Otomege: O Mundo dos Otome Games é Cruel Para Mobs – Vol. 02 – Cap. 02.2 – Uma Confissão de Amor

Era hora do intervalo na Cafeteria das Princesas, então os convidados haviam saído. Marie estava de bom humor, contando os rolos de dinheiro recém-adquiridos, quando Julius de repente apareceu com uma convidada inesperada.

O que a vilã principal está fazendo aqui? — Marie se escondeu atrás de uma cortina ao fundo da sala.

A rainha não era a principal vilã do jogo; apenas ficou ao lado da vilã. No entanto, isso a tornava inimiga natural de Marie. Para sua infelicidade, Marie ainda não dispunha de poder para desafiá-la.

Kyle puxou a saia de Marie.

— Mestra, estou farto. As clientes estão dizendo que o pagamento da taxa de serviço lhes dá todo o direito de me apalpar. Não vou fazer outro turno.

O aborrecimento de Marie aumentou. Não seja besta! Você não faz ideia de quão duro trabalho para ganhar o suficiente para cobrir as despesas diárias de todos. O mínimo que pode fazer é sorrir e suportar quando peço sua ajuda.

Na verdade, a necessidade impulsionava sua preocupação atual com dinheiro. Desde aquele duelo terrível, a família de Julius havia reduzido sua mesada devido à frustração com sua conduta. Ao mesmo tempo, os outros quatro garotos estavam, em suma, desamparados. Marie estava trabalhando para alimentar os cinco — além dela mesma — portanto, tirar proveito da cafeteria fazia todo sentido.

— Apenas três dias. Podemos relaxar depois disso. — Prometeu Marie a Kyle.

— É só isso o que tem a dizer?

Ele com certeza é abusado para um servo, pensou Marie enquanto espiava mais uma vez através da cortina.

Lá fora, a rainha estava sentada em um sofá com Julius sentado à sua frente, uma mesa de centro imprensava os dois.

— Mãe, não quero vê-la fazendo companhia a Bartfort. Você não deve baixar a guarda perto dele.

Mylene permaneceu quieta, seu olhar penetrante.

— Temo que não saiba disso. — Continuou Julius. — Mas aquele homem vai implantar qualquer tipo de truque dissimulado em prol do lucro. Além do mais, trata-se de um covarde conivente. Sua confissão a você, com pleno conhecimento de sua posição, é nada menos do que um absurdo.

Contudo, Mylene parecia mais interessada em examinar sua elaboração, sua carranca ia ficando cada vez mais feroz.

Marie empalideceu. Oh droga, ela está super brava.

Marie também podia adivinhar o motivo — a rainha agora estava sentada em uma sala nitidamente projetada para seu filho, o príncipe, entreter e servir às mulheres. Marie tremia de medo, ciente do perigo em que poderia estar.

— Julius. — Disse a rainha levemente.

— Pensei que tivesse dito que estaria dirigindo uma cafeteria com seus amigos.

— Oh sim, estamos. Marie planejou algumas mudanças para nós. O que acha do meu uniforme? Não gostou?

Julius gesticulou para seu terno.

Jilk, de pé atrás do príncipe, usava trajes semelhantes, embora as horas passadas entretendo clientes pagantes os tivessem deixado um pouco, hm, bagunçados.

— Tragam-me aquela garota imediatamente.

Mylene disse, com sua fria voz.

— Desejo muito ouvir sua explicação para tudo isso.

Julius desanimou.

— Oh, mãe. Você não me parece diferente dos outros. Se essa é a atitude que vai tomar, não posso deixá-la ver Marie.

Obrigada, Julius! Sabia que iria me proteger, meu príncipe!

A rainha bateu com as mãos na mesa. O barulho ecoou pela sala quando Mylene olhou para seu filho. Julius se encolheu diante dela, assim como Jilk.

— Eu disse: Traga. Ela. Aqui.

— N-Não! —Protestou Julius.

— Embora, considerarei se concordar em reconhecer nosso relacionamento.

— Acha que tem o mínimo direito de dizer tal coisa depois do escândalo do seu duelo? — Exigiu Mylene, horrorizada.

— Jilk, em primeiro lugar, você deveria garantir que essas coisas não acontecessem! E Julius, por favor, abra os olhos. Há apenas um momento atrás, estava condenando Leon por almejar lucro. Agora, por favor, sob essa luz, explique esta “cafeteria” para mim mais uma vez!

A rainha apontou com força para o cardápio.

— Está vendo isso? Cem dhias para um chá abaixo da média e um lanche insignificante? E uma taxa de serviço além disso? Há apenas uma estação, vocês eram os herdeiros das casas mais importantes do reino, agora olhem para si mesmos. O que creem que estão vestindo?

Tudo bem, Marie sempre soube que a Cafeteria das Princesas era apenas uma fachada para as meninas da academia pagarem pela atenção masculina de alta classe — no entanto, era tão popular!

Mylene não tinha terminado.

— Um covarde conivente… Foi assim que acabou de chamar Leon?

— B-Bem, sim, eu…

— Julius. As condições da sua perda no duelo incluíram o rompimento de laços com Marie. E, no entanto, aqui está você. Agora imagine como pode ser difícil discernir qual de vocês é de fato o covarde conivente cuja palavra não é confiável.

— Vossa Majestade.

Protestou Jilk.

— Julius está apenas nos emprestando sua ajuda. Ele não quebrou nenhuma promessa…

— Desculpas! Desculpas vergonhosas. E ainda tem a ousadia de chamar Leon de “absurdo”? Julius, me diga uma coisa. Consideraria um homem que abandonou sua prometida por outra mulher e perdeu sua posição como príncipe herdeiro outra coisa senão um absurdo? Você realmente se acha na posição de julgar os outros?

— N-Não, hm, eu… Mas eu…

Julius gaguejou incoerentemente.

— Bem? Me responda!

O clima na sala ficou pesado e escuro enquanto Mylene continuava a dar um sermão em seu filho. Logo, Greg fugiu sorrateiro pelos fundos. Chris e Brad, os idiotas sortudos, perderam a coisa toda, tendo saído mais cedo para fazer algumas compras.

Marie, entretanto, permaneceu encolhida no fundo da sala, rezando para que o tempo passasse mais rápido.

O que há de errado com aquela morcega velha? Por que ela está ficando do lado daquele mob estúpido?