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Outer Ragna Outer Ragna – Vol 02 – Capítulo 62 – Perplexidade no Pentágono/A Acólita Parte, Arcando com a Esperança

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À medida que me aproximo do palácio, a presença de Deus se fortalece.

É por causa das preces da humanidade? Ou é por que o nosso inimigo é feroz?

 

-***, o Deus Dragão II-

Sinto cheiro de pó e óleo de silicone. Ozônio infiltra-se em meu nariz, devorando-o.

Por que o ar na sala de estratégia deixa as pessoas assim? A única fonte de cor em meio a esta tranquilidade é uma impressão da bandeira élfica, a bandeira da República de Ewlogond. É branca, para representar o ar, e azul, para representar a água. Ela me faz lembrar o céu.

Sirvo um copo de água do jarro. É clara e parada. Bebo um gole apenas para manter meu consumo diário de água, e ela pinica minha garganta seca… Uou! Droga! Ela se mexe, mas, por algum milagre da força centrífuga ou tensão de superfície, consigo evitar de derramar. Quase arruinei nossos aparatos. Se nossa missão falhasse por ter derramado um pouco de água, eu jamais seria capaz de viver com isso.

Ufa… Preciso me concentrar. No monitor está uma vista do mundo paralelo. O fluxo de tempo lá é incerto. A cena à mostra é dos campos centrais do continente. É como a vista de uma rua agitada a partir de um arranha-céu; não consigo sentir nem o cheiro do exército élfico. Eles estão tão longe, quase como se fossem pontinhos.

Maldita Força Aérea. Como eu deveria descobrir algo dessa altura? As leituras no segundo monitor me mostram mais coisas. A super I.A. é deveras competente.

A situação parece estar aceitável; nossas linhas de batalha estão estáveis. Não é má ideia apenas esperar a agressão vinda dos vampiros desta forma. Seus ataques costumavam ser forçados em batalhas contínuas dia e noite, mas recentemente têm sido bastante passivos. É um sinal de que, apesar de seus números, a moral deles está diminuindo. Agora, se uma tempestade pudesse trazer vento forte e chuva, poderíamos eliminar todos… Não, é perigoso deixar as coisas a cargo da sorte.

Imagine o pior caso. Prepare-se para tomar as melhores decisões contra o oponente mais forte. Eles poderiam estar esperando até a hora certa para disparar uma segunda ofensiva. Absoluto disse para se ter extrema cautela. Confiança demais é o nosso maior inimigo; devemos estar completamente preparados a todo momento. Se a situação ficar estranha, os alarmes devem ser tocados.

Além disso, uma batalha estendida sequer é possível. O credo dos vampiros é agressivo demais em batalha. Porém, perder a Dourada poderia ter feito com que mudassem para algum esquema astuto a fim de se recuperarem. Esse foi o principal acordo ao qual chegamos durante a reunião de estratégia.

Em outras palavras, um ataque lateral da extremidade sul do campo de batalha seria a chave do segundo ataque deles. Não há confirmação, mas suspeito que será a força de trinta mil soldados liderada por Tempestade de Raios. Se for verídico, as propriedades defensivas de Dez Mil Sinos combinadas com as habilidades de supressão de Mar Profundo devem nos permitir vencer o Tempestade de Raios com uma boa eficiência. Quando acabar, o balanço de poder irá tender bastante ao nosso favor; seremos capazes de invadir as terras vampíricas com facilidade.

Neste exato momento, o problema é a informação que recebemos sobre as terras dos sub-humanos. Eu não deveria me incomodar com coisas que estão acontecendo às marginais desta guerra, mas não consigo aceitar essa estranheza. Parece que o Montanha Desmoronada os invadiu do sudoeste e marchou até a capital sub-humana. Os vampiros podem ter marchadores fortes, mas ainda é uma tarefa maluca. Até mesmo os elfos, com suas unidades voadoras, teriam dificuldades para passar por aquela cadeia de montanhas.

E, além disso, tem também as informações sobre aquela unidade especial que surgiu entre os sub-humanos… com o poder do fogo, dentre todas as coisas. Isso não pode ser permitido. Alguém que se autodenomina Deus Diabólico se intrometeu nessa confusão louca no mundo paralelo para ganhar esse poder… Isso é, de fato, o trabalho do mau. Dentre tudo aquilo que ninguém deveria ter o direito de possuir, o poder do fogo está no topo da lista.

Fogo — em muitas mitologias — é o começo de uma cultura. Um poder grandioso e sagrado. É até mesmo a base da nossa cultura, de várias formas. O poder maligno do relâmpago foi controlado pelos vampiros, mas mesmo assim conseguimos obter o controle sobre o poder da água. Entretanto, um pecado sem precedentes já começava a se mover. O mundo está em perigo.

Se os sub-humanos têm o poder do fogo… seriam capazes de um poder ao nível de países nuclearizados da Ásia. Se for verdade, devemos colocar as mãos nisso antes dos vampiros.

Sim, isso mesmo, é assim que deve ser. Seria fácil eliminar os sub-humanos, e, com o poder do fogo, os elfos seriam capazes de tomar o território vampírico com facilidade. Uma bela estratégia, se assim posso dizer. Parece ser tortuoso, mas extremamente eficiente. Comentarei sobre isso na próxima reunião.

Preciso anotar no meu celular… Hm? Uma mensagem? O que poderia ser? Estou ocupado comunicando-me com o mundo paralelo; o menor dos distúrbios poderia causar um desastre irreversível.

Quem enviou foi aquele primeiro tenente da Força Aérea. Para um oficial cibernético, ele realmente não mostra tanto senso comum…

C-Como é?! É possível que o deus dos sub-humanos seja um cidadão japonês?! Mas… mas que merda é essa?!

-Acólita Hikurina I-

— Está tudo pronto, Acólita Hikurina?

— Sim…

— Oh, você não parece tão bem. Infelizmente, não temos outra escolha a não ser colocar esse fardo sobre seus ombros.

Quando penso que fardo é esse, mal consigo olhar para seus rostos. Preciso de todas as minhas forças para responder. Diante de mim está uma carruagem puxada por quatro cavalos, a qual recebeu todo e qualquer tipo de reforço possível, parecendo um forte móvel. As rodas são feitas por métodos especiais, também. Uma carruagem à parte foi preparada apenas para carregar as rodas extras.

— Você terá soldados de infantaria e cavalaria como guardas. Percebo que é escasso, se considerarmos a importância da sua missão, mas terá que conseguir com isso. — Ele suspira, resmungando por ter que mandar muitos soldados para evacuar a propriedade. O que eu deveria dizer sobre isso?

Lorde Nazarus, herdeiro da Casa Willow. Sobre sua armadura ele usa um manto branco, e em seu cinturão está sua última decisão. O pescoço está coberto por um pó branco, enquanto os lábios são da cor carmesim… Ele está vestido como se nunca mais fosse voltar vivo. Sua aparência inteligente adiciona uma nitidez fria em seu espírito de luta.

— A estrada ao norte é árdua, mas você deve passar a pior parte dela depois de dez dias. Após isso, não precisa se preocupar com ninguém a seguindo. A única coisa que faltará é ter certeza absoluta de que não perderá sua carga. Se os cavalos morrerem, leve em suas mãos. Será como se estivesse exibindo uma divindade preciosa.

Qual é a desse sorriso? Por que está rindo? E, além disso, tão alegre. Protegeu-nos até aqui durante nosso caminho até o forte, mas agora está se virando uma vez mais na direção do palácio, não é? Para o encontro com o seu pai, o chefe da Casa Willow, e seu exército… a fim de interceptar os vampiros.

No entanto, o plano nunca foi de vencer, foi? Apenas morrer. O exército deles é uma junção de soldados mais velhos, guerreiros que desejam vingança, cavaleiros que buscam limpar seus nomes sujos, mercenários loucos pela morte, soldados feridos que não podem sobreviver a uma longa jornada, pecadores e aventureiros falidos. Eles querem usar a propriedade como isca para que assim possam eliminar o exército vampírico que se aproxima. Irão incendiar tudo, tenho certeza. Os cinquenta cavaleiros que acompanham Nazarus estão vestidos como ele: pela batalha e pela morte. Seus olhos vazios refletem silenciosamente o estado deste mundo.

— Heh… Não fique tão deprimida. Não seria bom para a nossa honra fazer uma bela moça chorar.

— Eu… Eu…!

— Vivi no pecado por tempo demais. Fiz coisas indignas da minha casa, do amanhecer ao anoitecer, e cobri-me com a lama do desejo humano. Mesmo assim, tive decência em meu tratamento para com as mulheres e crianças. Não posso trazer vergonha à minha mãe, posso?

Então ele quer que eu pare de chorar? Que pedido egoísta. Este homem e seus compatriotas não olham mais para o futuro. Eles encaram o passado e estão satisfeitos. Aceitaram suas mortes. Vangloriando-se, assim eu vejo, para morrer bravamente e com um sorriso no rosto. Que tipo de expressão eu deveria fazer enquanto os observo jogando suas vidas fora, então?

— Reforços! Peça reforços ao exército da Apóstola! Se mandar seu mensageiro mais veloz agora, tenho certeza… Talvez não a Apóstola, mas alguns dos seus guerreiros que são capazes de usar os novos feitiços de fogo…

— Não me faça rir. Seria uma loucura estratégica dividir o exército principal por uma simples distração. Há também a sua carga a ser considerada. Seria o ápice da estupidez mudar o campo de batalha final ou, Deus me livre, dividir.

— Mesmo assim! Ainda que seja idiotice! Poderia salvar vidas!

— Mais vidas serão salvas desta maneira. Pense naqueles que ainda não nasceram. Sacrifique alguns para salvar a maioria.

— Não… Deve haver outra forma!

— Ouça: essa distração também tem o propósito de purgar as correntes e podridão da geração passada. As ações loucas da irmã do rei nos forçaram a isso.

— Mas por quê? Por que… Hã?

Ele está… acariciando a minha cabeça?

— É algo difícil, tenho certeza, ser um guerreiro da Igreja. Deve-se ser gentil, ao mesmo tempo, forte… forçado a chorar muito mais do que é permitido sorrir.

Ele é tão cruel. Está sorrindo de novo, não é? Quieta e pacificamente, ele parte para a sua morte.

— Você também é gentil. — eu digo.

— Não, não sou. Joguei o fardo de sobreviver a todo custo para meus irmãos, pois a morte deles significaria o fim de tudo. Eles provavelmente me odiarão por ser tão irracional.

— Duvido que seus irmãos aceitarão isso.

— Agias vai. Ele é um militar por natureza; não verá outro jeito. Origis fará uma confusão, tenho certeza, mas Marius estará lá para acalmá-lo. Ele puxou à nossa mãe, afinal.

Não adianta. Não importa o que eu diga, não consigo tocar seu coração, não posso parar a batalha deles. As lágrimas vêm, uma após a outra, sem fim à vista. Eu, entretanto, consigo não soluçar.

— Acólita Hikurina, não se engane. Vocês todos que são os azarados.

Azarados. Vida, morte — este mundo está repleto de azar. Pode-se cerrar os dentes e trabalhar desesperadamente, para no fim ver aqueles que lhe são mais preciosos morrer no instante seguinte. Este é o mundo no qual vivemos.

— Sim, é muito provável que o palácio queime. Eu, meu pai, o arcebispo, até mesmo o rei… Todos nós vamos nos tornar cinzas, sem exceção. Mas existe uma semente de esperança, a morte da nação será o travesseiro que proverá o sono mais tranquilo. — Seus olhos se fecham vagamente enquanto olha para algum lugar distante. Suspirando com força, suas próximas palavras vêm: — Não há um final mais grandioso para os exaustos do que esse.

Ele mente. É pura lógica, nada mais. Posso ver que seus pensamentos estão voltados a outra pessoa agora. Vi muito disso durante meu serviço à Igreja; o rosto de alguém que pensa naquele que lhe é querido é realmente especial. É sincero, honesto e verdadeiro.

Sua posição previne-o de chorar; ele tem que se segurar muitas vezes. Mesmo assim, solenemente sacrifica-se por este trabalho.

— Vá agora, Acólita Hikurina, pelo bem do novo mundo que Deus está criando… Por um futuro em que humanos podem viver sem ter vergonha… Certifique-se de entregar esta carga.

Tudo o que posso fazer é assentir com a cabeça. Este é o meu trabalho, afinal.

Minha carruagem foi feita para ser mais forte. Nela está um grande machado. E dentro dele está a primeira e única… Cinza Primordial. O tesouro da nossa nação, e é considerada ser a fonte do milagre do fogo. De fato, temos o controle sobre a magia de fogo.

Devo me certificar de que seja entregue.

Para o forte; para o lugar mais seguro no reino da humanidade. Eu juro pela minha vida.


 

Tradução: Taiyo

Revisão: Midnight

 

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