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O Começo Depois do Fim – Cap. 211 – Presente de boas-vindas

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POV ARTHUR LEYWIN

— Precisamos avisar os outros! — Tess estressada, mana envolvolvia seu corpo, enquanto se preparava para pular do penhasco.

Agarrei seu pulso.

— Vou avisar a todos. Você precisa buscar seus colegas de equipe. Você tem uma missão.

— Essa horda de bestas está mais de um dia adiantada, Art! As pessoas aqui não estão preparadas para isso. Eu deveria ficar e…

— É para isso que estou aqui, Tess. — cortei com firmeza. — Você tem ordens da sua capitã em comando. Não vou pedir que você vá embora, mas se as coisas estiverem ruins aqui, suspeito que as tropas que pedem apoio em Elenoir possam estar piorando.

Houve um momento tenso de silêncio. As sobrancelhas de Tess se franziram e suas mandíbulas se apertaram de frustração, mas finalmente cedeu.

— Bem. Vou reunir minha equipe e me reportar à capitã Jesmiya antes de sair.

— Boa. Mesmo se você estiver em vantagem na floresta, tenha cuidado. —  respondi com um sorriso gentil.

— Era isso que eu queria dizer, bobo. — disse ela antes de me agarrar pela nuca do meu manto e me puxar para um beijo.

Quando me deixou e caminhou em direção à beira do penhasco, me vi subconscientemente tocando meus próprios lábios em transe.

Tess sorriu para mim, suas bochechas coradas traindo seu movimento ousado. Puxando a corrente do seu amuleto de folha, ela me encarou.

— Lembre-se da promessa.

Sorri de volta, muito consciente do quão quente meu rosto ficou.

— Não vou esquecer. — respondi, segurando minha metade do colar pendurada em meu pescoço.

E assim, Tess pulou do penhasco, navegando como um cometa esmeralda. A observei ir embora me convencendo de que o que eu disse a ela era o melhor. Não queria que ela ficasse aqui. Mesmo que fosse uma das poucas magas deste continente que não me atrasaria, sabia que não seria capaz de dar tudo de mim, sem me preocupar com ela.

Pelo menos na floresta de Elshire, ela só precisa ter cuidado com os retardatários perdidos em um ambiente pelo qual pudesse navegar livremente.

— É o melhor, Arthur — murmurei para mim mesmo. Depois de um momento, informei a situação para Sylvie, antes de pular do penhasco.

Apesar da bomba lançada, o povo da Muralha lidou bem com as notícias. Isso não significava que não entraram em pânico, mas com a liderança rígida e o fato de a maioria das pessoas presentes serem soldados treinados ou aventureiros veteranos, se adaptaram rapidamente.

Trodius foi especialmente rápido em pensar em estratégias. Reunindo rapidamente os aventureiros mercenários, os designou para ajudar em diferentes partes da Muralha que precisavam de fortificação.

Os trabalhadores continuaram seus esforços dentro das rotas subterrâneas que saíam da Muralha com a ajuda de alguns soldados. Jesmiya imediatamente enviou ordens para que cada uma das unidades que compunham sua Divisão Trailblazer fosse despachada em posições apropriadas em preparação para a horda.

A Divisão Bulwark, composta por um pouco menos de dois mil soldados, tinha total confiança em seu capitão. Talvez fosse porque estávamos na defesa e tínhamos uma Muralha maciça para nos proteger, mas mesmo sabendo que estavam em menor número, estavam prontos para marchar além da Muralha sem hesitar.

No espaço de uma hora, arqueiros e conjuradores foram posicionados em todos os andares da Muralha atrás de aberturas para flechas. Tropas corpo a corpo, guerreiros e aumentadores, estavam sendo formadas logo atrás da entrada que dava para a Clareira das Feras, preparadas para avançar na batalha contra a horda de bestas que se aproximava.

Quanto a mim, esperei dentro da tenda de reunião com Sylvie. Trodius estava enterrado atrás de várias pilhas de papel em sua mesa, deixando-me com um agradável momento de paz enquanto verificava o conteúdo do meu anel dimensional. A única coisa útil que tinha era a Canção do Amanhecer, rachada e quebrada, mas ainda melhor do que qualquer outra arma que havia usado.

Tirei-a, inspecionando as rachaduras e lascas espalhadas pela lâmina translúcida de cerceta.

Realmente gostaria que essa maldita arma dentro da minha mão já tivesse se manifestado, xinguei na minha cabeça.

— Agora seria uma boa hora. — concordou Sylvie.

— General. Por favor, reconsidere. Permita-nos acompanhá-lo. — a voz profunda de Gavik ressoou.

Olhei para o aventureiro corpulento e o mago de cabelos encaracolados ao lado dele.

— Como eu disse antes, seu trabalho será apoiar as tropas aqui.

Callum falou, a frustração evidente em sua voz.

— O comandante Virion nos escolheu pessoalmente para ajudá-lo na batalha. Se algo acontecesse depois de enviar você sozinho…

— Não estou rebaixando vocês dois, mas as chances de algo acontecer comigo e Sylvie só aumentam se vocês vierem conosco. — afirmei, sem tirar os olhos da Canção do Amanhecer.

— Por favor, desculpe a intrusão. Pai, eu trouxe as armas que você pediu. — uma voz clara soou.

Eu olhei para cima e vi uma mulher alta com olhos vermelhos brilhantes e pele escura que parecia ainda mais escura com as manchas de fuligem. Em seus braços tonificados havia duas espadas, uma mais longa que a outra.

— Ah! Entre, Senyir. — Trodius acenou para a mulher, com um sorriso raro no rosto. — Arthur, esta é Senyir Flamesworth. Minha filha e a mestra ferreira da Muralha.

Tess havia se referido à mestra de uma garotinha como Senyir quando estávamos andando juntos pelo Muralha. Tess até parecia ter um bom relacionamento com ela, mas mesmo assim…

A simples menção da palavra “filha” vinda dos lábios de Trodius me incomodou. Memórias de Jasmine de quando me contou sua história de vida ressurgiram, deixando um gosto ruim na minha boca.

Mesmo assim, escondi meus sentimentos pessoais sobre o capitão sênior e me apresentei à mulher.

 

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— Arthur Leywin. Prazer em conhecê-la. — falei, embainhando a Canção do Amanhecer.

— Senyir aqui, é uma das melhores ferreiras de Sapin, a par dos ferreiros mestres de Darv, devido ao seu excelente controle e implementação da magia do fogo durante o processo de forjamento. — gabou-se Trodius.

— Sua raiva está vazando para mim. — Sylvie transmitiu gentilmente

— Não consigo evitar.

Ouvi de Tessia que você prefere lâminas mais finas. — disse Senyir enquanto me entregava a mais longa das duas espadas. — Tenho certeza de que não está nem perto do mesmo nível da sua arma, mas meu pai me informou que você estará em batalha por um longo período de tempo. Ter várias armas de precaução não fará mal a você.

— Obrigado. — respondi, puxando a espada da bainha de aço sem adornos. Com um zunido afiado, uma lâmina de ouro pálido com largura de cerca de três dedos apareceu. Depois de testar seu equilíbrio com alguns balanços, comecei a canalizar mana para a lâmina.

A fina espada zumbia, quando fogo, vento, água e terra começaram a girar em torno da lâmina em harmonia. Continuei injetando mana na espada até ver a lâmina começar a se deteriorar.

— Não é ruim. Acho que é suficiente — eu agrupei, eliminando a magia que envolvia a nova espada e colocando-a de volta em sua bainha.

Senyir não conseguiu esconder a decepção em seu rosto ao aceitar minhas palavras e se curvar.

— Estou honrada.

Colocando a espada mais longa no meu anel e prendendo a mais curta no meu quadril ao lado da Canção do Amanhecer, virei-me para Trodius.

— Tenha as tropas terrestres prontas para avançar assim que eu sair.

— Estou ciente do plano, general. Não se preocupe conosco e volte inteiro. — respondeu Trodius. — Estaremos aguardando o sinal.

Sem outra palavra, passei por Senyir Flamesworth e saí da tenda, apenas para ser recebido com um estrondo estridente. Ao nosso redor havia soldados, comerciantes e aventureiros aplaudindo e rugindo meu nome.

— Sua presença é o que mantém esta Muralha inteira, general. — disse Trodius quando se aproximou de mim.

Foi esmagador, para dizer o mínimo. Mas, em vez de sentir alegria ou orgulho por ser o centro das atenções, fui tomado de horror, porque no meio da multidão, vi meu pai.

Ele não deveria estar aqui. Se eles estavam aqui embaixo, isso significava que o resto dos Chifres Gêmeos também estavam em algum lugar por aqui.

Não. Eles deveriam estar na Cidade Blackbend, longe desta batalha.

Sylvie apertou minha mão.

— Arthur. Todo mundo está assistindo.

Eu não me importei. Queria correr para meu pai agora mesmo e dizer-lhe para ir embora, ir embora com a mamãe e os chifres gêmeos que certamente estavam aqui.

Mas não consegui. Um olhar de meu pai me parou.

O homem que me criou ao lado de Alice, estava entre a unidade de soldados que lutaria fora da proteção da Muralha.

Ele tinha uma expressão tão determinada que, mesmo como general, não ousava detê-lo. Temia que se eu o parasse e a todos aqui, eles nunca me perdoariam.

Tudo bem, Arthur. Se tudo correr como planejado, a maioria desses soldados conseguirá sair vivo e seu pai é um dos mais fortes deles, disse para mim mesmo, esperando me acalmar.

Engolindo a angústia e o pavor crescendo dentro de mim, saudei a multidão, encarando meu pai.

Ele saudou de volta e, apesar da briga que não faz muito tempo, sorriu para mim.

Troquei olhares com Sylvie e, com um aceno de cabeça, ela mudou para sua forma dracônica. Isso provocou outra onda de aplausos, assim que montei nela.

Minhas mãos tremiam quando finalmente senti a gravidade da situação. Trouxe minha irmã aqui. Meus pais estavam aqui, assim como os chifres gêmeos. Eles, assim como a vida de todos os que estavam torcendo, dependiam de mim.

— Você não está sozinho, Arthur. — disse Sylvie enquanto abria as asas de obsidiana. — Nada mudou desde que você tomou a decisão de trazer Ellie.

Ela estava certa. Apesar da horda de bestas chegar um dia antes, os preparativos haviam sido feitos no prazo. Tanto minha mãe quanto minha irmã tinham os pingentes da Fênix Serpe para mantê-las seguras, e eu até dei a Ellie um pergaminho de transmissão para me contatar. Mas, mesmo assim, não pude deixar de me sentir desconfortável.

Foi por causa da promessa que fiz com Tess? O pingente pendurado no meu pescoço parecia pesar sobre mim, mas não era só isso. O momento de tudo acontecer parecia… estranho.

Foco, Arthur. Você está indo para a batalha.

Segurando os espigões no pescoço de Sylvie, murmurei:

— Vamos lá.

Meu vínculo puxou sua cabeça para trás e soltou um rugido ensurdecedor,

Sacudindo todo o chão. Alguns dos comerciantes tropeçaram e caíram no chão, mas isso só aumentou o moral quando a multidão respondeu de volta com uma alegria própria.

Subimos com uma única batida das asas largas de Sylvie, alcançando a altura da muralha em apenas alguns segundos. Tinha uma visão da horda de animais que se aproximava, bem como das pessoas abaixo de nós, que éramos responsáveis por proteger.

— Você está pronto? — perguntou Sylvie, sua emoção me inundando.

— Não tão pronto quanto você. — enviei de volta com uma risada.

O riso de Sylvie ecoou na minha cabeça antes que o mundo ao nosso redor se transformasse em um borrão. Com seu selo liberado, cada centímetro de seu corpo estava transbordando de poder. Cada golpe de suas asas fazia ventos atrás de nós, até que logo estávamos nos aproximando do exército de bestas.

Com uma visão aprimorada de mana, pude ver os magos Alacryanos espalhados pela horda de feras, montando nas bestas maiores.

— Que tal enviar a eles um pequeno presente de boas-vindas? — Eu sugeri.

— Exatamente o que pensei — respondeu, arqueando as asas para pairar.

O espaço começou a distorcer quando a mana se juntou à boca aberta de Sylvie.

Uma esfera branca e dourada se formou e cresceu a cada respiração que passava, até ser ainda maior que eu.

A esfera explodiu em um raio de pura mana. Não houve som no ataque, apenas pura destruição quando o golpe marcou o início da batalha.

 


 

Tradução: Reapers Scans

Revisão: Reapers Scans

QC: Bravo

 

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