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O Começo Depois do Fim – Cap. 254 – Fruto Proibido

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O núcleo vermelho-arroxeado vibrou com vida dentro de mim, desejando ser liberado.

Podia sentir o sorriso estampado em meu rosto, impaciente para testar meus novos poderes… o que quer que eles fossem.

Apesar da vontade de me soltar, tinha uma coisa para testar primeiro, talvez a coisa mais importante.

Respirando fundo, meditei. Focando no meu núcleo recém forjado e no éter ambiente que nos cercava, diminuí a respiração.

A força do hábito me fez supor que a técnica de respiração que utilizei para reunir mana ambiente poderia ser aplicada para absorver éter. Esse não foi o caso, entretanto, concentrar-me em meu núcleo de éter de uma forma que quase parecia que eu estava o flexionando causou uma mudança fora do meu corpo.

Quase imediatamente, os efeitos ficaram claros.

— O quê? O que é isso? — Régis perguntou impaciente.

Eu abri meus olhos, olhando para o fogo-fátuo chifrudo com um sorriso.

— Eu posso reunir éter ambiente em meu corpo e núcleo agora.

O queixo inexistente de Regis caiu, seus olhos brancos se arregalando.

— Sério?

— Consumir o éter dessas quimeras diretamente é definitivamente mais rápido e potente, mas pelo menos agora não estou dependendo de encontrar feras alimentadas por éter. Mesmo que os monstros aqui estejam cheios deles, quem sabe eu seria capaz de encontrar um fora desta masmorra. — eu expliquei.

Regis assentiu.

— Isso é bom. Agora não preciso me preocupar com você caindo morto porque não conseguiu uma refeição.

— Aww, você está preocupado com o seu mestre? — provoquei.

— Grande Mestre, minha vida está amarrada à sua bunda sem cor. — O orbe negro de fogo zombou.

Eu revirei os olhos.

— Se eu soubesse que minha arma acabaria assim, teria me arriscado a chegar ao núcleo branco sozinho.

— Também te amo, meu pequeno menino maravilha efeminado. Agora, continue testando! Precisamos saber exatamente quais são seus limites antes de prosseguirmos para o próximo estágio.

Concentrando-me no meu núcleo mais uma vez, liberei um pouco de éter e o foquei na minha mão. No entanto, assim que o éter deixou meu núcleo, se espalhou por todo o meu corpo.

Franzindo minhas sobrancelhas, tentei novamente, visualizando o éter fluindo através dos meus… canais de mana.

— Merda. — murmurei, percebendo o problema. Em desespero, tentei mais uma vez, apenas para encontrar o mesmo resultado. A curta explosão concentrada de éter que eu havia expelido do meu núcleo recém forjado foi mais uma vez distribuída uniformemente por todo o meu corpo. — Que merda!

— O que aconteceu? Algo está errado?

— Não consigo controlar a distribuição do éter a partir do meu núcleo. — disse tentando mais uma vez, sem sucesso. Podia definitivamente sentir o éter fortalecendo meu corpo, mas a quantidade que sobrou no momento em que alcançou a mão que eu realmente queria era apenas uma pequena fração.

Regis franziu a testa em confusão.

— Hã? Mas e quanto aos seus canais de man- ohh… entendi o problema.

Eu dei um suspiro bem forte.

— Mesmo quando finalmente acho que as coisas estão funcionando do nosso jeito, há uma montanha ainda maior para escalar.

Regis encolheu os ombros, voando em direção à saída destrancada.

— Não podemos fazer nada a não ser seguir em frente.

— Espere. Vamos voltar para o santuário.

— Você deve estar de brincadeira.

— Se eu não sou capaz de controlar o éter dentro de mim, preciso pelo menos fortalecer meu núcleo e, mesmo que fique mais difícil aqui, pelo menos sabemos o que esperar neste andar. — expliquei.

— Ugh… — Regis gemeu cambaleando em minha direção. — É melhor haver algum demônio raposa sexy ou algo do tipo no próximo andar. Olhar para esses monstros sem pele está afetando meu pequeno coração negro.

Rindo, abrimos a porta de volta para o santuário. Fiz alguns preparativos menores enquanto estávamos aqui. Rasgando minhas calças dos joelhos para baixo, arrumei uma faixa para armazenar com segurança a pedra de Sylvie e coloquei sobre meu ombro. Então, fiz um cantil tosco com o que sobrou do meu colete de couro. Depois de nos certificarmos de que não havia vazamento de água, voltamos para o corredor.

 

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— Por que eles não estão acordando? — Regis disse quando chegamos ao centro mais uma vez.

O longo corredor foi colocado de volta em seu estado original quando deixamos o santuário, mas não importa quantas vezes eu andasse para frente e para trás no corredor, as estátuas não se moviam.

Regis voou até a estátua do guerreiro empunhando uma espada.

— Eles estão quebrados?

— Talvez? — Aproximei-me de um deles e puxei meu punho.

Não ousando usar mais do que um décimo do éter em meu núcleo, golpeei a estátua da estátua empunhando a espingarda, enviando rachaduras por toda a sua perna.

Nada mal, pensei. Grama por grama, ou qualquer unidade de medida usada, o éter era muito mais potente e eficiente do que a mana. Ainda assim, não fiquei satisfeito.

— Ei, Regis. Ocupe minha mão novamente. — ordenei, estendendo minha palma direita. — Eu quero testar algo.

— Ok, mas realmente deveríamos criar um nome para isso.

— Por quê?

— Bem, é melhor do que você gritar “Regis, entre na minha mão!” — Afirmou Regis. — Isso pode soar um pouco sexual para os outros, não acha?

Infundindo meu corpo com éter mais uma vez, dei um tapa no fogo-fátuo preto. Desta vez, ao invés de passar por ele, minha mão atingiu seu rosto estúpido, jogando-o no chão.

— Ai! Que porra é essa? Você pode me bater agora? — Regis ficou furioso.

— Parece que sim, e cara, isso é bom. — sorri maliciosamente. — Agora, mão.

Murmurando uma série de maldições, Regis voou para a minha palma, cobrindo toda a minha mão com uma camada de fumaça preta.

Imediatamente, senti o éter que havia liberado antes gravitar em torno de Regis. Depois que o resto do éter em meu corpo se aglutinou em meu punho direito, soquei uma estátua diferente.

No entanto, não houve expulsão do éter como antes, quando usei esse mesmo movimento contra a quimera fundida.

— Não tenho éter suficiente para liberá-lo como um ataque. — Regis explicou.

Eu cerrei meus dentes.

— Está bem. Diga-me quando.

Liberei mais éter do meu núcleo e ele foi imediatamente puxado em direção ao meu punho direito. Depois que cerca de metade do éter armazenado dentro do meu núcleo foi consumido, a luva preta esfumaçada em volta da minha mão começou a brilhar com a mesma cor roxa avermelhada do meu núcleo.

— Agora! — Regis vociferou, sua voz reprimida pela concentração.

Empurrei meu punho na estátua à minha frente, liberando uma torrente de preto e magenta da minha mão.

O próprio ar parecia distorcer conforme a força do choque dizimou a grande estátua e a parede atrás dela.

Regis saiu da minha mão, atordoado.

— Provavelmente posso usar esse movimento mais uma vez.

— O mesmo aqui. — respondi. — Isso usou um pouco menos da metade do éter em meu núcleo.

— Bem, definitivamente parece funcionar. — observou meu companheiro, estudando o resultado de nosso ataque.

— Mhmm. — concordei. Sem as quimeras chegando, fazia pouco sentido permanecer aqui por muito mais tempo, então, depois de passar a próxima meia hora reabastecendo meu núcleo de éter, nós caminhamos em direção à porta que nos levaria ao próximo andar.

— Vamos lá. — Empurrei a porta alta de metal e entrei.

Imediatamente, fui recebido por uma rajada de ar quente e úmido que se agarrou à minha pele. No entanto, minha leve insatisfação com o ar caloroso e pegajoso foi superada pela cena à minha frente.

— Santa Mãe das mães… — Regis murmurou observando os arredores.

Havíamos entrado no que só poderia ser descrito como uma selva, exceto por algumas diferenças notáveis. A primeira diferença estava na abundância de árvores brancas ao nosso redor com folhas brilhando em vários tons de roxo. A segunda era que não havia apenas árvores crescendo no solo, mas também no teto dessa enorme caverna.

Minha atenção foi atraída pela visão da porta pela qual tínhamos vindo desaparecendo da existência. Chocado, rapidamente alcancei a alça de metal, mas era tarde demais, minha mão escorregou e fiquei segurando o ar.

Dei um suspiro.

— Bem, não parece que podemos voltar pelo caminho por onde viemos. Vamos, aqui é um pouco aberto de mais para meu conforto.

Nós dois nos aventuramos mais fundo na selva etérea, percebendo cada vez mais diferenças neste estranho ambiente. Encontramos vinhas espessas e claras que conectavam as árvores do solo às que cresciam no teto. No ar havia centenas de glóbulos azuis, alguns flutuando para cima, outros flutuando para baixo.

Meus sentidos estavam em alerta máximo enquanto continuávamos caminhando com cuidado através da densa variedade de árvores de outro mundo. De vez em quando, via sombras voarem de árvore em árvore a uma velocidade que ultrapassava algumas bestas de mana classe S em Dicathen.

Apesar de como as coisas eram calmas e silenciosas nesta floresta, não pude deixar de me sentir inquieto.

Regis, por outro lado, estava apreciando a paisagem voando sobre a copa das árvores que bloqueavam grande parte da minha visão.

— Não consigo ver muito, exceto por essas criaturas-macaco de duas caudas subindo e descendo as vinhas. — observou Regis antes de seus olhos se iluminarem. — Oh! E você sabe aqueles orbes azuis flutuantes? Eu acho que é água. Vi alguns deles pendurados nas vinhas e bebendo deles.

Balancei a cabeça, meus olhos constantemente à procura de qualquer coisa potencialmente perigosa.

— Você vai relaxar? Ainda não apareceu nenhuma demônio raposa sexy, mas comparado ao último andar, este lugar parece praticamente o paraíso. — Regis insistiu.

— A única razão pela qual você pode relaxar é porque você é incorpóreo. — respondi, continuando a andar com cuidado, com o éter correndo dentro do meu corpo só por garantia.

Ao contrário do corredor simples de onde tínhamos vindo, esta selva não parecia ter nenhum tipo de monstro predatório de qualquer raça o qual precisássemos vencer para poder seguir em frente.

— Bem ali! É de uma cor diferente e um pouco menor, mas vi alguns daqueles macacos comendo isso. — observou Regis, gesticulando em direção a uma fruta em forma de pera pendurada em um galho acima de nós.

Lancei ao meu companheiro um olhar cético.

— Ei, não sou eu que tenho que comer. — reclamou, ofendido por minha falta de confiança.

Minha reação inicial foi evitar o risco. Afinal, quem sabe o quão diferente a anatomia das criaturas deste andar era comparada à minha.

No entanto, quanto mais olhava para ele, mais meu estômago me lembrava que eu não comia desde que acordara nesta masmorra esquecida por Deus. Além do mais, essa fruta laranja estava coberta por um brilho roxo, indicando que continha éter dentro dela.

Com meu núcleo de éter recém forjado revitalizando este corpo, sabia que não precisava comer tanto quanto antes. Mas, eventualmente, teria que o fazer, e a tentação olhando bem na minha cara levou o melhor de mim.

Facilmente pulei para o primeiro galho e continuei a subir. Para minha surpresa, os galhos nem mesmo se dobraram sob meu peso, tornando mais fácil alcançar a fruta laranja brilhante.

Quando estava prestes a pegar a fruta, algo chamou minha atenção. Havia uma distorção sutil na área circundante que me fez puxar imediatamente minha mão para trás.

E foi então que eu vi, uma boca gigante com fileiras de dentes serrilhados fechando-se em torno da fruta… e onde minha mão estaria se não tivesse a puxado para trás. O estranho, porém, é que eu ainda podia ver a fruta dentro da boca do monstro.

Saltei para um galho mais distante, preparando-me para o próximo ataque. No entanto, o monstro apenas abriu seus lábios gigantes mais uma vez e tudo, exceto a fruta gigante que usava como isca, ficou transparente.

— Oops. Foi mal. — Regis deixou escapar uma risada desconfortável.

— De agora em diante, você vai verificar tudo primeiro. — brinquei.

Meu aborrecimento, entretanto, foi turvado pela minha ganância por aquela fruta. Depois de estar perto dela e sentir meu núcleo de éter tremer de excitação, sabia que a fruta laranja não era apenas uma isca que o monstro usava.

— Espere, por que você vai voltar? — Regis perguntou, me vendo pular de volta para o galho em que a fruta estava pendurada.

Lentamente, alcancei a fruta mais uma vez.

— Vou tentar obter aquela fruta.

Assim que a boca do monstro se fechou, tirei minha mão apenas o suficiente para evitá-la.

Ele fechou mais rápido desta vez, observei.

Com a boca agora bem fechada, golpeei seu corpo transparente, esperando pelo menos deixá-lo inconsciente. No entanto, em vez de acertá-lo, minha mão escorregou. Perdendo o equilíbrio, caí. Consegui agarrar um galho embaixo do monstro das frutas, mas quando o alcancei, ele abriu a boca mais uma vez.

— Boa. — comentou Regis. — Você está fazendo a mesma cara que fez quando tentou me bater pela primeira vez.

Meus olhos se arregalaram com a realização.

— Você está certo.

Subindo de volta para onde a besta estava, tentei mais uma vez. Os dentes serrilhados deixaram vários cortes no meu braço porque não fui capaz de puxá-lo para trás rápido o suficiente, mas desta vez, enquanto golpeava a fera transparente, liberei mais éter do meu núcleo, o suficiente para um brilho vermelho-púrpura envolver meu corpo.

Senti um leve ceder, como se minha mão estivesse passando por uma camada de algum líquido viscoso, mas embaixo dela estava seu corpo real.

O corpo transparente da besta estremeceu como água ondulante. De repente, soltou um grito estridente que me fez perder o equilíbrio por um segundo.

Felizmente, consegui me segurar na árvore, mas Regis havia ficado inconsciente.

Eu o golpeei outra vez, e seu corpo bastante macio ficou mole.

Abrindo sua boca, coloquei a mão dentro e tirei a fruta que estava suspensa no ar.

— Que criatura estranha. — devaneei, olhando mais uma vez para a mortal besta armadilha de moscas.

Descendo de volta, verifiquei Regis, que estava acordando novamente.

— O que aconteceu? — O orbe negro perguntou, sua voz trêmula.

Segurei a pera laranja do tamanho de uma mão para Regis com um sorriso.

— Consegui

Regis estudou a fruta.

— Eu me pergunto se é comestível.

— Só há uma maneira de descobrir.

Cheirei a fruta antes de mordiscar a borda externa dela apenas no caso de ser venenosa. Este corpo era muito mais resistente, razão pela qual até ousei fazer algo do gênero, mas mesmo assim ainda era cauteloso.

Enquanto mastigava, um sabor azedo encheu minha boca. Não era ruim, apenas tinha gosto de casca de limão, mais saborosa. No entanto, assim que engoli, senti a mudança em meu corpo.

Cedi de dor enquanto minhas entranhas se contorciam.

Incapaz de evitar que meu corpo tremesse, deitei-me encolhido no chão enquanto meu núcleo de éter lentamente absorvia o pedaço de fruta.

— Arthur! — Regis gritou, sua voz distante e abafada, mas minha atenção estava focada atrás dele além da linha das árvores.

Batidas profundas e rápidas do que só poderiam ser passos ficaram mais altas enquanto as árvores etéreas, cujos galhos permaneceram inalterados sob o meu peso, balançavam ferozmente em um caminho que conduzia direto para nós.

 


 

Tradução: Reapers Scans

Revisão: Reapers Scans

QC: Bravo

 

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