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Rei Demônio ao Trabalho – Vol. 04 – Cap. 01.5 – O Rei Demônio Perde o Trabalho, Então a Casa

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Apressadamente, ele escreveu “Choshi” no papel, ouvindo um leve suspiro de Chiho atrás dele.

— Sim, você provavelmente não saberia. Acho que Inuboh ou Toyama seriam nomes de lugares mais conhecidos por aqui, não é? A menos que você esteja em uma ilha, montanha ou algo assim, você pode ver o nascer do sol na costa de Kimigahama antes que qualquer outra pessoa na região de Kanto possa.

— Hm…

Nada do que a mulher disse soou familiar. Ela deve ter percebido.

— Bem, imagine a ponta mais a leste de Chiba, e isso é perto o suficiente. Só um pouquiiinho longe do centro de Tóquio, sabe?

E com esse comentário, a sobrinha de Shiba deu sua descrição do lugar.

Não adiantava reclamar disso, no entanto. Maou escreveu os nomes desconhecidos no papel e colocou em sua frente.

— Ah, e desculpe ir direto ao ponto, mas também não posso pagar uma fortuna nem nada. Estava pensando em mil ienes por hora, por pessoa, que tal?

— Miii-iil ienes?!135,89 R$ na cotação atual (29/10/22)

Ela surpreendeu Maou. Era muito mais do que tinha imaginado. Porém o que quis dizer com “por pessoa”? Ela queria que ele levasse um ônibus cheio de amigos?

Se Ashiya se juntasse a Maou lá, a matemática simples indicava que o Castelo Demoníaco seria pago com 2.000 ienes por hora.

— Sim, bem, meu pai dirigia esse lugar, tipo, metade como um hobby. Praticamente sem noção de como ganhar dinheiro com isso, sabe? Mas ainda estamos ocupados durante a temporada, então estamos sofrendo por falta de ajuda. Oh, e você pode ficar aqui de graça também. Comida por minha conta. E sem custo extra, você poderá nadar no oceano depois do trabalho o quanto quiser até escurecer!

Comida de graça, moradia de graça, mil ienes por hora. A coisa de nadar não era importante, Maou não poderia ter pedido por condições de trabalho melhores.

— Então… você está procurando por várias pessoas?

Esta pergunta era uma aposta em alguns aspectos. Três pessoas chamavam o Castelo Demoníaco de lar, afinal, não duas, e a terceira era um tal de Urushihara, totalmente sem ética de trabalho.

A julgar pelo convite de Shiba e pela maneira como sua sobrinha fala, parecia para Maou que o passaporte de Ashiya já estava comprado. No entanto, os três? Se seu pai for tão “sem noção”, os custos trabalhistas envolvidos poderiam tornar isso fora de questão.

Mesmo que Maou pedisse gentilmente, não havia garantia de que a Pessoa número três tivesse a capacidade de servir um refrigerante para alguém.

Mas a resposta da mulher superou todas as expectativas.

— Ah, o quê, você tem uma gangue que quer levar junto?

— Hm. Bem, contando comigo e com meus colegas de quarto, seriam três pessoas.

— Hã? Três?

— Huh? Três?

Foram Chiba e Emi simultaneamente. Maou deu atenção para elas.

— Bem, claro! Traga eles também! Nunca teremos ajuda demais por aqui, acredite em mim. Aparentemente é um trabalho muito duro, então, mesmo que não seja em tempo integral, vocês provavelmente poderiam fazer turnos ou algo assim, se quiserem.

Era quase como se ela conhecesse Maou pessoalmente.

Ele ainda não sabia que tipo de trabalho era, mas eles podiam deixar as coisas fáceis para Urushihara pelos quaisquer quinze minutos do dia em que estivesse disposto a trabalhar. Então Maou e Ashiya poderiam fazer turnos em tempo integral e se Urushihara tivesse um pingo de inspiração ao longo do caminho, seria uma recompensa inesperada para os três.

—… Estaria tudo bem se três de nós formos então?

A mulher riu alto. Chiho estremeceu na mesa.

— Bem, claro! Quando você pode vir?

— Bem, precisamos resolver algumas coisas amanhã, então, se estiver tudo bem para você, podemos no dia seguinte, 1º de agosto.

— Uou! Melhor eu arrumar o quarto de vocês rápido, hein? Se é assim, muito obrigada. Quanto mais rápido, melhor. Do jeito que meu pai coloca, estaremos praticamente lotados a partir de agosto, então vai ser muuuito apreciado.

Algo que incomodou Maou era como essa mulher apreendeu todas as informações de outra pessoa. O trabalho é “aparentemente” muito difícil. “O pai dela disse” que estaria lotado. Maou ousou perguntar sobre isso.

— Ah, isso? Bem, eu não sei se a tia Mikitty te contou ou algo assim, mas meu pai dirige este lugar. Normalmente eu o ajudo , mas quando começamos a nos preparar para a temporada, ele saiu de férias e deixou tudo para mim. O que eu não sei, não me importo em substituí-lo mais cedo ou mais tarde, mas meio que tenho meu próprio emprego, sabe? E uma garota não consegue fazer todo esse trabalho sozinha. E ainda sou ignorante em como manter esse negócio da forma como meu pai faz. E, sabe, eu meio que estou prestes a atingir o auge da minha vida, entende o que eu quero dizer? Então isso é meio que perigoso para mim!

O que exatamente “o auge da minha vida” significava? E como administrar um estande na praia seria “perigoso”? Maou se perguntou seriamente se esse restaurante tinha algum futuro. A pergunta chegou até seus lábios antes que se segurasse.

— Mas, sim, se minha tia te conhece, então vocês estão todos convidados. Obrigada!

— Uh, não, eu que agradeço… Mas para onde devemos ir, exatamente?

— Oh! Sim, acho que tenho que te dar esses pequenos detalhes mais cedo ou mais tarde, hein? Você tem um carro ou está pegando o trem? Voando, talvez?

— V-voar? Não, seria de trem.

Não importa para onde fossem, Maou e seus companheiros estavam restritos ao transporte público.

— Bem, vai ser uma viagem muito longa. Do centro da cidade, você pegará a linha Sobu até o final em Chiba e, em seguida, vai fazer baldeação para a Linha Principal JR Sobu  até a estação final, que é Choshi. De lá, há algo chamado ferrovia elétrica de Choshi. Você pegará ela, que te levará para Inuboh, que fica a uma estação da final. Lá tem uma estação chamada Kimigahara pouco antes disso, mas Inuboh está mais perto de onde estamos. Isso vai ser cerca de três horas de viagem no total, mas assim, vai ser como umas férias, certo?

Três dessas linhas ferroviárias, e dois desses pontos finais, eram totalmente desconhecidos para Maou. Era mais longe do que imaginava.

Desde que Maou e Ashiya se viram abandonados no Japão, sua situação financeira os impediu de se aventurar além das vinte e três alas do centro de Tóquio. Esta seria a primeira viagem deles para outra prefeitura, e assim que ela disse, soou como uma pequena jornada.

Mesmo para um Rei Demônio que havia travado uma guerra sangrenta de conquista através de centenas de quilômetros de terras estéreis, três horas em um trem ainda eram três horas em um trem.

— Eu posso pegar vocês na estação Inuboh, então me ligue assim que chegar, ok?

— Claro. Mas antes de desligar, você pode me dizer como o lugar se chama e… hum… qual é o seu nome?

Uma pergunta estranha a fazer depois de todos esses arranjos, mas que permanecia sem solução. A mulher rachou o bico de novo, alto o suficiente para fazer Maou quase tirar a orelha do telefone.

— Ahh-hah-hah-hah! Ah, eu sinto muito. Caramba, o que estou fazendo, nem mesmo dando meu nome ou algo assim?

Maou honestamente queria perguntar a ela.

— Bem, meu nome é Amane Ohguro. Sou sobrinha de Mikitty e dirijo esse pequeno lugar que gostamos de chamar de Ohguro-ya.

– Ohguro… Bem, ótimo. A que horas devemos estar lá, daqui a dois dias?

Outra pergunta clássica de trabalhador de meio-periodo. A resposta que Amane Ohguro deu foi nova para ele.

— Oh, uh, qualquer hora está bom, na verdade.

— Uhm?

— Apenas apareça quando puder! Eu pego vocês quando chegarem.

— S-Sério? Hum, eu preciso levar alguma coisa para esse trabalho, ou…?

— Um pouco de força?

Uma resposta extremamente breve, e que fugiu da dúvida de Maou.

— Bem, desde que você traga algumas roupas e uma escova de dentes e outras coisas está bom, isso é tudo, eu acho. Você pode pegar qualquer coisa que precisar aqui, então…

Ele não precisava de nenhuma outra ferramenta para o trabalho? Isso não era uma viajem de verão para a casa da avó.

— …Oh! Mas definitivamente traga uma toalha de praia, ok? Do tipo que você pode fechar os cantos com velcro em vez de apenas enrolá-la ao seu redor. Caso contrário, você pode tropeçar na areia, deixar uma de suas sandálias no mar ou algo assim. Você definitivamente não quer trabalhar descalço porque você pode se cortar em uma lata, seixo, concha ou algo na areia.

— Sandálias de praia. Certo. Vou encontrar alguma que sirva.

Agora sim, esse era o tipo de informação que ele precisava. Mas o resumo das suas obrigações no trabalho terminou quase como começou.

— Bem, não pare nas sandálias, sabe? Você vai estar na praia! Pegue óculos e calções de banho também. E se você quiser acender alguns fogos de artifício, temos uma prateleira inteira aqui! Não podemos ter nenhum que atire no ar ou algo assim, mas se acender um desses mini fogos de artifício,  Cara! A brisa do mar faz essas coisas queimarem como um TNT!

Provavelmente era melhor não ver este trabalho como um trabalho de fast-food urbano, afinal. Não havia como dizer para onde Amane iria chegar com essa conversa. Era assim que todos na praia agiam, ou Ohguro-ya era um local mais atípico do que o comum?

— Oh! Mas há uma coisa que é melhor eu avisar.

— O que seria?

Amane não tinha soado tão séria quanto agora, até esse momento. A feição de Maou ficou séria enquanto aguardava a próxima fala.

— Sabe, este lugar, não é realmente nada extravagante ou qualquer coisa do tipo. Temos clientes e tudo, mas eles são todos muito frios. Não é realmente uma praia de festas, se assim posso dizer.

— Claro.

— Às vezes, também ficamos muito ocupados. Eu sei que eu disse que você pode nadar o quanto quiser, mas você provavelmente vai ter que esperar ficar de noite ou de manhã cedo. Então…

Ela deu uma pausa, e logo depois continuou, sua voz pesada de preocupação.

— Não venha esperando pegar garotas de biquíni o dia todo, certo? Você pode se encrencar se começar a abordar garotas assim.

— Era nisso que queria chegar?!

— Hã? Bem, o que mais poderia ser? Quero dizer, esse tipo de coisa é importante se você for um cara, certo?

— Não! Quero dizer, uh, nós vamos trabalhar ai, certo?!

Maou estava rapidamente voltando a sua teoria de estar participando de um show de TV, naqueles programas de “brincadeira da câmera escondida”.

— Oooh, entendo! Você já tem alguém especial, hein, Maou?

— Não, não tenho!!

De canto, ele notou Chiho, Emi e Riho no fundo surpresas com ele quase gritando no telefone.

Todos os seus telefonemas de candidatura a empregos anteriores foram muito mais… profissionais. Tenso. Ele queria mais de um trabalho do que um salário e um tapinha na cabeça, é claro, mas essa completa falta de tensão em si parecia um problema .

Graças à atitude positiva de Kisaki, a vida no MgRonald em frente à estação Hatagaya nunca foi dura ou difícil. Mas trabalhar para uma grande corporação ainda significava seguir muitos manuais operacionais, boas maneiras no local de trabalho e regras sociais não escritas.

Para alguém como Maou, que encontrou consolo em tal burocracia, Ohguro-ya parecia outro mundo.

Ele suspirou quando Amane fez uma pausa, como se estivesse pensando.

— Ok, bem, isso é totalmente legal também, se você está realmente tão desinteressado ou o que quer que seja. Só é um pouco inesperado, sabe? Do jeito que a tia Mikitty te descreveu, eu pensei que você fosse mais como um homem selvagem.

Que tipo de descrição Shiba tinha dado sobre Maou e Ashiya para Amane? E qual era a imagem que Amane tinha deles?

Todo esse tempo, Maou se orgulhava do fato de que nenhum demônio em toda a história fora tão diligente, tão fiel e tão escrupuloso quanto ele na realização de sua carreira /conquista global.

Assim que chegasse, tomaria as medidas cabíveis. Todos esses preceitos falsos conhecidos pelo telefone não podiam continuar.

— Ok, bem, de qualquer forma, vou chegar depois de amanhã o mais cedo que puder!

— Ótimo! Estarei esperando por você.

Apesar do final anticlimático da ligação, Maou se viu estranhamente exausto.

— Então, sobre o que vocês estavam falando?

Emi foi a primeira a perguntar. De sua perspectiva incompleta, soava muito pouco como uma entrevista de emprego.

— Eu também não tenho tanta certeza.

Era um trabalho desconhecido, com uma mulher desconhecida, em um lugar desconhecido. Não tem outro jeito de explicar.

— Mas como foi? Você acha que consegue fazer isso?

O gelo no chá de Riho soou enquanto ela falava. Maou guardou o celular e se curvou profundamente.

— Senhora Sasaki, eu realmente preciso agradecer por me deixar usar seu videocassete. Parece que eu tenho algum lugar para ir depois de tudo. Em dois dias, vamos todos para Chiba para trabalhar na praia.

— Oh, maravilhoso!

Riho assentiu e sorriu.

O nervosismo pareceu desaparecer do rosto de Chiho também, antes de um pensamento repentino vir a cabeça dela.

— Quando você disse “três pessoas”, você quis dizer Urushihara também? Você tem certeza disso? Ele ao menos consegue sair? Ele pode ter uma conversa normal?

Ela deve ter pensado a mesma coisa que Maou. Parecia ansiosa, quase assumindo que o ex-arcanjo com certeza estragaria tudo.

— Hmm? Sobre o que está falando? Esse Urushihara é um desses casos de TDAH?

Riho pareceu ler sua mente, embora sua terminologia fosse um pouco equivocada.

— Algo assim, eu acho…, mas eu e nosso outro colega de quarto vamos cobrir ele o máximo que pudermos.

— Hmmm…

Desta vez, o aceno de Riho estava distraído quando ela lançou um olhar. Sua filha, processando coisas em sua mente, olhava para Maou.

— Oh, obrigado pela caneta e pelo papel.

Emi deu uma olhada nos nomes dos lugares anotados quando ele devolveu o papel.

— Agora você vai me prometer que abrirá o que sua senhoria lhe enviar da próxima vez? — ela exigiu.

— Oof… — Maou reclamou. — Eu, uh, vou tentar.

Claro que Emi poderia dizer isso, ela não tinha visto aquela foto. Mas Miki Shiba acabara de resgatá-los da beira da pobreza. Merecia um agradecimento.

Então Maou percebeu que a fita ainda estava rodando. Ele se virou para a tela para parar ela… e  então aquilo apareceu.

— A propósito, você sabia que eles oferecem aulas gratuitas de dança do ventre para os turistas no Egito?

Sua senhoria estava divagando sobre sua viagem o tempo todo ao fundo.

Em algum momento, a pirâmide no fundo se transformou em um grande espaço aberto, dentro de um palácio ornamentado.

— Há uma tribo aqui no deserto que se dedica à música e à dança, e eles disseram que sou uma aluna de primeira classe! Vou participar de uma competição de dança aqui em alguns dias. Quer uma prévia? Aqui vamos nós!

— Oh, meu Deus, que roupa adorável.

A proprietária lançou um olhar de soslaio para a câmera. Sua nova roupa ousadamente revelou seus ombros por completo, a parte superior cobria aquela fronteira imperscrutável entre os quadris e a barriga, enfeitada com uma deslumbrante variedade de joias e peças de prata. Um véu transparente e uma saia de cetim vermelho carmesim completavam a figura, transformavam Shiba em algo parecido com um enorme monstro comedor de homens, armadilha de Vênus2É um tipo de planta carnívora..

Maou se moveu como um raio.

Esse vídeo não poderia ser permitido continuar. Se o fizesse, esses espectadores inocentes ficariam traumatizados para sempre!

Mas antes que o dedo de Maou pudesse alcançar o botão de PARAR, algum tipo de instrumento oriental começou a tocar, e Shiba começou a sacudir impiedosamente seus braços, estômago, pescoço e todas as outras partes de seu amplo corpo. Então, no que poderia ser chamado de um insulto à dança mística que tanto cativou os criadores de tendências culturais na Europa do século XIX, sua barriga começou a girar.

Maou não se lembrava nada depois disso, até a manhã seguinte.

— Você está ficando muito animada, mãe —, Chiho reclamou enquanto via Emi e o Maou inconsciente saindo, com Ashiya correndo para pegar o corpo mole de seu amigo.

Ela podia entender os sentimentos de sua mãe, mas um ato de alta tensão como esse era suficiente para fazer qualquer adolescente pensar duas vezes antes de trazer seus amigos de novo.

— Oh, está tudo bem, Chiho! Eu já sabia que esse cavalheiro Maou era um trabalhador, mas é difícil avaliar sua personalidade sem uma oportunidade como essa.

Os olhos de Chiho se arregalaram enquanto sua mãe limpava o jogo de chá da mesa.

— Você sabia… Mãe, você tem ido àquele MgRonald?!

— Do que você está falando? É claro que sim.

— Eu te disse para não fazer isso! Isso é tão vergonhoso…

— Eu estava na minha melhor conduta, Chiho. Eu não me apresentei para ninguém atrás do balcão. Você sabe, no entanto…

Os olhos de Riho descansaram no bloco de notas que Maou acabara de usar.

— Ele é uma pessoa legal, não é? Esse Maou.

— Hã?

— Suponho que não posso culpá-la por se apaixonar por ele desse jeito…

— Mãeeee!

Chiho levantou a voz, uma raridade para ela. Sua mãe estava totalmente preparada para isso.

— Ele trabalha duro. É muito educado com as pessoas. Para um homem, sua caligrafia é perfeitamente aceitável. Não parece passar fora a noite toda, e não senti cheiro de cigarro nele. A julgar pelo celular, deve estar vivendo muito prudentemente, não é? E aquele homem que o levou… Ashiya? Um homem tão simples e honesto. Você não encontra esse tipo com muita frequência atualmente.

“Simples e honesto” não se encaixava muito bem. “Nobremente pobre” teria sido mais adequado.

— Seu pai certamente dedicou seu tempo como um pobre estudante universitário, há algum tempo. Talvez esteja nos genes, hmm?

Ter sua mãe a acusando de ter o mesmo gosto por homens que ela, sem dúvida, levaria a algumas conversas embaraçosas no jantar mais tarde.

— Mas, meu Deus, pessoas tão dedicadas! Que visão incomum nestes tempos modernos. Não acho que você tenha muito com que se preocupar, não é?

— …Preocupar?

Os olhos de Chiho dispararam em direção à mãe.

— Oh, você achou que poderia esconder da sua própria mãe? Quando você ouviu que ele estaria trabalhando em Chiba, e quando você estava falando sobre o caráter do Urushihara… As rugas estavam por todo o seu rosto!

O rosto de sua filha começou a ficar inconscientemente vermelho, quando levou a mão à testa.

— Eu… Eu só…

Chiho se remexeu no lugar enquanto falava, com a mão direita na têmpora e a mão esquerda brincando com a bainha da saia.

— Quero dizer, sim, Maou e Ashiya trabalham muito, mas Urushihara é muito mais egoísta, preguiçoso, desprezível e viciado na Internet, então realmente me preocupa, se eles forem maltratados tentando cobri-lo em um lugar desconhecido, e se ele agir tanto no trabalho que todos forem demitidos, e eles tiverem que voltar para Sasazuka e outras coisas…talvez…

Depois daquela avaliação fluente e rápida do caráter de Urushihara, Chiho de repente ficou sem palavras.

Até o momento, ela assistiu Maou repentinamente perder o emprego assim como meio de prover alimento e moradia. Agora percebeu que era muito mais do que isso.

Simplesmente perder meio mês de salário era potencialmente suficiente para custar aos demônios sua casa. Sasazuka podia ser um lugar caro para se viver.

E onde quer que fossem, seus perseguidores, Emi e Suzuno, os seguiriam.

O que já era ruim o suficiente. Mas na pior das hipóteses, e se Maou e seus amigos ficassem sem-teto e fossem forçados a voltar para Ente Isla? E se eles tivessem que terminar a “batalha final” com o Herói, deixada sem solução todo esse tempo?

— Quero dizer… eu não gostaria disso.

— Chiho?

Chiho virou as costas para a parede de sua casa e suspirou.

— Se esse trabalho não acabar bem para eles, Maou e seus amigos podem ir para algum lugar muito longe… E Yusa, também, e Suzuno…

Ela não podia lutar como Emi, Suzuno ou Alas Ramus, mas quando se tratava de trabalhar, Chiho tinha o que era preciso para ajudar Maou. Mas isso dependia dele trabalhar perto de Sasazuka.

Eu sou apenas uma garota no ensino médio. Totalmente dependente dos meus pais. Não lá fora, sozinhos, como eles.

Ela baixou a cabeça para baixo.

Por alguns instantes, o único som era Riho lavando a louça.

— Sem querer estourar sua bolha, mas se você me disser que quer seguir Maou e seus amigos até lá, acho que não posso dizer sim a isso.

— Eu sei.

Sua mãe estava apenas falando com senso comum. Não importa o quanto ela confiasse neste homem, nenhum pai permitiria que a filha adolescente se juntasse a um cara em seu emprego na praia.

Não há nada que eu possa fazer para ajudar Maou.

— A propósito…

— Hã?

— Eu poderia aplicar praticamente tudo o que eu disse sobre Maou para a senhorita Yusa também.

Foi uma mudança repentina de assunto.

— Tão jovem, mas ela está sempre pronta com respostas sagazes. Você também não vê muitos jovens como ela hoje em dia.

Mesmo uma não-habitante de Ente Islan como Chiho poderia supor que sua atitude era mais um produto de seu passado traumático do que qualquer suposta qualidade perdida em mulheres japonesas modernas.

Mas antes de Maou desmaiar, não pareceu que Emi e sua mãe tenham se falado muito. Elas tiveram algum tipo de conversa pouco antes dela sair?

Chiho se viu perplexa, incapaz de entender o que sua mãe estava insinuando.

— E você tem idade suficiente para ganhar dinheiro sozinha. Então siga o caminho que tiver que seguir. E enquanto você não fizer nada para envergonhar a si mesma ou sua família, eu não vou dizer nada.

— Mamãe…?

Com a louça lavada, Riho secou suas mãos, deu uma piscadela travessa, e fez carinho na cabeça de sua filha.

 

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Tradução: Vinicius

Revisão: Bravo

 

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