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Outer Ragna Outer Ragna – Vol 01 – Capítulo 08 – O Sacerdote Heroicamente Vê o Verdadeiro Objetivo do Exército Branco que Invade o Território

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O carmesim das chamas é a cor da paixão.

Através de mim, Ele ilumina o mundo com fogo,

E o Seu brilho reluz.

 

-Padre Felipo II-

Minha nossa, que boa decisão foi subir aquela torre de vigia.

Aí vem eles, correndo da floresta como monstros disfarçados, suas formações se contorcem como um cardume de peixes primitivos e caóticos. O sol da manhã bate contra suas costas, o que os envolve em sombras e lança uma aura verdadeiramente sinistra sobre eles. Era como se exalassem o próprio mal.

Elfos.

Criaturas brancas que reverenciam um lagarto monstruoso como seu Deus. Tempestades anunciam a chegada deles. Se espreitam na grande floresta que cobre a parte leste do continente, criando todas as espécies de monstros que se alimentam de humanos. De fato, nossos inimigos mortais. Suas bandeiras azuis e brancas dançam ao longe. Cerca de seiscentas folhas, pelas minhas contas. No chão, aproximadamente trezentos leopardos prateados seguem como familiares. No alto, cerca de cinquenta falcões do céu circulam. Acredito que há lagartos e sapos entre suas tropas, também.

— Há muitos. — O comentário de Lorde Willow é franco e preciso.

— Sim, eu diria que eles têm uma proporção de cinco para um com relação a nós. É de dar inveja um exército tão sólido assim. Até mesmo vi dois generais montando tigres. Não é uma força feita para enfrentar monstros, que dirá humanos.

— Então estão se preparando para uma batalha contra vampiros? Nunca vi algo assim… — A reação de Odysson é exatamente igual a de um plebeu. Ele não treme de medo, apenas continua perplexo. Entretanto, não se pode esperar mais do que isso.

— Uma “folha” de elfos é equivalente a um pelotão humano, e eles têm seiscentas. Alguns cálculos básicos estimariam que isso é como mover um exército humano inteiro contra uma divisão.

— Mas que diabos? Isso não é ruim?

— Um dos generais é um Apóstolo. O vi em reuniões diplomáticas.

Um Apóstolo. Não pode ser. Não, Lorde Willow pode ser jovem, mas vem de uma tradicional família militar. Não confundiria um general inimigo tão facilmente.

Os montadores de tigres eram um homem e uma mulher. O homem parece estar no comando, mas a julgar pela forma com que os familiares se reúnem, a mulher deve ser a Apóstola. Mesmo de longe, o esplendor dos seus trajes é óbvio. Entendo, entendo.

— Só pode estar tirando com a minha cara. Aquela nanica acabou com um forte sozinha?

— O famoso Leito Marinho é um homem alto. Eles são bem diferentes.

— Não sei que reconhecimentos tem, mas tenho certeza que é uma Lâmina dos elfos Apóstolos, os Três Folhas. Minha nossa, que maravilha.

A maior sorte sempre é seguida pelo maior azar. Talvez os eventos da noite passada alteraram grandemente o nosso destino, ou será que há algo a mais? De qualquer forma, é claro que as coisas tomaram uma virada dramática. E pelo jeito não vai melhorar tão cedo.

— Estou dispersando os soldados. Não faz sentido querer mostrar nosso poder.

— Realmente. Vamos mostrar o quão fracos somos, então. Deixarei as negociações com você.

— Não deveríamos enviar um alerta?

— Há olhos no céu. Informações não chegariam a ninguém até a noite, de qualquer forma.

— Não tem necessidade para pânico, suponho. Se chegar a hora, podemos levar Lady Kuroi para o forte.

— Se o pior acontecer, você quer dizer.

— Pior, hein? Acho que já passamos para muito além disso.

— Realmente, é mesmo. O pior é uma bebida amarga que estamos acostumados a beber, assim como estamos acostumados a dormir em camas duras.

— Keh! Isso é ridículo. Preparem-se, malditos orelhas pontudas. Vou queimar todos vocês!

Bem, devo manter o foco em descer essa escada perigosa. Lorde Willow está liderando as tropas, enquanto Odysson evacua os plebeus. Quanto a mim, animadamente vou até o portão leste, onde os elfos estão se reunindo. Lambo os lábios e dou um sorriso, balançando a cabeça de maneira cômica.

Oh! Não é de admirar que o local está tão brilhante. Lá está ela, nossa Lady Kuroi, ao lado da nossa bandeira carmesim, que voa com resiliência acima da prefeitura desmoronada. Mechas pretas do seu cabelo se misturam com a vastidão carmesim, um símbolo da nossa proteção. Em suas costas, uma presença enorme permanece. Contemplem, meu povo! Deus está acima de nós! Estamos à beira do primeiro ato na grande guerra que engolirá essa terra: a revolução humana. E eu humildemente louvo sua gravidade, sua magnificência!

— Ora, o que temos aqui? Governantes do mundo brilhante e mediadores da natureza, lordes da criação, estudiosos dos segredos mágicos, portadores de orelhas tão belas quanto orquídeas brancas! É uma honra dar-lhes as boas-vindas do verdejante leste como convidados em nossas terras desoladas. — Heh, isso os parou. Até mesmo os falcões pararam. Excelente.

Tirei essas boas-vindas de um documento oficial, no entanto. É prova que de que há pessoas que conhecem diplomacia. De maneira mais simples, é um aviso para essas criaturas que, caso baixem a guarda apenas por estarem na Fronteira, haverá problemas depois. Não podem ignorar isso, né? Se as coisas se agitarem o suficiente, espero vampiros vindos do oeste… heh heh heh… Até aquele aterrorizante lagarto monstruoso de vocês irá ouvir. Não iriam querer isso, não é? Afinal de contas, juraram não invadir o território humano caso não fossem provocados.

— Suas boas-vindas são aceitas. — O montador de tigre masculino se aproximou. Ele usava um traje de batalha azul com cinza e estava equipado com um frasco de bambu branco e um cajado curto de madeira antiga. Sem tremor. Assumo que é um mago de água de curta distância. Sua aparência é a de um humano de meia-idade, sem expressão alguma, e ainda assim poderoso. A imagem de um homem de sucesso derivado dos próprios esforços.

— Diga-me seu nome.

— Sou Felipo, sacerdote chefe da Fronteira.

— Sou o Segundo Comandante, Arcsem.

— É uma honra conhecê-lo. — Baixo a cabeça respeitosamente para esconder minha alegria, pois vi uma abertura logo de começo. Os elfos enviaram um Apóstolo, mas o segundo em comando dela é um oficial de nível médio. Que comparação desfavorável. Uma composição deveras estranha. E, mesmo assim, seiscentas folhas é o mais correto para um oficial de nível médio. Isso se ele estivesse no comando.

Então, não foram capazes de reunir uma força grande o suficiente? Se for isso, seria uma fraqueza a explorar. Ou todos os seus oficiais de alta patente estavam ocupados? Isso também é algo que podemos explorar. Talvez, até o Apóstolo tenha sido uma adição inesperada? Urgência e contundência podem ser exploradas também. Seja qual for o caso, poderia ser várias coisas; a cadeia caótica de comando deles está na ponta da faca. Que maravilha!

— O Conselho da República de Ewlogond decretou que nosso exército seria despachado. Prepare um lugar para nós.

Hah! Tentando forçar a entrada com autoridade, hein? Que decisão mais élfica. A palavra Ewlogond deveria ter um sentido de “justiça absoluta” ou algo do tipo… Que grande farsa.

— Temo que devo recusar.

A testa do segundo em comando de meia-idade fica franzida.

— Como é?

— Eu disse que devo recusar.

— Explique-se.

— Acabamos de sofrer um ataque de monstros, meu bom senhor. Grande sorte nos permitiu repeli-los, mas, como pode ver, nossas cercas estão caídas, casas estão destruídas e devemos viver cobertos de poeira e entulhos. Ainda há corpos de desaparecidos, e as pegadas dos monstros na espreita por uma refeição ainda se fazem presentes. Não há como acomodar sua chegada…. — Vamos ver o quanto a garça e o lagarto foram capazes de investigar ontem. Não devo instigar nada até ter certeza.

— Prepare um lugar para nós e traga o líder desta terra.

Ele ainda insiste, hein? Entendo. Então sabem bastante até. É correto afirmar que sabem que não há mais batalha e que estamos reconstruindo nossas forças. Só precisam de permissão para invadir nossos muros.

— Oh, mas que falta de sorte! Isso me dói, mas não posso fazer o que me pede. Insistir é…

Essa é uma boa chance para confirmar o número deles. Seiscentas folhas, né? Miseravelmente torço minhas mãos. Oh-hoh! Nem todo mundo tem o mesmo número de flechas. Devem tê-las usado em algum outro lugar. Cada pelotão e esquadrão compartilha entre si.

— Oh, o ataque dos monstros foi gigantesco, além de ter sido selvagem e brutal!

Em outras palavras, já estiveram em batalha, uma batalha limitada e de baixo risco, em que apenas alguns soldados tiveram que disparar suas flechas.

— Batalha após batalhas, todas desesperadas, nos deixaram com muitos soldados e civis mortos. Nosso líder, Capitão do Exército da Fronteira, também foi gravemente ferido em uma batalha com um troll…

Por exemplo, uma batalha em que alguns soldados foram instruídos a atiçar alguns monstros. Então, quando reuniu o enxame atiçado, alguém talvez usou o feitiço Loucura. Isso fez com que os monstros ficassem ensandecidos, deixando a floresta e invadindo o território humano. Vamos chamar isso de onda gigantesca de monstros, o caos normal de um ataque de monstro é amplificado em uma escala gigantesca. Mas tudo isso estava dentro das expectativas. É mais questão de quantas provas posso conseguir.

— Depois de uma longa noite tentando curá-lo, faleceu antes de amanhecer. É realmente uma pena.

— Mentiras. Aquele ali não é o capitão?

— Oh! Aquele é o Capitão Representante do Exército da Fronteira. — Ah-hah, então a espionagem deles começou no dia após o ataque. Também só se estende para fora dos edifícios. — Ele normalmente é o nosso Ministro de Guerra, por isso pode vê-lo agir bem ao dirigir os soldados restantes. Ele viria cumprimentá-lo, é claro, mas, neste estado de emergência, considerou ser melhor evitar que qualquer monstro atacasse sob nossos pés e causasse incômodos a você. — Hmm. Então ele sabe os efeitos da onda gigantesca de monstros, porém, parece que não foi um plano meticulosamente pensado. Foi, por fim, apenas a ação de um oficial de nível médio.

— Ei, Arcsem!

Oh? O que temos aqui? Uma voz mais jovem?

— Quanto tempo ainda vai levar? Estou com sono. Podemos terminar logo com isso?

— Vossa Graça, estou um pouco ocupado.

— Aww!

Vossa Graça. O sistema de governo não é baseado em linhagem, por isso esse é um título que só pode ser utilizado para um Apóstolo. A aparência dela, assim como sua voz, era a de uma jovem garota. Seu traje era extravagante, com muito tecido solto. Em sua mão estava um leque dobrado, sem armas à vista. Assumo que é uma maga de vento. Então foi ela quem recebeu uma bênção especial de um Deus Guardião… uma Apóstola elfa.

— As bestas também estão com fome. Se apresse.

— Sacerdote…, já basta de formalidades. Traga-nos comida. — Hah! Então é um plano de curto prazo e seus fornecimentos de suprimentos não são confiáveis, hein? Entendo, entendo. Juro que usarei cada centímetro da minha lábia para tirar o máximo possível de informação deles. Tudo aconteceu como eu suspeitava, da execução da onda de monstro que foi como planejado até a situação não esperada em que se encontravam agora.

— Agora mesmo. — Que sorte! Há tantas aberturas para que eu possa me aproveitar. Tenho que trabalhar duro para não pular de alegria.

 


 

Tradução: Taiyo

Revisão: Midnight

 

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