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O Paladino Viajante – Vol. 01 – Cap. 02.3

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Embora a operação de Gus em jogos de azar não fosse ser repetida, mostrou as grandes maneiras pelas quais suas lições estavam mudando. Em comparação, Sanguinário não mudou muito.

— Hfff! — Exalei. Eu estava sem camisa, segurando um galho de árvore e fazendo flexões. Lentamente, para fazer meus músculos das costas trabalharem, levantei meu corpo.

Com uma mão.

— Hfff!

— Cara, suas costas ficaram bem grossas.

O treinamento de Sanguinário era uma constante. Treine seu corpo, treine sua técnica, pratique suas habilidades, caça, arborismo, escalada, natação, coleta de alimentos, e, ao mesmo tempo, desenvolvia gradualmente seu conhecimento de como identificar os diferentes peixes e plantas que encontrava.

O treinamento nunca mudou. Meu corpo, no entanto, estava lentamente se adaptando. Eu fazia barra fixa com as duas mãos no começo, depois com pesos, depois com uma mão. Flexões, também, eu fazia com um peso nas minhas costas, ou de cabeça para baixo.

Desenvolvi abdômen visível, estava construindo um peito musculoso, e meus braços e coxas estavam ficando mais grossos e fortes. Pouco a pouco, eu estava me transformando no musculoso guerreiro que Sanguinário já foi uma vez.

— Beleza, já está bom, — Sanguinário disse, depois de eu ter passado pela minha rotina básica de treinamento.

— Então, o que vamos fazer hoje? — Perguntei. — Lutar?

— Nah, eu tenho uma pequena coisa em mente. Nós vamos procurar por uma colmeia. Vá tomar uma ducha, lave o suor, coloque várias camadas de roupas e volte aqui.

Eu assenti. Tomei uma ducha, lavei o suor, coloquei muitas roupas e voltei para Sanguinário.

Quando voltei, Sanguinário estava olhando para um pequeno pote. Ele parecia estar sorrindo.

― Hm? O que é isso?

— Dê uma olhada.

Olhei dentro do pote. Havia o cheiro ricamente adocicado de uvas da floresta e, ao mesmo tempo, meu nariz estava cheio de um segundo cheiro muito característico. Eu podia ver bolhas também.

— Tudo bem, escute, Will. O que eu fiz foi, colocar este pote em temperatura de ebulição, e coloquei o suco de uvas prensadas da floresta…

— Você está fazendo álcool?

— Oh, você sabe!

— Então, a razão pela qual você está procurando por uma colmeia…

— Sim. Vamos colocar mel aqui e adoçar um pouco.

Se um certo tipo de fungo entra em um líquido contendo açúcar, ele começa a quebrar o açúcar e a produzir álcool. Naturalmente, quanto mais açúcar você adicionar, maior será a concentração de álcool e mais forte será a bebida.

— Um homem deve ser capaz de lidar com sua bebida, — ele disse.

— Tem certeza de que Maria não vai ficar brava?

— Vamos. Ela não precisa saber, não é mesmo? Vai ser o nosso segredo! — Seus fogos-fátuos estavam cintilando, e ele parecia estar realmente se divertindo. Era muito difícil recusar sua proposta.

Eu estava a bordo sem muita persuasão, e nós dois corremos pela floresta à procura de um ninho de abelhas. Nós rimos alto juntos. Não foi problema pegar o mel e o adicionamos ao pote.

Eu tentei comer algumas larvas de abelha na sugestão de Sanguinário. Elas eram surpreendentemente saborosas. Isso me fez perceber o quão mais áspero e menos exigente eu me tornei, em comparação com a minha vida anterior.

Nós o deixamos por alguns dias, e depois de verificar que ele havia fermentado e se tornado álcool, nos sentamos em segredo e tomamos a bebida juntos. Dito isto, Sanguinário não tinha garganta nem língua, é claro. Tão logo ele despejou na boca que acabou pingando no chão.

— Oh isso é bom. Isso é muito bom, — ele disse com prazer. Eu tinha certeza de que ele não podia provar, e também não podia ficar bêbado. Ainda assim, Sanguinário parecia que estava amando e parecia estar se divertindo muito.

— Sim, muito. — Esta bebida, compartilhada com Sanguinário, provou ser maravilhosa para mim também.

Com nada para comer, servimos copos após copos e ficamos bêbados enquanto contemplávamos a lua. Não demorou muito para que uma sensação realmente agradável, leve e flutuante enchesse minha cabeça, e estávamos rindo como idiotas de qualquer coisa. Ficamos cada vez mais animados, e quando chegamos ao ponto em que estávamos agindo como um par de bêbados..

— Você quer me mostrar que você tem coragem? — Sanguinário disse ininteligível.

— Sim?

— Vamos espiar Maria nua.

— Ooh, corajoso!

— Eu sou corajoso, não sou?

— Hahaha! — Nós dois rimos. Como isso acabou acontecendo?

Obviamente, eu sabia na minha cabeça que isso não era algo que deveríamos estar fazendo. Eu tenho certeza que mesmo tão entorpecido quanto o meu cérebro estava, ele ainda estava me perguntando corretamente, o que é divertido nisso para começo de conversa?!

— Ahahahah!

— Hahahaha!

É só que era inútil fazer essa pergunta para um bêbado.

Nós nos movemos rapidamente. Os corredores do templo estavam balançando. Não, espere, esse sou eu.

Fomos no nosso tempo e rapidamente chegamos na porta do quarto de Maria. Eu podia ouvir o farfalhar de tecido. Sanguinário e eu espiamos através da abertura e vimos que Maria estava tirando o robe.

Sanguinário e eu éramos capazes de nos movimentar muito silenciosamente e habilmente quando queríamos. Espiar alguém era fácil para nós… ou seria quando estávamos sóbrios.

— Ah…

— Seu… idiota!!

Eu cambaleei, cambaleei e trouxe os dois para o chão.

Maria gritou:

— Que… Quem está aí?!

Nós tentamos correr, mas não fomos rápidos o suficiente. Ela foi capaz de pegar alguma coisa com a mão para usar e, em pouco tempo, ela a vestiu, saiu correndo e nos pegou.

— Will?! Sanguinário?! O que no mundo… Você está fedendo a álcool!

Eu raramente via Maria confusa.

— Hum, eu… isso não é…!

— Heheh, pensamos em dar uma olhadinha em você se trocando.

— O q… O q… O q…?!

Se ela estivesse viva, seu rosto certamente teria ficado vermelho. A maneira como Maria estava perdendo a compostura por causa da vergonha era realmente adorável, e senti meu coração acelerar por apenas um momento.

— O que vocês dois estão fazendo?

Uma marca vermelha foi deixada na minha bochecha. Quanto ao principal culpado, Sanguinário, Maria socou-o com tanta força que seu crânio girou em círculos. Então ela ficou em cima dele, prendeu-o e o socou repetidamente.

Não só ficamos completamente embriagados, mas também tentamos espiar uma dama nua. A punição se encaixa no crime. Francamente, nós saímos de boa até.

E quando acordei na manhã seguinte, por algum motivo, tive um sonho molhado. Sim, pela primeira vez.

Minha voz estava se contorcendo dessa vez, então não foi surpresa, mas pensar que meu despertar para o sexo fosse ver Maria se despir. E para piorar as coisas, Sanguinário descobriu, e ele caiu no chão rindo enquanto apontava o dedo para mim. Eu chutei ele.

E enquanto lavava minha tanga suja, eu o fiz jurar que levaríamos esse segredo para o túmulo.

Nunca mais vou beber. Sério, nunca mais.

 

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Concentrar-se nos meus “episódios” com Sanguinário e Gus pode dar a impressão de que eu era um criador de problemas da mais alta patente. Mas eu era basicamente uma boa criança. Eu… pensei que fosse. Provavelmente. Muito provavelmente.— Maria, eu capinei o campo. Além disso, eu coloquei a roupa para lavar.

— Obrigada, Will.

— E também, tirei a poeira das estátuas dos deuses e coloquei algumas flores.

— Oh, minha nossa.

Como prova, recentemente, eu cheguei ao ponto em que não estava apenas ajudando Maria nas tarefas domésticas, estava fazendo elas também. Surpreendentemente, isso era muito mais difícil do que parecia. Eu não podia esperar por ordens. Eu tinha que ter uma compreensão total de seu procedimento, pensar sobre o que era necessário e executá-lo antes que ela.

Maria era rápida. Ela me disse que o truque para não deixar as tarefas acumularem, era cuidar das coisas imediatamente no momento em que você as notava. As ferramentas de limpeza e as ferramentas agrícolas eram mantidas ao alcance de todos, em todos os momentos, e se ela notou um pouco de poeira ou uma erva daninha, ela tirava do caminho.

Para fazer as coisas antes que ela, eu tinha que estar constantemente à procura, e eu não poderia ficar preguiçoso também. Sempre estava pensando em reduzir a carga de trabalho de Maria enquanto eu fazia meu trabalho, esse trabalho me ensinou mais, de certa forma, do que até mesmo as lições que me foram dadas por Sanguinário e Gus. Pelo menos em termos de como afetava minha vida normal, era muito mais importante do que fortalecer meus músculos.

Se pelo menos eu tivesse feito algum trabalho doméstico na minha vida anterior, poderia ter sido um pouco menos problemático para minha família. Agora que eu estava vivendo neste mundo, nunca mais queria cometer os mesmos erros novamente.

— Muito obrigada, Will. Bem, agora tenho algum tempo livre. Já sei, por que não cortamos seu cabelo hoje?

— Ah, boa ideia.

Meu cabelo ficou muito comprido sem que eu realmente percebesse. Quando foi a última vez que Maria cortou meu cabelo?

Ela era uma ótima cabeleireira. Gus, aliás, nunca se ofereceu, e a única vez que pedi a Sanguinário para cortar, se resume em uma palavra, “terrível”.

— Ok, pronto. Obrigado, Maria.

Minha voz finalmente parou de engrossar recentemente. Eu cresci muito e meus ombros também ficaram mais largos. Eu fiquei mais alto que Maria e Gus, e mesmo que eu ainda não pudesse ficar ombro a ombro com Sanguinário, a diferença em nossos físicos havia diminuído um pouco. Eu poderia praticar o combate desarmado com ele agora.

Era uma manhã de outono fresco. Maria cortou meu cabelo, sem demonstrar hesitação com a tesoura bem afiada.

— Eu posso ver seu pomo de Adão. Sua barba deve começar a crescer em breve.

— Sim. Talvez eu peça para o Sanguinário me ensinar como usar uma navalha. Será que ele se lembra?

Maria deu uma risadinha.

— Será? Acho que ele não usa uma há muito tempo.

Giletes elétricas eram tão comuns no meu mundo anterior. Fiquei imaginando quantos jovens haviam raspado a barba com uma gilete. Eu também não podia fazer isso, claro. Eu tenho que aprender.

Então, novamente, cortar-se com uma navalha parecia doloroso. Se os costumes do mundo exterior permitissem, talvez não fosse tão ruim deixá-la crescer…

— Faz um tempo que penso nisso, como era o rosto de Sanguinário?

Gus sempre teve aquele rosto. Maria só estava seca, e ainda tinha seus abundantes cabelos loiros e seus olhos gentis, então ela pelo menos eu podia imaginar. Sanguinário era o mais difícil.

Maria parou de cortar o meu cabelo e olhou para o horizonte melancolicamente.

— Sanguinário parecia bem diferente de você. Tenho certeza que você pode dizer a partir de sua estrutura esquelética. Seus braços e pescoço eram grossos e tinha ombros largos. Ele tinha um rosto selvagem… um rosto indomável, cheio de confiança. Seu cabelo arrastava-se ao vento como a juba de um leão. Ele tinha olhos afiados e penetrantes. Talvez ele parecesse um pouco duro demais para chamar de bonito?

Imaginei músculos fortes sobre o esqueleto familiar de Sanguinário. Eu estiquei a pele sobre eles e acrescentei cabelo. Um olhar penetrante, selvagem e musculoso, um homem leão.

— Whoa, eu posso vê-lo.

— Você pode, não pode? Ele era bem legal,— Maria riu timidamente. Talvez eles realmente tivessem algo.

Eu realmente não sabia, porque nenhum deles relaxaria seu autocontrole como adultos na minha frente. Mesmo com as memórias da minha vida anterior, eu obviamente não sabia muito sobre as sutilezas desse tipo de coisa.

Maria retomou o recorte e, mais uma vez, pedaços do meu cabelo começaram a cair no chão.

Suas mãos estavam se movendo como se fosse natural para ela. De vez em quando, ela me olhava de diferentes ângulos para verificar como estava ficando.

— Terminado, — ela disse depois de um tempo, e me deu um espelho de mão.

Um jovem de rosto limpo e alegre olhava para mim de dentro do espelho. Ele tinha o cabelo castanho-amarelado um pouco bagunçado, e eu tive uma impressão de mansidão em seus profundos olhos azuis esverdeados. Apenas de rosto, parecia um garoto rico mimado, mas com o corpo musculoso, ele era mais como um jovem guerreiro de uma boa família.

Maria riu.

— Eu acho que você é muito bonito, não acha?

— Acho que não. Eu preferiria um rosto como o de Sanguinário. — Este mundo parecia ser perigoso, então eu pensei que um rosto forte e intimidador provavelmente seria mais útil. E em um nível mais pessoal, eu só queria ser como ele. — É uma pena não sermos muito parecidos.

— Dois Sanguinários pode ser demais, — Maria disse rindo. — Mas acho que você está muito mais crescido, ah, sim.

— Hm?

— O rito da sua idade adulta será logo, não se esqueça, — ela disse, enquanto tirava o pano do meu pescoço e varria o cabelo no chão. — Você precisa pensar muito sobre sua divindade guardiã, e decidir sobre o seu juramento.

Porcaria. Eu esqueci totalmente.

 

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Este mundo tinha muitos deuses. Deuses maiores e deuses menores, todos diferentes e todos respeitados por alguém.

Cada indivíduo tinha sua própria “divindade guardiã”, o deus em quem mais acreditava. Disseram-me que até que uma criança se tornasse adulta, ele era considerado sob a proteção das divindades guardiãs de seus pais. O rito da vida adulta era sobre a separação dessa proteção: determinar sua própria divindade guardiã, fazer um juramento e desejar proteção a si mesmo.

E sustentava-se que as pessoas deveriam viver e morrer de uma forma com a qual sua própria divindade guardiã ficaria satisfeita. Parece restritivo, mas aparentemente era possível realizar o rito novamente mais tarde para mudar sua divindade guardiã, se sua atitude ou circunstâncias mudassem.

Além disso, era normal as pessoas adorarem outros deuses além de sua divindade guardiã quando a situação fosse necessária. Por exemplo, quase todo mundo faria uma oferenda a Whirl, o deus do vento, antes de partir em uma jornada. Não parecia ser um tipo muito rígido de politeísmo.

Sua perspectiva de vida e morte era baseada em torno da reencarnação.

Quando uma pessoa morria, ele seria convocado além dessa dimensão, para o lugar dos deuses em que acreditava, onde seria julgado por suas ações na vida. Se o deus o recebesse favoravelmente, o repouso seria dado nos campos agradáveis. Se não, punição seria no deserto do sofrimento. E depois de um certo período, ele renasceria novamente. Depois de incontáveis renascimentos, depois de a alma ter sido refinada ao mais alto grau, essa pessoa subiria a escada para a divindade. Os mais altos heróis e santos superariam a dimensão dos humanos e se tornariam deuses.

Eu achei isso difícil de entender em termos concretos. Nos mundos politeístas do Japão e Roma antiga, indivíduos verdadeiramente excepcionais eram adorados após suas mortes como deuses. O objetivo era se tornar algo do tipo?

 

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O salão do templo estava magnífico como de costume. Tanto tempo já se passou desde que acordei naquele dia. Através do rumo de crescer e aprender sobre este mundo, eu vim a conhecer os nomes de cada um dos deuses retratados nestas estátuas. Estes eram os deuses mais famosos, que existiam neste mundo desde muito tempo atrás.Um homem imponente com um ar de seriedade, no auge da vida, portando uma espada em forma de raio em sua mão direita e uma balança na outra…

Este era o deus da justiça e do raio, Volt. Ele era o líder dos deuses virtuosos. Deus dos deuses e guardião dos humanos, ele comandava as abençoadas chuvas, assim como o relâmpago, que era seu julgamento divino. Muitos depositam sua fé nele, desde as classes dominantes até as pessoas comuns. Seu irmão, o deus maligno Illtreat, comandava a tirania, e os dois frequentemente travavam batalhas ferozes.

A mulher com o sorriso afetuoso, que segurava um bebê nos braços e estava de pé diante de um fundo de plantas de arroz que cresciam na terra.

Mater, a Mãe-Terra. Ela era o deus a quem Maria mostrava devoção e governava os dons da terra e a criação de filhos. Também era dito ser esposa de Volt. Bênçãos feitas a ela são comumente relacionadas à agricultura e criação de filhos, e as pessoas nas áreas rurais, em particular, depositam profunda fé nela, junto com Volt.

O homem bigodudo de estatura curta e corpulenta, com chamas surgindo de suas costas, e as mãos segurando um martelo e um alicate…

Este era o deus do fogo e da tecnologia, Blaze. Também era dito ser o antepassado dos anões, e muitas vezes eu vi relevos dele na cidade dos anões subterrâneos. Além de receber a devoção dos artesãos, ele parecia também ser popular entre os guerreiros, assim como Volt, por sua defesa dos méritos de um temperamento ardente e treinamento incessante. Incidentemente, Sanguinário tem Blaze como sua divindade guardiã.

O jovem andrógino sorria amigavelmente, segurando uma taça de vinho e várias peças de ouro, e rodeado pelo que pareciam ser pictogramas representando o vento que soprava…

O deus do vento e troca, Whirl. Progenitor dos halflings, uma raça alegre e de pessoas pequenas, Whirl era um trapaceiro com comando sobre comércio, troca, liberdade, boa sorte e outras coisas semelhantes, e tinha a devoção de comerciantes, jogadores e viajantes. Pequenos santuários dedicados ao Whirl podiam ser encontrados na beira da estrada.

A jovem bela, vestida com um tecido fino, submergia até a cintura em um riacho, segurando um arco com uma das mãos e estendendo a outra mão para o que parecia ser uma fada.

O deus da água e da vegetação, Rhea Silvia. Ela era uma deusa caprichosa, que também se dizia ser a mais antiga dos elfos. Ela governava os mares, os rios, as florestas e todas as suas bênçãos, e também dominava a caça e os elementais. Caçadores, pescadores, lenhadores, muitos de seus seguidores tinham profissões ligadas à natureza. A visão dela como um deus caprichoso pode ter surgido de sua conexão com desastres naturais. A propósito, mesmo que eu nunca os tivesse visto, elementais e fadas existiam neste mundo, e havia um sistema especial e específico de técnicas místicas para tomar emprestado seu poder.

O homem velho de um só olho que irradiava inteligência estava na frente de algum tipo de inscrição, segurando uma bengala e um livro aberto nas mãos…

Este era o deus que Gus falou comigo sobre quem havia criado nossas letras. O deus do conhecimento, Enlight. Ele era um deus que tinha muitos seguidores entre os intelectuais. Dizia-se que seu único olho percebia o que podia ser visto, enquanto seu olho perdido percebia o que não podia. A divindade guardiã de Gus não era de fato Enlight, deus do conhecimento, mas Whirl, deus do vento. De acordo com Gus, “é muito melhor viajar com dinheiro do que estar cercado por livros em uma torre de marfim”.

Esses seis deuses eram os adorados em um número particularmente grande de regiões. As lendas diziam que esses deuses tiveram uma batalha no estilo Ragnarok com os deuses do mal, que terminaram em derrota mútua, e agora ambos os lados estavam curando suas feridas além dessa dimensão. No entanto, também me disseram que, de tempos em tempos, eles enviavam algo chamado Eco para este mundo, como um corpo separado dos outros, para ajudar a guiar as pessoas. Esses Ecos dos deuses, bons e maus, faziam aparições esporádicas nos contos épicos que me contaram através de histórias e poesias.

A escala de tudo que me disseram estava em outro nível. Eu estava planejando viver uma vida normal. Duvidava que eu tivesse alguma coisa a ver com qualquer uma dessas coisas. Quando esses pensamentos passaram pela minha mente, dei uma olhada na estátua com o lampião que outrora inexplicavelmente me fascinou.

O deus de gênero desconhecido, de pé na frente de um fundo vazio, com um lampião de cabo longo na mão. O filho do deus do relâmpago, Volt e da Mãe-Terra, Mater. O deus da chama, cujo domínio era o interminável ciclo de transmigração. Gracefeel.

Gracefeel era um deus parecido com o Ceifador, com controle sobre almas e reencarnação. Diziam que ele aparecia diante das almas dos mortos e lhes mostrava o caminho com seu lampião, guiando-os para o campo dos deuses e para a próxima vida. Existe pouca informação sobre Gracefeel. Seu gênero era desconhecido, sua aparência não era descrita. Elas eram extremamente reticentes, mesmo para um deus. Elas raramente ofereciam revelações, e as artes únicas que concediam por meio da bênção eram pouco úteis.

Um sacerdote de Mater, a Mãe-Terra, por exemplo, poderia usar a bênção para tornar a terra fértil, para ver um bebê entregue com segurança para mãe e filho, ou para dar saúde a crianças em crescimento. O deus do raio, Volt, oferecia bênçãos para julgar a veracidade das palavras do alvo. Sacerdotes de alto nível podiam rezar para que a chuva caísse em terra que estava sofrendo uma seca.

A bênção de Gracefeel, por outro lado, era razoavelmente desprovida de uso prático e incluía coisas como conceder repouso e orientação às almas dos mortos.

Neste mundo, os deuses eram capazes de exercer influência real sobre a realidade. Eu cresci pessoalmente comendo mingau e pão que tinham sido feitos através de bênçãos, então eu não estava disposto a duvidar de nada. Se um dia a bênção despertasse de repente dentro de você, isso seria um evento que mudaria sua vida. De repente, você seria capaz de curar feridas e realizar todo tipo de outras façanhas miraculosas, e se tornaria o assunto das conversas de todos ao seu redor. Seria como ganhar na loteria. Por causa disso, muitas pessoas consideravam considerações práticas, como a bênção que receberiam, em sua escolha de divindade guardiã. Como resultado, Gracefeel não era tão popular.

Era muito natural as pessoas pensarem assim. Se você pudesse receber apenas um único bilhete de loteria, é claro que você gostaria que ele fosse o único com o maior prêmio. A devoção que os deuses acumulavam desse modo traduzia diretamente em seu poder, e quanto mais poder os deuses ganhavam, mais pessoas os seguiam. Isso começou a soar como uma aula sobre desigualdade social, não é?

Em todo caso, esse era Gracefeel: um deus de segunda linha, cujo nome sempre viria depois dos seis grandes. Talvez a razão pela qual Gracefeel me fascinou tanto foi porque eu ainda tinha minhas memórias da minha vida passada. Não pude deixar de sentir um laço curioso com ele, dado que o domínio dele era o samsara e o fluxo eterno de todas as coisas.

Olhei ao redor do templo. Devo completar quinze anos no solstício de inverno deste ano. Eu faria um juramento a um desses deuses, nomeando-o como minha divindade guardiã… e então, na primavera, eu provavelmente deixaria este templo. Os vivos têm que retornar aos vivos. Todos os três estavam pensando nisso, como se fosse óbvio.

Eu olhei para minhas mãos em silêncio. Essas mãos eram diferentes agora. O padrão de descoloração daquelas queimaduras, subindo pelos meus braços, ainda estava lá. Havia pequenos cortes e sujeira nas palmas das mãos, de ajudar Maria com tarefas domésticas e trabalhos de jardinagem. Manchas de tinta, do meu estudo com Gus. Bolhas, do meu treinamento com Sanguinário. Elas não eram as mãos que eu tinha quando era jovem. Elas não eram as mãos doentias que eu tinha quando era o velho eu. Elas eram mãos que foram colocadas em alguma coisa.

Eu realmente aprendi muito. Tantas coisas diferentes. Maria me disse antes que ela não sabia como eram as coisas lá fora, só que era muito perigoso. Gus e Sanguinário também não disseram nada sobre a sociedade exterior. Eu ainda nem sabia porque estava aqui. Mas havia pelo menos algo que poderia dizer com certeza.

Essas mãos, que foram moldadas de forma indelével por tantos ensinamentos, estavam cheias da bondade que os três haviam me ensinado. Não importava o quão perigoso fosse lá fora, não importava o quão difícil fosse o lugar para um estranho de origem desconhecida, os três haviam me ensinado o suficiente para que eu fosse capaz de sobreviver.

Um dia… eu vou voltar aqui. Se possível, com amigos ou uma família. E eu os apresentaria a Sanguinário, Maria e Gus. Esta é a casa em que cresci, eu poderia dizer, e estes são meu pai, minha mãe e meu avô.

O que os três diriam quando me vissem de novo? Eles ficariam satisfeitos em ver meus amigos e familiares? O que eu poderia trazer de presente para eles?

Minha imaginação foi preenchida com essa felicidade simples.

 

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— Qual deus os três recomendariam, se tivessem que nomear um? — Eu decidi que valia a pena pelo menos perguntar aos três por suas opiniões sobre uma divindade guardiã.Sanguinário foi o primeiro a responder.

— A menos que você tenha alguma ideia real de como você quer viver, eu apenas faria um juramento de boa para Volt.

— Oh, é uma boa sugestão, — Maria concordou. — Uma ampla gama de pessoas tem fé em Volt, e ele tem a maior confiabilidade social também.

— Hmm, de fato. — Até mesmo Gus estava de acordo. — Uma decisão sábia… Uma raridade para você, Sanguinário.

— Calado.

Gus deu um bufo desdenhoso em resposta.

— Vocês dois. Parem já com isso.

Sanguinário resmungou, claramente insatisfeito.

Tossindo para limpar a garganta, Gus continuou.

— Whirl também não é uma má escolha para uma divindade guardiã, mas alguns seguidores de Whirl são apostadores ou ladrões. Eu certamente concordaria que Volt é um passo em frente no aspecto da confiança social. Ele parece a melhor escolha.

Os três recomendaram muito rapidamente Volt, deus dos deuses e governante da justiça e do raio.

— Estou surpreso que todos vocês concordaram na mesma coisa tão facilmente.

— Você dificilmente pode dar errado com Volt, — declarou Gus claramente. — Essa é a verdade. E não é como se você não pudesse mudar depois.

Sanguinário assentiu.

— Seria uma história diferente se você tivesse sonhos de se tornar, eu não sei, um artesão ou um estudioso, mas como você pode sonhar assim quando nem ao menos sabe como é o mundo lá fora?

— A melhor coisa é que você mantenha suas opções em aberto, — Maria disse pensativamente, — então eu diria que Volt é o melhor, seguido talvez por Mater, nossa Mãe-Terra.

Toda essa conversa sobre “não há necessidade de restringir suas opções nesta fase” e “escolhendo algo para você estar preparado, não importa o que você escolha no futuro” estava me fazendo sentir como se eu estivesse escolhendo uma carreira.

Escolha uma escola secundária com um currículo comum, isso não pode dar errado. Tipo isso.

— Beleza, eu vou manter isso em mente. E que tipo de coisa é boa para o juramento? No ‘Conto de Berkeley de Valor’ vocês me disseram antes, que ele jurou sobre a espada de raio de Volt para vencer todo o mal.

— Isso… — Sanguinário parecia preocupado. — Esse é um conto épico lendário. Não fique com os olhos arregalados e faça um juramento como esse, está me ouvindo? Um juramento forte torna mais fácil receber proteção, mas você acaba se entregando a um inferno de um destino difícil. Torne-se um herói ou morra, basicamente.

— Tenho certeza de que esses deuses acham os idiotas muito mais dispostos a se meter em apuros, — Gus disse.

Então, havia crenças como essa relacionadas a esses juramentos também. Restava saber quão verdade são os “destinos difíceis”, mas eu não tinha intenção de fazer um juramento tão difícil. Não iria inflar minha própria importância e pensar que eu era especial só porque tinha memórias de uma vida passada, e eu não tinha aspirações de me tornar um “herói”.

— Sim, o juramento de uma pessoa normal seria algo como… — Maria ponderou por um momento. — ”Juro viver a minha vida fazendo o menor mal possível”, talvez.

Gus listou mais alguns.

— ”Vou mostrar consideração pelo meu vizinho”, ”não vou mentir”, ”vou valorizar a minha família” e tals.

Valorizar a minha família… soou legal. Resumindo os exemplos que ouvi até agora, eu disse:

— Então, basicamente, eu só preciso jurar algo como ”eu vou viver uma vida adequada e não fazer nada de ruim”?

— A grosso modo, sim, — Gus disse. — Dito isto, às vezes alguém faz um juramento que é adequado à personalidade de seu deus individual.

— Hmm, tipo?

— Hmm, então o que fiz foi, — Sanguinário disse, — eu jurei para Blaze treinar todos os dias e ficar mais forte. Blaze valoriza a disciplina e uma arte afiada.

— Meu voto para Mater era um pouco mais abstrato, — Maria disse em seguida. — Eu jurei viver fiel à sua vontade.

Sim, isso combinava perfeitamente com os dois.

— Quanto a mim, — Gus disse, — tudo isso sobre divindades e juramentos de guardiões e tal parecia um aborrecimento. Eu escolhi o Whirl porque parecia a opção mais relaxada, e jurei fazer o que eu queria e me divertir com a vida.

O Velho Gus definitivamente era um vida loka.

Com isso encerrou a discussão. Maria foi para o lago para lavar a roupa e Sanguinário para a floresta para pegar a lenha. O outono já estava acabando. Não interprete moralmente como uma velha fábula, mas preparar-se para o inverno era importante.

Quanto a mim, eu estava tendo uma aula com Gus. Eu pratiquei conjuração dupla repetidamente, aumentando minha proficiência. As aulas de Gus agora se tornaram muito práticas.

— Ouça, agora, isso é importante. Ao tentar usar magia em uma situação em que seu oponente pode atacá-lo antes da contagem de cinco, nunca perca tempo pensando. Lance um feitiço por reflexo, algo que você treinou seu corpo para memorizar antecipadamente. Você descobrirá que a maioria dos feiticeiros do mundo é excessivamente teórica. Eles sempre pensam primeiro. Vários deles são incapazes de fazer o que estou dizendo.

Gus me disse que havia inúmeras pessoas que haviam morrido dessa maneira, mortas ou abatidas enquanto pensavam sobre o que usar. Alguns até mesmo se destruíram decidindo usar uma Palavra com a qual não estavam familiarizados e estragando tudo.

Dito isto, não era surpreendente. A maioria dos feiticeiros eram estudiosos da cidade ou trabalhadores manuais. Pessoas como eu e Gus, que estudavam magia enquanto imaginavam como isso seria usado em batalha, eram de longe a minoria.

— Estratégia inteligente é para quando você tem tempo para pensar. Em uma batalha repentina, não perca tempo pensando em planos terríveis. Pressione o inimigo com força, com a magia que você está familiarizado. Cadeias complexas de magia correm o risco de falha total se uma única conexão quebrar. Quanto mais simples o feitiço, mais resiliente.

Os pensamentos de Gus sobre as táticas de batalha eram muito semelhantes aos ensinamentos de Sanguinário. Talvez isso tenha acontecido quando suas habilidades foram moldadas por batalhas reais.

— E você se beneficiará particularmente da identificação de quando é apropriado confiar nas Palavras e quando não é. Porque você tem a opção de lutar com as técnicas que Sanguinário implantou em você.

Eu não sabia se era a presença de mana, ou se este mundo era feito dessa maneira, mas você poderia alcançar maiores resultados com treinamento neste mundo do que você jamais poderia ter feito no meu mundo anterior. As habilidades físicas de um bom guerreiro em sua melhor forma eram um pouco monstruosas.

Quero dizer, pegue Sanguinário como exemplo. Quando ele não estava correndo em uma velocidade mais baixa por causa do meu treinamento, ele podia quebrar com facilidade as grossas estacas de aço que eu usava para a prática de balanço, e ele podia correr com a velocidade e a acuidade de uma andorinha voando. Era um pouco assustador pensar que minhas próprias habilidades físicas estavam começando a seguir o mesmo caminho. Um pouco mais e eu seria um super-humano.

A magia, por outro lado, carregava o risco de autodestruição se você cometesse um erro na escrita ou na pronúncia. Por causa disso, a área a cerca de dez metros do oponente era inescapavelmente do domínio exclusivo do guerreiro.

Gus, no entanto, conhecia vários “truques mal educados e dissimulados” para tal situação. Eu me perguntava quantas pessoas esse cara tinha derrotado de dentro do alcance dos guerreiros.

— É claro que o melhor resultado é que não haja uma briga, mas se as coisas esquentarem, julgue corretamente.

Eu assenti.

— Oh, outra coisa, — Gus disse. — Eu tenho andado estudando astronomia nos últimos anos e descobri quando podemos esperar o próximo solstício de inverno.

Meus olhos se arregalaram ao ouvir isso. Ele estava estudando para isso, especialmente para o meu décimo quinto aniversário?

— Diga… Will. Eu tenho um pedido.

— Um pedido?

— Uhum, — ele assentiu com a cabeça. — Sanguinário provavelmente lhe pedirá uma batalha, a ser realizada no dia anterior ao solstício de inverno, ou por aí. Uma batalha total, sem restrição, e Maria ficará aguardando para oferecer cura e regeneração por meio da bênção.

Suas palavras não me surpreenderam. Eu estava pensando há algum tempo que Sanguinário provavelmente sugeriria algo assim. E eu estava pronto para aceitá-lo.

— Will… — A expressão de Gus era tensa. — Você poderia… perder essa batalha, de uma forma que Sanguinário não vá descobrir? — As palavras que ele forçou a sair de sua boca estavam cheias de angústia.

— Por quê?

A hora em que quase fui morto por Gus me veio à mente. Naquela época, também, havia algum pensamento desconhecido por trás das ações de Gus. Sem nunca me dizer, ele ruminou em algumas circunstâncias que eu não conhecia e chegou a uma conclusão que o levou a tentar me matar. E então, por algum motivo, ele parou.

— Por que fazer isso?

— É importante.

— Não. — Isso não. — Não eu, você! Por que você continua me deixando fora dos assuntos?! — Mesmo sem perceber, eu estava gritando com ele com raiva.

— Eu sei que você não é um idiota! Eu sei que você não iria atropelar os sentimentos de alguém sem uma razão! — Eu tentei agarrá-lo pelo colarinho, mas minhas mãos passaram pelo ar.

Eu olhei para ele enquanto ele flutuava acima de mim.

— Eu sou capaz de fazer o que você pediu se você realmente explicar as coisas para mim! Eu perderia de propósito por você! Eu ofereço minha vida por você, como fiz naquela época! Então, por que você nunca me conta nada?! Sou tão indigno de confiança para você?! Sou tão insignificante para você? — As palavras que eu estava guardando dentro do meu coração se espalharam como se uma represa tivesse explodido.

Gus ainda tinha uma expressão de dor no rosto, e isso não mudou quando ele falou.

— Desculpe, Will… eu não posso. Desculpe.

Eu abaixei minha cabeça e cerrei meus punhos. Eu tive que arrancar as próximas palavras de dentro de mim.

— Entendo. — Foi assim que aconteceu. — Então… Então não espere que eu te ajude. — Eu verbalmente o afastei. Não poderia perder uma luta tão importante de propósito sem saber o porquê. — O que você acabou de dizer… vou fingir que não ouvi.

Esta seria minha última chance de desafiar Sanguinário em todo o seu potencial, sem restrição atrapalhando. Como guerreiro, eu queria dar tudo o que tinha, e tinha certeza de que Sanguinário estava pensando a mesma coisa. Perder de propósito, sem nem saber o porquê… Era simplesmente impossível.

Mas não contaria para ninguém. Não ouvi nada. Simples assim.

Essa foi a minha última palavra, e nem Gus nem eu dissemos mais nada.

Alguns dias depois, Sanguinário me informou sobre o meu teste final.


 

Tradução: Erudhir

Revisão: Merciless

 

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