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O Começo Depois do Fim – Cap. 81 – Enquanto Isso III

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POV CYNTHIA GOODSKY

Quando cheguei à clareira da floresta, ouvi o murmúrio fraco de cantos com minha audição aprimorada. [Vento Cortante] Dezenas de lâminas quase transparentes de ar comprimido zuniram em minha direção a uma velocidade assustadora. Claro que era natural que todos esses espiões fossem magos do vento. fiquei parada, esperando que as lâminas de vento me alcançassem antes de liberar uma barreira de som. 

Sem feridas, continuei andando enquanto terminava meu segundo feitiço. [Área Pulsante] 

*FWOOM* 

Os pássaros e roedores infelizes nas proximidades foram vítimas e caíram mortos das árvores em que estavam se escondendo, e junto com eles, alguns espiões despreparados também receberam o peso e caíram de seus próprios esconderijos, segurando as orelhas em agonia. Tinha a localização de todos eles. Antes de ter a chance de enviar outro feitiço, fui forçada a desviar de uma agulha que conseguiu evitar meus sentidos até o último segundo. Dando uma olhada rápida para baixo, poderia dizer que o projétil estava coberto de veneno. 

— Avier, pegue os que estão à minha direita. 

Declarei monotonamente. 

— Sim.

Meu vínculo confirma de volta através da transmissão mental. Avier desceu do céu enluarado e logo pude ouvir os breves gemidos e uivos dos espiões que se tornaram presas. Uma pena que seus gritos nunca seriam ouvidos. Do meu lado, tive que me controlar para manter pelo menos alguns deles vivos e capazes para que pudesse obter algumas informações. No final, apenas um conseguiu sobreviver o suficiente para ser questionado… 

— GAAAAAAAAHHH! 

Um dos espiões que estava debaixo de mim chorou. Foi bastante simples torturá-lo depois de destruir seu núcleo de mana. Sem magia o protegendo, seu corpo era simplesmente muito frágil. Passei a esmagar seus ossos por dentro, depois de dar a ele a chance de responder às minhas perguntas. Permaneceu implacável. 

— Heh! Você acha que vou contar alguma coisa para uma TRAIDORA? Você cometeu um grande erro. Eles estão lentamente recuperando sua… antiga força. Apenas pelas perguntas que você fez, você presumiu que este continente ainda tinha décadas, hein? Pfft! o povo deste continente … terá menos de dez anos antes que a guerra comece. 

Ele sorriu, cuspindo o sangue coagulado dentro de sua boca no meu rosto. Minhas bochechas não puderam deixar de ter cãibras com a confirmação de meus medos. Empurrando minha frustração, coloco minha mão na cabeça do espião ferido. Sua voz sufocando com o sangue se acumulando em sua boca, resmungou. 

— Vida longa ao… 

*Vrrm* 

Matéria cerebral líquida começou a vazar de seus ouvidos e o sangue começou a gotejar de seus outros orifícios enquanto o pulso sonoro que eu infligia no interior de seu crânio esmagava seu cérebro. Soltando o corpo sem vida no chão, deixei escapar um suspiro. Voltando, me apresso para o meu próximo destino, com cuidado para evitar os cadáveres espalhados pelo chão. 

— Você se importa em limpar a bagunça, Avier? 

Disse me desculpando. 

— A carne humana é muito fibrosa para o meu gosto, mas suponho que terá que servir por agora. 

Quando meu vínculo disse isso, seu corpo de coruja começou a brilhar antes de se transformar em sua forma de Wyvern. Com apenas o luar iluminando a floresta, os sons de ossos sendo esmagados ecoaram alto. Avier festejando com mais um lote de espiões que vieram da minha terra natal. Soltei um suspiro desapontado da noite infrutífera enquanto limpava o sangue do meu rosto e mudava meu traje externo. Meus anos neste continente me deixaram muito mole. A apatia que eu havia construído em relação à morte e à tortura se foi, substituindo-a, um gosto amargo na boca por matar apenas alguns soldados com lavagem cerebral. 

Mas mesmo assim… isso era muito fácil… Eles foram enviados apenas por diversão? Avier, que raramente me deixava montar em suas costas, me carregou para o nosso próximo destino. Eu só esperava que minhas suspeitas não estivessem corretas. 

POV ARTHUR LEYWIN

 Na noite anterior ~ 

— Você realmente tem que sair de novo? Você acabou de chegar aqui. 

Minha mãe deu um suspiro enquanto me olhava do outro lado da mesa de jantar. 

— Irmão, você vai embora de novo? Você vai quase morrer de novo? 

Minha irmã perguntou com uma cara séria, fazendo sua última pergunta doer ainda mais. Poderia dizer que ela estava fazendo beicinho pela forma como sua bochecha esquerda estufou levemente mais do que o normal, apesar de ela tentar manter uma expressão impassível. 

— Eleanor! Não diga essas coisas ao seu irmão. 

Minha mãe repreendeu enquanto beliscava a bochecha da minha irmã. 

— Arthur, eu considero você crescido agora. Sei que suas decisões foram tomadas levando em consideração sua família. Seu pai apoia sua decisão de ir… já que é por causa do seu amor. 

Afirmou meu pai ao me dar um sinal de positivo com o polegar, as bordas de seus lábios se curvando para cima. 

— Oh, Deus, pai, por favor, pare. 

Eu gemi com o mal-entendido de ser tomado como algum tipo de adolescente induzido por hormônio que acabou de ser pego tendo uma namorada. 

— Hehe! Uma risadinha escapou dos lábios da minha mãe. 

Apesar de seus esforços para tentar cobrir rapidamente a boca e retomar uma expressão séria, já era tarde demais. Podia sentir meu rosto queimando, então olhei para baixo, balançando a cabeça, sem saber o que era pior: meus pais se preocupando comigo, ou eles me provocando assim. Enquanto isso, Elijah estava sentado em silêncio ao meu lado, de olhos arregalados, sugando os lábios para se certificar de que ele não ria também; sua expressão parecia dizer: “Não estou fazendo nada de errado. Não!”, me fazendo suspirar ainda mais forte. 

— Kyu! 

— Papai vai ficar bem! Vou protegê-lo desta vez!

Sylvie pulou para cima e para baixo na mesa. 

— Vai levar apenas alguns dias, e estarei com o vovô Virion. Além disso, na próxima semana é a Constelação Aurora, então voltarei para casa por um tempo. Como eu disse no início, esse assunto é sério. 

Tentei convencer meus pais que já estavam perdidos em sua própria imaginação. 

— Bem, não podemos continuar cuidando de você para sempre. Você está crescendo, eu acho, em mais de uma maneira. Lembre-se de que é melhor ir devagar, Art. Porém, tenho certeza de que você pelo menos se sairá melhor do que seu pai. 

Minha mãe refletiu enquanto olhava desamparada para meu pai, que foi pego de surpresa por este ataque surpresa. Meu pai, que estava dando o melhor de si em seu dever como instrutor de guarda e em seu treinamento, parecia que tinha sido apunhalado quando os comentários provocadores perfuraram seu corpo. Eu não pude deixar de dar a eles um sorriso irônico antes de olhar para Elijah. 

— Não se preocupe, vou deixar todos saberem que você ainda está vivo e voltando em breve. 

Elijah respondeu enquanto colocava a mão no meu ombro enquanto me levantava com um polegar duvidoso. 

— Estarei de volta em breve. 

Eu reiterei enquanto solto um suspiro duvidoso. Levantei-me, dando um último abraço em cada um deles, o que havia se tornado uma espécie de costume em nossa família. Sylvie, que foi pega pelas mãos da minha irmã, lutou para se libertar. Dando uma olhada rápida para minha mãe e minha irmã, me certifiquei de que elas ainda tinham o colar da Fênix Serpe nelas, só para garantir. Vendo a corrente de ouro branco cintilar em volta de seus pescoços, disse um último adeus a todos eles e entrei na carruagem que me esperava do lado de fora, Sylvie correndo atrás de mim. Dentro da carruagem bem suspensa puxada por um grande cavalo, comecei a mexer no orbe salpicado de ouro, tentando descobrir o que era exatamente. Porém, toda vez que tentei injetar mana no orbe, não houve qualquer tipo de resposta ou reação, quase como se fosse apenas o que parecia ser… uma bola de gude. 

Estalando minha língua em frustração, coloquei o orbe de volta no meu anel. A viagem até o portão de teletransporte seria provavelmente a única vez que eu teria que dormir um pouco, então tentei aproveitar ao máximo. 

É necessário, Rei Grey… É de extrema importância trazer estabilidade ao nosso país… Para mostrar ao povo do nosso país, SEU país, que você é o rei deles e que luta por nós, é preciso matá-la… Mate-a, Rei Grey, para que o mundo saiba que não deve brincar com seu país… Mate ela… 

— SUSPIRO

Pulei do assento da carruagem. O som do meu coração batendo martelando todo o caminho até a minha cabeça, e eu senti o ar frio que vazou dentro da carruagem contra minha testa cheia de suor. Demorei um pouco para perceber que estava apenas sonhando. Afundando de volta no meu assento, limpei o suor frio das minhas sobrancelhas quando Sylvie, que deve ter caído de cima de mim quando acordei, pulou de volta no meu colo com um olhar preocupado. Enquanto fechava meus olhos, esperando que isso me ajudasse a me livrar da memória perturbadora que havia esquecido por um tempo, senti a língua áspera de Sylvie nas costas da minha mão. 

— Está tudo bem, Sylv. Estou bem. 

Assegurei-lhe enquanto acariciava suas orelhas. Por que essa memória teve que surgir agora…? Incapaz de voltar a dormir, conversei com Sylvie para passar o tempo. Tudo começou com pequenas conversas sobre seu tempo quando estava treinando sozinha até ensiná-la sobre os vários objetos e cenários pelos quais passamos durante o restante da viagem de carruagem. Ao longo dos meses, o crescimento mental de Sylvie tinha aumentado rapidamente. Seu conhecimento e maturidade haviam passado de um humano de sua idade. Desejei às vezes que houvesse mais oportunidades de treinar com o meu vínculo. Tendo visto Curtis e seu Leão Mundial em duelos, poderia dizer que eles passaram várias horas treinando juntos. 

Quando chegamos ao destino, a lua ainda estava alta, iluminando a cidade flutuante de Xyrus, calorosamente iluminada. O guarda estacionado em frente ao portão que conduz ao Reino de Elenoir correu até nós com a mão esquerda segurando o punho da espada amarrada à cintura. 

— Declare seu motivo para a passagem e prova de verificação.

O guarda robusto exigiu enquanto sua mão esquerda se soltava de sua espada, vendo que eu era apenas uma criança. Por algum motivo, sua voz soava vagamente familiar, e não apenas como se tivesse uma voz comum. Encolhendo os ombros e empurrando aquele irritante pensamento no fundo da minha mente, concentrei-me na situação em questão. Sem saber o que dizer, lembrei que ainda tinha a bússola de prata que Virion me deu quando era criança. Ele tinha a insígnia da família Eralith, então talvez pudesse ser usado como prova suficiente. Sem dizer nada, coloquei minha mão no bolso e tirei a bússola do meu anel fora da vista do guarda e mostrei a ele. 

— Hmm, eu pedi a verifi… este é o… por aqui senhor. Minhas desculpas por ser tão desrespeitoso. Eu não tinha ideia de que você tinha laços tão próximos com a família real. 

A expressão rude estava longe de ser vista quando se curvou e voltou apressadamente para o portão, ativando-o. Depois que as runas ao redor da entrada do portal brilharam e começaram a zumbir em um tom baixo, correu de volta para nós com um olhar de desculpas em seu rosto. 

— Infelizmente, o portão não pode levá-lo imediatamente para o interior do reino, mas será em uma vizinhança relativamente próxima de uma das entradas. 

Revelou o guarda arrependido, como se fosse sua culpa. 

— Mmm, tudo bem. Obrigado. 

Aceno. Hmm… parece que isso era mais do que apenas uma simples bússola. O zumbido vindo do portal se intensificou, enquanto as antigas runas mágicas abriam o portal. Virei minha cabeça para trás para ver o guarda me dando uma reverência exagerada. Quando meu pé direito entrou no portal e senti a sensação familiar de meu corpo sendo sugado, o guarda ergueu os olhos. O guarda de aparência robusta com cicatrizes gravadas em seu rosto se foi, no lugar dele estava o velho da loja de elixires. Com um sorriso atrevido, ele me dá uma piscadela antes de dizer: 

— Tenha uma boa viagem, rapaz.

 


 

Tradução: Reapers Scans

Revisão: Reapers Scans

QC: Bravo

 

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