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Rei Demônio ao Trabalho – Vol. 01 – Cap. 03.5 – O Rei Demônio e a Heroína Permanecem Fortes em Sasazuka

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Emi abriu os olhos e lembrou que estava resignando-se de seu destino, mas se estava acordada, devia ter evitado a morte.

 

Entretanto, não poderia ter saído viva depois da queda da Via Expressa de Shuto sobre ela. O que aconteceu…?

 

— Ngh…!

 

Moveu o corpo e percebeu que algo estava sobre ela. Lembrou que era Chiho, que foi jogada por Lúcifer.

 

— Chiho! Oof! — Quando tentou se levantar, percebeu o estado em que suas pernas se encontravam. Quando o fez, uma onda de dor lhe percorreu o corpo, como se seu sangue fervesse, mas não se importava. Esta era apenas mais uma prova de que estava viva.

 

— Ngh… ergh… — gemeu Chiho. Devagar, Emi tirou o seu corpo debaixo, tomando cuidado com sua perna enquanto colocava a outra garota no chão.

 

— Chiho! Chiho!

 

— Ah…

 

Com um tapa na bochecha, viu que Chiho acordou mais animada do que esperava. Parecia que não tinha desmaiado, mas tinha sido colocada para dormir por Lúcifer.

 

— Yusa… Nnh! — Reconheceu Emi, mas ainda fez uma careta, mostrando sentir dor — Aquelas asas… aquele cara assustador…

 

Emi olhou para cima, e sua memória voltou quando Chiho falou. Sim. Se estavam seguras agora, Lúcifer ainda era uma ameaça que precisavam tomar cuidado. Mas o céu sobre elas estava coberto por uma vasta presença obscura. O que era aquilo?

 

A Via Expressa de Shuto desabou, emitindo os estrondos da destruição durante a queda. Eu estava logo ali embaixo, mas por que ainda estou aqui?

 

— Heh-heh-heh…

 

Emi estremeceu quando ouviu a risada baixa e grotesca.

 

Ele era mais escuro que a escuridão mais profunda, seu corpo emitia uma luz mais negra que tinta. O chifre que Emi destruiu uma vez ainda não estava lá, mas não havia como eliminar a força mágica, o poder agourento e a presença imponente que flutuava sobre ela.

 

Seus olhos eram mais vermelhos que um rio de sangue, mas sua pele era branca e fria, como se nem uma gota de sangue sequer fluísse por baixo dela. Tinha dois metros de altura, e suas asas emitiam uma névoa negra.

 

Aquilo não era Sadao Maou, o supervisor de turno na filial do MgRonald de Hatagaya, o qual Lúcifer tinha acabado de matar com um disparo no coração.

 

— Você tem a minha gratidão, Lúcifer… Obrigado pelo trabalho duro, pois finalmente recobrei esta forma.

 

Sua forma era a magia em si, magia a qual era suficiente para suportar toda a via expressa.

 

— Satan… o Rei Demônio…

 

Diante de seus olhos estava o próprio Rei Demônio, o lorde demoníaco que colocou toda Ente Isla em um inferno de miséria e trevas.

 

Os longos olhos finos do aterrorizante demônio tirano estavam fixados diretamente em Emi — a Heroína Emília.

 

Naquele momento, ela foi atingida por uma onda indescritível de desespero.

 

— Po-Por quê?

 

Lúcifer estava lá, em pânico, cobrindo o rosto com uma mão. Ele sabia que tinha matado Sadao Maou. Mesmo que fosse o Rei Demonio, nenhum mero cadáver poderia ter absorvido tanta força mágica do desespero que tomava conta ao redor.

 

Mas lá estava ele, o Rei Demônio Satan, diante dos olhos de todos.

 

O poder avassalador que tinha, o qual era o suficiente para segurar toda a Via Expressa de Shuto com uma única mão, estava em um nível completamente diferente daquele que tinha em Shinjuku. Este era o próprio Rei Demônio; isso era irrefutável. Quanto poder tinha absorvido? Quantos seres humanos estavam dentro do alcance para isso?

 

Lúcifer não sentia medo nem desespero à vista. Tudo foi absorvido por Satan. Como Rei Demônio, ele estava em um plano de existência no qual jamais poderia superar. A diferença entre o Grande General Demônio e seu mestre era como uma enorme muralha de força, intransponível por qualquer força.

 

Então, as coisas começaram a andar.

 

— Heroína Emília… — O Rei Demônio abriu a boca. O simples timbre de sua voz foi o suficiente para fazer a multidão de observadores ilesos ali perto tremer de medo.

 

— Ah… ah…

 

Chiho falou por todos os seres humanos que estavam assistindo ao Rei Demônio. Sua existência era o medo puro, a visão de uma dor angustiante.

 

Olba, por outro lado, ficou espantado com essa reviravolta. Foi necessária muita destreza para permanecer em pleno ar.

 

Aquela era a quantidade de poder, de vontade e de pura magia introduzidas na voz do Rei Demônio. Não havia mais traços do amontoado de sangue que Lúcifer tratou de maneira tão malevolente há pouco.

 

— …

 

Emi não conseguia responder.

 

Satan, o Rei Demônio, tinha ganhado seus poderes originais novamente. De qualquer forma, não importava como interpretassem isso, ele era o inimigo agora. Lúcifer e Olba foram inimigos formidáveis, mas com o Rei Demônio se juntando, Emi não teria como vencer sozinha.

 

Não havia dúvidas sobre o que viria em seguida. Ele usaria sua magia para jogar este mundo no caos completo, da mesma forma cruel que fez com Ente Isla.

 

A imagem mental passou em sua mente naquele instante.

 

O medo da morte foi rapidamente seguido por um desespero profundo, o desespero de um mundo prestes a dar seu último suspiro.

 

Ou era isso que devia acontecer, pois, no instante seguinte…

 

— Minha nossa… Emi, não precisa me ignorar!

 

— Hm. Hein?

 

Sem contar Emi, até mesmo Lúcifer precisou de muito tempo para perceber que aquilo vinha do rei de todos os demônios, a incorporação do mal que existia acima deles. Chiho, que estava visivelmente tremendo de medo, ficou paralisada.

 

— Hm… eu?

 

— Do que você acha que estou falando!? Se liga! Você precisa fazer algo sobre ele! — Satan usou a mão livre para apontar para Lúcifer.

 

— Uh… quê? — Emi estava pasma, e seu cérebro tinha dificuldade em processar as palavras.

 

— Vai logo! Isso aqui é pesado, pô!

 

Quando olhou para cima, Emi viu os restos despedaçados da via expressa sendo segurados pelo poder mágico do Rei Demônio sendo baixados lentamente.

 

— Estou meio fora de forma com essa magia… Tipo, sério mesmo, tá complicado aqui.

 

Lúcifer, Emi e até mesmo Olba ficaram de boca aberta ao olhar para o Rei Demônio, que choramingava como um adolescente rebelde à medida em que uma gota de suor escorria pela sua cabeça.

 

Apenas Chiho foi capaz de falar, e sua voz era suave e imparcial enquanto se diria à estranha criatura diante dela.

 

— É… você, Maou?

 

— Como que você está… fora de forma com a magia? — Emi finalmente veio a si. Não era assim que o Rei Demônio falava em sua terra natal.

 

— Eu só estou… entendeu? Por favor… depressa…

 

Aparentemente, sua demonstração de magia com apenas uma mão servia apenas para se exibir. Quando sua força chegou ao limite, o Rei Demônio começou a se agachar, como se suportasse um enorme peso com ambos os braços. Sua magia não estava focada apenas nos pesados painéis da Via Expressa de Shuto, também segurava os carros e as pessoas que acabaram envolvidos no colapso, e todos estavam parados no ar.

 

— Ngh… Oof!

 

Satan mudou de posição, ficando de pé, com os membros abertos para dividir melhor o peso. Emi percebeu que o esforço tinha, na realidade, aumentado um pouco o seu poder por alguns instantes.

 

— Isso é tão idiota. — Ela sorriu enquanto o repreendia, então, fez uma careta quando a dor da perna quebrada ressurgiu. — Você é o Rei Demônio mais burro do universo. Pensei que estivesse morto! O que está fazendo aí? — A dor não foi o suficiente para pará-lo?

 

— Como vou saber? Eles disseram na TV que demora um pouco para morrer quando o coração para. Tipo, é para o seu cérebro ainda estar vivo durante alguns segundos, sabia?

 

Satan sorria enquanto falava com Emi, que estava embasbacada.

 

— Então… foi o que fez? Foi devido a todo o problema em que estávamos?

 

— Bem provável. Quero dizer, se o Lúcifer começasse a lutar com você normalmente, acabaria morta em dois segundos. Mas o mais estranho sobre caras perversos é que… somos preguiçosos demais, por isso tentamos eliminar as pessoas com apenas um golpe. Era nisso que eu estava me baseando. Só que essa foi por pouco, né? Ainda bem que eles estavam trabalhando em cima de um roteiro de filme de segunda classe.

 

O Rei Demônio agia como se não se importasse, mas suas táticas pareciam impossivelmente imprudentes para Emi. Se Lúcifer não tivesse ativado um desastre de proporções catastróficas para ele, Sadao Maou estaria morto agora.

 

— Mas vamos parar com o papo furado. Pode me dar uma ajuda? Isso aqui está pesado demais! Tipo, sério mesmo, estou te implorando!

 

Emi foi colocada em uma montanha russa emocional, e este foi o agradecimento que ganhou. Além do alívio e da exasperação, entrou em um estado confortável e quieto de raiva intensa.

 

— Não vai rolar. Sou a Heroína! Heróis não ajudam o Rei Demônio!

 

— Hmm…!

 

Lúcifer gemeu quando viu Emi se levantando enquanto tomava cuidado ao mexer a perna ferida.

 

As palavras do Rei Demônio estavam muito além da compreensão. Mas ele ainda conseguia ver o que o estava acontecendo. Mesmo depois de recobrar todo o seu poder demoníaco, ainda queria juntar forças com a Heroína para salvar as pessoas da Terra.

 

— Então fique onde está por enquanto. — Emi levou a mão esquerda até a testa. — É tudo o que preciso para acabar com isso!

 

— Y-Yusa…? — Emi sorriu para Chiho, que estava completamente impressionada.

 

— Sente-se um pouco e assista, pode ser?

 

Ela levantou a mão sobre a cabeça de Chiho e, em um instante, o corpo de Chiho foi coberto por uma esfera transparente, a qual brilhava com uma luz dourada contra o chão; era uma barreira de antimagia que foi energizada pelo seu poder sagrado.

 

— Yusa! O que está acontecendo?

 

Emi mostrou um sorriso ainda mais brilhante do que antes para Chiho.

 

— Não sei, Chiho… eu só acho que queria que você soubesse.

 

Depois, ela rapidamente baixou a mão, e a transformação aconteceu em milésimos de segundos.

 

O cabelo preto de Emi voava ao vento enquanto emitia uma luz pura. Um brilho forte, como um raio de luz solar, estava presente dentro de sua palma direita.

 

— Ó grandioso poder, invoco-te para punir as forças do mal!

 

— U-Uou…!

 

Lúcifer recuou. Um vendaval começou, e Emi era o centro. Nenhum vento comum seria forte o bastante para afetá-lo fisicamente, mas o poder que Emi invocou era algo bem diferente.

 

— Poder… Sagrado…

 

— Sou a Heroína. Os mundos podem ter mudado, mas a verdade jamais será diferente!

 

Um pilar de luz disparou do chão, iluminando a escuridão que vinha das nuvens de destroços sobre eles.

 

Seu cabelo agora brilhava como fios de seda prateada, e seus olhos escarlates eram ferozes o bastante para perfurar qualquer mal que vissem.

 

Um clarão fez-se presente na mão de Emi, o qual tomou a forma de uma espada. Seu corpo foi preenchido de Prata Sagrada, o metal celestial mantido pela Igreja de Ente Isla desde os tempos antigos, e agora ressoava ao chamado de sua força sagrada.

 

O nome da espada que Emília Justina forjou com essa Prata Sagrada era Better Half, uma lâmina evoluída, cujos poderes cintilantes eram carregados pela força sagrada de sua portadora.

 

A luz dourada que protegia o seu corpo era o Manto do Dissipador, tecido com as asas dos poderosos Serafins, um vestuário usado apenas pela Heroína. Seu poder dependia grandemente da força sagrada daquele que o usava.

 

Agora que essa força sagrada enchia o seu corpo, ela curou todos os ferimentos que “Emi” sofreu. Sua perna quebrada e a cicatriz na testa desapareceram sem deixar traço algum, como se nunca tivessem existido.

 

— Hmm… Não consigo manifestar a minha espada além do primeiro nível. Isso pode ser um pouco complicado.

 

O pilar de luz murmurou para si mesmo, frustrado.

 

A espada, de lâmina fina, mais parecida com um espadim, e o Manto do Dissipador, o qual cobria apenas sua testa, peito e pernas, eram uma decepção. O fato de que tudo aquilo se manifestou sobre o seu uniforme só proporcionou uma aparência menos do que lisonjeira dos retalhos.

 

— Bem, que seja. É só por causa da situação estranha mesmo. Não preciso me preocupar com a minha aparência agora.

 

O brilho forte da forma de Emi começou a ser sugado pela espada e foi apontado na direção de seus inimigos.

 

— Lúcifer, o Grande General Demônio! Olba, o arcebispo caído! Condeno-os pelos pecados que cometeram contra este mundo!

 

Ela agora era Emília Justina em carne e osso, a Heroína que espantou o mal de Ente Isla.

 

— Oooh, essa foi boa!

 

O Rei Demônio, maravilhado, apreciava a figura celestial que ela se tornou.

 

— Cale a boca! Você será o próximo depois que eu der um jeito nesses caras, então se apresse e comece a rezar!

 

— Tá, tá. Só tente ser rápida, pode ser? Ah… antes disso… — De repente, como se lembrasse de algo, o Rei Demônio levantou a mão direita mais uma vez — Tirem um cochilo por mim, pessoal!

 

Ele estalou os dedos conforme entoava um encantamento místico. Com isso, todos os observadores que olhavam de longe para os demônios de outro mundo, sob a via expressa, congelaram, cobertos por uma fraca luz verde. Mas não tinha acabado aí. Subitamente, o silêncio tomou conta. Tudo parecia ter parado, não apenas as pessoas, mas o próprio tempo em toda a área.

 

— Ei! O que você acabou de fazer!?

 

Emília olhava para o Rei Demônio, que balançava a cabeça enquanto baixava a mão.

 

— É uma barreira mágica. Não quero que as pessoas vejam muito isso aqui, além disso, não quero que muitas delas acabem envolvidas na luta. Sem contar a mídia. Por isso eu tranquei toda a área local.

 

Ele agia como se não fosse nada, mas era impossível imaginar quanta força mágica um feito desses necessitava. Também era impossível imaginar um Rei Demônio se importando com trivialidades como ser assistido.

 

— Tente não deixar esses caras fugirem da barreira, entendeu? Por que, caso o façam, será um saco para nós dois… oof!

 

Parecia que a Via Expressa de Shuto era um fardo pesado, mesmo para um Rei Demônio que aparentava ter poder sem fim em mãos. Mostrando um sorriso sarcástico para o mestre demônio que sofria, Emília preparou sua espada sagrada e encarou Lúcifer.

 

— Então! Parece que é melhor eu resolver tudo aqui, né?

 

Lúcifer arrependia-se de seu destino. Por mais inacreditável que fosse, o Rei Demônio e a Heroína formaram um pacto neste mundo. E agora os dois estavam de olho nele, com toda a força demoníaca — e sagrada — como apoio. A magia que eles tinham não era tão simples assim para ser reabastecida.

 

Eles estavam mesmo pensando em voltar para casa?

 

— Hah…!

 

Lúcifer voou mais alto, então usou uma onda de disparos mágicos, o qual parecia um rio de luz sem fim que vinha de suas asas.

 

Emília afastou todos os disparos com um simples manejo de espada, mas eles mudaram de trajetória. Todos atingiram as costas do Rei Demônio.

 

— Aiiiiiii! Qual é, cara!?

 

— Sinto muito! Foi um acidente!

 

Emília ignorou suas reclamações e fincou o pé no chão. Não parecia ter sido forte, mas foi o necessário para que saltasse até Lúcifer, como uma flecha dourada.

 

— Haaaaah!

 

Lúcifer conseguiu se esquivar por pouco do golpe divino de luz.

 

Com um bater de asas, o demônio começou a se mover no ar, mais rápido do que o impulso repentino de Emília.

 

— Acha que pode me pegar!?

 

Os lados de suas mãos brilharam em preto, liberando uma onda de lâminas negras e disparando-as à queima roupa. Era um ataque certeiro.

 

Emília nem tentou se esquivar. Seu Manto do Dissipador brilhou ainda mais enquanto ela disparava em direção ao céu. As lâminas negras e o punho de Lúcifer passaram pela luz brilhante.

 

— Boa tentativa, mas não foi bom o bastante.

 

Lúcifer bufou:

 

— Hah! Fale o quanto quiser! Sua defesa está longe de ser impenetrável. E você falhou em se esquivar do meu ataque! Do jeito que está, sua lâmina nunca irá me alcançar!

 

Como se confirmasse o que Lúcifer disse, uma gota de sangue começou a cair da testa de Emília. Caiu do mesmo lugar em que “Emi” tinha se ferido na praça de alimentação.

 

— Sua agilidade no ar nunca será párea para a minha, nem mesmo no passado ela era. Ainda posso ganhar força mágica neste mundo! O tempo está ao meu lado!

 

Ele tinha razão. Se Emília, que não tinha como recuperar seu poder sagrado, fosse pega em uma luta que durasse muito, acabaria falhando mais cedo ou mais tarde.

 

— Sinto muito, mas não vou deixar isso acontecer.

 

Uma voz estranha veio de cima dos dois. Uma enorme quantidade de pedras caía na direção deles, passando entre Lúcifer e Emília.

 

— Você!

 

Ele?

 

Era um corpo gigantesco, com uma pele pálida e uma cauda retorcida e locusta. Em sua ponta, havia um espigão em forma de garfo, que parecia uma garra.

 

— Recuso-me a lutar ao lado da Heroína, mas jurei minha lealdade a Satan, o Rei Demônio!

 

Era Alciel, o Grande General Demônio, e um demônio que colocou todo o Continente Leste de Ente Isla em um tornado de desespero.

 

— E, além disso, meu inimigo atual é… você, Lúcifer!

 

A voz áspera, como se unhas arranhassem um quadro negro, era claramente uma reminiscência do tom sarcástico do humano Ashiya.

 

— Ah, é mesmo. Achei que você não estivesse por perto. Como conseguiu voltar à vida depois daquilo?

 

Fosse ali ou na praça de alimentação de Shinjuku, Alciel estava destinado a ser esquecido rapidamente nos momentos de crise. Era difícil dizer se isso o incomodava, já que esse rosto demoníaco, que parecia o de um animal, não demonstrava as emoções que um humano pudesse perceber.

 

— Eu estava à beira da morte, mas a Vossa Majestade Demoníaca e você me concederam força mágica o suficiente para me recuperar. Apenas isso.

 

— Huh. Boa. Mas o que esteve fazendo até agora? Pois não estava aqui antes.

 

— Eu… tinha rasgado minhas calças, então fui até o apartamento para tirar o meu manto de general do armário.

 

Agora que parou para pensar nisso, ele estava mesmo usando um manto gigantesco. Era feito de um tecido grosso e pesado, estampado com o selo do reino dos demônios, uma vestimenta designada para simbolizar a dignidade de seu papel como o Grande General Demônio. De um lado estava o brilhante emblema de general, uma marca que apenas os quatro oficiais mais próximos do Rei Demônio podiam usar.

 

Aquilo lhe permitia ter uma presença forte, realmente digna de seu nome: Alciel, o Grande General Demônio e comandante da invasão bem-sucedida do Continente Leste de Ente Isla.

 

Pela primeira vez, Emília descobriu que o traje de um demônio servia para mais do que apenas enaltecer ou intimidar. No entanto, para um humano que enfrentava um demônio, se o tal do terrível mostro estivesse mostrando suas partes íntimas ou não nunca seria a primeira prioridade.

 

— Bem, ótimo. Mas não espere que eu seja amigável com você.

 

— O mesmo vale para mim, Heroína. Quando esta batalha terminar, seremos inimigos mais uma vez.

 

— Perfeito.

 

Depois de falar, olhou para Lúcifer direto nos olhos e balançou a mão para o lado.

 

O raio de luz que emitiu derreteu instantaneamente a arma nas mãos de Olba, a qual seria usada para disparar nas costas de Alciel.

 

— Gah!

 

Alciel não se incomodou em olhar para trás.

 

— Não espere que eu te agradeça por isso. Aquela bala dificilmente me machucaria.

 

— Oh? Que palavras gentis. Se me lembro bem, não era bem assim há alguns minutos.

 

— Seu tolo inútil…! — interveio Lúcifer, repreendendo Olba.

 

— Você quase deixou o Rei Demônio de joelhos! Podia ter lutado como deveria!

 

— Mas… mas não vamos conseguir voltar.

 

— Talvez não! Mas será ainda mais certo se perdermos aqui!

 

— Que se ferrem, todos vocês…

 

Olba finalmente se recompôs, e seu rosto demonstrava a sua resignação. Ele parecia não estar ferido, mas o poder sagrado dentro dele estava aumentando.

 

Uma disputa entre sagrado e demoníaco, entre céu e inferno, estava prestes a começar.

 

— Credo, Alciel. Obrigado por ter saído correndo assim. —  Enquanto isso, o Rei Demônio murmurava para si mesmo. — Ugh… Eu não posso fazer nada. E é bem provável que eu pareça terrível.

 

A linha de camisetas e calças que secam o suor da UniClo, utilizando a tecnologia de costura mais avançada, era uma prova notável de resiliência. Diferente do jeans que foi todo rasgado no corredor subterrâneo de Shinjuku, ainda eram capazes de esconder as partes mais importantes sem rasgar, mesmo depois de o usuário ter ficado maior. Em termos de manter o Rei Demônio livre de multas por exposição indecente, ninguém tinha do que reclamar.

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