normal ali também parecem meio perigosos. Foi realmente esse que eu comi?

Havia uma centelha de dúvida em sua mente, mas esses cogumelos eram muito coloridos, e muito vermelhos e agourentos também, para serem considerados comestíveis. Até Gobuta, que rapidamente deixava todos os elogios lhe virem à cabeça, estava um pouco duvidoso em tentar.

— Hum, aqueles simples? Você não pode comer isso — a goblina disse a ele. — Eles são conhecidos como firespores e são mortais. Os mais fortes até explodem se você os expuser ao fogo, espalhando veneno por toda a área. Não vou impedi-lo se você quiser tentar, mas não espero sobreviver.

Gobuta assentiu apreciativamente. Claro que ele fez. De jeito nenhum ele iria comer algo tão perigoso.

Ignorando os recordes, Gobuta e seus amigos se concentraram em colher nozes e frutas. Além do grupo em que ele estava, havia outros no rio, reabastecendo o suprimento de água e cozinhando os alimentos que haviam encontrado.

Assim como todos haviam terminado o trabalho e estavam prontos para preparar o jantar…

—Groooooar!!

Ouviram um rugido aterrador. Um animal mágico apareceu, exalando raiva ao olhar para a caravana. Era aquele tigre-lâmina novamente, o animal de classificação B que Gobuta vencera inadvertidamente há alguns meses.

Os esporos de veneno o haviam danificado, mas teve a sorte de estar perto de um lago que deve ter ajudado a recuperar. Ainda estava tão bravo como sempre, porém, mais do que bravo o suficiente para convencer o goblin de baixa patente que escapara uma vez de que tudo estava perdido agora.

A fera, orgulhosa de natureza, jurara que vingaria o desprezo à sua reputação. Com outro rugido, usou o Canhão de Voz para afastar claramente um dos guardas. A única explosão deixou muito claro o quão poderoso o tigre-lâmina era, até o mais robusto dos goblins enfrentaria ferimentos graves depois de sofrer o impacto. Se não fosse pela armadura completa que o protegia, ele teria morrido instantaneamente.

— Meu irmão!

Outro goblin soltou um grito de surpresa, mas estava petrificado demais para se mexer. Tudo o que ele podia fazer era segurar um machado instável nas mãos e manter um olho atento no tigre das lâminas. Ninguém poderia culpá-lo. Hobgoblins foram classificados em C. Eles não foram feitos para enfrentar um tigre como este.

— Não o cutuque — advertiu a guarda em voz baixa — Esse cara é perigoso. Levaria dez de nós para ter pelo menos uma chance de enfrentar um tigre-lâmina. Comerciantes! Precisamos desistir de nossos produtos e lentamente nos afastar da área.

Ela sabia que enfurecer um tigre-lâmina não faria nada além de tornar a situação ainda mais traiçoeira. Ela pelo menos queria que seus clientes sobrevivessem ao encontro. Enquanto o tigre estava se banqueteando com seus cavalos, eles poderiam pelo menos tentar uma fuga, se tivessem sorte poderiam até conseguir.

Mas essa esperança foi rapidamente frustrada. O tigre-lâmina não queria uma refeição. Queria vingança. Olhou para o resto dos guardas lentamente, procurando o goblin que realmente queria. Então rosnou para os kobolds lentamente se afastando do acampamento. Os comerciantes caíram no chão, entendendo que não teriam piedade.

— Bem, é isso — um dos guardas murmurou — Não vai nos deixar ir.

— O que devemos fazer, senhorita? Não podemos ganhar disso?

— Acho que temos que cobrar. Comerciantes! Quando estivermos a caminho, quero que todos corram como o inferno! E também não se amontoem, a menos que vocês queiram morrer.

Os guardas estavam prontos para sacrificar suas vidas pelo bem de seus clientes, usando-se como isca para deixá-los sobreviver. O desespero encheu o ar ao redor deles, mas um deles não conseguiu entender o humor. Foi Gobuta, é claro, quem tomou o rugido do tigre-lâmina como nada menos que sua grande chance.

— É esse tigre, não é?! O cara que persegui com aquele cogumelo? Até eu poderia vencê-lo!

Seria um erro fatal para mais alguém, mas Gobuta foi o único no campo não completamente atingido pelo terror. Ele pulou para frente quando o tigre-lâmina soltou outro grunhido sinistro.

— Seu tolo! — A guarda-costas feminina gritou. — O que você poderia fazer?!

— Você pode deixar isso comigo! — Gobuta gritou de volta com um sorriso. Então ele correu para a floresta. O tigre-lâmina imediatamente o perseguiu, ignorando todo mundo.

O resto do grupo ficou pasmo, mesmo que apenas por um momento.

— Aquele idiota… Como ele pôde ser tão imprudente…?

O movimento aparentemente altruísta sacudiu os guardas até o âmago, mas eles sabiam que não podiam deixar essa chance despercebida.

— Todos! Sai daqui agora! Vamos segurar essa coisa aqui!

— Mas…

— Não se preocupe. Esse é o nosso trabalho. Se pudermos nos afastar desse monstro, enviaremos um sinalizador para sinalizar você.

— Ele tem razão. Também não pretendemos morrer aqui. Eu gostaria de ver vocês de novo, está bem?

Com isso, os guardas empilharam os comerciantes na carroça. Gobuta não daria muito tempo para trabalhar, mas se os guardas ficassem para trás, isso abriria uma chance para os comerciantes saírem com segurança. Eles esperaram a partida da carroça e depois mergulharam na floresta onde Gobuta os deixou. Enquanto isso-

— Ahhh! Isso é assustador! Isso é tão assustador!!

Agora, a visão do tigre-lâmina alcançando-o estava ficando um pouco irritante. Ele merecia toda a sua classificação B no que dizia respeito à velocidade, e logo estava no lugar de Gobuta.

— Talvez eu não devesse ter tentado agir de maneira legal por lá…

Não fazia sentido se arrepender agora. Gobuta estava muito ocupado tentando aumentar a distância para se importar. Mas, mesmo quando suas chances de ser encurralado aumentavam a cada segundo, outra ideia brilhante surgiu em sua mente.

— Talvez se eu usar isso-

Gobuta parou, mantendo-se firme e tirou algo do bolso. Com um sorriso desafiador, ele lançou-o diretamente para o tigre-lâmina. A criatura parou, mais surpresa com o súbito fim dessa perseguição do que com o objeto arremessado na direção de sua cabeça. Normalmente, era quando o tigre-lâmina usava o Canhão de Voz, sua arma mais poderosa, para pulverizar o que havia à sua frente. Mas a lembrança de seus erros passados ​​fez o tigre hesitar.

Era inteligente o suficiente para não repetir o mesmo erro duas vezes, mas o que normalmente seria uma característica vantajosa significava condenação por isso. Em vez do Canhão de Voz, o tigre das lâminas imaginou que ele morderia o objeto recebido para detê-lo. Com seus reflexos, seria uma coisa fácil de fazer.

Mas no momento em que o objeto estava entre os dentes, Gobuta gritou:

Unseal!!

Antes que o tigre-lâmina pudesse entendê-lo, o encantamento entrou em vigor. Assim como Gobuta esperava, o tubo mágico fornecido a ele pelo escritório de transferência fez exatamente o que foi feito, desenrolando todos os potes, panelas, armas e até sua carroça na boca do tigre.

Isso teve exatamente o efeito que Gobuta esperava, arrancou a mandíbula do tigre-lâmina da cabeça.

— Tudo bem! — Gobuta gritou de alegria. Mas esse não foi o fim de seu plano. Ele ainda tinha uma arma final em mãos, sua faca de fogo. Considerando o desempenho de um tigre-lâmina em batalha, apenas perder sua mandíbula não seria suficiente para mandá-lo para a contagem. Foi por isso que Gobuta imaginou que seu orgulho e alegria, sua única arma mágica, seriam o suficiente.

Então Gobuta notou os itens (um pouco ensanguentados) espalhados no chão da floresta.

— Mas se eu queimar isso aqui, também vou queimar minhas coisas, não é? Talvez eu deva tentar atraí-lo mais profundamente.

Mais uma vez diante de uma agonia que nunca havia conhecido, o confuso tigre-lâmina estava começando a perder sua capacidade de tomar decisões racionais. A fuga de Gobuta o enfureceu. Não podia mais considerar os esquemas ou objetivos finais de seus adversários. Em vez disso, seguiu o instinto e o perseguiu novamente.

A dor foi intensa, mas foi a perda humilhante do Canhão de Voz que o deixou especialmente furioso. Tudo o que enchia sua mente era um desejo consumidor de matar Gobuta para sempre.

Depois de criar uma certa distância entre ele e o tigre, o pequeno goblin mergulhou em um bosque denso. Isso reduziu a vantagem do tigre-lâmina e aumentou ainda mais a diferença entre Gobuta e seu perseguidor.

Virando-se, Gobuta focou no tigre-lâmina. Assim como ele pensava, estava indo direto para ele.

— OK! Não posso perder daqui!

Preso no mato denso, o tigre se viu privado de sua mobilidade. Gobuta imaginou que um arremesso direto era tudo o que precisava para acertar no ponto, e ele também tinha magia para desencadear. Nem mesmo uma fera mágica se arrastaria para casa daquilo em boa forma.

Sem o Canhão de Voz, o tigre-lâmina não tinha nada com o que bloquear. Gobuta sabia disso. Então ele jogou a faca de fogo.

— Fogo! — Ele gritou, a palavra que o anão havia lhe ensinado. Isso ativou a faca. Chamas o cercavam enquanto se aproximava do tigre-lâmina. Uma arma mágica como essa normalmente não seria nada para uma besta mágica de classificação B, mas o tigre estava em guarda. Fatalmente, como veio a ser.

Usando uma das presas de bladel em sua mandíbula superior, o tigre-lâmina desviou a faca infundida por chamas. Gobuta ofegou em desespero… mas era exatamente isso que ele precisava. A Faca Flamejante ricocheteou no dente, arremessou-se para baixo e se jogou no chão. Lá, por acaso, crescia um cogumelo com certas qualidades especiais. Um tipo que cuspia veneno letal quando exposto ao calor. Um que estava totalmente maduro, maduro e repleto de esporos.

O campo de tiro explodiu em todas as direções ao redor, provocando explosões em cascata na área. O tigre-lâmina estava bem no meio dele, sem escapatória, seu corpo exposto a todos os esporos abrasadores. Ele desviou um ataque que seria apenas uma ferida de carne, na melhor das hipóteses, apenas para se expor a danos devastadores.

Cansado demais para dar outro passo, Gobuta foi recebido por algumas vozes familiares.

— Uau, legal! Nós vamos cuidar do resto!

— Dang, garoto… Você é um inferno de um lutador, afinal, hein? Isso vai me ajudar no aprendizado!

Os guardas podiam lidar com um tigre-lâmina ferido o suficiente. Logo, tudo acabou. Gobuta foi vitorioso.

Agora era hora de seguirem seus próprios caminhos, Gobuta mais fundo na floresta, a caravana de volta ao longo do rio até as terras do senhor demônio.

— Eu quebrei meu tesouro na batalha — lamentou-se Gobuta — e também vou ter que puxar a carroça de volta para casa… — O sorriso em seu rosto, no entanto, indicava que ele não estava especialmente arrependido por causa disso.

— Bem, graças a isso, você salvou a todos nós — disse o comerciante chefe. — Nós realmente precisamos agradecer novamente.

Gobuta sorriu timidamente para eles.

— Você sabe — gaguejou o guarda goblin — eu acho que poderia.

— Eu vou ficar mais forte, senhorita! Vou vencer outra besta mágica assim, sozinho! Para que eu possa salvar sua vida algum dia!

— Hã? Um sim. Sim, exatamente!

Gobuta a deteve antes que ela pudesse terminar a frase. O que provavelmente foi uma coisa boa. Isso provavelmente deu a Gobuta todo o incentivo que ele precisava para continuar lutando por alturas mais altas, além disso.

Assim, os dois se separaram. O amor de Gobuta teria que permanecer não correspondido, talvez por toda a vida.

Puxando a carroça atrás dele, Gobuta caminhou mais fundo na floresta. Os guardas e comerciantes assistiram como ele fez.

— Você sabe — a guarda feminina sussurrou para si mesma, — eu não me importaria de ter filhos, se fossem dele.

— Não é tarde demais, senhorita! — disse uma de suas amigas rindo.

— Não, está bem. Ele provavelmente é diferente de nós, de qualquer maneira. Ele tem alguma coisa, sabe? Ele tem. Caso contrário, ele nunca poderia sobreviver a nada disso.

— Talvez sim, talvez sim… Você está certo, eu acho.

Eles ficaram ali até Gobuta finalmente desaparecer de vista.

 


 

Tradução: TDDSK

 

Revisão: Kana/Milady

 


 

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