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Otomege: O Mundo dos Otome Games é Cruel Para Mobs – Vol. 02 – Cap. 05.4 – Despachando Piratas

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A sala de recreação do Parceiro veio equipada com uma mesa de bilhar e dardos, dando-lhe uma atmosfera de cassino. Era um lugar ideal para matar o tempo, de manhã cedo, Brad, Greg e eu nos encontramos lá. Apostando, claro.

Eu esboçava um sorriso relaxado enquanto ambos franziam seus rostos, estudando suas cartas.

— O que há de errado? — perguntei. — Vai lutar comigo ou desistir?

Greg rosnou.

— Espere! Me dá um segundo para pensar!

Já tinha tomado uma quantia decente de dinheiro dos dois. Eles levaram bastante do dinheiro que ganharam durante o festival escolar. Que pena que passaram por todo esse trabalho apenas para perdê-lo para mim.

— Por que não desistir agora? Se recuar, te deixo ir — provoquei.

O suor escorria pela testa de Brad.

— De jeito nenhum! Estou entrando nessa rodada. É estatisticamente impossível para você continuar ganhando assim. Eu juro que esta será minha vez!

Eu os venci em várias rodadas consecutivas… Trapaceando, é claro. Brad estava certo; meu recorde de vitórias não fazia sentido do ponto de vista estatístico. Pensei nisso como meu direito em vez de cobrá-los pela carona no meu navio.

— Aqui vamos nós!

— Vou ganhar desta vez!

Os dois resolveram-se e depuseram suas cartas. Greg sorriu triunfante.

— Que tal?

Brad estava igualmente seguro de si. Sem dúvida faz parecer que pode ter uma mão vencedora.

— Esta rodada é minha!

Cara, quantas vezes você tem que perder antes de reconhecer o padrão aqui? Suspirei para mim mesmo e revelei minhas cartas.

Ambos ficaram pálidos e caíram sobre a mesa.

— Desculpe, ganhei de novo — disse.

Greg segurou a cabeça entre as mãos.

— Não tem jeito! Você tem que estar trapaceando!

Tem razão, estou! Mas a culpa é sua por não descobrir como estou fazendo isso.

Brad passou as mãos pelo cabelo e uivou.

— Quantas rodadas perdemos? Isso é inconcebível!

Juntei as cartas.

— Vocês dois realmente são um par de idiotas.

Ambos me encararam, porém suas carteiras estavam vazias demais para me desafiarem de novo.

Enquanto guardava as cartas, um Greg exausto virou-se para Brad.

— Ei, que tipo de pessoa era sua ex-noiva, afinal?

Brad olhou em lágrimas para sua carteira vazia e suspirou. Seu nariz enrugou em aborrecimento.

— A senhorita Offrey é um tipo raro de mulher, se assim posso falar.

Ah, Brad estava certo sobre isso. Uma verdadeira garota-propaganda, aquela garota Offrey era o pior que a nobreza tinha a oferecer. A maioria das garotas descendentes das casas mais altas era mais composta, então o consumo irresponsável da ex de Brad chamava todo tipo de atenção.

Escutei enquanto preparava um chá.

— Só nos encontramos algumas vezes antes de nossas famílias concordarem com o noivado. Posso contar em uma mão o número de vezes que conversamos na escola. Entretanto, estou feliz por não ter lutado com ela como o príncipe e Jilk fizeram com suas ex-noivas. Nosso arranjo era de fato uma união política comum. Eu sabia que a senhorita Offrey era… Indiscreta, contudo sei pouco sobre sua personalidade ou seus gostos.

— Ouvi rumores. A Casa Offrey não tem uma reputação muito ruim? Por que ficou noivo de uma garota assim? Não vejo nenhum mérito nisso para você — disse Greg.

— Eu não teria se não houvesse mérito — apontou Brad. — A Casa Offrey foi tomada, sabe. O patriarca anterior foi uma vez comerciante. Do ponto de vista deles, um acordo com minha casa os garantia descendentes de sangue nobre.

Greg franziu a testa, insatisfeito com essa explicação.

Muitos dos atuais nobres de Holfort eram descendentes de aventureiros de elite que fundaram o reino. Outras famílias subiram na escala social ao longo de gerações fazendo nomes para si mesmas, muitas vezes com um aventureiro como eu abrindo caminho, ou um descendente que alcançou a grandeza no campo de batalha. Algumas casas encontraram maneiras menos valorosas de subir na hierarquia. Essas pessoas eram muitas vezes rotuladas de “arrivistas”, no entanto, em minha opinião, o simples fato de terem conseguido algum tipo de sucesso neste mundo merecia elogios.

Houve, no entanto, uma exceção: a Casa Offrey. Esses tinham sido um mero baronato antes de serem usurpados por um comerciante que ganhou mais títulos através da exploração de brechas legais, resultando em seu atual condado. Outros nobres os ressentiam por causa disso. Quem poderia culpá-los? A Casa Offrey não teve feitos ou sucessos distintos em seu nome antes de sua ascensão ao poder. Eram nobreza por força de zonas cinzentas contratuais e montes de dinheiro.

Desde então, a família havia manchado as mãos com uma série de práticas desagradáveis. As pessoas os odiavam, mas eles tinham seus aliados. Nunca teriam chegado tão longe se não tivessem. Falando especificamente, tinham um profundo envolvimento com uma das principais facções políticas do reino, contudo não sabia muito mais a respeito. Não estava interessado em todas essas coisas meticulosas.

De qualquer forma, o maior problema atual da Casa Offrey era toda linhagem. O chefe anterior da família havia essencialmente elevado à casa de comerciantes plebeus à nobreza. Seu filho tinha herdado tudo, o que era muito bom, contudo nem ele nem sua irmã possuíam sangue nobre estabelecido. O noivado da miserável garota Offrey com Brad tinha a intenção de garantir o lugar da Casa Offrey na estimada linhagem nobre. Integrando-se com a Casa Field, poderiam agregar maior legitimidade à deles.

Sendo honesto, me esforcei para entender como alguém poderia estar tão faminto por prestígio a ponto de passar por tudo isso.

Greg levantou a cabeça, atingido pela epifania.

— Ah, certo, a família dela está ficando amiga do principado!

Agora você entendeu? — Brad disse, exasperado. — Minha família reina na fronteira que nos separa do principado. O conde Offrey pediu à minha família que considerasse meu noivado com a sua filha se e quando a Casa Offrey provasse ser capaz de assegurar laços diplomáticos com o principado. Nunca imaginamos que teriam sucesso, então meu pai concordou.

— Eles fizeram um verdadeiro alvoroço quando conseguiram, hein? Todo mundo estava falando sobre como não teríamos mais que temer o Cavaleiro Negro.

— E, como resultado, nós dois ficamos noivos — finalizou Brad.

O território da Casa Field de fato cobria a linha de frente, a fronteira que nos separa do Principado de Fanoss. Fanoss tinha o guerreiro extremamente poderoso (leia-se: enorme incômodo) ao seu lado: o Cavaleiro Negro. Toda vez que o reino lutava contra o principado, sofríamos enormes baixas graças a ele. A paz intermediada pela Casa Offrey obrigou a Casa Field a ceder ao pedido do conde Offrey para uma união matrimonial.

— Detalhes à parte — continuou Greg. — Eles realmente fizeram um bom trabalho desde que chegaram ao condado, certo?

— O que é o exato motivo que os torna problemáticos. Na verdade, o senhor Wayne uma vez insinuou que queria que eu terminasse as coisas com a senhorita Offrey. Um pouco astuto, não acha? Suponho que não é surpresa que uma casa de vassalos de um lorde astuto demonstre as mesmas tendências.

— Bem, meu noivado não é muito diferente do seu. Só encontrei minha noiva algumas vezes. Hah, como se eu tivesse algum sentimento por ela — falou Greg.

Pensando no passado, percebi que nem as noivas de Greg nem de Chris apareceram no jogo. Que tipos de mulheres eram?

Luxion interrompeu abruptamente com um relatório, discreto o suficiente para que os dois descansando nas proximidades não pudessem ouvi-lo.

— Mestre, parece que temos uma festa de boas-vindas.

Ainda não chegamos ao território da Casa Wayne, então, por festa de boas-vindas, Luxion queria dizer…

— Navios piratas. Dois se aproximando — confirmou.

Esvaziei o copo de chá que tinha servido para mim e me virei para os outros dois.

— É hora do show, garotos. Espero que me impressionem.

Ambos ficaram boquiabertos para mim, surpresos. Sem dúvida não faziam ideia ao que estava me referindo.

— Inimigo avistado — enunciei cada sílaba. — Vão se preparar.

Greg saltou da cadeira.

— S-Sim, sem problemas!

Brad também se levantou, porém então os dois ficaram parados ali, paralisados como duas crianças perdidas.

— Uh, então, o que devemos fazer? — perguntou Greg.

Ah, vamos lá, deve estar brincando comigo. Brad é uma coisa, mas, Greg, cara, vamos lá. Você não deveria ser um aventureiro experiente?

— Esqueça. Por enquanto, apenas permaneça em espera abaixo do convés.

— E por que devemos fazer isso? — Greg estalou.

— Porque eu te disse para se preparar e você teve morte cerebral! Não me faça soletrar!

Saí correndo da sala, dando ordens a Luxion enquanto saía.

 


 

Tradução: Demiurgo

Revisão: DanFlash & Play_Cabs

QC: Bravo & Errei

 

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