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O Paladino Viajante – Vol. 02 – Cap. 06

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Sob o brilho do sol do verão, a grama alta balançava com uma brisa agradável.

— Yeeeaaahhh!

— Aqui está a vitória!

O campo estava cheio de aventureiros batendo palmas e erguendo os chifres em brinde.

Havia muito o que lidar nas consequências imediatas da batalha, mas resolvemos a maior parte e tentávamos voltar para Veleiro Branco. No entanto, o enorme número de cabeças de bestas e poeira demoníaca que carregávamos conosco causou rugidos de comemoração em cada aldeia pela qual passamos. Os barris foram trazidos e as festas começaram no meio do dia. A cerveja derramada nos chifres tinha um sabor refrescante sob o sol do início do verão.

Todas as aldeias tinham o mesmo tipo de clima de festa. Os aventureiros também estavam gostando da sensação de libertação após sua batalha de vida ou morte, e fazendo barulho em todos os lugares que iam. A viagem de volta foi muito animada.

Logo fomos capazes de nos juntar novamente a Abelha e Tonio, que infelizmente deixamos para trás há algum tempo.

Com sua expressão suave e habitual, Tonio me parabenizou por um trabalho bem feito. Foi graças à ajuda dele que pude fornecer a dezenas de aventureiros os suprimentos de que precisavam e fazê-los trabalhar juntos. Ele sempre estava me emprestando seu apoio sutil e modesto quando as coisas começaram a parecer instáveis, o tempo depois que venci o wyvern era o exemplo perfeito. Eu queria encontrar uma maneira de agradecer a ele logo.

Abelha saltou em mim e Menel com seu brilho habitual. Ela nos incomodou repetidamente para falar mais sobre nossa aventura e para ter ideias para seus contos. E então, cerrando o punho, ela declarou:

— Parece que preciso incluir Menel nessa!

— Ah merda! Não! — O olhar no rosto de Menel mudou completamente quando ele de repente percebeu que deveria estar prestando atenção a essa conversa também.

— Awww, por que não?!

— Este esquisito pode ficar feliz em sorrir como um pateta, enquanto todo mundo o olha, mas eu não sou assim!

— Idiota! Eu posso dizer que você está planejando seguir seu querido Will pelo caminho dos heróis de qualquer maneira, então aguente, senhor ranzinza!

— Cale-se! E ele não é meu querido!

— Ele é sim! Oh! Eu sei! Vou fazer o seu título Meneldor, o Belo!

— Então todos os poetas vão dar seu toque, como me transformar em uma mulher!

— E então você pode ser a namorada de Will!

— Droga, se você concorda comigo, não faça isso!

Todos caíram na gargalhada assistindo os dois correndo. Eu também ri. Como sempre, Abelha estava alegre, falou o que pensava e tinha um jeito de fazer todas as minhas preocupações parecerem completamente estúpidas. Observá-la realmente me fez pensar: Sim, existem outras maneiras de viver a vida! Você pode ser bem despreocupado, se quiser!

Aliás, deixe-me acrescentar que, como resultado das ferozes objeções de Menel, seu apelido foi revisado de “Meneldor, o Belo”, para “Meneldor, das Asas Velozes”.

A excitação de derrubar um inimigo poderoso parecia ter passado para Reystov; ele voltou ao seu estado normal e letárgico, tomando pequenos goles de sua bebida com um olhar sombrio e sem graça no rosto. Ele era o tipo de cara que não fazia grande diferença. Ele tinha uma espécie de frieza moderada.

A delicadeza que ele tinha com aquela espada também era muito impressionante. Ele matou aquele demônio em um único golpe. Perguntei-lhe se poderíamos treinar juntos algum dia, e ele me deu um aceno silencioso. Eu esperava que meus olhos fossem bons o suficiente para descobrir o segredo de sua técnica de estocada. Eu queria muito roubá-la.

Eu olhei em volta para os moradores. Agora que a ameaça de demônios e bestas havia diminuído, seus rostos pareciam muito mais ensolarados.

— Tudo ficou tão… animado.

Apenas meio ano se passou desde os dias em que vivi naquela Cidade dos Mortos com apenas eu, Sanguinário, Maria e Gus. Com que círculo alegre de pessoas eu me cercara naquele curto espaço de tempo.

— Vai ficar ainda mais animado, — Menel disse ao meu lado. — As bestas e demônios são muito menos ameaçadores agora. Mais pessoas virão para o sul, procurando um novo mundo aqui embaixo. Aposto que também causará alguns problemas… — Ele estava olhando filosoficamente para longe. — Vou ter que aprender a viver com isso, eu acho.

— Sim. Você está certo. Me pergunto o que vou fazer agora.

Menel inclinou a cabeça quando ouviu isso.

— Agora?

— Sim, quero dizer, o que vem a seguir. É claro que, se houver algum problema a ser resolvido no caminho para Veleiro Branco, ajudarei… mas me pergunto o que farei depois disso.

Eu tinha alcançado um bom ponto de parada para esta área. Eu me senti confiante ao dizer que havia cumprido a tarefa que meu deus havia me encarregado aqui. Para executar o que parecia muito com uma campanha militar na Floresta das Bestas, acabei me tornando um cavaleiro, mas não tinha terra e também não era um cavaleiro hereditário. Era praticamente uma posição honorária. Não apenas não tinha território para dominar, nem sequer ocupava um cargo oficial real.

Eu pensei que poderia ser uma ideia obter permissão do duque de Southmark, se eu pudesse, e tentar fazer uma viagem por lugares como meus pais. A cada dia passava uma aventura procurando ruínas antigas e coisas do gênero. Isso pareceu divertido…

— Bem, você vai ser um lorde, não é?

…Hein?

 

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— Lorde?

— Lorde!

— De onde?

— Das aldeias da Floresta das Bestas.

— Hahah. — Fiquei preocupado por um momento, mas Menel teve a ideia errada. — Vamos lá, Menel. Sou um cavaleiro sem terra que não pode passar seu título. É como uma honra, só isso. Na prática, não sou diferente de um aventureiro!

Quando eu disse isso, não apenas Menel, mas todos ao meu redor ficaram em silêncio. O quê?

— Ele não percebeu…

Só pode tá brincando.

Sério?

— Ele… não estava pensando nisso?

— E aqui estava eu, pensando que ele estava fazendo um bom trabalho…

Uma pequena comoção começou entre os aventureiros.

— Esse cara é esperto, mas às vezes é o maior idiota do mundo, não é?

— Eu não posso acreditar que ele é tão bom em gerenciar o que está por baixo do nariz, mas ele nem estava pensando em como isso iria acabar.

— Nem… fodendo…

— Então ele não tem noção…

H-hã?

Enquanto eu estava lá, confuso, Menel suspirou profundamente e começou a falar.

— Mesmo que você não tenha terra, você tem a liberdade de conquistar áreas não reivindicadas, não é?

Conquistar? Não, não pretendo fazer nada assim. Talvez quando eu caí naquele lugar escuro onde eu estava tentando fazer tudo sozinho, mas certamente não agora. Eu não quero ser um governante

— Deixe-me te perguntar uma coisa.

— Beleza.

— Diga que você é alguém que quer começar um negócio nesta floresta. Com quem você vai conversar?

Bem… Essa seria a pessoa que começou a lidar com grandes transações e já está trabalhando arduamente para me ajudar com esse tipo de coisa, a saber:

— Tonio.

— E a maioria do capital de Tonio é financiada por você, certo? Se você puxar seu financiamento, Tonio é atingido com força.

Sim… Hum?

— Eu não pretendo fazer isso.

— Mas você poderia, é o problema, certo?

Todos os outros assentiram.

— Além disso, você tem a bênção do deus da chama e é um paladino sancionado pelo Reino e pelo templo. Você é a autoridade encarnada! Você tem o poder militar, contratando todos esses aventureiros. Ah, e você também está arbitrando disputas nas aldeias, então esse lugar é literalmente sua jurisdição. E, como acabei de dizer, você também tem controle sobre a distribuição de mercadorias.

Tentei calmamente pensar em um contra-argumento. Mas… hein? Espera… Espera o quê? Era estranho… eu não conseguia pensar em… nada…

— Basicamente, no processo de exterminar os demônios, você efetivamente assumiu o controle completo da autoridade, do poder militar, do sistema legal e da distribuição de todos os seus bens. A posição está descaradamente prestes a ser sua, e estamos todos atrás de você. Se você repentinamente negar isso com “eu não quero fazer”, haverá caos, irmão.

Minha boca ficou aberta. Menel e todos os outros estavam olhando para mim com rostos de descrença.

— Então você literalmente não tinha percebido?

Eu podia me sentir empalidecendo quando assenti repetidamente.

Simplesmente esperava que, se eu fizesse alguma coisa sobre os demônios e melhorasse um pouco a situação de pobreza, o resto iria se resolver naturalmente, e eu realmente não tinha pensado em detalhes sobre o que viria depois. E estava vagamente pensando que poderia passear no pôr do sol como meus pais.

— Uhhh…

— Sim?

— O…o que eu faço?!

No final, essas foram as palavras que saíram.

Não era assim que as coisas deveriam acontecer… Quando meus pais resolveram problemas como esse, eles deixaram a cena sem nenhum problema! De alguma forma eu tinha estragado tudo bem no começo, e nem tinha percebido?! Onde?!

— Eu… acho que tenho que… chamar algumas pessoas? Hmm… hum…

— Você já tem mercadores e sacerdotes que sabem direito, não é? Se você precisar de mais alguém, tenho certeza de que pode conseguir que o duque apresente alguém a você.

Aparentemente, o bispo tinha visto esse desenvolvimento acontecer. Eu conseguia entender os sacerdotes que conheciam a liturgia e os sermões, mas agora entendia por que o bispo havia me dado pessoas com experiência em direito e trabalho de escritório…

— Meu Deus…

Eu não tinha percebido o quão grande as coisas se tornaram. Enquanto eu segurava minha cabeça, as pessoas ao meu redor aplaudiram e riram da minha reação.

— Onde eu errei para que as coisas acontecessem dessa maneira…? Por favor, diga-me, Gracefeel…

Eu senti como se tivesse ouvido uma risadinha fraca. Ela também?!

Um vento frio carregando os cheiros de vegetação e terra soprou enquanto rimos juntos em nosso círculo alegre, o deslumbrante sol de verão brilhando intensamente nesta terra distante.

— O Paladino Viajante II: O Arqueiro da Floresta das Bestas — Finis.

 


 

Tradução: Erudhir

Revisão: Merciless

 

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