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Rei Demônio ao Trabalho – Vol. 04 – Cap. 00 – Prólogo

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Emeralda Etuva  já se sentia para baixo o bastante, mesmo sem o estresse a pressionando.

Enquanto servia como alquimista da corte no Império Sagrado de Santo Aile, ainda sendo companheira do Herói, tornou-se muito conhecida. Agora Emeralda era uma das pessoas mais influentes em toda Ilha Ocidental.

O cargo de alquimista da corte era tradicionalmente acadêmico, com um pouco de consultoria misturado quando necessário. Antes da última invasão em larga escala a Ente Isla feita pelos lordes demônios,  ela tinha uma posição baixa para falar em assuntos políticos ou diplomáticos.

Mas graças ao papel que teve na missão do Herói, agora, o povo dessa ilha acolhia cada palavra dita por ela publicamente, e além deles, a Ordem Federativa dos Cinco Continentes, o grupo encarregado da reconstrução do mundo.

Como resultado, comparado a suas obrigações antes do último desaparecimento do Rei Demônio, a inesperada nova posição como conselheira dos generais da Federação teve o efeito de aumentar drasticamente sua carga de trabalho.

Esta ascensão na pirâmide política a tornou o foco da inveja dos Agentes de Santo Aile. Sob a superfície, isso fez com que a igreja, cuja relação com ela tomou um grande golpe depois de todo o caso de Olba Meiyer, a visse com hostilidade. Tudo isso levou a uma perigosa quantia de estresse, suficiente para fazer com que desabafasse na companhia de seu antigo parceiro de viagem, Albert.

— Assim que o Continente Central for reconstruído, eu acho que vou desertar, sabeeee?

O único consolo era que seu posto oficial na Ordem Federativa dos Cinco Continentes supervisionava os exércitos encarregados de eliminar os demônios que remanesceram na ilha.

Particularmente, aquelas hordas não eram nada para se preocupar. Eles de certo não solicitariam a própria Emeralda no campo de batalha.

Mas o trabalho de aniquilar os demônios restantes no Continente Central ainda requeriam os esforços dos cavaleiros de cada uma das nações, unidos sob uma mesma bandeira para proteger os fracos e indefesos. Contemplar esta demonstração espontânea de fraternidade foi o suficiente para fazer Emeralda acreditar que ainda havia esperança para esse mundo.

Mas Emeralda e Albert sabiam da verdade.

A batalha entre o Herói e o Rei Demônio ainda continuava. Um local longínquo. Em outro mundo.

E mesmo que meramente dois anos tenham passado desde a queda das forças do Rei Demônio, a população de Ente Isla, alheios ao fato, de maneira rápida, permitiam o nome da Heroína Emilia cair nas lendas do esquecimento.

No início, Emeralda e Albert trabalharam fervorosamente para restaurar o bom nome de Emilia, tão gravemente manchado pela possível alteração da história de Olba.

Mas mesmo neste ponto inicial, a situação mundial não precisava mais de Emilia. Precisavam de um burocrata decente ou dois, não um salvador semi-celestial.

Se estava viva ou morta, pouco importava. Para a maioria das pessoas que viviam e respiravam aqui, o nome Emilia Justina significava não mais do que “Essa é a dama que usava uma espada que vivia em algum lugar”.

Apenas um pequeno grupo de pessoas, que conheceram Emilia pessoalmente, conseguiam associar o nome com um ser humano atualmente.

E quaisquer tentativas de restaurar a reputação de Emilia requeriam revelar os grandes crimes de Olba e da Igreja ao público, a custo do poder, autoridade e todos os motivos de existir da organização.

A justiça, guiada pelos unidos e poderosos em nome da raiva justa, poderia prejudicar muito mais do que curar. Se Santo Aile e a Igreja, as duas presenças mais poderosas na Ilha Ocidental, entrassem em conflito formalmente entre si, todo o subcontinente seria dividido em dois, acarretando sem dúvidas no declínio de toda região no futuro.

Emeralda estava perdida.

Os outros quatro territórios que compunham Ente Isla dedicavam suas forças na reconstrução do mundo. A Ilha Ocidental não poderia se dar ao luxo de ser dividida. Ela tinha que impedir que isso acontecesse, evitar que seu poder fosse desperdiçado em conflitos internos.

Assim, Emeralda Etuva tomou uma decisão política. Ela colocou o futuro de seu país à frente da honra de sua amiga.

Mas a Emeralda não era uma tirana sem coração. A sua decisão foi apoiada por outro fator.

Crestia Bell, clériga do Painel de Reconciliação.

Outrora temida como a “Foice da Morte”, a líder do Conselho dos Inquisidores, Crestia era agora uma companheira leal de Emilia.

Um clérigo da Igreja, que estava em posição de aconselhar os Arcebispos em seu Santuário, estava trabalhando para restaurar a honra de Emilia e reafirmar o nobre nome da Igreja. As notícias vieram como música para os ouvidos de Emeralda.

O fato de que ela uma vez reportava diretamente a Olba também era enorme.

Se Crestia, uma forasteira na política, pudesse tomar o lugar de Emeralda na exposição da corrupção que ameaçava derrubar a Igreja, embora as notícias de tal apostasia hedionda, sem dúvida, perturbariam o público, isso ajudaria a Igreja a “curar-se”, por assim dizer. A fé nela permaneceria forte, e com ela, estabilidade. Lutas internas fúteis e desordem entre as massas seria mantido ao mínimo.

Emeralda, entretanto, estava presa a seu nome público. Se ela se atirasse diretamente contra a Igreja, as ondas de choque resultantes deixariam as pessoas em pânico e agitadas.

Isso levou a não levantar a bandeira para Emilia, considerando que ela era sua primeira amiga real na vida. Mas se quisesse restaurar o nome de Emilia e manter a paz em todo o país, Emeralda concluiu que era mais sábio permitir que Crestia tomasse medidas em seu lugar.

E algum dia, chegaria um momento em que o nome de Crestia assumiria um papel legítimo ao lado de seu próprio como lutadora pela causa do Herói.

Talvez.

— Seria booom… mas oooh, talvez não tão bom assim…

Emeralda murmurou para si mesma enquanto lia uma pilha pesada de relatórios na mesa de seu escritório, um presente da sede da Ordem Federativa.

— Mas… eu não seeeii… talvez Emilia não deva voltar para casa depois de tudo…

Japão. Aquele mundo alienígena. Aquela terra abençoadamente abundante e pacífica.

Emilia poderia estar melhor vivendo uma vida tranquila por lá. Era sua segunda casa agora.

O pensamento recusou-se a abandonar sua mente enquanto dava uma olhada no transmissor de áudio alquímico, Emilia se referiu a ele como um “telefone celular”, em um canto de sua mesa.

— Ei! Eme! Escute isso!

A voz que havia falado através dele não muito tempo atrás estava agitada, mas de alguma forma ainda leve.

— Ele é voluntário no grupo de limpeza do bairro! Ele! O Rei Demônio! Aquele monstro horrível! Isso não te faz rir como uma maníaca?

Uma vez, não há muito tempo, ela era uma cavaleira a serviços da Igreja. Uma mulher que devotou toda sua vida a uma coisa, vingar seu pai, através de sangue.

— Consegue acreditar nisso, Eme? Eu estou ficando doida aqui! O Rei Demônio está me matando! E por que trocar uma fralda é tão difícil?!

Mas agora, como uma mulher em sua idade, ela ria, chorava, e ficava irritada da mesma forma.

Seu relato sobre uma “garota que saiu de uma maçã gigante” há um tempo, seguido pela revelação da verdadeira identidade da criança, foi suficiente para atordoar até mesmo Emeralda. Mas em vez da origem dessa menina, as pessoas do outro lado pareciam mais preocupadas com o fato de que ela via Emilia e o Rei Demônio como seus pais. Coisas como o Paraíso e o Sefirá, ambos os tópicos de discussão muito mais prementes, foram de alguma forma encobertos.

— Eu quero restaurar os campos de trigo do meu pai.

Este tinha sido o sonho da Emilia.

Mas se voltasse para Ente Isla, ela seria Emilia Justina, O Herói Que Salvou o Mundo. Se pudessem reparar sua reputação, as pessoas adorariam louvá-la e a adotariam como um símbolo de justiça para sempre. Mas isso a manteria longe dos campos, provavelmente para sempre.

Para Emeralda, isso não faria com que Emilia deixasse de ser sua amiga exclusiva. Mas tornaria o acesso muito mais difícil.

Além disso, já estava profundamente envolvida no jogo político, uma posição que aceitou sem pedir a opinião de Emilia.

— As coisas nunca vão conforme o esperado, não é?

Esmeralda soltou um suspiro exagerado, permitindo o estresse sair antes que a consumisse ainda mais. Emilia já havia cumprido sua principal missão na vida. O que aconteceria depois, estava livre para decidir por conta própria.

Voltando para Ente Isla ou não, era o papel de Emeralda preparar um mundo tão brilhante quanto possível. Ela via isso como sua responsabilidade, o resultado de arrancar uma garota simples de uma aldeia e transformá-la em um mito.

Então Emeralda percebeu, toda a sua linha de raciocínio se pautava na presunção de que o Rei Demônio ficasse quieto no Japão.

Ela sabia porque isso era tão fácil de tomar como garantido. O Rei Demônio, para seu mérito, não era mais o Rei Demônio que ela e Ente Isla conheciam e odiavam.

Satan, o lorde de todos os demônios, agora trabalhava duro no mundo humano, vivendo uma honesta e sóbria vida e até mesmo tentando criar aquela criança da maçã. Como um pai humano faria, a própria Emilia admitiu isso.

— Portanto, isso é tudo que precisamos para ter paaazzz? Sem nenhuma das perguntas respondidas? Ou devemos procurar pelas respostas, mesmo que leve a certos, saaaacrificios? Um osso duro de roer, de fatooo.

Emilia Justina, sua amiga, lutou contra a Alquimista da Corte de Santo Aile dentro de si.

— Uhmmm…?

Distraída por essas emoções, a mão de Emeralda parou enquanto examinava mais de perto os documentos que estava carimbando.

Durante o último meio mês, notou que as hordas de demônios pareciam estar, estranhamente, crescendo. O número de demônios observados durante uma patrulha típica estava lenta, mas de forma clara, em ascensão.

— Oooh, eu não gosto diiiisso…

No mês passado, houve até um dia ou dois com zero demônios abatidos. O aumento foi muito leve no dia a dia, mas nas duas semanas anteriores, esse aumento gradual estava começando a se somar, sem sinal de declínio.

O aumento de potenciais alvos também levou a um aumento de vítimas na Ordem Federativa. Emeralda franziu a testa.

Se continuasse, teria que se preparar para entrar na investigação.

Foi precisamente quando começou a escrever as suas recomendações nas linhas do relatório complementar que uma voz estridente soou.

— Lady Etuva!!

Pertencia a um cavaleiro  assistente da Ilha Norte, que quase correu para o escritório com uma algazarra.

— O que é isso?

O rosto do jovem escudeiro estava branco como um fantasma enquanto ofegava para respirar, olhos moviam-se para lá e pra cá nervosamente.

Indicou mesmo antes de perguntar, que não vinham notícias boas.

 


 

Tradução: Vinicius

Revisão: Bravo

 

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