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O Começo Depois do Fim – Cap. 336 – Uma arma contra ele

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POV CAERA DENOIR

Os pássaros noturnos gorjeavam suavemente nas copas das árvores enquanto eu vagava pelo pomar fora da propriedade de Corbett e Lenora no Domínio Central, tendo sido liberada para um breve momento de lazer após o jantar, este que foi estranho e tenso devido ao fato de Grey não aparecer.

Mas já sabia que não apareceria, o que eu tentei explicar ao Lorde e à Dama. Grey deve ter lido as reais intenções por trás da indelicada tentativa de manipulá-lo. Afinal, eles enviaram Lauden, de todas as pessoas, ao Alto Salão para pôr fim ao falso julgamento.

Chutando uma grande vagem de semente que havia caído dos galhos acima, observei enquanto quicava no caminho antes de cair na grama mais espessa sob as árvores. Algo pequeno e rápido se moveu na escuridão do crepúsculo, correndo pela vegetação rasteira para inspecionar a comoção.

Embora soubesse que Grey não viria, ainda assim me senti desapontada, uma emoção que me frustrava mais do que a própria causa. Fazia três semanas, mas eu ainda estava lutando para entender como me sentia em relação ao homem, ou o que eu queria dele.

Talvez eu devesse estar me perguntando: o que Grey quer de mim?

Soltei um suspiro profundo no ar quente da noite enquanto ponderava a questão.

Passos suaves esmagando o caminho de cascalho me avisaram que alguém estava se aproximando. Conjurei uma camada de mana para se agarrar firmemente à minha pele e espiei através da escuridão. Era improvável que eu fosse atacada aqui de todos os lugares, mas apenas o Alto Soberano não teme traição, como diz o ditado.

Assim que terminei esse pensamento, o ar se moveu atrás de mim, e uma extensão de sombra sólida se fundiu do nada, balançando em direção ao meu pescoço. Me abaixei sob o ataque, deixando o movimento me levar a uma cambalhota de lado enquanto a sombra sibilava passando por minha orelha.

Minha própria espada escarlate estava em minha mão e queimando com fogo espiritual negro em um instante, mas não conseguia sentir mais ninguém no pomar, nem determinar a origem da lâmina negra que quase arrancou minha cabeça.

O que significava que só poderia ser uma pessoa.

Girando, trouxe minha longa lâmina em um amplo arco sobre minha cabeça, chamas negras se espalhando em uma nova destrutiva. Houve uma ondulação nas chamas apenas à minha direita, mas no momento em que disparei um golpe curto e afiado, ela se foi, e um fragmento fino como uma navalha da mais pura mana negra foi pressionado contra a lateral do meu pescoço.

— Tsk, tsk. — disse Foice Seris, aparecendo como se fosse de sua própria sombra. — Se eu fosse um assassino, você estaria—

O fogo da alma saltou da minha carne e correu ao longo da ponta de sua lâmina. Com um suspiro divertido, ela deixou a arma conjurada desaparecer, mas o fogo da alma ainda pairando no ar entre nós se condensou em uma flecha bruxuleante que se lançou em direção a sua garganta.

No espaço de uma batida do coração, uma névoa de energia escura estava ondulando ao seu redor. Meu ataque se dissipou enquanto a aura devorava avidamente minha mana.

— Seu controle sobre o fogo da alma está progredindo bem. — disse, seus lábios se contraindo nos cantos. — Parece que o misterioso Grey te fez ir além de seu auge mais recente.

Guardei minha arma, voltando meus olhos para o cascalho aos nossos pés.

— Você me dá muito crédito. — respondi uniformemente, ignorando o rubor de minhas bochechas com a provocação de Foice Seris. — É graças ao seu treinamento e orientação que cheguei a este nível.

Ela revirou os olhos incisivamente e se virou, seu cabelo, normalmente cor de pérola, mas agora uma ametista profunda na luz fraca, girando atrás dela.

— Você nunca foi uma bajuladora, Caera. É uma das coisas que mais gosto em você. — Não comece a ser uma agora.

Mordendo meu lábio para não sorrir, segui minha mentora enquanto caminhava mais fundo no pomar.

— Eu não estava esperando você esta noite, Foice Seris.

— Vou estar fora por um tempo. Queria te deixar alerta.

— Para o outro continente de novo? — perguntei, juntando minhas mãos atrás das costas. — Será que algum dia você vai—

— Sim. — disse, sua voz baixa e pesada com intenção. — Para ambas as perguntas. Mas agora não é a hora, Caera.

Caminhamos em silêncio por um ou dois minutos enquanto meus pensamentos se voltavam para a guerra. Os Denoirs eram um dos poucos Alto Sangues que não haviam reivindicado terras na floresta encantada em Dicathen. A estrela de Corbett e Lenora subiu ainda mais conforme tantos outros sangues sofreram, alguns totalmente destruídos pela devastação inesperada ali.

Meus pais adotivos enviaram um bom número de soldados para a guerra, é claro. Ficar fora da luta teria feito com que parecessem fracos, mesmo quando era uma opção. Mas quando Corbett viu os sangues nomeados, e mais do que alguns Altos Sangues, correrem para reivindicar terras e escravos escolhidos em Dicathen, ele apenas observou sua empolgação com um sorriso silencioso, insistindo que: “Alacrya já tem tudo que os Denoirs precisam.”

O tempo acabou provando que foi uma decisão sábia, por mais que eu odiasse admitir. Teria quebrado o coração de meus pais adotivos se Lauden estivesse ocupado estabelecendo uma propriedade para os Denoirs quando os Asuras atacaram. Não que eu me importasse terrivelmente…

— Aparentemente, o julgamento do Ascendente Grey foi um espetáculo e tanto. — disse Foice Seris para quebrar o silêncio.

— Deveria ter sido um problema simples de resolver. — disse com uma pitada de amargura. — É uma vergonha, honestamente, saber que nosso sistema legal pode falhar de forma tão dramática.

Foice Seris respondeu com uma risada elegante.

— Os Altos Sangues passaram gerações manipulando o sistema pra benefício deles, tanto que a maioria de vocês quase não percebe mais. Sua surpresa é prova suficiente disso.

Apressando meu passo para andar ao lado dela, encontrei os olhos de minha mentora.

— Por que os Soberanos não intervêm?

— A melhor pergunta é, por que fariam isso? — perguntou, uma sobrancelha erguida.

— Eles criaram cuidadosamente um sistema pelo qual a pureza do sangue é fundamental, não é? Eles deixam os Altos Sangues escaparem impunes do assassinato, desde que isso não interrompa as próprias maquinações deles.

— Não, a verdade é, garota, que os Soberanos pouco se importam com o que os menores fazem uns aos outros, contanto que seja feito com a quantidade apropriada de reverência ao suserano de cada domínio.

Foice Seris abriu a boca para continuar falando, então me lançou um olhar astuto.

— Pequena meio-sangue inteligente. Você me fez mudar de assunto.

Me endireitei, praticamente marchando como se estivesse em uma parada militar.

— Você está apenas me provocando de novo. Nós duas sabemos que você não vai me dizer o que sabe sobre Grey, então não vou perguntar.

Isso provocou uma risada delicada em minha mentora.

— Se você quer que ele confie em você, realmente confie em você, este é o conhecimento que você precisa ganhar por conta própria, Caera. Não vou te dar nenhum atalho.

— Mas você quer que eu fique perto dele? Você insinuou isso. — mantive minha atenção em frente, mas podia senti-la me examinando. — Devo ser sua espiã, Foice Seris?

— Você deve. — confirmou. — Mas não pense que o está traindo. Afinal, o menino me deve muito.

Fiz uma pausa ao som de passos pesados movendo-se rapidamente ao longo do caminho atrás de nós. Na verdade, minha conversa com Foice Seris só me deixou mais confusa e em conflito em relação a essa situação, de modo que quase fiquei aliviada com a interrupção.

Minha mentora e eu observamos enquanto a figura de minha assistente, Nessa, aparecia na escuridão.

— Lady Caera, eu—

Os olhos de Nessa se arregalaram comicamente quando percebeu a foice com chifres ao meu lado, e a pobre garota se jogou no cascalho aos nossos pés.

— Por favor, me perdoe, Foice Seris Vritra! Eu não percebi!

Minha mentora olhou imperiosamente para a criada aterrorizada.

— Esteja mais atenta no futuro. — Apesar de seu tom, pude ver a mesma contração quase invisível no canto de seus lábios. Então, sem outra palavra para mim, se virou e desapareceu na noite.

— Você pode se levantar agora, Nessa. — disse.

Trêmula, minha assistente se pôs de pé.

— Lady Caera, novamente, eu não tinha ideia, peço desculpas por minha—

Acenei para seu pedido de desculpas.

— Não importa. Só posso presumir que meus pais adotivos enviaram você, certo?

A respiração rápida e trabalhosa de Nessa desacelerou, e cruzou as mãos na frente dela e reorganizou seus traços faciais em uma expressão menos apavorada. Finalmente, depois de pigarrear, Nessa falou novamente.

— Sim, senhora, você… você deve ir ver seus pais no escritório do Lorde imediatamente. Levei alguns minutos para te encontrar, então é melhor você ir.

Um barulho alto de pios vindo de perto fez Nessa pular, e ela deu um passo para perto de mim.

— É melhor nós duas irmos. — murmurou, olhando para as árvores escuras.

 

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Quando cheguei à porta do escritório de Corbett, encontrei-a entreaberta. Lenora estava falando rapidamente, sua voz baixa e cheia de frustração.

— A ousadia, Corbett, você pode imaginar? Os ascendentes estariam fazendo fila para lutar nas ruas apenas pela chance de um jantar privado conosco, e ainda assim este homem tem a coragem de ignorar nosso convite?

— De fato. — disse Corbett, a única palavra fria e afiada como vidro quebrado. — Alguém poderia pensar que o Ascendente Grey não tem nenhum senso de propriedade ou decoro.

— Talvez Caera não seja tão importante para ele quanto pensávamos. — Lenora continuou. — Se soubéssemos o que Foice Seris Vritra queria com o ascendente…

— E, mais uma vez, sua rede de informações se mostrou inestimável. — disse Corbett, suavizando um pouco o tom. — A culpa não é sua, meu amor, mas dele. Pelos Vritra, se este ascendente não fosse tão valorizado por nossa patrona, eu o lançaria no Monte Nishant.

Tendo ouvido o suficiente, bati de leve na porta antes de entrar. Lenora, que andava de um lado para o outro na frente da mesa ornamentada de Corbett, parou e endireitou-se quando entrei. Corbett estava sentado atrás da mesa, uma das mãos em volta de um copo de cristal vazio. Estava olhando para a distância, como se ainda imaginando Grey sendo lançado na caldeira de um vulcão ativo.

Olhei ao redor do escritório. Prateleiras de livros ocupavam quase cada centímetro do espaço da parede, envolvendo toda a sala, com intervalos apenas para a porta, uma grande janela atrás de sua mesa e uma lareira de tijolos. Em muitas famílias de Altos Sangues, essa coleção de conhecimento teria sido apenas para exibição, mas Corbett era um homem culto, apesar de todos os seus outros defeitos.

Acima de mim, um corrimão de ferro preto contornava uma passagem estreita, onde havia outro conjunto de estantes. Além dos livros, as prateleiras exibiam uma grande variedade de tokens e tesouros que Corbett havia coletado ao longo dos anos.

— Caera, querida. — disse Lenora, exibindo seu sorriso deslumbrante para mim. — Temos algumas notícias sobre o seu amigo, Grey.

Fiquei rígida, minhas mãos entrelaçadas na minha frente. Usando um truque que me foi mostrado por um dos muitos tutores que tive ao longo dos anos, respirei duas vezes antes de responder para não parecer ansiosa demais.

— Oh? Ele enviou suas desculpas por faltar ao jantar?

Lenora soltou uma risada tilintante.

— Não, infelizmente não tivemos notícias do próprio Gray, mas recebi uma carta de um velho amigo meu, um administrador da Academia Central, com algumas notícias estranhas.

Minhas sobrancelhas baixaram em uma carranca leve.

— O que isso tem a ver com Grey?

— Essa é a notícia. — Corbett anunciou com os dentes cerrados. Recostando-se na cadeira, ele girou o copo vazio em sua mão. — Aparentemente, houve uma contratação bastante incomum na academia.

Lenora estava balançando a cabeça junto com as palavras de Corbett.

— Três dias atrás, alguém forçou a contratação de um ascendente sem nome e sem experiência para um posto de nível iniciante. Muito incomum, você não concorda?

— Sim. — respondi lentamente. Apesar de entender a sugestão que Lenora estava fazendo, suas palavras não faziam sentido. — Especialmente se o mesmo ascendente estiver sendo julgado por assassinato…

— É muito inteligente, na verdade. — disse Lenora, recostando-se na mesa e pousando a mão levemente na superfície polida. — Uma reforma total da imagem e ainda proteção contra os Granbehls. Embora eu me confesse surpresa que ele tenha o tipo de conexões que seria necessário.

Resisti ao impulso de andar de um lado para o outro no escritório. Endireitando-me, segurei minhas mãos atrás das costas para esconder a agitação nervosa dos meus dedos. A verdade é que eu estava tão surpresa quanto Lenora. Primeiro, o famoso ascendente, Darrin Ordin, apareceu para defendê-lo, e agora Grey tinha sido subitamente contratado em uma das academias de maior prestígio no domínio central?

Quem é você de verdade? Me perguntei, imaginando os olhos dourados de Grey olhando por trás de uma cortina de cabelo loiro claro.

Parei de me inquietar quando um pensamento me atingiu. Se Grey estivesse na Academia Central, eu poderia facilmente falar com ele, sem rastreá-lo pelo medalhão, que jurei a mim mesma usar apenas em caso de uma emergência terrível.

Só preciso escapar de Corbett e Lenora primeiro.

Considerei meus pais adotivos. Eles o queriam em dívida com Alto Sangue Denoir por nenhum outro motivo além de que Foice Seris estava interessada nele, embora não tivessem ideia do motivo. Eu sabia que poderia usar isso.

— Lenora… Mãe. — eu disse, sabendo que meu uso do termo iria encantá-la. — Como você planeja ficar de olho em Grey se ele está envolto pela academia?

Se eu pudesse convencê-los a me deixar ir para Grey…

Como eu havia previsto, Lenora sorriu para mim com alegria.

— Ora, é aí que você entra.

Corbett pigarreou e pousou o copo em um quadrado de cortiça sobre a mesa.

— Já combinamos para que você assuma seu próprio papel na Academia Central. Você será a assistente do Professor Aphelion. Tenho certeza que você se lembra dele.

Eu pisquei.

— O quê?

Lenora se afastou da mesa, caminhando até mim e apoiando as mãos nos meus ombros.

— Isso é importante, Caera. Eu sei que você não gostou da academia enquanto estudava, mas isso é sobre sangue.

Dei a ela um sorriso de lábios apertados e dei um passo para trás, me dando um pouco de espaço para respirar. Embora estivesse emocionada por deixar a propriedade Denoir para passar um tempo na Academia Central com Grey, e sem nem mesmo uma discussão de meus pais adotivos, também sabia o que eles esperavam de mim.

— Vocês vão querer um relatório sobre as atividades dele, é claro. — disse, meu sorriso inabalável. — E para eu convencer Grey a… fazer o que, exatamente?

— É preciso mais do que imaginação para virar do avesso a cabeça de uma Foice. — disse Corbett, levantando-se para contornar sua mesa e ficar diante da lareira, apesar de não estar acesa.

— Foice Seris não… disse nada para você, disse? — Lenora perguntou timidamente. — Sobre este ascendente?

— Claro que não. — disse, me arrepiando. — Vocês sabem tudo que eu sei.

Isso era mentira, é claro, mas não muito significativa. Eu não tinha contado ao Alto Lorde e à Dama sobre o uso do éter por Grey, mas, por outro lado, disse a eles tudo o que sabia sobre ele.

O que, ao que parece, não é muito, pensei, considerando novamente sua estranha contratação na academia.

— Ele é especial. — continuei — mas não tenho ideia do que a Foice Seris quer com ele, se é que quer algo com ele. — Essa era a verdade, embora talvez não toda ela. Seris conhecia Grey, de alguma forma, mas ela não estava disposta a me fornecer mais informações depois de nossa última conversa.

Lenora se aproximou de Corbett, deslizando o braço pelo dele, e meus pais adotivos me observaram em silêncio por vários longos segundos.

Finalmente, Corbett falou.

— Esperamos que você transmita a este ascendente o quanto gostaríamos de conhecê-lo, talvez até de trabalhar com ele no futuro. Se você o lembrar do papel que desempenhamos em sua libertação. — senti um músculo em minha têmpora se contrair enquanto não revirava os olhos.  — será ainda melhor.

— E é claro. — acrescentou Lenora, apoiando a cabeça no ombro de Corbett. — Você deve nos avisar se descobrir alguma coisa… interessante enquanto trabalha com Grey.

— Tudo bem. — disse, encontrando os olhos da minha mãe adotiva. — farei isso.

Mas não vou deixar vocês me usarem contra ele, acrescentei silenciosamente.

 


 

Tradução: Reapers Scans

Revisão: Reapers Scans

QC: Bravo

 

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