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O Começo Depois do Fim – Cap. 260 – A Ponte

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— Pare de gritar! — gritei, minhas pernas um borrão enquanto nós aceleramos através do prado interminável de flores silvestres brancas brilhantes e grama azul.

— Então diga a eles para parar de nos perseguir! — Regis uivou, voando pelo ar ao meu lado.

Atrás de nós havia centenas, senão milhares, de roedores, cada um do tamanho de um puma, com garras roxas brilhantes… e todos eles estavam incrivelmente irritados conosco.

— Eu disse para você não ficar bisbilhotando aqueles buracos gigantes! — retruquei.

Regis passou correndo por mim, com medo de ser arranhado por aquelas garras roxas novamente.

— Como eu poderia saber que milhares de ratos gigantes estavam vivendo neles!

A raiva borbulhou.

— O que exatamente você estava esperando então? Cobras gigantes?

— Não, eu só estava pensando se iríamos encontrar outro tesouro ou algum…

— Regis, Forma de Manopla! — cortei me virando e derrapando até parar.

Uma aura de preto e roxo brilhou do meu punho direito, crescendo à medida que o exército de roedores gigantes se aproximava rapidamente.

Usando duas “cargas”, lancei uma explosão que distorceu o próprio espaço que tocou, matando algumas dezenas de roedores.

Imediatamente depois, enganchei meu dedo indicador no anel preso ao punho da adaga, desembainhando-o com um arco branco brilhante.

Concentrando o éter em meus braços, logo me tornei uma torrente de lâminas e punhos, cortando, esfaqueando e atingindo todos os roedores gigantes dentro do alcance.

Empunhar uma adaga foi difícil no início. Apesar da semelhança na forma de uma espada, o estilo de luta usando uma adaga provou ser muito diferente.

Embora fosse divertido. Utilizando o anel na parte inferior do punho, consegui enganchar meu dedo através dele, liberando minha mão para atacar ou aparar com a palma da mão. O comprimento mais curto da adaga significava que os golpes fossem mais rápidos e concisos, permitindo movimentos mais nítidos e voláteis.

Cadáveres dos roedores gigantes de garras roxas estavam espalhados, tingindo a bela grama azul ao meu redor em carmesim.

Antes que o resto de sua horda pudesse chegar, Regis e eu nos viramos e começamos a correr. Continuamos a correr e lentamente desbastando suas forças por várias horas enquanto procurávamos uma saída dentro desse campo aparentemente vasto de grama oceânica.

O pior era que, ao contrário das quimeras e milípedes, a maioria dos corpos dos roedores não continha éter, apenas suas garras eram revestidas por uma densa camada. Isso permitiu que realmente ferissem Regis e os tornasse muito complicados de matar com pouco benefício, já que eu estava usando mais éter do que regenerando.

— Lá! — Regis gritou enquanto ganhava velocidade.

Eu também vi. Ao longe, havia um portão de teletransporte muito familiar brilhando intensamente, chamando-nos. Foi só depois que nos aproximamos dele que percebemos que não seria tão fácil.

Separando-nos do portão havia um abismo de pelo menos 30 metros de largura, sem fim à vista em ambos os lados para que pudéssemos dar a volta.

— O que nós fazemos? — Regis perguntou enquanto minha mente girava, procurando uma saída. Atrás de nós havia pelo menos mil roedores empenhados em nos matar, ainda mais furiosos depois de termos matado continuamente seus irmãos.

Bombeando mais éter do meu núcleo, ganhei velocidade também, ganhando alguma distância da horda de roedores. À medida que nos aproximamos, meus olhos pegaram duas colunas tanto do lado do portal quanto do nosso lado também.

— Acho que há uma ponte lá! — disse, apontando para as duas colunas apenas algumas dezenas de metros à frente. Só podia esperar que houvesse um mecanismo que conectasse as colunas de cada lado.

Deslizei até parar bem na frente dos dois pilares que estavam separados por cerca de três na largura dos ombros. Mas quando vi o que tinha acontecido, amaldiçoei em voz alta.

Havia grossas correntes com inscrições rúnicas saindo das colunas e caindo na fenda. No fundo havia uma corrente vermelha, e pelo calor que podia ser sentido a partir daqui, sabia que era lava.

Era por isso que não havia grama ou flores crescendo tão perto da fenda.

— Bem… havia uma ponte. — disse Regis desanimado, olhando para o abismo. — Eu me pergunto o que fez isso?

— Não o quê. — fervi, socando o pilar de pedra do tamanho de uma árvore antes de voltar para enfrentar o exército de roedores.

— Por favor, não me diga que você vai tentar matar todas essas criaturas. — Regis gemeu.

— Não exatamente. disse. — Tenho um plano, mas você não vai gostar.

Regis olhou para mim, inexpressivo.

— Alguma vez houve um plano que eu gostei?

 

Separador Tsun

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Me escondi atrás de uma das colunas, reabastecendo meu núcleo usando uma garra de roedor que havia cortado e guardado em minha bolsa observando Regis gritar enquanto se aproximava rapidamente. Logo atrás dele estava a horda de roedores que escalavam desesperadamente uns sobre os outros, golpeando Regis com selvageria.

— Te odeio! — Regis reclamou enquanto se aproximava.

Esperei até que ele estivesse a cerca de trinta centímetros do penhasco antes de liberar a mesma aura etérea que usei para imobilizar o milípede gigante.

Quando os roedores da linha de frente perceberam que estavam correndo em direção a um penhasco, já era tarde demais. O ar ao redor deles ficou pesado enquanto a aura etérica se espalhava. As ondas de roedores atrás da primeira fila também não foram capazes de parar a tempo, colidindo com seus irmãos e caindo do penhasco ao mesmo tempo desesperadamente arranhando o ar.

Enquanto isso, Regis continuou a pairar no ar, convidando os roedores gigantes na parte de trás que ainda não estavam cientes do penhasco para tentar matá-lo rindo alegremente como maníacos.

— Vamos, seus ratos com cérebro de ervilha! Tentem me tocar com essas suas garras bem cuidadas agora, vadias! Hahahaha!

— Agora! — gritei quando a onda final de roedores gigantes subiu em cima de seus irmãos e saltou em uma tentativa desesperada de alcançar Regis.

Usei a maior parte do meu éter para avançar, empurrando a coluna com a velocidade máxima.

Com o éter envolvendo meu corpo, pisei nas cabeças dos roedores enlouquecidos, subindo em cima deles para chegar o mais próximo possível do outro lado da fenda. Com o rio de lava abaixo de mim, meus olhos esquadrinhavam o caminho que poderia fazer para chegar ao outro lado.

Pouco antes de os roedores gigantes sob meus pés começarem a cair, pulei da crista da pilha de roedores.

Afastei o pensamento de perder o equilíbrio e cair no rio de lava que estava soprando ar quente próximo a mim. Duvidava que mesmo minhas habilidades de cura aprimoradas pelo vivum fossem capazes de me regenerar mais rápido do que a lava iria devorar meu corpo.

Meus olhos travaram no roedor à frente no ar. Conseguira passar quase na metade da fenda tentando pegar Regis.

Batendo meu pé nas costas do roedor agitado, me afastei dele para ganhar a distância extra que precisava para chegar ao outro lado.

— Você não vai conseguir! — Regis gritou quando comecei a descer a poucos metros do topo do penhasco.

Puxando minha adaga, convoquei a lasca restante de éter para reforçar meu braço e adaga antes de enfiá-la na face do penhasco.

O próprio ar distorceu em ondulações das ondas de calor que emanavam do fluxo de lava se aproximando.

— Use meu éter para a Forma de Manopla! — Regis enviou quando minha mão livre começou a brilhar em preto e roxo.

Sem tempo a perder, soltei o éter coalescido em meu punho, golpeando para baixo em vez de direto na encosta rochosa.

O impacto criou uma grande cratera no penhasco. Estava em queda livre por um segundo até que mal consegui prender meus dedos sobre a borda da depressão que havia criado.

Minhas mãos, junto com o resto do meu corpo, úmidas de suor, quase perdi o controle, mas consegui me segurar.

Agarrando-me pela preciosa vida até que consegui me levantar, caí de costas na pequena caverna que criei com a Forma de Manopla.

— Conseguimos! — um Regis ligeiramente encolhido aplaudiu enquanto eu lutava para respirar. O ar estava espesso aqui, mas era um pouco diferente de apenas calor. Muito cansado e com calor para descobrir por que, estava tentado a deixar o sono me ultrapassar, mas sabia que cair inconsciente tão perto do rio derretido significava a morte.

— Obrigado por me salvar. — disse a Regis.

O pequeno orbe negro deu de ombros com indiferença.

— Meh, não estou muito interessado em descobrir o que acontece comigo se você morrer. Apenas me prometa um pedaço maior de éter da próxima vez e estamos quites.

Balancei a cabeça antes de voltar ao assunto em questão. Mesmo sem fortalecer meu corpo com éter, deveria ser capaz de escalar o penhasco, e o bom senso ditava que eu deveria me afastar o máximo possível desse rio de lava que tinha visto claramente assar aqueles roedores do tamanho de pumas vivos em meros segundos.

No entanto, meus instintos me diziam o contrário, e meu novo corpo parecia concordar. Olhando para baixo, por algum motivo, pensei que esse rio brilhante de lava me ajudaria.

— Então, todos vocês descansaram? Pronto para sair daqui? — Regis perguntou alegremente enquanto continuava observando alguns roedores mais burros nos perseguindo e caindo para suas mortes de fogo.

Foi quando vi vários reflexos roxos flutuando na corrente derretida que percebi por que estava me sentindo assim.

— Não. Ainda não. — disse enquanto meus olhos começaram a examinar o interior da caverna do tamanho de um homem em que estava, mais um plano brilhante meu lentamente se encaixando.

— Diga-me a verdade, Artur. Você é masoquista, não é?

— Não, eu particularmente não gosto de sentir dor, Regis. — disse, abaixando meus dedos dos pés.

— Ah, então você está apenas mergulhando na lava para cagar e rir?

Eu parei.

— Você se importa? Eu meio que preciso me concentrar e não quero que meu corpo derreta.

Regis revirou os olhos.

— Oh, me desculpe por tentar dissuadi-lo de mergulhar pelado em lava.

— Desculpas aceitas, agora cale a boca. — respirei fundo. Mesmo depois de horas testando dezenas de vezes, foi estressante me afogar no rio derretido.

Mergulhando todo o meu corpo no fluxo de lava, imediatamente senti um calor ardente, mas tolerável, percorrendo-me enquanto continuava bombeando éter do meu núcleo.

Era uma sensação estranha, mas não demorou muito para eu poder confirmar os benefícios de fazer isso. Estava certo, exceto que foi além das minhas expectativas.

Ver as garras roxas brilhantes dos roedores confirmou meus instintos e colocou meu plano em ação.

A primeira etapa foi a mais incerta. Assim como o último nível tinha seu próprio ecossistema único, o mesmo aconteceu com este.

Quando consumi o éter das garras dos roedores, percebi que eles estavam apenas revestidos de éter. Suas garras naturais, embora afiadas e quase indestrutíveis, eram apenas pretas. Vendo como seus corpos não eram capazes de manejar o éter inatamente como as quimeras, macacos ou milípedes, presumi que eles tinham adquirido aquelas garras por algum outro meio.

Suas espécies viviam no subsolo, usando suas garras afiadas para cavar túneis, então especulei que no solo havia algo rico em éter que eles cavavam para revestir suas garras em camadas.

Depois de horas usando minha adaga e éter recém-descobertas para cavar e perfurar mais fundo na caverna que havia feito, Regis e eu o encontramos…

Um cristal de éter.

O que conseguimos encontrar tinha cerca de dois metros de diâmetro e extremamente denso em mana.

Se a primeira parte do meu plano fosse incerta, então a segunda parte do meu plano deveria ser descrita como dolorosa.

Sem nenhuma maneira de saber se meu corpo se sairia melhor do que as garras do roedor, fiz a única coisa que qualquer pessoa sábia e inteligente faria: testar.

Depois de várias horas derretendo meus dedos, esperando que se regenerassem usando o cristal de éter, e fazendo isso de novo ajustando a entrada do meu éter, finalmente cheguei onde estava agora… extremidades rasas do rio derretido que encontrei jogando uma pedra nele.

Mas valeu a pena. Meu corpo parecia estar passando pelo estágio de temperagem e purga do meu processo patenteado de refinamento de éter repetidamente a cada segundo.

Por causa da quantidade que precisava expelir constantemente para evitar que meu corpo queimasse, além de estar em equilíbrio com o éter áspero que flui dentro desse rio derretido, só podia ficar dentro de cerca de um minuto a cada minuto. Tempo. Pelo menos no início, é isso.

— Uau. Cinco minutos. — Regis reconheceu com um aceno de cabeça. — Novo recorde.

Olhei para o cristal de éter que agora havia se tornado uma cor cinza nebulosa.

— Na hora certa. Acho que está na hora de partirmos.

— Mesmo? — Os olhos de Regis brilharam como um cachorrinho na frente de um bife. Senti um pouco de pena do meu companheiro flutuante. Depois que os roedores finalmente desistiram de tentar nos perseguir, o programa favorito de Regis, ver os roedores cair e chiar no riacho derretido, foi interrompido. Isso significava que estava preso me vendo entrar e sair entre o rio derretido e o cristal de éter, nu.

Dei-lhe um aceno de cabeça, colocando minhas roupas. Depois de ajustar minhas braçadeiras de couro escurecido, gorgeira e equipar minha bolsa e a adaga branca que gostava, coloquei a capa forrada de pele azul-petróleo sobre meus ombros.

— Esta pronto?

— Inferno sim. — declarou Regis antes de parar abruptamente e se virar. — Mas antes disso… valeu a pena?

Eu deixei o éter irromper do meu núcleo. Em vez de ver o brilho fino de magenta cobrir todo o meu corpo, no entanto, meu éter queimou um roxo brilhante, todos os vestígios do tom avermelhado agora se foram. O que realmente surpreendeu Regis, porém, foi o fato de que quase todo o éter se aglutinou em meu punho direito.

Meus lábios se curvaram em um sorriso enquanto observava Regis abrir a boca estupidamente.

— Me diz você.

 


 

Tradução: Reapers Scans

Revisão: Reapers Scans

QC: Bravo

 

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