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Rei Demônio ao Trabalho – Vol. 03 – Cap. 02.3 – O Rei Demônio Vivencia Uma Mudança no Estilo de Vida

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Três da tarde.

Um grito soou, ecoando pela área de alimentação do MgRonald próximo à estação de Hatagaya.

— Papai!!

O grito, claramente apontado com cuidado para uma direção, abriu caminho até uma pessoa.

Todos lá dentro olharam para a fonte do grito, então para onde ele foi direcionado. O tempo parou.

Um membro esqueceu de todos os deveres de atendimento ao cliente. Outro soltou a bandeja que carregava. Um terceiro esqueceu de tirar o dedo do dispenser de bebidas, fazendo com que suco de laranja escorresse pelo ralo.

Uma pequena campainha na cozinha, que indicava quando as batatas estavam fritas, foi a trilha sonora daquela cena ridícula.

O alvo, atingido por um raio destruidor, estava lá, parado, confuso por um momento, parecendo que não acreditava em seus olhos, nem em seus ouvidos, nem na beleza inerente do próprio mundo. A cor voltou ao seu campo de visão no momento em que todos os membros da equipe do restaurante viraram os olhos na sua direção.

— !!!!!!!

Foi a melhor definição possível de grito silencioso.

Do outro lado do balcão, Sadao Maou foi instantaneamente arremessado por uma catapulta invisível, jogando-o na velocidade da luz em direção à fonte do trovão.

— Papaaaaai!

Chiho e Suzuno estavam na entrada, congeladas devido à mudança súbita na atmosfera. Nos braços de Chiho estava Alas Ramus, a garotinha maçã, que pensou que o seu amado papai estava correndo até ela para dar-lhe um abraço caloroso.

— Coooommmooo pudeeeeeeeeraaaaammm?!

Maou confrontou as duas mulheres, o rosto tão branco que era provável que fosse desmaiar a qualquer momento, espumando pela boca.

— Por que trouxeram ela aqui?! Isso… tipo assim, nem é engraçado!

— Hm… sinto muito. Só pensei que fosse deixar a Alas Ramus feliz…

— Ela estava chorando para vê-lo. E pensamos que uma mudança de ares ajudaria a estimular as memórias dela, por isso a trouxemos.

Chiho, sensível ao clima na área de alimentação, começou a pensar se essa visita poderia trazer consequências para ela. Suzuno não dava a mínima.

Alas Ramus, claramente pensando igual a Suzuno, começou a se debater nos braços de Chiho, estendendo as mãos na direção de Maou.

— Papai, Paaaapaaai!

— Agh! Ei, não se mexa assim…

Por favor, pare de repetir isso!

Maou viu-se dando apoio a Alas Ramus, que já tinha quase conseguido fugir do colo de Chiho.

— Papaaaaaaai!

A expressão no rosto da garota enquanto se aproximava de Maou irrompeu em um grandioso sorriso sincero enquanto envolvia os braços ao redor do pescoço dele.

— Papai! Cheguei!

— S-S-Sim, de fato, ahahahahahaha!

Atrás de Maou e da sua risada seca e trêmula, os outros funcionários nem mesmo se deram ao trabalho de sussurrar.

— Aquela é a filha do Maou e da Sasaki?

— Cara, sem chance. Se Maou realmente fez aquilo, eu o levaria para a rua e o estrangularia.

— Onde está a Kisaki? Tipo, cara, se ela souber disso, vai ser um show de horrores.

— Ah, merda, merda, merda, as batatas estão queimando!!

Curiosidade, pânico e especulação estavam todos juntos.

— Hahahahaha… Maou, eu… eu sinto muito se for ruim ou…

O sorriso de Alas Ramus não era páreo para a máscara contorcida de morte de Maou. Chiho, ao notar a enorme sombra que se aproximava por trás do homem e da criança, parecia ainda mais petrificada que ele.

— O que é isso, Chiho? Você parece doente. O calor está te fazendo mal? — Nem mesmo a preocupação equivocada de Suzuno chegou aos seus ouvidos. Era compreensível, devido ao que viu atrás de Maou.

— Oláááááááá, Maaaarkkooooo!

Mayumi Sasaki, gerente do MgRonald, estava lá, com o rosto parecendo uma máscara aterrorizante de um ator de Noh.

— Eep!!

— Hmm?

Maou arqueou as costas, erguendo-se tão rápido que sua coluna quase saiu pelo peito.

— Se meus olhos não estão me enganando, essa garotinha que a Chi trouxe te chamou de “Papai”, não é? Hmmmmm?

Maou, ao perceber aquele tom quase bestial de Kisaki, imediatamente evitou qualquer tentativa de refutar, mentir ou qualquer outra desculpa, então deu a única resposta que conseguia:

— Sim…

Chiho estava ao lado dele, ambos tão pálidos quanto uma folha de papel, enquanto esperavam pela próxima tempestade de raios cair.

Mas, mesmo depois de vários segundos, Kisaki não mostrou sinais de movimento. Devagar, Maou virou-se, esperando que o golpe chegasse a qualquer momento.

Então viu Kisaki, nem irritada nem sorrindo, suspirando enquanto suas sobrancelhas franziam de angústia. Depois, com o rosto surpreendentemente sombrio, não se virou na direção de Maou, nem de Chiho, mas sim na de Suzuno.

— Você é a amiga deles dois, não é… Kamazuki, certo?

Suzuno assentiu rapidamente.

— Se importaria de eu conversar com a Sasaki por um momento?

— Eu… Você pode… digo, sim. Sem problemas.

Suzuno lutou para adaptar o discurso para os ouvidos mais modernos de Kisaki. Isso se mostrou tão difícil quanto a última vez em que se encontraram.

— Obrigada. Ei, Marko, leve a Senhorita Kamazuki até uma mesa. Pode deixar o bebê comigo.

— Hã? Hm, tudo bem, mas…

Sem pedir mais permissões, Kisaki tirou Alas Ramus dos braços hesitantes de Maou. Por um momento, ele ficou aliviado ao ver que a menina estava sorrindo e confortável nas mãos dela, sem ser aquela bola de fúria que ele esperava.

— Poderia ir até a sala de intervalo dos funcionários comigo, Chi? Você também, Marko, assim que terminar de atendê-la.

Isso fez com que o sangue voltasse a ser drenado do seu rosto.

Com Chiho não foi diferente, pelo que parecia, seguindo pensativa atrás de Kisaki à medida que ia para trás do balcão.

Maou foi deixado para trás, observando junto de Suzuno.

— Peço perdão. Isso foi, possivelmente, muito mal pensado da minha parte.

Até mesmo ela estava um tanto surpresa com o caos que tinham semeado sem querer.

— Nada de “possivelmente” nisso, cara… Mas acho que não tenho do que reclamar. Vocês duas estavam tentando ajudá-la. Pode se sentar onde quiser. Naquela parte não vai ter o ar condicionado soprando no seu rosto.

Maou apontou para o canto da área de alimentação. Suzuno permanecia fixa em Maou.

— Assumi que estaria mais irritado.

— Oh? Por que eu estaria? Tipo, meio que jogaram a merda no ventilador, mas, mesmo assim, tenho que agradecer por estar dando uma mão. Sinto muito por isso.

Maou olhou Suzuno direto nos olhos, tentando soar o mais sincero possível.

— Não preciso que o Rei Demônio me agradeça. — Sem conseguir aceitar seus sentimentos honestos, Suzuno virou as costas para Maou enquanto o criticava.

Aonde foi parar o Lorde de Todos os Demônios, olhando-a direto nos olhos toda vez que se atrevia a expressar sua apreciação a ela?

— Ei, que tipo de Rei Demônio eu seria se não o fizesse? Espere em uma daquelas mesas até que eu…

Justo quando Maou franziu as sobrancelhas diante da resposta de Suzuno, um cliente passou pela porta.

— Ufa… três da tarde, e o sol está de matar! Agora é o momento em que minha deusa da beleza me fornecerá o mais doce dos sorvetes, aquele que tão habilmente, tão imaculadamente, refresca e mitiga meu coração!! Oh, minha amada deusa! Venho até você hoje, neste momento, para trazer o meu amor à sua alma!

O tagarela tarado entrou, barulhento e descarado, fazendo seu discurso alto e pervertido por todo o caminho.

Era Mitsuki Sarue, gerente do Sentucky próximo à estação de Hatagaya — antigamente Sariel, o anjo que caiu do céu ao ver a beleza de Kisaki. Agora, era um acessório notório naquele MgRonald.

Chiho comentou que ele aparecia para quase todas as refeições. Parecia que isso também incluía a hora do lanche.

Sariel, abençoado com bela aparência, mas de baixo porte, percorreu seus grandes olhos roxos pela área de alimentação antes de perceber a deusa a qual jurou eterna lealdade diante da porta que levava à sala de intervalo.

Isso, e também o que ela tinha em mãos.

— Gnrahh!

Com um gemido estranho e gutural, ficou congelado, sem precisar mais do sorvete para refrescá-lo.

— Minha nossa, ele ganhou peso.

Fazia muitos dias desde que Suzuno o viu pela última vez, mas já havia uma circularidade óbvia e anormal nas bochechas e pescoço do anjo em miniatura.

A observação de Suzuno fez Sariel perceber que ela e Maou estavam ali perto. Ele ergueu a cabeça como um boneco meio quebrado para encará-los.

— Os céus… me abandonaram?

Ele perguntava às pessoas erradas, mas isso não o parou.

— É punição dos deuses por eu ter abandonado meu posto? O coração da minha deusa eterna já foi… atingido pela flecha de outro homem? Ela deu retorno aos avanços deste homem? E, por todas as vidas nos céus, aquilo que ela carrega é o símbolo abençoado e cristalino do amor deles?

Maou não tinha certeza de como explicar essa conclusão intuitiva de Sariel, por isso passou esse serviço adiante.

— Uh, você dá um jeito nisso, Suzuno.

— Hã? Ah… e-espera!

Antes que Suzuno pudesse reclamar, Maou bateu em retirada para dentro da sala de intervalo.

— Crestia Bell! Estou sonhando?! Diga que é um sonho! Se pequei tanto assim, juro que irei me arrepender! Sei que fui um mulherengo no passado, mas, desta vez, prometo a você que estou falando sério! Por favor, permita-me confessar meus pecados! Permita-me implorar pelo perdão dos deuses!

— Por que um arcanjo está implorando… uma confissão a uma simples clériga humana?!

Suzuno tentou escolher as palavras ao máximo. Foram inimigos no passado, mas ele ainda era um arcanjo, o qual pertencia à religião que ela servia e venerava, ainda por cima. Mas este arcanjo, que descendeu ao mundo dos humanos, estava… bem, para ser mais direto, tão miserável quanto o próprio Rei Demônio.

Deve ter sido isso o que o meu horóscopo quis dizer quando avisou “tempos árduos para o romance à frente”! Tal é o julgamento impiedoso que os deuses concederam a mim!

Só de pensar que tipo de confissão um arcanjo mulherengo, que levava horóscopos a sério, faria, causou uma quantidade nada pequena de angústia a Suzuno. Como clériga e, mais atualmente, como mulher, ela não estava nem um pouco interessada em ouvir.

— Lorde Sariel… você sabe de onde aquela criança veio?

Com Alas Ramus claramente na frente deles, Suzuno tentou aproveitar o embalo.

— Ahh… Alegre eu estaria, de fato, se ela fosse minha…

Podiam ser apenas delírios da boca de Sariel quando ele colapsou no chão e chorou de maneira lamentável, mas isso já dizia tudo o que ela precisava saber: Alas Ramus e Sariel não tinham ligação alguma.

— Bem, que seja. Venha a mim, meu lorde, e confesse seus pecados.

Ela decidiu seguir com aquilo, na esperança de que conseguisse extrair mais detalhes cruciais no processo. Mas o medo do que sem dúvida seria expelido da boca dele já estava lhe dando dor de cabeça.

— Tudo bem…

A voz fez com que Maou e Chiho tremessem um pouco enquanto estavam lado a lado, o medo da repreensão que viria fazia nós nos estômagos deles.

— Quantos anos ela tem?

Mas a primeira pergunta de Kisaki foi algo bem inesperado. A gerente de Maou estava embalando Alas Ramus, seus braços experientes gentilmente a balançavam de um lado para o outro.

Maou e Chiho trocaram olhares.

— Acho que três… Não, ela é menor que isso, na verdade. Um pouco menos que dois, talvez? Hmm?

— Hm. S-Sim… também acho.

— Acha? Você não perguntou aos pais dela quantos anos tinha?

Ele teria amado, se pudesse, mas não tinha como perguntar, já que seus pais estavam incomunicáveis.

— Bem, acho que eu também não saberia dizer com certeza quantos anos a minha sobrinha tem, se me perguntassem. Mas é bem mais fácil lembrar em que série ela está, sabe?

Mas Kisaki deixou o questionamento de lado, usando suas próprias experiências para chegar à conclusão.

— Enfim, relaxem. Não vou gritar com vocês nem nada do tipo. Não na frente dessa garota.

Qualquer um capaz de relaxar naquela situação teria um talento raro, de fato.

— Então, só para que eu tenha certeza, definitivamente não é a filha de vocês, certo?

— Não! Não mesmo! Seria legal se fosse, mas…

Kisaki recusou-se a deixar que Chiho caísse em devaneios.

— Pode pensar o que quiser, Chi, mas tem lugar e hora para tudo, entendeu?

A força por trás da sua abordagem, entregue por uma Kisaki sorridente enquanto nanava a garota, ainda foi o suficiente para fazer até mesmo o Rei Demônio choramingar.

— Então vocês dois… não são um casal, correto?

— C-Correto.

— Eu, hã, sim.

Chiho deu uma olhadinha para Maou, assentindo só depois que ele deu sua resposta rápida.

Kisaki sorriu ironicamente ao ouvir as respostas dos seus jovens funcionários.

— Acharam mesmo que eu iria puni-los por trazerem a família, romance ou qualquer outra coisa para o local de trabalho? Tipo, sim, se vocês fossem um casal, não precisaríamos estar tendo essa conversinha de agora.

— Hã?

Maou balbuciou a menor das respostas a essa virada inesperada de eventos.

— Não me importo se pediu ajuda da Chi, Marko, ou se ela pediu primeiro. Mas deixe-me perguntar uma coisa: já pararam para pensar sobre o que parece para os outros quando uma garota, que ainda está no ensino médio, visita regularmente a casa de um homem para ajudar a cuidar de uma criança?

Nenhum dos dois conseguia esconder a surpresa diante da direção a qual a conversa estava indo.

— Mas…, mas Maou não tem ninguém mais para quem possa pedir. Ele nem mesmo tem as coisas….

— Talvez você… não entenda muito bem ainda, Chi. As pessoas… podem ser frívolas, sabe? Podem tirar conclusões precipitadas e espalhar todo tipo de boato antes mesmo que você perceba. Além disso, infelizmente, você não pode fazer nada, pois não há nada que “possa” ser feito.

— …

— !!

Chiho estava prestes a dizer algo, mas os olhos de Kisaki viraram-se para Alas Ramus, e Maou a parou a tempo.

Se tinha notado pelo canto dos olhos ou não, o dedo de Kisaki estava sendo levemente esfregado contra a bochecha de Alas Ramus, e a garota ria, animada.

— Você cheira igual ao Papai!

— Oh? É mesmo, hein?

Tanto a gerente quanto a criança aproveitavam com gosto a experiência.

— Jovens também podem ser frívolos na maioria das vezes. Podem me ouvir falar e, provavelmente, dizer algo do tipo “O mundo não nos entende!” Mas vocês não, e tenho que elogiá-los por isso.

Deixando Alas sobre um joelho, Kisaki colocou uma mão sobre a barriga dela e, com gentileza, a girou na cadeira. A menina riu ainda mais.

Observando-a, Maou afastou a mão de Chiho e falou, sério:

— Eu… Eu não sei o suficiente sobre o mundo para dizer isso.

Com um rangido, a cadeira parou. Kisaki ergueu Alas Ramus, que sorria sem parar, no ar.

— Wheeee! Yaaaa! Hahaha!

A garota balançava para lá e para cá, claramente animada.

— Bem, se é capaz de dizer isso, já é pelo menos meio homem crescido.

Kisaki devolveu o bebê a Maou, olhou para o relógio da sala de intervalo e deu de ombros.

— Pode tirar o resto do dia de folga, Marko. Ainda está um pouco cedo, mas se vai ficar assim, vazio, não vamos sentir tanta falta de um funcionário.

— Mas… eu realmente…

— Você é o “papai” dessa criança, não é? Então pode parar de se preocupar com o salário de uma hora e começar a se preocupar com o tempo que passa com ela. Também verei o que posso fazer sobre o seu pedido de mais horas.

Com isso, Kisaki reajustou seu boné de funcionária e saiu da sala de intervalo.

— Mais horas, Maou?

Chiho ainda não sabia sobre aquilo.

— Ei, um homem precisa trabalhar. Agora sou responsável por alguém. Se continuar desse jeito, posso ter que mandá-la para a escola mais cedo ou mais tarde.

Maou ergueu Alas Ramus enquanto falava, seu tom deixava difícil saber quão sério estava sendo.

— Então… vai mesmo tomar conta dela?

— Bom, não seria bem tomar conta. — Maou deu duas cutucadas na testa de Alas Ramus. — Acabei de ficar sabendo que vou cuidar dela até que consiga algumas respostas para as minhas dúvidas. Se os seus pais aparecerem algum dia, serei o primeiro da fila para entregá-la.

Parando para pensar, Maou parecia estranhamente fixado na testa da garota enquanto o grupo discutia sobre o que fazer com ela.

— Sabe, Chi… Você me disse que os seus pais não viam problema em você visitar a minha casa, né?

— Sim…

O corpo de Chiho ficou tenso.

Ela sabia que Maou tinha um grande respeito por Kisaki — tanto como gerente como membro completo da sociedade. Ignorando a questão sobre isso ser uma decisão sábia a ser tomada por um Rei Demônio, havia uma boa chance de que o conselho da sua chefe poderia mudar a forma como ele se sentia com relação a Chiho.

— Quero manter o que a Senhorita Kisaki disse em mente de agora em diante… e é por isso que preciso perguntar. Você se importaria se eu… tomasse vantagem dessa confiança em mim por um pouco mais de tempo?

— N… O quê?

Chiho, totalmente preparada para ouvir Maou dizer para que ela parasse de bancar a babá, olhou para cima, com os olhos cintilantes.

— As coisas estão até que em paz no momento, mas… sabe como é, Emi e Suzuno ainda são minhas inimigas, por isso… nesse momento, aqui no Japão, se me perguntar quem é a pessoa que eu sinto ser a mais segura para se confiar… Bem, é você, Chi.

— …

— E eu sei que é um pouco injusto dizer isso sem te dar uma resposta àquela pergunta, Chi, mas… e eu sei que vai ser um saco às vezes… porém, se puder me ajudar, eu ficaria muito grato.

— …

— Chi…?

Chiho ficou boquiaberta por um bom tempo… por muito tempo.

— Ei! Ei, por que está chorando?! Chi, eu… Ei! Te ofendi de alguma forma?!

Uma lágrima escorria pelo rosto dela.

Maou entrou em pânico, pensando no que dizer. Chiho, talvez só notando a lágrimas depois do comentário, pegou um lenço, com calma, e a limpou.

— Oh… sinto muito. Eu, eu só… fiquei um pouco feliz, então…

— Não, sinto muito! Foi mal, beleza? Sou mais velho que você; tipo, sou o Rei Demônio, e ainda estou deixando tudo para você… Espera, o quê?

— Fico feliz em ouvir isso. Feliz em saber que você está contando comigo, Maou.

— Hã? Hein? Oi? Feliz… Quê? Então por que está chorando?

O ponto de interrogação em cima da cabeça de Maou aumentou de tamanho ao ver o sorriso de Chiho.

— Hehe… sinto muito. É assim que seres humanos agem.

—  Bem, não faz sentido algum para mim. Quero dizer…

— Sei que não pode me dar uma resposta agora. Estou preparada para esperar pelo tempo que for, e não me importo com o que vai me dizer no final. Por isso…

Chiho pegou a mão de Alas Ramus, segurando as lágrimas que ameaçavam voltar a cair.

— Mana Chi?

— Por isso farei o que puder para ajudá-lo, Maou.

— S-Sério? Uh… bem, valeu, e foi mal.

— Sem problema!

Agora Chiho mostrava um sorriso, o melhor que conseguia mostrar. Sem saber como responder, Maou inclinou o boné de funcionário para esconder o rosto.

— Ei, Marko, poderia abrir aquela gaveta e pegar o…

Kisaki escolheu aquele momento para entrar de supetão na sala.

— !!

Seus olhos se moveram para cima, e Maou e Chiho congelaram, virando estátuas.

— Ugh… Acho que é melhor eu parar de contratar mulheres por um tempo.

Não tinha como esconder dela. Leis de oportunidades iguais não se aplicavam sob a Constituição dos Estados Unidos da Kisaki. Ela andou irritada até a mesa da sala de intervalo e pegou um envelope de uma das suas gavetas.

— Ganhei isso aqui de brinde do jornal que assino, mas não tenho utilidade para eles, por isso prefiro te dar.

Com um suspiro, Kisaki observou Maou e Chiho.

— Vocês entenderam bem o que eu acabei de falar agora há pouco, né?

Ela colocou o envelope na cabeça de Maou e, depois de fazer o que tinha para fazer, saiu da sala.

Os dois suspiraram profundamente quando a porta foi fechada. Chiho tirou o envelope da cabeça de Maou. Os dois o observavam com intensidade enquanto ela abria, então…

 


 

Tradução: Taiyō

 

Revisão: Milady

 


 

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