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O Começo Depois do Fim – Cap. 291 – Ascensão 101

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Enquanto as três aranhas gigantes, cada uma vestida com uma armadura coberta de runas para proteger seus corpos bulbosos e pernas trêmulas, soltavam uma série de assobios, não pude deixar de me perguntar como eles conseguiram tirar essas feras das Relictombs.

— Talvez sejam apenas bestas de mana normais da superfície. — respondeu Regis.

— Ah. Você provavelmente está certo, mas isso não deveria ser um teste—

Uma forma corpulenta e blindada deslizou em minha direção, interrompendo minha conversa com Regis. Apesar da grande estrutura da aranha, ela se movia incrivelmente rápido.

As runas em meu traje começaram a brilhar mais intensamente quando uma das patas com garras da aranha passou por mim.

— Ei, você acha que as runas em seu equipamento reagem às runas na armadura da aranha? — Perguntou Regis.

Engenharia não era meu campo de especialização, mas pensei que Regis provavelmente estava no caminho certo. Talvez os juízes “nas sombras” acima pudessem acompanhar meu desempenho com as runas, semelhante a como Emily me ajudou a treinar lá no castelo. Podia imaginar o quão fascinados Emily ou Gideon ficariam se vissem algo assim em primeira mão.

Na verdade, Gideon provavelmente fingiria desinteresse e ficaria mal-humorado de inveja, pensei com um sorriso.

Me esquivei de outra enxurrada de ataques da aranha, olhando para as outras duas, que ainda estavam esperando na borda da sala de avaliação.

A aranha gigante investiu contra mim e eu agarrei suas presas, segurando-a com o braço estendido.

— Uh, licença? — gritei enquanto me virava no momento do ataque da aranha, usando seu próprio peso para enviá-la para longe. — O que exatamente devo fazer para esta avaliação?

Não houve resposta.

Frustrado, mas hesitante em fazer qualquer coisa que pudesse denunciar minhas forças, continuei a me defender do ataque implacável da primeira aranha, sentindo-me como um rato fugindo de uma tarântula. Quando me joguei para trás de um golpe das suas garras, um aviso soou em minha mente e fui forçado a girar e mergulhar para o lado para evitar as presas da segunda aranha, que repentinamente explodiu em movimento e se juntou à batalha. Se a armadura das bestas de mana tivesse sido projetada para ser mais silenciosa, poderia não ter ouvido a aproximação da criatura a tempo.

— O que você acha que acontecerá se essas coisas o morderem? As pessoas morrem neste teste?

— Obrigado pela preocupação, mas estou bem. — transmiti de volta, deslizando sob as pernas grossas de uma aranha no momento em que a outra saltou em mim, fazendo-as colidirem com um estrondo.

— Não estou preocupado. — estou entediado.

As palavras do meu companheiro me fizeram pensar, então comecei a experimentar, permitindo de propósito que alguns golpes da aranha me acertassem.

Surpreendentemente, apesar da velocidade com que a aranha atacava, a maior parte da força foi amortecida com o contato, como se o traje de espuma que estava usando tivesse vários metros de espessura, em vez de vários milímetros.

— Você deveria descobrir o que acontece se for atingido no rosto. — sugeriu Régis, parte por curiosidade, parte por diversão.

Apesar das intenções óbvias de Regis, também estava curioso. Esperei até que a terceira aranha ganhasse vida e se juntasse a seus irmãos, então, logo depois de me esquivar de uma das presas da aranha, deixei a aranha número três descer em minha bochecha com seu membro frontal.

As runas ao redor da gola do meu terno se iluminaram, envolvendo toda a minha cabeça em uma cúpula prateada. As runas ao redor do membro que estava prestes a atingir minha bochecha também ganharam vida e, assim que fez contato com a barreira protetora ao redor da minha cabeça, nós dois fomos jogados para trás por uma força de choque.

Girei no ar, caindo de pé, mas os corpos das três aranhas caíram. Elas correram lentamente em direção aos ladrilhos de onde haviam saído como se tivessem sido repreendidas, então os ladrilhos se fecharam atrás delas.

— A próxima avaliação começará agora. — declarou o examinador que observava atrás da janela de vidro, sua voz ecoando pela câmara.

Antes que o último eco desaparecesse, toda a câmara de teste começou a tremer, e os ladrilhos no chão e nas paredes começaram a deslizar para fora, formando pilares quadrados. O ladrilho em que eu estava me ergueu alguns metros, então a água começou a inundar a sala abaixo de mim.

— Pegue a joia localizada no topo da sala de avaliação antes que a água toque em você. — Ordenou a voz. — Comece.

Revirei os olhos. Pelo menos desta vez eu tive algumas instruções claras.

Sem perder tempo, canalizei éter para minhas pernas e saltei de plataforma em plataforma. A câmara inteira foi transformada em uma espécie de labirinto vertical, com plataformas retangulares se cruzando para bloquear minha visão do topo.

Além disso, as plataformas se moviam em intervalos aleatórios, mantendo-me mais alerta do que as aranhas gigantes.

Independentemente disso, com meu físico dracônico e aprimoramentos etéreos, a avaliação foi pouco mais que uma escalada casual em um trepa-trepa. Bem acima do chão onde lutei com as aranhas, encontrei um cristal do tamanho de um punho pendurado no centro do teto. Abaixo de mim, a água havia preenchido menos de um quarto do espaço.

Assim que agarrei o cristal, as plataformas recuaram lentamente e a água escoou por uma série de ladrilhos vazios no chão. O pilar em que eu estava abaixou até que estivesse novamente em uma sala quadrada vazia.

Depois que a água foi completamente drenada e a câmara voltou à sua forma vazia original, os quadrados centrais da sala começaram a brilhar com uma luz azul opaca. Um único quadrado em um canto brilhava branco.

— Por favor, pise no quadrado branco. — o juiz anunciou em sua voz misteriosa e ecoante. Fiz o que foi pedido, embora uma parte da minha mente me dissesse que era estúpido. O que eu realmente sei sobre todo esse lugar? Eles poderiam ter detectado minha falta de mana, ou Alaric poderia ter me denunciado, e pisar naquele quadrado branco poderia me desintegrar, ou me teletransportar para uma cela de prisão, ou—

Me segurei antes de me enterrar em um buraco e acalmei os ânimos. Não havia motivo para desconfiarem, e eu já havia decidido confiar no velho bêbado. Estava no coração do império do inimigo, mas aqui eu era Grey, não Arthur Leywin.

Uma vez que estava parado com os dois pés firmemente colocados no quadrado branco, novas instruções ecoaram das sombras acima.

— Pise apenas nos ladrilhos brancos. Seu objetivo é alcançar o ladrilho preto. — um ladrilho azul ficou preto no canto oposto de onde eu estava, — Sem sair da plataforma ou tocar nos ladrilhos azuis. Você deve fazer isso antes de desmaiar com a perda de mana.

— Espere, o que ele acabou de–—

Regis foi interrompido quando uma pressão de sucção começou a puxar cada centímetro de mim, e eu senti o éter em meu corpo sendo puxado pelos meus canais de éter. Como diabos?

— É como aquela plataforma nas Relictombs! — Regis gritou em minha mente. — Eles devem ter modelado este lugar com base nos testes daqueles djinn malucos.

Ele estava certo, é claro. Imediatamente puxei todo o meu éter de volta para o meu núcleo, semelhante ao que tinha feito com minha mão lá nas Relictombs, e pareceu funcionar. Meu corpo físico estava enfraquecido devido à falta de fortalecimento, mas diminuiu drasticamente a taxa em que o éter estava sendo sugado para fora do meu corpo.

Aposto que eles nem percebem o que criaram aqui. Não há como saberem que este lugar pode manipular o éter tão bem quanto a mana.

— Provavelmente uma coisa boa, no entanto. A expressão suada e dolorida em seu rosto não revela nada.

De repente, percebi que, enquanto falava com Regis, o ladrilho à minha frente havia ficado branco e o ladrilho abaixo de meus pés estava lentamente ficando azul. Avancei rapidamente, e o piso atrás de mim mudou instantaneamente para o mesmo tom azul brilhante do resto dos ladrilhos. Além do quadrado em que eu estava, um ladrilho à minha direita e um ladrilho à minha frente também eram brancos.

Isso também era familiar. Não era exatamente o mesmo que o quebra-cabeça giratório da plataforma que naveguei nas Relictombs, mas era semelhante na premissa: um labirinto que eu não poderia ver até que estivesse nele.

Escolhi o caminho da direita e mais dois ladrilhos ficaram brancos, um na minha frente e outro à minha esquerda. Avancei novamente e os ladrilhos à frente e à minha esquerda e direita ficaram todos brancos. Quando dei um passo à frente mais uma vez, no entanto, me encontrei em um beco sem saída, pois nenhum novo quadrado mudou de cor, e fui forçado a retornar ao ladrilho anterior.

O caminho mudava diante de mim a cada passo, às vezes me levando para trás, outras vezes parando de repente, me forçando a voltar para um quadrado seguro antes que o ladrilho sob meus pés ficasse azul. E o tempo todo, o éter continuava a vazar de mim. Depois de quase dois minutos inteiros, havia progredido aproximadamente metade do caminho quando a voz de cima falou novamente.

— Sua habilidade de manipular e conter sua mana é impressionante. Vamos agora aumentar o nível de dificuldade, mas não se preocupe… você será pontuado com essa desvantagem.

Atrás de mim, o quadrado do canto onde eu havia começado ficou cinza, depois sumiu de vista, deixando um buraco sombreado embaixo dele.

— Ah, ótimo.

Esperei, contando até o próximo quadrado descer.

Vinte segundos entre os quadrados, a menos que se acelerem à medida que avançam. Isso nos dá… alguns minutos no máximo.

— Vá em frente, chefe. — pediu Regis.

Enquanto progredia pela plataforma, duas vezes me vi virado e interrompido pelos ladrilhos que desabavam. Ainda assim, este labirinto era uma versão muito mais simples do que eu experimentei nas Relictombs, e nem mesmo aquele foi capaz de me deixar perplexo.

Demorou apenas mais dois minutos antes de eu estar no quadrado preto. Atrás de mim, mais da metade dos ladrilhos estavam faltando. Internamente, podia sentir que havia perdido talvez um terço do meu éter.

Os quadrados faltantes reapareceram, os ladrilhos iluminados voltaram ao cinza fosco padrão e a pressão de sucção desapareceu.

Um painel na parede oposta se abriu, revelando uma segunda entrada para a sala de avaliação. Um homem e uma mulher, cada um vestido com vestes brancas de mago com uma faixa vermelha distinta nos braços direitos, saíram, meu “tio” cambaleando atrás deles.

— Candidato a atacante, Grey. — um homem magro de óculos disse, lendo sua prancheta. — Flexibilidade de magia ofensiva, abaixo da média. Manipulação de mana, acima da média. Atletismo, acima da média. Acuidade mental, acima da média. Taxa de sobrevivência, alta.

Levantei uma sobrancelha, me divertindo com a leitura do homem de que minha manipulação de mana estava acima da média, embora eu não tivesse um fiapo de mana em mim.

O homem de óculos finalmente ergueu os olhos e sorriu para mim.

— Parabéns, Grey. Você foi aprovado na avaliação.

— Claro que meu sobrinho passou! — Alaric bufou antes de caminhar até mim e me dar um tapinha no ombro.

— Devo dizer que sua habilidade de obscurecer o uso de mana é impressionante. — disse a loira, ecoando o elogio do examinador. — Mesmo nosso traje não foi capaz de detectar os mínimos vestígios de vazamento enquanto você fortalecia seus membros.

— É realmente impressionante. — o testador de óculos concordou. — E isso vai lhe servir bem nas Relictombs, já que muitas das bestas lá dentro são atraídas por mana.

Simplesmente acenei com a cabeça para esta nova informação, mas rapidamente adicionei um sorriso e disse.

— Obrigado. — quando notei Alaric me olhando fixamente.

— Recomendo fortemente que você forme grupo com um conjurador, já que você é altamente especializado em combate corpo a corpo. Melhor ainda se esse grupo também tiver um escudo. — acrescentou a mulher antes de oferecer a mão. — Esperamos ver ótimos resultados em sua ascensão de iniciação.

Peguei em sua mão.

— Vou fazer o meu melhor.

Depois que me troquei novamente para o meu traje casual, Alaric e eu fomos escoltados de volta através do portão de teletransporte para o edifício ascendente de Aramoor.

— Eu acho que você não estava apenas dizendo bobagens quando disse que alcançou uma zona de convergência sozinho. — Alaric murmurou antes de tomar um gole de seu rum. — Você durou muito tempo contra aqueles aracnoides.

— Sério? — perguntei surpreso. — Quanto tempo os ascendentes costumam durar?

— Bem, se você visse um na selva, a coisa sensata a fazer seria queimá-los, mas os aracnoides que eles usam para testar são protegidos por runas. — Alaric explicou. — Você não foi capaz de causar nenhum dano a eles, e é por isso que eles marcaram você como baixo para isso, mas você ainda durou mais do que muitos dos candidatos formalmente treinados em academias.

Me virei para Alaric, que estava olhando para o bico da garrafa de vidro escuro, tentando ver quanto rum ainda tinha.

— Você acreditaria em mim se eu dissesse que as vezes que fui atingido foram de propósito?

Os olhos do velho bêbado se voltaram para mim enquanto erguia uma sobrancelha.

— Você foi atingido… de propósito? Por quê?

— Para ver como as runas do traje funcionavam? — desviei o olhar e esfreguei minha nuca, de repente envergonhado.

— Então, enquanto você estava enfrentando uma fera de mana gigante com armadura, você pensou que: “Ei, que tal tentar levar uma pancada no rosto para ver se este traje me protege!” fosse uma linha de pensamento válida?  — perguntou lentamente enquanto caminhávamos por um corredor silencioso que levava de volta ao corredor principal.

— Não teria causado nenhum dano duradouro mesmo se eu fosse atingido.

— Ah é, suas habilidades regenerativas muito aumentadas, certo? — revirou os olhos. — Não sei dizer se você é um idiota ou apenas extremamente confiante.

— Esses dois traços não são necessariamente mutuamente exclusivos. — Regis disse com uma risadinha, sua cabeça para fora. — Ele pode ser os dois.

Alaric ergueu sua garrafa de álcool.

— Eu posso beber com isso.

— Você pode beber com qualquer coisa. — reclamei, empurrando Regis de volta ao meu corpo.

Alaric me olhou sério.

— Independentemente… Idiotice e excesso de confiança são duas das maiores causas de mortes nas Relictombs.

— Vou manter isso em mente. — disse com desdém.

— Bom. — Alaric virou à esquerda em uma bifurcação para um corredor maior com portas marcadas de cada lado.

Segui de perto o velho, observando sua cabeça virar para a esquerda e para a direita como se procurasse um cômodo específico.

— Para onde vamos? — finalmente perguntei.

— Minha parte na barganha. — disse sem se virar. — Agora vamos, quanto mais rápido você for informado, mais rápido poderá encontrar uma equipe e prosseguir em sua Ascenção preliminar.

— E então mais rápido eu começo a ganhar dinheiro? — terminei.

— Bonito e inteligente. Você é simplesmente o pacote completo, não é? — Alaric disse ironicamente.

Momentos depois, Alaric parou na frente de uma porta etiquetada “C28”, inseriu uma chave com inscrições de runas na fechadura e esperou. A fechadura clicou e ele abriu caminho pela porta e desabou em uma grande mesa circular, chamando para me juntar a ele. A sala não tinha janelas e apenas uma única entrada; dentro, a mesa estava rodeada por oito cadeiras. Havia um artefato de projeção na mesa e uma prancheta pendurada na parede, mas a sala estava vazia.

— As salas aqui são completamente à prova de som e impossíveis de vislumbrar, mesmo para sentinelas com regalias. — Alaric confirmou.

— Ótimo! Isso significa que posso sair. — exclamou Regis, pulando das minhas costas e saltitando ao redor da mesa antes de parar para se esticar.

— Tudo bem, só temos meia hora reservada, então vamos começar. — declarou o velho bêbado, batendo a garrafa de rum na mesa como se fosse um martelo.

Ele virou a cadeira para alcançar a prancheta e pegou um pincel de tinta. Regis e eu assistimos em silêncio enquanto desenhava duas formas ovais largas, uma empilhada acima da outra.

— Esses discos representam os dois primeiros andares das Relictombs. — começou.

Regis ergueu uma pata.

— Pergunta. Eu pensei que as diferentes áreas nas Relictombs eram chamadas de zonas?

Alaric massageou a ponta do nariz.

— Elas são… depois dos dois primeiros andares, onde eu iria chegar eventualmente.

— Então, por favor, prossiga. — respondeu Regis com calma.

— De qualquer forma, tenho certeza que vocês dois já notaram, mas ao contrário das zonas, os dois primeiros andares estão todos interconectados. — explicou Alaric.

— Espere. — interrompi. — Então, todos os ascendentes acabam no mesmo lugar nesses dois primeiros andares?

Alaric ergueu uma sobrancelha.

— Você parece confuso. Seria impossível não notar outros ascendentes nestes dois andares.

— Eu acabei nas Relictombs de uma… maneira não convencional. — disse. Regis zombou ao meu lado, mas eu o ignorei.

— Não estou interessado. — disse o velho bêbado, erguendo as duas mãos de maneira apaziguadora. — Saiba que esses dois andares são muito diferentes das zonas que você explorou.

— Como assim?

— Esses dois andares representam o quão longe Alacrya chegou na colonização das Relictombs. — respondeu em voz baixa. Parou por um momento, então pareceu sacudir-se para fora de qualquer devaneio em que tinha acabado de cair.

— O primeiro andar é onde os monstros de éter são criados e alimentados para uma matéria-prima específica. Mas também há muitos comerciantes no primeiro andar, nunca compre nada dos comerciantes no primeiro andar!

Eu dei a Alaric um olhar curioso.

— Há um monte de golpistas que atacam novos ascendentes que ainda não conhecem nada bom. — explicou ele, balançando a cabeça.

— Você era um daqueles golpistas? — Regis perguntou com uma risada.

— Calma, filhote. — Alaric rebateu, embora não conseguisse esconder o sorriso malicioso que apareceu em seu rosto. — De qualquer forma, o segundo andar é onde a maioria dos ascendentes realmente passa seus dias. Você também poderá comprar algumas armaduras e armas novas lá, se precisar.

— É por isso que não vi nenhum arsenal ou loja de armas em Aramoor? — perguntei.

— Sim. — respondeu o velho. Percebi que ele não me olhava mais com estranheza quando fazia perguntas sobre o que provavelmente era de conhecimento comum entre os Alacryanos. Aparentemente, ele se acostumou com a minha ignorância. — Você pode encontrar alguns pequenos na superfície, mas a maioria deles está no segundo andar.

Alaric passou a descrever o que parecia ser uma cidade inteira construída no segundo andar das Relictombs. Além das ferrarias e lojas, havia campos de treinamento, pousadas, comerciantes que comprariam seus elogios e até restaurantes.

Balancei a cabeça.

— Entendo que ter algumas dessas coisas nas Relictombs seria conveniente, mas há realmente a necessidade de uma cidade inteira para os ascendentes?

— Você tem que perceber que os donos de lojas e trabalhadores lá também são ascendentes. — disse Alaric, tomando outro gole de seu rum. — É muito difícil abrir uma loja no segundo andar, mas estar lá quando um grupo de ascendentes tropeça meio morto para fora das Relictombs é um bom negócio. Alguns quase nunca saem, voltando para o segundo andar apenas para descansar e recuperar as forças antes de mergulhar novamente. No entanto, também existem outras vantagens. Por exemplo, não há impostos sobre bens ou serviços nas Relictombs.

— Outra forma de Agrona promover o sustento dos ascendentes? — perguntei, olhando para o desenho oval simples e tentando imaginar uma cidade próspera construída em torno da ascensão por si só. Pensei na Muralha antes que a horda de bestas manas atacasse; não havia sido tão diferente lá, onde uma economia inteira crescia em torno dos defensores da Muralha.

— Aham! Há recompensas ainda maiores se você realmente conseguir encontrar uma relíquia, mas seria tolice da nossa parte confiar nisso. — explicou Alaric.

Depois que o bêbado terminou sua breve explicação sobre o funcionamento dos dois primeiros andares, explicou o que eu deveria esperar durante essa ascensão preliminar. Havia muito que ele poderia me dizer sobre as zonas, já que os portais de uma zona para outra poderiam me levar a qualquer lugar, mas explicou onde procurar um grupo e o que procurar em membros potenciais do grupo que seria útil. Algumas das coisas que me disse eu poderia ter descoberto sozinho, mas era a visão de Alaric sobre a cultura ascendente que eu sabia que seria inestimável.

— Entendo. — repeti pela quarta vez quando saímos da sala, Regis seguro de volta para dentro de mim. — Uma boa composição de grupo é a chave do sucesso. Devo encontrar ascendentes que complementem não apenas minhas próprias habilidades, mas também as dos outros. Só preciso ir a uma zona, então não exagere. Entendi.

Alaric estreitou os olhos enquanto olhava para mim.

— Você é uma pessoa muito chata, eu já te disse isso? — resmungou.

Ignorando-o, nós dois caminhamos pelo corredor bem iluminado, seguindo as placas que nos direcionavam para a câmara de ascensão, que estava sensatamente localizada ao lado do edifício ascendente.

Os corredores ficaram mais ocupados quando nos aproximamos do edifício que abrigava o antigo portal que me levaria de volta às Relictombs. Ao contrário dos aventureiros em Dicathen, os ascendentes vieram em todas as formas e tamanhos.

Foi particularmente divertido ver um guerreiro hercúleo, que devia pesar mais de cento e trinta quilos, em pé educadamente na fila atrás de uma garota pequena vestida com o que parecia um uniforme da academia.

— Isso é o mais longe que eu posso ir. — Alaric disse, olhando em direção ao portal com aquele olhar distante que eu tinha visto na sala de conferências. Saltou quando um ascendente que passava acidentalmente bateu contra ele, então coçou a nuca desajeitadamente. — Vou ficar em nosso quarto na pousada.

— Não destrua o lugar. — disse, virando-me em direção à fila.

— Ah—

Eu me virei para vê-lo estender a mão como se quisesse me agarrar.

— Há algo mais que você gostaria de dizer?

— Er…

Alaric pigarreou.

— Só… não morra, garoto. E nunca caia em um daqueles grupos que exigem que você pague uma “taxa”. Eles são sempre golpistas.

— Aww, ele se preocupa com você. — provocou Regis.

— Obrigado, Tio. Você queria um abraço também? — Eu perguntei com um sorriso malicioso.

— Pirralho sarcástico. Apenas se apresse e pegue seu maldito distintivo para que você possa começar a ganhar dinheiro. — resmungou antes de se virar para sair.

Passei para a fila crescente, animado com a perspectiva de fazer progresso mais uma vez, frustrado por não estar me movendo rápido o suficiente… e com medo do que o futuro reservava. Empurrando a cacofonia de emoções, concentrei-me exclusivamente na entrada das Relictombs adiante.

 


 

Tradução: Reapers Scans

Revisão: Reapers Scans

QC: Bravo

 

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