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O Mago da Morte – Vol. 2 – Cap. 29 – O Rei Ghoul e o Maneta Rei da Espada

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1Uma breve explicação do título do capítulo: O titulo original era O Rei Ghoul Negro e o Maneta Rei da Espada. Mas depois de ler a explicação abaixo eu removi. Preto, neste caso, refere-se a uma ‘empresa negra’ ou a famosa fábrica exploradora. Como Vandalieu não descansa, ele seria um negro.  Achei preconceituoso e removi.

Enquanto Vandalieu estava no castelo real com Nuaza para recrutar o Rei da Espada, os principais membros do grupo de Vandalieu, exceto por Sam, se reuniram em uma certa sala em uma das construções de Talosheim.

— Parece que todos conseguiram se reunir aqui, exceto o Sam que não pode deixar a carruagem. (Zadiris)

— Então, Zadiris, o que você planeja juntando a galera aqui? (Tarea)

— Se eu não me engano, ninguém chamou você aqui. (Basdia)

Elegantemente escondendo sua boca atrás de um leque dobrável que ela fez para si mesmo com madeira Ent, Tarea deu uma pequena risada em resposta a Basdia olhando para ela com os olhos cerrados.

— Eu não podia deixar de lado essa reunião do plano para confortar Vandalieu-sama. (Tarea)

— Muuh, eu lembrei a todos para não dizer nada, malditos x9s, onde diabos você ouviu isso? Aff, deixa pra lá, está tudo bem. (Zadiris)

Zadiris tinha planejado ter a reunião apenas com aqueles que sabiam das circunstâncias de Vandalieu… Suas vidas passadas, o Deus, as cem pessoas que reencarnariam. Mas como Vandalieu parecia confiar em Tarea consideravelmente, Zadiris decidiu que não teria problema se ela cuidasse de suas palavras, e começou a reunião.

— Então, eu reuni vocês aqui hoje para ter certeza que todos saibam que o garoto precisa descansar. (Zadiris)

Zadiris lançou o tópico da discussão, mas isso só causou confusão em quem estava na sala.

— Descansar, você diz? Jovem-mestre está dormindo bem toda noite. (Sária)

— Yeah, ele está sempre dormindo. (Rita)

Saria e Rita, que estavam participando da reunião em nome de Sam, falaram suas opiniões. Vandalieu realmente dormia feito uma pedra. Ele nem mesmo se virava durante o sono e sua respiração era suave.

Houve mais do que alguns casos em que verificaram seu pulso para ter certeza de que ele não tinha morrido do nada.

— Isso mesmo, Zadiris. Vandalieu não deu sinais de estar cansado e, se estivesse cansado, com certeza diria a si mesmo que precisa descansar. (Vigaro)

— Você tem razão. Quando ele estava fazendo molhos e comida em conserva, ele não parecia nada diferente do normal. (Basdia)

Como Vigaro e Basdia disseram, nem o comportamento de Vandalieu nem sua expressão facial mostraram qualquer sinal de fadiga. Ele nunca tinha dito – Estou cansado – ou – Eu quero descansar -–.

Ele suspirava com frequência, mas geralmente porque as coisas não estavam indo do jeito que ele esperava, e não porque ele estava cansado. Como sua respiração era tão baixa em primeiro lugar, também havia muitas vezes em que ninguém notava ele suspirando.

— E todos estão tratando Vandalieu com carinho. Ele é realmente esforçado, mas não acho que o estamos forçando a fazer nada irracional. (Saria)

Darcia, que estava acordada neste momento, também estava participando da reunião fazendo Saria traduzir suas palavras.

Em resposta à confiança que Darcia expressou através de Saria, Zadiris deu um pequeno gemido e balançou a cabeça.

— Lamento trair essa confiança, mas estamos exigindo muito do garoto. Recentemente eu massageei os ombros dele meio que de brincadeira, mas eles estavam… duros. Ele não desgostou; ele chamou isso de – céu – e quase dormiu. (Zadiris)

— Eu estava me perguntando o que você iria dizer, mas você só queria se gabar de que é boa em fazer massagens nos ombros? Qualquer um ficaria com sono depois de uma massagem nos ombros. (Tarea)

— Os idosos devem levar pelo menos cinco segundos para pensar antes de abrir a boca. Lembre-se que o menino está quase completando três anos. (Zadiris)

Todos ficaram surpresos com as palavras de Zadiris.

Vandalieu era uma criança que sentia prazer em ter os ombros massageados, ou seja, seus ombros estavam rígidos… Nenhuma criança normal daquela idade teria os ombros rígidos.

— E apenas pense. Pense em quanta coisa o garoto faz em um único dia. A propósito, ele não para suas aulas de Alquimia antes de completar pelo menos quatro horas. (Zadiris)

Vandalieu passava quatro horas por dia em aulas nas quais triturava materiais em um pilão, os misturava, amassava e derramava mana neles.

— … Ele também faz molhos de nozes e ervas, biscoitos com bolotas e outras frutas de árvore para todos. Ficamos sem sal e ele estava preocupado em encontrar um ingrediente para substituí-lo. Ele teve a ideia de transformar o almofariz e o pilão em Golens para que não levasse muito tempo ou esforço, mas… (Basdia)

Até mesmo o trabalho que ele fazia enquanto conversava com as pessoas demorava um tempo considerável.

— Ele cuidou de nós durante nossa migração. Usou lêmures e insetos mortos-vivos para observar nossos arredores e, o mais importante, ele criou estradas para nós e depois as devolveu a como eram originalmente. Atualmente, ele está tirando madeira das árvores e consertando os prédios, não é? (Tarea)

— Além disso, ele está praticando magia sem atributos até tarde da noite. Ele faz pequenas tarefas com [Telecinese] enquanto pratica sua habilidade de Controle de Mana. (Saria)

— Eh?! Jovem Mestre acorda de manhã cedo para praticar sua magia de atributo morte, não é?! (Rita)

— Isso não pode ser! Então, quando Vandalieu está dormindo?! (Darcia)

— É isso o que eu quero dizer. O menino possui a habilidade [Resistência a Efeitos de Status], então provavelmente está sofrendo os efeitos da fadiga e da privação de sono. Ele até parece possuir a habilidade [Ultrapassar Limites]. (Zadiris)

Como Zadiris estava dizendo, com as habilidades que Vandalieu possuía, até o corpo de uma criança poderia suportar os efeitos da fadiga. Mesmo que o próprio Vandalieu não percebesse que ele estava se esforçando para ultrapassar seus limites.

Por causa de suas habilidades de resistência, mesmo que estivesse cansado, seu corpo ainda se movia normalmente, então ele teria a impressão de que ainda estava bem. Era por isso que ele suportava ficar com sono, então mesmo o tempo que passava dormindo para que seu desenvolvimento não fosse afetado negativamente ficou mais curto, pois ele sempre pensava: – Essa quantidade de sono será suficiente –.

Mas as habilidades de resistência só permitiam que ele aguentasse isso. Elas não iriam remover seu cansaço ou ajudá-lo a se recuperar rapidamente. E assim, na realidade, seu cansaço foi se acumulando.

— E… eu acabei de perceber, mas Van raramente mostra qualquer emoção em sua cara. Eu posso dizer como ele está se sentindo até certo ponto pelo seu tom de voz, comportamento e o ar ao seu redor, mas… (Basdia)

E, como disse Basdia, o cansaço acumulado de Vandalieu quase nunca apareceu em sua expressão facial. Seu rosto estava sempre branco, quase o suficiente para ser chamado de branquelo.

Não era branco em um sentido atraente; ele sempre parecia desagradavelmente pálido, como se tivesse espalhado cera de vela nas bochechas. Era por isso que era difícil dizer o quão saudável ele era pela cor de seu rosto.

E Darcia, Sam, Saria e Rita não sabiam do excesso de trabalho de Vandalieu. Isso porque eles eram mortos-vivos sem um corpo de carne, por isso eles não sentiam fadiga.

Fadiga mental era outra história, mas apesar de Saria, Rita e Sam serem mortos-vivos a menos de três anos, eles já não conseguiam se lembrar da sensação de cansaço físico.

Além disso, Darcia gastava mais da metade do dia dormindo em sua relíquia. Eles não tinham como saber o quanto Vandalieu estava desgastado.

— Nuh, então porque o Vandalieu não tenta dar mais descanso a si mesmo? É verdade que ele não tinha tempo para descansar durante nossa jornada. Mas agora que chegamos é diferente. E mesmo em nossa jornada, tenho certeza que ele poderia ter descansado por um dia. (Vigaro)

Assim como Vigaro dizia, Vandalieu podia ter descansado se ele quisesse. Tudo o que ele precisava fazer era dizer a todos – Estou cansado hoje então vou dar uma cochilada –.

Afinal, ele é o Rei dos Ghouls agora, estando no topo da comunidade.

Claro, Vigaro, Zadiris, Tarea, Basdia – todos os Ghouls importantes – reconheciam Vandalieu como o Rei Ghoul.

Se Vandalieu tivesse parado de construir estradas durante sua jornada pela cordilheira, então eles não teriam sido capazes de continuar viajando. Mas se eles tivessem optado por parar em um local onde os ataques de monstros seriam relativamente raros, Vandalieu poderia ter descansado por um dia sem problemas e ninguém teria reclamado. Afinal, sem Vandalieu, teria sido impossível para os Ghouls cruzar a cordilheira em primeiro lugar.

Não, sem Vandalieu, as mulheres Ghoul ainda estariam sob a custódia de Bugogan e muitos dos outros Ghouls teriam morrido após terem suas aldeias destruídas pelos Orcs. Os Ghouls não tinham motivo para reclamar.

No entanto, palavras sobre descansar nunca saíram da boca de Vandalieu.

— De fato. Por que isso, eu me pergunto? (Zadiris)

Zadiris e os outros Ghouls não conseguiam entender por que isso acontecia. Os Ghouls eram uma raça fundamentalmente preguiçosa. Embora muitas vezes precisassem dizer um ao outro – Não descanse –, – Continue treinando –, – Trabalhe mais duro –, eles nunca precisaram dizer – Você pode descansar agora, recupere um pouco do seu fôlego –.

Os Ghouls descansavam bastante sem serem mandados, e se eles estivessem cansados, eles mesmos diriam isso. Nesse aspecto, os Ghouls eram de fato parte monstros.

— Hmm, desde que o papai virou uma carruagem, o Jovem Mestre tira cochilos à tarde, mas… (Saria)

— No fim das contas acho que é por causa das habilidades de resistência. Tenho a sensação de que alguém me disse que aqueles que nascem com habilidades de resistência têm pouca consciência dos efeitos de status que essas habilidades concedem… (Darcia)

Depois de uma consideração cuidadosa, esta foi a conclusão a que Darcia chegou.

Como uma Elfa Negra, Darcia nasceu com a habilidade [Resistência Mágica]. Essa habilidade fazia com que o dano de magias ofensivas fosse reduzido e os efeitos de status causados ​​por magias eram menos prováveis ​​de ocorrer e mais rápidos de se recuperar.

Como resultado, ela aparentemente experimentou mais do que algumas situações em que confiou demais em sua habilidade [Resistência Mágica] e sofreu queimaduras graves, e situações em que estava tentando pegar um inimigo vivo em batalha, lançando um feitiço pensando, – Tenho certeza de que ele não morrerá com um feitiço pequeno desses –, só para em seguida ver o alvo se tornar pedaços de carne.

Por causa disso, todos os Elfos Negros eram ensinados sobre suas habilidades de resistência quando eram crianças, incluindo o quanto essas coisas os afetariam se eles não possuissem tais habilidades.

Contudo, Vandalieu não aprendeu isso. Era muito mais fácil ele pensar que poderia simplesmente aguentar as coisas por causa da sua habilidade [Resistência a Efeito de Status], pensando – Estranho, eu não estou nenhum pouco cansado –.

— Isso é porque ele não pensa no resto. E ele pode pensar na situação atual como um estado de emergência. Porque após eu morrer, muitas coisas aconteceram… (Darcia)

Ele estava desesperado para sobreviver desde que sua mãe morreu, e ele esteve fazendo seu melhor para vingá-la. Como resultado, ele acabou indo trabalhar com os Ghouls, mas seu objetivo inicial quando ele conheceu Zadiris era aprender certas habilidades e sair do Ninho do Diabo. E então ele se dedicou seriamente a essas lições.

Ele derrotou os Orcs Nobres, liderou os Ghouls através das montanhas e os ajudou a encontrar uma casa nova. Foram várias situações complicadas uma atrás da outra.

E como os trabalhos que Vandalieu fez não envolviam mexer seu corpo fisicamente, ele podia não ter o sentimento de trabalho feito.

Contudo, todo mundo sabia que usar Mana esgotava a pessoa.

— Eu entendo que o Vandalieu-sama está cansado. Então a gente não pode resolver só pedindo para ele tirar uns dias de férias e descansar?

Agora todos entendiam que Vandalieu precisava descansar. Então a solução disso não era muito fácil? Tarea sugeriu o que poderia ser feito, mas Zadiris balançou a cabeça.

— Se esse fosse o caso, eu já teria pedido para ele tirar uma folga a muito tempo atrás. O problema é que ele é teimoso demais e não me ouve.

Uma vez Zadiris sugeriu Vandalieu a dar uma descansada, e ele parou sua lição de alquimia. Mas fez isso com uma baita relutância, sentindo como se pudesse continuar por muito mais tempo.

Mas Vandalieu podia continuar praticando sua magia da morte enquanto estava deitado, e justo quando Zadiris achou que ele ia dar uma caminhada relaxante, ele começou a reparar as casas de Talosheim. Ele estava sempre pensando na próxima coisa que deveria fazer e fazia ela sozinho.

E quando parecia que ele estava brincando com as crianças Goblin Negro e Anubis, na verdade ele estava ajudando elas em seus estudos e cuidando do vivo-morto. Ele não descansou quase nada.

Ele também estava fazendo experimentos estranhos para deixar o Homem Esqueleto mais forte, ele foi o único dos seus mortos-vivos que não subiu de Rank depois de chegar ao nível 100.

— Agora que penso nisso, Van disse que queria que eu o ensinasse a lutar desarmado quando fizesse três anos. Ele disse algo sobre protagonistas apelões que viram mestres se começarem a aprender desde os três anos. (Basdia)

— O QUE?! Por que ele perguntou pra você e não pra mim?! (Vigaro)

— Não é porque seus braços são compridos demais e ele não seria capaz de aprender suas técnicas? Foi você quem nos disse que o combate desarmado para Ghouls é completamente diferente para homens e mulheres, Vigaro-san. (Saria)

— Vigaro, cala a boca. Basdia, se você vai ensiná-lo, precisa tomar cuidado com as palavras e fazer o menino descansar. Então é assim, pessoal. Vamos traçar um plano para que o garoto faça uma pausa. Passei muito tempo me perguntando como poderia fazer com que os jovens se treinassem até desmaiar esgotados. E pensar que eu também teria que me esforçar para eles também descansarem. (Zadiris)

E então Zadiris e os outros discutiram como fazer Vandalieu descansar enquanto ele estivesse no castelo real.

Com a orientação de Nuaza, Vandalieu passou pelo portão destruído do castelo real com alguma dificuldade.

— … Essas escadas altas não são boas para as crianças. (Vandalieu)

Os prédios de Talosheim eram muito rústicos, pois haviam sido construídos para Titãs, cuja altura média era de 2,7 m para homens e 2,5 m para mulheres.

Subir as escadas era um exercício de atletismo.

— Me desculpe; como você pode ver, as escadas para as outras raças foram enterradas nos escombros. (Nuaza)

Quando Nuaza disse isso, ele de repente pegou Vandalieu com seus braços que eram feitos apenas de pele e ossos. Mesmo depois de se tornar um Lich – um Lich Menor, para ser mais preciso – ele não havia perdido sua habilidade [Força Aumentada], uma versão transformada da habilidade [Força Sobre-humana] que ele possuía enquanto estava vivo.

— Não o usamos até agora, então decidi deixá-lo para mais tarde, mas provavelmente é melhor consertar o castelo real o mais rápido possível. (Vandalieu)

Se Darcia e os outros tivessem ouvido isso, eles o teriam impedido, mas Nuaza respondeu:

 – Não importa, contanto que seja para sua conveniência, Santo Filho. Seria realmente uma sorte se você reparasse para nós, mas é um castelo onde não vivem soldados ou civis. E provavelmente não entrará em colapso por mais algumas centenas de anos. (Nuaza)

Para Nuaza e o resto dos mortos-vivos de Talosheim, o castelo real era uma enorme lápide para sua nação. Se fosse consertado, eles ficariam felizes, mas parecia que não o desejavam tanto a ponto de atrasar os planos de Vandalieu.

Mesmo agora, duzentos anos após a batalha feroz, havia partes da cidade que haviam sido destruídas e desabadas, mas o castelo real construído com pedras de construção originárias das Masmorras ainda era alto. Como Nuaza disse, o castelo ainda estaria aqui várias centenas de anos a partir de agora. A sua presença impressionante bastava para que qualquer pessoa tivesse a certeza disso.

— … Eu entendo. Vou fazer isso quando tiver algum tempo livre. Então, onde está Borkus-san?

— Ele deve estar na frente da porta da câmara de audiência, onde tem as escadas escondidas que levam por baixo do castelo. Ele não deu um passo sequer por duzentos anos. (Nuaza)

Antes de vir aqui para recrutar o Rei da Espada Borkus, Vandalieu perguntou aos Titãs Mortos-Vivos, incluindo Nuaza, que tipo de pessoa era Borkus.

De acordo com eles, ele foi o único dos heróis de Talosheim a reviver como um morto-vivo, e o mais poderoso entre os Titãs mortos-vivos agora.

Sua personalidade era –

— Um crente da justiça e virtude; uma pessoa alegre e gentil. Ele adorava pagar o gole para os outros, mas também não aguentava beber muito. Ele era alguém que não hesitou em dizer que o charme de uma mulher estava em seu peito, enquanto o de um homem estava em seus músculos. (Nuaza)

Isso foi o que Nuaza, que aparentemente fez parte do grupo intelectual dos Titãs, disse.

Os outros Titãs responderam –

— Ele era careca!

— Forte! Forte! Forte!

— Suas reclamações sobre sua esposa e se gabar de sua filha eram muito longas. Tão chato, tão chato aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!

Em resumo, ele era aparentemente uma boa pessoa.

— Não tenho confiança em meus músculos; tem alguma chance de ele dizer, – Vá embora e nunca mais volte – ? (Vandalieu)

— Tenho certeza que ele não vai. E falando de músculos, eu sou só pele e ossos. (Nuaza)

— Acho que é verdade. (Vandalieu)

E após eles passarem pelo castelo que teve seu piso, pilares e muros todos destruídos, eles chegaram na câmara de audiência.

O Rei da Espada Borkus estava ali, como se tivesse roubado a função da porta quebrada que provavelmente já foi muito pesada e extravagante.

Ele tinha um corpo de três metros, seu corpo era grande até para os titãs, com sua pele sem sangue cobrindo seus órgãos e músculos. Mesmo sendo um morto-vivo, uma poderosa presença intimidadora exalava dele.

Borkus havia perdido seu braço direito na batalha contra o Lança Divina de Gelo Mikhail, e sua enorme espada de duas mãos estava quebrada na metade da lâmina, mas ele não perdeu nada de sua força.

Vandalieu tinha certeza disso, mesmo sem usar [Avaliação] seu sempre ativo [Senso de Perigo: Morte] estava dizendo a ele – não o deixe bravo –

— O jovem da igreja… E quem é esse pirralho? (Borkus)

O Rei da Espada Borkus, com o lado direito do seu crânio completamente exposto, avaliou Vandalieu desconfiado. Do tom vigilante de sua voz, Vandalieu sabia que ele estava resistindo aos efeitos da habilidade [Atributo da Morte: Charme].

— Esse é o Rei Ghoul Vandalieu, o Filho Santo Profetizado. (Nuaza)

— O que? Rei Ghoul? Então ela não é um Dampiro, mas uma Ghoul transformada? Para ser um Rei Ghoul ainda sendo uma criança, mesmo com essa aura estranha envolta dela, significa que ela não é qualquer um. (Borkus)

— Não, eu sou um Dampiro, não um Ghoul. Além disso, sou um garoto. (Vandalieu)

— Então é isso? (Borkus)

Vandalieu corrigiu rapidamente o mal-entendido de Borkus, mas embora Borkus tivesse dito que Vandalieu não era “uma pessoa comum”, ele não parecia muito interessado.

— Não sei o que você estava pensando quando veio aqui, mas não tô nem aí pro que você faz… Se você quiser se estabelecer ou tirar os corpos daqueles bastardos da nação-escudo, vá em frente. (Borkus)

Apoiando a espada quebrada no ombro esquerdo, Borkus olhou para Vandalieu. Ele parecia relaxado, mas ele certamente derrubaria aquela espada para baixo em um instante se algo acontecesse.

Pelo seu comportamento, era difícil imaginar que [Atributo da Morte: Charme] estava tendo algum efeito nele. Na verdade, parecia que estava só deixando ele mais desconfiado.

Não achei que isso fosse ser tão ineficaz. (Vandalieu)

Vandalieu nunca presumiu que [Atributo da Morte: Charme] afetaria todos os mortos-vivos. Naturalmente, ele sabia que havia a possibilidade de Borkus resistir.

Ele tinha pensado nessa possibilidade, mas não tinha pensado em nenhum plano concreto sobre o que fazer se Borkus realmente resistisse.

Se Borkus se tornasse um inimigo e Vandalieu não pudesse encantá-lo, ele teria que pensar em uma maneira de derrotá-lo.

Se Vandalieu quisesse aumentar suas forças, ele tinha que pensar em outra maneira.

Mas agora que Borkus declarou que não teria qualquer participação nas atividades de Vandalieu, o que Vandalieu deve fazer?

Suponho que não tenho escolha a não ser negociar normalmente.

Bem, essa foi a conclusão a que Vandalieu chegou.

— Borkus-san. Queria te pedir para me ajudar em algo. (Vandalieu)

— Me desculpe, mas eu recuso. Eu tenho muitas coisas para fazer, sabe. (Borkus)

Rejeição. Parecia que as negociações de recrutamento haviam fracassado.

Não, não, não acabou. Era muito cedo para desistir.

— Borkus-san, eu posso usar magia de atributo de morte, uma magia que nunca existiu neste mundo até agora. Talvez seja possível para mim realizar seus desejos com esta magia. (Vandalieu)

Em uma negociação, é preciso apresentar algo que a outra parte deseja e oferecê-lo como uma troca. Assim, Vandalieu pensou primeiro em descobrir o que Borkus desejava.

Seria uma vingança contra a nação-escudo Mirg? Ou a restauração de seu corpo? Ou talvez ele quisesse descobrir o que aconteceu com sua filha que escapou para o reino de Orbaume?

– … Um pirralho como você pode mesmo fazer uma coisa dessas? (Borkus)

— Pelo menos eu garanto que fui capaz de fazer uma série de coisas que não eram possíveis neste mundo. (Vandalieu)

Borkus fez sua própria pergunta em troca, mas Vandalieu poderia lhe dar uma resposta orgulhosa. Não era uma questão de ele ter orgulho ou não, mas porque ele podia usar magia que nunca existiu antes, ele sabia que era natural para ele ser capaz de fazer coisas que nunca foram possíveis.

Mesmo os feitiços de atributo de morte mais básicos como [Esterilização] e [Matar Insetos] eram aparentemente difíceis de reproduzir usando outros atributos de magia.

Ao ouvir a resposta de Vandalieu, Borkus virou o rosto que tinha apenas um olho para o chão. E então ele falou sem erguer os olhos.

— Mas você não pode fazer algo como remover a maldição de um Item Mágico de classe lendária, pode? (Borkus)

Havia alguns itens mágicos de classe lendária que infligiam maldições em seus alvos ou usuários que nem mesmo os magos de primeira classe conseguiam remover. Essas maldições só poderiam ser removidas por outro Item Mágico de classe lendária, um herói ou qualquer ser que pudesse se igualar aos deuses ou aos próprios deuses.

Isso não seria impossível, mesmo para o Santo Filho? Nuaza disfarçadamente virou seu rosto mumificado para Vandalieu com uma expressão preocupada.

— Uma maldição, você diz? Eu posso fazer isso. Eu não usei nenhuma Mana hoje. (Vandalieu)

— Você pode fazer isso?! (Borkus)

— Como pode ser?! (Nuaza)

Como Vandalieu respondeu rapidamente que ele poderia fazer isso, Nuaza e Borkus simultaneamente expressaram sua descrença.

— É uma maldição, sabe, e ainda é um item mágico de classe lendária! É tão poderoso que não pode ser purificado, não importa quantas moedas de ouro você empilhe na Igreja! (Borkus)

— Isso está certo! O Sumo Sacerdote-sama e o Bispo-sama a quem eu não posso nem ser comparado, e mesmo a Santa Jeena-sama, não poderia purificar tais maldições! Não se arrisque tentando purificá-lo, o que faríamos se você mesmo se tornasse amaldiçoado, Filho Santo?! (Nuaza)

Do ponto de vista de Nuaza e Borkus, Vandalieu estava dizendo o impossível, então a reação deles foi natural.

— Sim, eu fiz isso antes… fui forçado a fazer isso, então acho que posso. Afinal, é uma maldição, não é? (Vandalieu)

No entanto, do ponto de vista de Vandalieu, era natural que as maldições pudessem ser quebradas, então ele não tinha a menor ideia de por que os dois estavam tão confusos.

Bem, a julgar pelo comportamento deles, ele ao menos notou que em Lambda, maldições provavelmente não eram algo que pudesse ser removido tão facilmente.

— Maldições são basicamente efeitos de status causados ​​por Mana, não são? Dependendo da maldição, malícia ou ódio podem estar no cerne da maldição, mas os efeitos específicos… Causar doenças incuráveis, trazendo infortúnios ou impedir certas ações, mana é necessário para causar esses tipos de Efeitos de Status. (Vandalieu)

Mana é fundamentalmente essencial para que as maldições manifestem seus efeitos específicos.

Por exemplo, mandar uma boneca rasgada e em pedaços para a pessoa que você odeia nada mais é do que um ataque psicológico. Se essa pessoa tem nervos de aço e não tem medo, isso não terá efeito algum.

Mana é necessário para transformar uma maldição em algo mais do que apenas um amuleto supersticioso. O mana precisa ser incorporado a ele por meio de um ritual, canto, oferta de sacrifício ou algo assim.

Esta foi a definição de uma maldição no mundo de Origin, no qual a ciência e a magia coexistiram.

— A magia da morte é capaz de absorver a energia, incluindo Mana, para extingui-la. Portanto, se o Mana que compõe a maldição for extinto, a maldição pode ser removida. (Vandalieu)

Vandalieu repetiu as palavras exatas que os pesquisadores uma vez lhe disseram.

Antigamente, as maldições eram incrivelmente difíceis de se remover em Origin. Vandalieu lembrou-se de como os pesquisadores entusiasmados ficaram barulhentos quando o experimento deu certo.

Bem, o sucesso dos experimentos não havia melhorado a forma como Vandalieu foi tratado, nem os pesquisadores lhe concederam quaisquer desejos, então Vandalieu nunca tinha apreciado o quão incrível era ser capaz de remover… apagar maldições.

— Então você quer dizer que pode remover a maldição de um item mágico de classe lendária? (Borkus)

— Sim. Contanto que não seja uma maldição incrivelmente única. (Vandalieu)

Mesmo quando Vandalieu deu essa resposta, ele ficou silenciosamente perplexo. Ele não podia sentir nenhum sinal de Borkus estar sob os efeitos de uma maldição… além dele ser um morto-vivo.

— … Bem. Se você puder trazer esses caras de volta, eu vou me tornar seu subordinado ou lacaio ou qualquer coisa que você quiser. Não sei se isso tem algum significado para isso agora, mas juro por minha honra como o Rei da Espada. (Borkus)

— Esses caras? (Vandalieu)

— Sim. Meus companheiros que ainda estão presos pela maldição daquela maldita lança de gelo… Por favor, liberte Jeena e a senhorita Zandia. Eu imploro. (Borkus)

A cabeça de Borkus estava muito acima da de Vandalieu até agora, mas agora ele a abaixou até os pés de Vandalieu.

— Eu entendo —, Vandalieu respondeu enquanto olhava para a cabeça sem careca de Borkus.

 

Explicação do monstro:

Vivo-Morto

Estes são mortos-vivos especiais criados quando a magia de atributos de vida é usada em cadáveres novos que ainda não passaram pelo rigor mortis para conceder vida artificial de fora, resultando em um corpo sem alma com processos biológicos, como as funções cardíaca e respiratória restauradas.

Como são cadáveres sem alma, não possuem a inteligência mais básica e não atacam os vivos como Zumbis. Todas as habilidades que o dono do corpo originalmente possuía em vida são perdidas, exceto as habilidades com as quais ele nasceu. (A partir desse fato, há estudiosos que insistem na teoria de que as habilidades dependem não do corpo, mas da alma. Mas elas são minoria.)

Derrotá-los é simples; se eles forem feridos de uma forma que seria fatal para um ser humano normal, eles morrerão.

Seu Rank base é Rank 0; eles representam uma ameaça ainda menor do que um Slime ou um Goblin. Além disso, eles não aparecem espontaneamente em Ninhos do Diabo ou Masmorras. Todos os Vivos-Mortos são criados artificialmente por magos.

A razão pela qual os magos criam esses mortos-vivos que possuem apenas as funções biológicas mais básicas é porque sua falta de almas os torna ideais para uso como familiares e para agir em nome dos magos.

Nesses casos, as habilidades físicas do Vivos-Mortos aumentam além de seus limites normais e ele se torna um inimigo perigoso.

Há uma história sussurrada em que o rei de uma nação faleceu repentinamente e o povo foi enganado ao ouvir que o rei não estava morto, mas simplesmente deitado no chão porque não estava se sentindo bem. Há outro, embora sua autenticidade seja questionável, onde o chefe de uma família nobre faleceu sem um herdeiro, e ele foi transformado em vivo-morto para fazer um.

Como é impossível criar um vivo-morto de um corpo que tenha sofrido ferimentos que tornem as funções biológicas impossíveis (incluindo perda de sangue), apenas cadáveres que morreram espontaneamente ou da maioria das doenças podem ser usados.

Também é impossível criar um vivo-morto a partir de cadáveres de monstros ou raças que foram criadas quando a deusa procriou com monstros (Vampiros, Dampiros, Ghouls, etc.), pois seus cadáveres contêm quantidades residuais de Mana após a morte.

 


 

Tradução: Camponês

Revisão: Marina e Lynn

 

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