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O Começo Depois do Fim – Cap. 272 – Descida

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Apesar do choque inicial que dominou todos os que permaneceram no trenó com o monstro colossal pairando sobre nós, não demorou muito para que os ascendentes voltassem à realidade. No entanto, graças ao segundo aviso de Regis, fui o único capaz de reagir a tempo de me esquivar totalmente da ponta larga da cauda da besta. Todo mundo estava muito focado em seu rosto grotesco.

O tempo pareceu desacelerar quando observava a cadeia de eventos se desenrolar depois de mal pular para fora do caminho. A cauda de couro da besta estalou para baixo, esmagando o trenó como um galho. Taegen, de alguma forma, mal reagiu a tempo de empurrar Caera para fora do caminho, apenas para ser esmagado ao lado de Trider sob a grande cauda. A onda de choque gerada pelo impacto espalhou o resto de nós que não estavam diretamente em seu alcance.

— Vamos! — Regis exclamou.

Mas meus olhos mudaram de Daria para Caera, ambas inconscientes, e ambas caindo da terra erguida que eu suspeitava ser o corpo desta besta titânica.

— Regis. Pegue Daria. — enviei com um tom suplicante.

Uma onda de emoções aumentou apenas para desaparecer quando meu companheiro soltou um gemido. Apesar da situação, um sorriso surgiu em meu rosto enquanto observava Regis pular para fora do meu corpo, sua forma sombria de lobo disparando em direção a Daria inconsciente.

Enquanto isso, liberei o limitador que havia imposto a mim mesmo, explodindo em uma mortalha de éter com meus olhos observando a situação em questão.

O companheiro de equipe de Daria estava longe de ser visto enquanto uma poça de sangue se espalhava por baixo da cauda de couro. Arian, no entanto, conseguiu evitar ser completamente jogado para fora ao se pendurar em sua espada brilhante embutida na lateral do corpo do titã, seu rosto ensanguentado e seu braço livre dobrado em um ângulo impossível.

Limpei a distância entre mim e a Caera em queda, seu rosto perdido em uma cortina de cabelo azul marinho. Mal consegui agarrar seu tornozelo enquanto pendia do penhasco da terra elevada, mais irritado comigo mesmo do que com a situação.

Quantas opções a mais eu teria se pudesse usar mana? Poderia ter voado com segurança para fora de perigo, inferno, eu poderia ter evitado isso completamente.

Antes que eu pudesse puxar Caera e a mim de volta, no entanto, olhei para o alto vendo os olhos violetas do titã me encarando. E rodopiando dentro de sua mandíbula desequilibrada estava uma enorme esfera de mana prateada apontada diretamente para nós.

Podia sentir meu coração batendo forte contra meu peito enquanto considerava minhas opções. Poderia nos puxar para cima e correr rápido o suficiente para me esquivar do ataque? Qual seria a dimensão da explosão? Seria capaz de me esquivar se deixasse Caera ir? Ou devo pular do corpo íngreme da besta em terra firme?

Amaldiçoando entre dentes, joguei Caera sobre a borda do penhasco e me levantei assim que o titã lançou seu bafo de ataque.

Caera despertou depois de aterrissar no chão, totalmente confusa sobre o motivo de eu tê-la levantado de repente e a jogado sobre meu ombro.

— Q-Qual é o significado dis—

Suas palavras falharam quando uma luz branca brilhante banhou a área ao redor.

Olhei para trás para ver a explosão de mana desintegrar tudo em seu caminho enquanto soltava um zumbido estridente.

— Você consegue correr? — perguntei ao mesmo passo que passávamos pelo trenó quebrado. Percebi que, embora os restos de Trider pudessem ser vistos na poça sangrenta onde a cauda da besta havia atingido, não pude ver nenhum sinal de Taegen.

— Não. Meu tornozelo esquerdo parece fraturado, no mínimo. — afirmou com naturalidade.

O feixe destrutivo de mana pura continuou a nos perseguir enquanto continuava correndo na superfície quebrada do solo elevado que descansava no topo do corpo da besta.

— Então faça algo. Caso contrário, é melhor para mim deixar você sozinha.

Eu podia sentir Caera subconscientemente se agarrar com mais firmeza em torno de mim com minhas palavras, mas permaneceu em silêncio enquanto nos aproximávamos da plataforma rochosa.

— Eu não… — a ascendente de olhos vermelhos soltou um grito de medo enquanto eu afrouxava meu aperto em torno dela, ameaçando deixá-la.

Sabia enquanto a observava lutar nas ondas anteriores que estava escondendo algo. Junto com o fato de que tinha dois guarda-costas muito competentes, ansiosos para se sacrificarem por ela, salvá-la não foi por bondade do meu coração.

— Certo! — Ela cedeu, suas unhas com infusão de mana cavando em minha pele se agarrando para salvar sua vida. — Continue correndo.

— Não há para onde correr! — retruquei, a borda do penhasco se aproximando. Caera ficou em silêncio enquanto eu sentia um poder sinistro que eu não havia sentido antes crescendo dentro dela.

Confiando nela, naveguei para longe da explosão de destruição que se aproximava com o terreno cada vez menor se tornando mais instável. Alcançando a borda mais distante do solo elevado em cima desta monstruosidade, concentrei todo o meu éter em minhas pernas e costas e impulsionei com toda a minha força.

Sem a magia do vento para redirecionar a resistência do ar, eu só pude cerrar os dentes e suportar a espessa parede de vento impelindo contra nossos corpos enquanto navegávamos alto pelo ar.

Quando o poder ameaçador começou a ficar mais forte ao redor de Caera, que ainda estava pendurada no meu ombro, olhei para trás, para o guardião que havia se erguido do chão logo abaixo de nós.

Pensei que, literalmente, pisar na besta gigantesca e vê-la de perto teria me preparado para a visão, mas estava errado.

Apesar de todas as bestas de mana que encontrei e lutei ao longo dos anos em Dicathen, demorei vários minutos para ser capaz de começar a compreender esta criatura como uma única entidade, meu cérebro simplesmente não queria acreditar que poderia haver algo assim grande.

A criatura era quase tão alta quanto a torre que segurava a fonte de energia, que parecia minúscula em comparação com o comprimento total e a circunferência da besta.

De tão longe, o monstro colossal me lembrava um enorme dragão sem asas. Tanto sua longa cauda quanto seu pescoço estavam presos a um torso de couro que poderia ser confundido com uma pequena montanha de perto. Suportando seu peso haviam seis pernas, cada uma com a espessura de seu pescoço.

— Caera! — gritei quando o feixe cintilante ainda em erupção da boca da besta colossal surgiu em seu caminho quando começamos a descer.

Pela altura de onde saltamos e na velocidade de nossa descida, não tinha confiança em sobreviver ao impacto da queda, muito menos ao sopro da besta que se aproximava cada vez mais de nós.

Torcendo meu corpo no ar, me virei para enfrentar o monstro começando a concentrar todo o meu éter na palma da minha mão direita. Sabia que o feixe de éter puro que aprendi na zona da plataforma brilhante não seria suficiente para conter o ataque da besta, mas eu tinha pouca escolha. Caera permaneceu completamente imóvel e silenciosa enquanto se pendurava no meu ombro.

Quando nós dois estávamos prestes a ser arrastados para a onda destrutiva de mana e eu estava prestes a lançar meu próprio ataque, Caera se contorceu em minhas mãos. Enganchou um braço em volta do meu pescoço para se manter estável enquanto retirava sua espada curva de um item dimensional.

Parei meu ataque bem a tempo de testemunhar uma aura negra flamejante muito familiar envolver a lâmina carmesim quando balançou a espada para baixo.

Sua lâmina outrora vermelha se estendeu em um crescente preto flamejante que cortou o cone branco cintilante de destruição, rasgando e criando um caminho largo o suficiente para nós cairmos antes que a chama negra se dissipasse. Julgando por como a direção do ataque do monstro continuou, poderia dizer que seria difícil para ele mudar seu alvo de volta para nós.

Caera desmoronou, seu braço esquerdo ainda pendurado ao redor do meu pescoço guardando sua espada.

— Não vou ser capaz de fazer isso novamente. — disse, sua voz quase inaudível por causa da rajada de vento.

Deixando de lado a dúvida que nublava minha mente, concentrei-me na arte do éter.

Parecia ter percebido que eu estava prestes a fazer algo, já que se agarrou a mim com ainda mais força.

Minhas reservas de éter aumentaram um pouco desde minhas duas primeiras tentativas com o feixe de éter, mas por causa das repercussões que causou e por estar em uma zona tão perigosa, não tive oportunidade de testar o ataque novamente.

Soltando um profundo suspiro que se perdeu no vento, concentrei a maior parte do meu éter em fortalecer meus braços, ombros, peito e coluna para que meu corpo pudesse suportar o fardo.

Podia ver as marcas de runas roxas se estendendo das minhas palmas e se espalhando pelos meus dedos.

Apontando minhas mãos para o chão, na largura dos ombros, conforme caíamos mais próximos ao chão, esperei até estar perto o suficiente.

Finalmente, a apenas quinze metros acima do solo, liberei o feixe etéreo.

Um rugido profundo ressoou quando a torrente de chamas violetas irrompeu de minhas palmas para o chão. Imediatamente senti meus braços, ombros e costas protestarem, mas me mantive firme.

A plataforma que primeiro me permitiu desbloquear essa habilidade tinha naturalmente forçado o éter do meu corpo para fora. Agora que eu não era mais afetado por aquele efeito, o controle que tinha sobre a quantidade de éter para liberar era muito maior.

Meus dedos forçaram a explosão etérica a permanecer focada para frente ao invés de explodir. Mesmo com meu corpo fortalecido, sabia que meus braços já haviam começado a se fraturar e minhas reservas de éter estavam se esgotando em um ritmo assustador.

Ainda assim, podia sentir que estávamos diminuindo a velocidade, e foi só quando comecei a diminuir a produção de éter e o barulho causado ficou mais baixo que percebi que Caera estava gritando enquanto se segurava em mim como um bebê coala.

— Prepare-se para o impacto! — gritei quando me virei para o céu, certificando-me de que eu seria aquele a pousar primeiro conforme caíamos no chão ao mesmo tempo em que nos revestia com tanto éter quanto pude proporcionar.

Quando acordei, soube que não havia ficado inconsciente por tanto tempo por causa das nuvens, sujeiras e poeira ainda subindo da cratera que eu havia formado.

Meu corpo parecia ter sido rasgado, cauterizado, e então rasgado novamente, nenhuma parte doendo mais do que a outra. Precisei de toda a minha força mental para não desmaiar de novo, mas pelo menos Caera se saiu melhor.

Ainda estava inconsciente, mas foi capaz de usar o resto de sua mana para proteger seu corpo de um dano fatal.

Podia sentir as pequenas reservas restantes do meu núcleo de éter já reparando meu corpo, mas não conseguia me acalmar.

O chão estremeceu abaixo de mim, tremendo mais forte com cada baque profundo que ecoava à distância. Tive a sensação de que era o guardião se aproximando de nós.

— Arthur! — Uma voz rouca rosnou da borda da cratera. Era Regis com Daria montada em suas costas.

— Regis. — gorgolejei antes de tossir com a boca cheia de sangue.

Daria engasgou enquanto desmontava de Regis.

— Misericordioso Vritra, como ele ainda está vivo?

Os dois correram em minha direção e antes que Regis e eu pudéssemos fazer qualquer coisa, Daria retirou um frasco de vidro de seu anel dimensional e o segurou contra minha boca.

— Beba isso. — Daria disse enquanto se inclinava mais perto e levantava minha cabeça. — Alguém com emblema de instilador fez isso. Ele usa a mana em seu corpo para curar suas feridas.

— Não consigo. — consegui engasgar. — Não… funcionará.

Suas sobrancelhas finas franziram em confusão antes de um olhar de realização tomar conta dela.

— Ah, você não consegue.

Aliviado por ela ter entendido, meus olhos se fecharam.

— Regis, preciso de um pouco do seu éter se vou ser capaz de…

Meus pensamentos foram interrompidos por uma sensação suave pressionando contra meus lábios antes de um líquido morno entrar em minha boca. Meus olhos se abriram para ver a boca de Daria presa contra a minha, seus olhos fechados e bochechas vermelhas.

Sem forças para sequer levantar meus braços neste momento e minhas tentativas de torcer meu rosto em vão quando ela segurava minha cabeça no lugar, fui forçado a engolir qualquer conteúdo que estivesse naquele frasco.

Daria finalmente se afastou, sua compostura perdendo para seu rosto vermelho.

— E-eu não tive escolha, já que você não tinha forças para beber.

Explosões de dor emergiram com cada tosse que eu forcei para fora.

— V-você… o frasco não…

— Como meu mestre está tentando explicar de forma tão eloquente, não é que ele não conseguisse beber o elixir que você tão generosamente colocou em sua boca, mas que isso não funcionaria com ele. — explicou Regis com uma expressão irritantemente divertida.

Daria permaneceu confusa quando lancei ao lobo preto e roxo o olhar mais penetrante e frio que pude reunir. Um sorriso sarcástico permaneceu estampado em sua mandíbula canina com ele mergulhando em meu corpo.

Uma onda fria de energia se espalhou do meu núcleo e pude sentir meu corpo se recuperando.

— Você ganha um beijo de graça junto com meus serviços de recuperação. Eu diria que você me deve. — riu Regis.

— Vai pro inferno. — respondi bruscamente, mas era bom ficar irritado com ele novamente.

Com a ajuda de Regis, consegui me recuperar o suficiente para voltar a ficar de pé no momento em que a terra tremeu mais uma vez.

— Não morra comigo junto, princesa. — Regis enviou, com sua voz fraca.

— Descanse, parceiro. — eu disse, mal conseguindo me colocar de pé. Dando uma olhada em Caera, cujos ferimentos tinham melhorado muito depois que Daria a alimentou com outro elixir, me abaixei.

Soltei a fivela que segurava a bainha de couro e a adaga em sua cintura, prendendo-a em mim antes de escalar a borda da cratera.

— Mantenha-a segura. Tenho algumas perguntas que preciso fazer a ela.

— Aonde você está indo? — Daria perguntou. — Você não está pensando em realmente lutar contra aquela coisa, certo?

— Não. — respondi. — Estou pensando em matá-lo.

 


 

Tradução: Reapers Scans

Revisão: Reapers Scans

QC: Bravo

 

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