Quando o coração de Deus se move, meu coração também se move.
Quando meu coração se move, o coração de Deus também se move?
-Transmissão de DDR/VOD Parte 7-
Hã? O meu celular diz: “O número que você discou encontra-se fora de alcance. Por favor, tente novamente mais tarde”. Hein? Tá zoando comigo, celular?!
Ei, pessoal, PotatoStarch aqui.
O que está rolando? Uou, o VoIP do meu celular também não está funcionando. Sempre que tento postar uma mensagem na seção de comentários, coisas aterrorizantes acontecem, e todos os meus e-mails jorram erros como se estivessem possuídos por um demônio. Ahhh, estou isolado em um canto da cidade!
Oh, mas posso pedir pizza online com alguns cliques. Viu? Feito. Sem problemas, então… ah, pois é. Isso não é divertido! Nem mesmo consigo clicar no botão de gravar desse vídeo. Quando eu o fizer, eles verão. Podem estar me observando neste mesmo instante. Eu deveria estar ficando louco de tanto medo (e eu meio que estou com medo mesmo), mas acho que, como streamer, estou acostumado com essas coisas. Estranho… tenho até mesmo consciência o suficiente para me lembrar de partes que queria editar no vídeo mais tarde.
Dito isso, ainda me sinto incomodado. Uma das melhores formas de me acalmar é fazer algo que estou acostumado, então… clica, clica. Fiz com que Kuroi ficasse dando saltos laterais em alta velocidade. Enquanto isso acontece, também estive observando um certo personagem… O que está acontecendo?
— Ugh, que estranho… Que movimentos são aqueles? Um ritual? Tentando amaldiçoar alguém?
Ela é uma bela mulher de roupas pretas. Graças às lanternas que a iluminam de todos os lados, tenho uma boa vista dela. Aquele corpão de violão, as características de uma cela subterrânea, as algemas… Estou tendo tendências imorais aqui.
Hmm… A curvatura entre a sua cintura e bunda é maravilhosa; belíssima e erótica.
— Guh… Essa presença maluca… O Deus Diabólico! — Ela está enojada.
Essa é a unidade nomeada que aprisionamos na última batalha. Tamika, eu acho? A primeira coisa estranha sobre ela é a sua raça. Uma dampira? Uma pesquisa online me diz que são híbridos entre humanos e vampiros. Mas isso não faz sentido. Os vampiros em DDR não podem ter filhos; são criaturas artificiais feitas em tubos de ensaio e vagens cultivadas. A Fábrica de Nascimentos do Castelo do Demônio é, basicamente, como o laboratório do Doutor Frankenstein. Ficção científica e terror juntos; é uma mistureba de gêneros, de fato.
— E-Eu já dei informações o suficiente, não é? O que mais quer que eu diga?
— Seu… sangue misto. — pergunta Kuroi.
— C-Como… Como você…?
— Apenas sei.
— Você “apenas sabe”? Isso é… impossível!
Os status dela são estranhos também. Sua fé no Deus Demônio é zero. Ao invés disso, aqui diz que “Fiel do Espírito”. Viu? Bem aqui. E, talvez tenha relação, sua magia é “magia negra”. Mas que merda? Isso é tão… irritante. Há Visão das Sombras, Sombra Submergida e Consumo das Sombras. Uma bela variedade. Tem vários truques debaixo da manga, como se fosse um ninja.
— Negra e… sombras? — Kuroi está levemente confusa.
— Bem, isso explica essa cela; magia de fogo sela minhas sombras…
Lembro-me de tê-la encontrado atrás de um escudo no campo de batalha. O radar do minimapa fez com que sua posição ficasse bem destacada, entretanto, e apenas algumas cutucadas com a minha espada foram o suficiente para fazê-la saltar na hora.
— Uma vida escondida nas sombras. — comenta Kuroi.
— Sim, exatamente. Vivo nas sombras do mundo; sou de sangue misto. Meu pai era uma cobaia de teste de reprodução dos vampiros, e a minha mãe era uma candidata a incubadora dada a ele… basicamente, comida.
Dever ser algum conteúdo novo da versão DX. É tipo a relação entre elfos e elfos negros, se considerar o aspecto de “negro”.
— O experimento era apenas uma forma para o Deus Demônio matar tempo; depois de menos de cem anos, ela ficou entediada e abandonou tudo. Anos depois, da escuridão em que estrela alguma podia ser vista, nasci. Fui um nascimento amaldiçoado e milagroso.
— Amaldiçoado e milagroso?
— Você não entenderia. Nasceu humana, e foi criada como tal entre outros humanos. Como poderia entender a dor de ver sua mãe tendo que comer os da sua própria espécie, e então de você mesma ser forçada a comê-los?!
Hmm… Agora não é mais apenas porque ela é bonita, mas eu simpatizo de verdade… com Tamika. DDR realmente tem sua própria maneira de tocar seu coração; tornando-o incapaz de ignorar as histórias fictícias. Até mesmo agora, há uma tristeza pungente em meu peito.
— Nunca conheci meus pais. Meu lar foi inundado. Vivi como escrava.
— Eu… Bem, você ainda é uma Apóstola, não é? — Tamika revida.
— Abri mão de tudo o que tinha para lutar.
— Pode dizer o que quiser; os Apóstolos que conheço nem mesmo têm nomes de verdade.
— Deus me deu esse nome.
— Foi isso então…? Que seja.
Em minha mente, sei que não é o momento para estar fazendo isso. Tenho problemas da vida real para enfrentar, e, durante o jogo, deveria estar focando no exército da humanidade ao invés de ficar preso na história de um NPC. A marcação dos Apóstolos no meu minimapa me mostra uma história terrível. Essa posição, esse movimento… Montanha Desmoronada está indo para o palácio.
— Tem certeza que possui tempo para estar aqui conversando comigo?
— Não luto sozinha.
— Heh… Você é o único alvo deles, entretanto.
— Apenas eu?
— Mais precisamente, você e o tesouro. Mas se pensarmos nos alvos humanos, sim, apenas você.
— Tesouro?
— Os humanos também não têm um? Um tesouro com um espírito selado dentro? Deveria ser o símbolo da sua raça.
— Fogo…?
— Sim. As Cinzas Primordiais. O rei humano as possui, não é?
Em outras palavras, se o palácio cair, a derrota da humanidade estará garantida; nossa magia de fogo se tornaria fraca demais. Pelo menos, era assim que funcionava na minha jogatina de elfo no DDR padrão. Os símbolos elementais de vento e água, a Árvore Ancestral e a Joia da Maré, foram roubadas, e nos tornamos incapazes de usar magia. No fim, fomos forçados a desistir em um contra-ataque.
— Os vampiros também têm duas: o Cristal da Fonte, o qual roubaram dos anões, e a Vela do Paraíso, a qual pegaram dos insetoides. Cada um dos tesouros possui um espírito selado. — explica Tamika.
— Espíritos…
— São a fonte de magia deste mundo, e governadores das leis da natureza. Quando se trata de magia, até mesmo as Bênçãos Divinas servem apenas para amplificar os poderes dos espíritos. Os deuses não passam de mestres inválidos.
— Inválidos?
— Não entende? Neste mundo, não havia essa coisa de “deuses”. Os espíritos eram venerados pelos seus tesouros, até que o Deus Demônio apareceu e distorceu o mundo.
Mais um motivo para que eu impeça o Montanha Desmoronada.
— Quando Montanha Desmoronada colocar as mãos no tesouro, ele virá atrás de você, Apóstola do Deus Diabólico.
Será que ainda consigo? Não, jamais daria tempo. Não estou sendo pessimista, é uma simples questão de distância. Um cavalo não poderia percorrer esta distância tão rápido, e nem mesmo um voador élfico. Não há nada que posso fazer.
— O toque final para a destruição da humanidade é você. Apóstolos se focam na magia elemental. A magia de fogo que o Deus Diabólico controla toma forma através da sua própria vida… e, depois que Ela der um jeito em você e no tesouro, o Deus Demônio terá um terceiro poder. Quando isso acontecer, tudo estará perdido.
— Trovão, terra… e fogo.
— Fogo pode resistir à água. Não demorará até que Ela controle água e vento também. Sendo assim, a sua morte poderia dar início ao fim do mundo.
— O fim do mundo?
— Tudo morrerá e se tornará cinzas, tenho certeza disso.
Não. Cheguei tão longe, não quero que o jogo termine ainda. Não quero ver o Deus Demônio rindo novamente. Todo o trabalho duro que as pessoas da Fronteira realizaram, menosprezado… E, então, todos morrerão, cada um deles.
— E-Esse calor… O que está pensando em fazer? — pergunta Tamika, nervosa.
Kuroi vai morrer? Não. Não! Não deixarei que aconteça!
— Ahhh! Está quente! As lanternas estão explodindo! Minhas sombras! Até as sombras nas minhas mangas se acovardam… o espírito negro está com medo?!
Tudo bem. Não preciso chegar a tempo. Quem se importa se eu não puder mais usar magia de fogo? Sou PotatoStarch, o clicador mais habilidoso do mundo.
— Hã? Ai! Oh, salve-me! Eu sabia que você estava fazendo algum tipo de ritual!
Contemple! Estou dançando em círculos usando apenas saltos laterais! É quase como se eu tivesse clones das sombras!
Não há nada para se preocupar; tudo o que preciso fazer é derrotar Montanha Desmoronada com os status supremos de Kuroi e minhas habilidades de jogador especialista. Sem magia de fogo? Vem pra cima, vacilão! Desvantagens são o verdadeiro leme de um jogador. Posso conseguir… vou conseguir! Esmagarei Montanha Desmoronada com tamanha magnificência e recuperarei as Cinzas Primordiais; isso vai resolver tudo!
— Lady Kuroi! Se não parar, a prisioneira vai morrer! — grita uma voz masculina.
Hm? Quando foi que o cavaleiro bonitão chegou aqui? Qual o problema? Hm? Tamika também desmaiou. O que eu perdi?
— Que fogo intenso! Não, é uma revelação de Deus? — Pensa ele.
Oh, ei. Se eu ficar com o cavaleiro bonitão e seus garotos, não precisarei me preocupar com nada no caminho me atrasando. Você ainda vai precisar comer, beber e dormir em qualquer marcha sem fim.
— Trago boas notícias: Padre Felipo formou um pacto militar temporário com os elfos. Eles irão interceptar o exército de trinta mil vampiros que vem do norte. Dez Mil Sinos e Mar Profundo estarão lá também; essa é uma boa chance de eliminar Tempestade de Raios. Isso significa que podemos marchar com todo o nosso exército para o sul.
Bem, se estamos indo, a primeira ordem é nos movermos o mais rápido possível para o forte. Pegue a rota mais curta!
A propósito, como Sira está indo lá?
Hã? Hã?! Por que minha doce Sira está usando armadura?! Ela está indo para a batalha contra os vampiros no sul!
Tradução: Taiyo
Revisão: Midnight
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