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O Começo Depois do Fim – Cap. 192 – O Homem Por Trás do Véu

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Podia sentir o sangue abandonar o meu rosto, mas mantive-me firme. Apesar da revelação casual, pude perceber que Syl—Agrona, estava observando minha reação atentamente. Os mesmos dois olhos amarelos brilhantes que pareciam tão inocentes e confusos apenas alguns momentos atrás agora estavam rubis brilhantes e carregavam uma confiança e autoridade inabaláveis, ele poderia facilmente dizer que era algum tipo de metamorfo inteligente de um planeta diferente e ainda assim eu teria sido obrigado a acreditar nele. Não dando nenhum vestígio de que suas palavras tiveram algum efeito sobre mim, fiz um simples gesto com a mão, lançando vários feitiços simultaneamente. A porta se fechou e uma placa grossa de pedra brotou para barrar a entrada enquanto uma camada de vento rodopiante nos cercava, silenciando qualquer som que pudesse vazar da sala. Também conjurei uma camada no chão, caso alguém chegasse perto.

— Sylvie está segura enquanto você está no controle do corpo dela? — Eu perguntei.

— Sylvie… um bom nome. — Agrona respondeu como se saboreasse o som. — Sim, o que estou usando pra falar com você dessa maneira é um feitiço inofensivo que eu embuti nela quando ainda era um ovo. Sylvie está simplesmente dormindo.

Duas cadeiras de pedra surgiram do chão e eu me sentei, gesticulando para Agrona fazer o mesmo. Agrona sentou-se, recostando-se no assento prazerosamente.

— Obrigado pela hospitalidade e por manter o juízo. Torna a comunicação tão mais fácil sem você tentar me matar.

— Você está possuindo meu vínculo, então machucar você não seria muito eficaz. — respondi calmamente.

Ele encolheu os ombros.

— Não seria capaz de lutar muito, já que não posso usar técnicas de mana como essa, eu acho. Devemos conversar sobre algo um pouco mais importante do que as várias falhas desse método de comunicação?

Segundos se passaram em silêncio, apenas com o assobio fraco do feitiço de vento nos cercando, enquanto nós dois nos encarávamos. Meu cérebro entrou em um turbilhão com a atividade, tentando entender a repentina mudança de eventos pensando em uma maneira inteligente de tirar proveito disso. Afinal, não era todo dia que você podia calmamente ter uma reunião individual com o líder do inimigo no meio de uma guerra. Mas já que ainda estava tendo dificuldade para acreditar em tudo isso, minha preocupação com Sylvie estava constantemente me incomodando, mesmo que conectada à minha. Ainda com minha calma aparente, minha mente não conseguia manter uma linha coerente de pensamento. Então fiz a única pergunta que me incomodava desde que assumiu o controle da Sylvie.

— Você disse que estava agradecido por eu estar na mesma sala quando você fez a conexão. Por que você procurou apenas por mim?

— Pergunta justa. A primeira razão, e a mais óbvia, é que tenho certeza de que a maioria dos membros de sua liderança não seriam muito gentis comigo invadindo seu território domiciliar na forma de uma garotinha. Supondo que eles até acreditassem em mim, isso os assustaria, tendo em vista que poderia invadir a localização mais “segura” do continente. — respondeu ele. — Embora, seria divertido ver a reação deles.

— E a segunda razão?

— Porque… — se inclinou para frente e sorriu. — Você é o único nesse continente que me interessa.

Não esperava essa resposta. O que o líder de um clã Asura renegado, com centenas, senão milhares, de anos. Achou interessante a meu respeito? Independentemente como fosse, não poderia ser uma coisa boa.

Minha expressão deve ter me traído porque o Asura soltou uma risada bruscamente.

— Não se preocupe, eu não vou te prender de repente no chão e ir até você. Supondo que meus gostos subitamente se alterassem dessa maneira, ainda seria um pouco inapropriado nessa forma, não é? — Revirei os olhos como a suposta mente genial por trás da guerra intercontinental faria, incapaz de jogar cara ou coroa com suas emoções.

— Você é muito mais excêntrico do que imaginava… quase sociável. — comentei. Agrona levantou uma sobrancelha, divertido.

— Talvez você me viu como um ditador, decidido a tornar o mundo todo meu enquanto vestia uma capa de seda?

— Algo parecido.

Ele assumiu uma expressão grave enquanto se inclinava para frente.

— Bem… você está parcialmente certo! — Agrona deu um sorriso. Se recostou de novo, como se não conseguisse encontrar uma posição confortável para ficar parado.  — Não deixe que esse comportamento agradável o engane. Tenho meus objetivos e ambições, e um rosto que mostro ao meu povo em público. Mas quanto à minha personalidade, depois de passar gerações e gerações entre vocês seres menores, que parecem mudar seus costumes éticos e sociais por capricho, é uma dor acompanhar a aparência digna e culta. Por exemplo, em meu continente, há apenas algumas centenas de anos, costumavam ser normais execuções e torturas públicas, merda, eles até traziam lanches e assistiam a isso como entretenimento gratuito. Agora? De alguma forma ficou chocantemente horrível para eles. — acenou a mão com desdém. — Eu tenho o meu pessoal para lidar e administrar os seres menores com base no seu senso de certo e errado em constante mudança.

Uau, ele fala muito. Ainda assim, havia muito conhecimento contido em seu pequeno discurso. Pelo que vi enfrentando os soldados Alacryanos e, sinceramente, meu próprio preconceito baseado nos Vritras loucos como Uto e a bruxa, imaginei que o continente inimigo fosse um terreno abandonado horrível cheio de seres menores escravizados para fazer os serviços de Vritra. Mas, pelo que Agrona acabou de dizer, Alacrya parecia ser uma terra qualquer em desenvolvimento normal com líderes que realmente se importavam com os cidadãos.

— Esse seu olhar de agora. — Ele apontou um dedo para mim. — Aquele olhar irritante de surpresa agradável… Você estava pensando que é estranho eu realmente dar a mínima para os seres menores em Alacrya, hein.

— Bem, pelo que os Asuras me disseram, você estava realizando experimentos com as raças menores e procriando com eles antes mesmo de ser expulso de Epheotus. — comentei. Esperava que ele ficasse bravo, pelo menos irritado, mas sua expressão ficou sombria. — A melhor mentira é dizer apenas metade da verdade, suponho. Kezess ou aquele lacaio dele, Windsom, nunca lhe disseram o motivo pelo qual fiz tudo isso, disseram?

Então, o primeiro nome de Lorde Indrath é Kezess, observei internamente antes de responder.

— Era pra construir um exército capaz de derrubar os outros Asuras, não?

— Isso foi tudo que eles te disseram? — Agrona revirou os olhos, batendo os dedos com impaciência no apoio de braço da cadeira. — Arthur, você acha que um dia eu acordei querendo cometer genocídio contra meus irmãos?

— Qualquer motivo que você tenha não é justificativa para o que você está tentando fazer. — afirmei firmemente. Ele deixou escapar uma risada.

— Eu deveria mais ou menos esperar que você tivesse a mesma mentalidade que Kezess e o resto de seus subordinados.

Irritado, eu perguntei: — Como assim?

— Vamos supor que você viveu neste continente sem poder usar magia, quão diferente todos os que você conhece o tratariam hoje? As famílias reais? Elas não olhariam na sua direção. Seus colegas de Xyrus? Você nunca os conheceria e provavelmente apenas faria amizade com bandidos e agricultores de sua própria classe social. Sua família? Bem, eles podem ser os únicos que te amariam, mas isso não significa que eles não ficariam desapontados em seus corações com sua ausência de talento.

Levantei uma sobrancelha.

— E essa pessoa hipotética supostamente se relaciona com você?

— Os basiliscos em geral eram notórios entre outras raças, mas imagine se os membros de seu clã e sua família o desprezassem pelo minúsculo talento que você não tinha controle. O mesmo Lorde Indrath que o aprovou daquela maneira brusca e nobre dele nem achou que valia a pena respirar na minha direção. — Agrona cuspiu, com seus dedos arranhando o apoio de braço.

— E você achou justificável brincar desumanamente com a vida de incontáveis “seres menores” para ficar mais forte? — atirei de volta.

Ele inclinou a cabeça.

— Você derrama lágrimas pelas formigas em que pisou?

A raiva ardia em meu estômago, mas pelo seu tom de voz e expressão, não parecia que ele estava me desprezando. Realmente sentia que os seres menores eram insetos para ele. Soltei um suspiro.

— Era ingênuo pensar que poderíamos ter uma conversa racional. — Agrona abriu os braços, olhando para mim com um sorriso orgulhoso.

— O que eu consegui através desses experimentos beneficiou não apenas a mim mesmo, mas os seres menores em Alacrya a tal ponto que eles me adoram, não por medo, mas por reverência. Para eles, eu sou o salvador deles.

— Salvador? — zombei. — Você de alguma forma limpou as memórias de matar e torturar os ancestrais de seu povo ou algo assim?

— Matar e torturar… posso sentir a amargura em suas palavras daqui de Alacrya, Arthur. — disse ele, fingindo uma expressão magoada. — Bom, apenas utilizei os inúmeros seres menores disponíveis para mim, afim de fortalecer as habilidades inerentes à minha própria espécie. Tenho certeza de que esses sujeitos de teste são gratos por eu ter feito uso deles para realizar algo inimaginável para as gerações futuras.

Queria dar um tapa no olhar malicioso de seu rosto, mas esse maníaco egoísta realmente acreditava que o que ele fazia era certo.

— O que você conseguiu realizar de tão grandioso para as gerações futuras que substitui as décadas de você conduzindo experimentos nos habitantes de Alacrya? — perguntei, brincando junto.

— Eu vou responder sua pergunta com uma outra pergunta. — gesticulou. — Eu sei que a estatística aproximada de mago para não-mago em Dicathen é de 1 em cada 100. Quanto você acha que é a estatística em Alacrya?

Fiquei calado.

Agrona sorriu.

— É de um em cada cinco.

— Uma em cin-cinco? — Eu cuspi.

— Inimaginável pelos seus padrões também, certo? — me deu uma piscadela.

— Admito que o que você conseguiu fazer é impressionante, mas não tem medo de que, com muito da população como magos, aqueles que ainda guardam rancor vão se unir e revoltar-se?

Agrona olhou para mim por um segundo em silêncio antes de começar a rir.

— Oh… Você não estava brincando. — ele disse entre risadas depois de ver minha expressão. — Como eu disse anteriormente, meu povo, se eles têm alguns dos meus genes, ou se ainda são seres menores de sangue puro, eles reverenciam-me. Por causa do processo estruturado de despertar que criei para eles, muitos deles podem utilizar magia para melhorar suas vidas mundanas.

— Você está me dizendo que gastou tempo e esforço para criar esse método para quê? Para o benefício real dos Alacryanos? — perguntei, cético. — Ouvi dos Asuras, mas como aparentemente eles são tão distorcidos em suas opiniões, quero ouvir da sua boca. Qual é o seu objetivo com tudo isso?

— Oh, é essa a parte em que o vilão cai em um monólogo e revela seus planos nefastos ao herói justo? — respondeu animadamente, amassando seus dedos.

Balancei minha cabeça.

— Você é louco.

— Loucura é relativa. — disse, inabalável. — E quanto à sua pergunta, não tenho intenção de lhe dizer nada.

— Você disse antes que estava interessado em mim. Presumi que era porque você queria minha ajuda, mas esconder seu objetivo em tudo isso dificilmente me faz querer ir para o seu lado. — forcei, esperando obter uma resposta dele. Agrona recostou-se.

— Eu nunca esperei que você viesse pro meu lado nessa pequena conversa. Lhe disse tudo isso na esperança de você se afastar da guerra.

— O quê? Por que eu faria—

Agrona levantou a mão.

— Antes de dizer não, considere isso. Até agora, tenho progredido de maneira muito conservadora nesta guerra, evitando mortes civis desnecessárias uma vez que eu tenho uso para elas, mas isso não significa que eu vou continuar sendo assim. Você mal se agarrou à sua vida até agora, mas esse é só o começo. Estatisticamente falando, qual a probabilidade do seu lado vencer esta guerra com sua família e outros entes queridos vivos depois de tudo? — Ele parou antes de falar novamente. — Você pode se esconder, procurar refúgio em Alacrya, qualquer coisa na verdade, desde que você não se torne um oponente do meu exército. Garanta isso, e eu irei garantir que você e seus entes queridos serão deixados intocados.

Seria uma mentira falar que uma pequena parte de mim não estava tentada.

— O que você ganha comigo fazendo isso? Dizendo-me para me esconder ou ir para Alacrya significa que você me quer vivo. Por quê? Se não estou do seu lado, eu não sou uma ameaça?

— Apesar de como eu posso ser percebido e do que fiz para chegar onde estou hoje, não acredito que aliados possam ser feitos através da força. Se eu te quero do meu lado, não o farei através de ameaças.

Nós dois ficamos em silêncio por um tempo. Ele estava esperando que eu respondesse, e eu não sabia como responder. Eu queria recusar, eu definitivamente deveria recusar, mas, por algum motivo, suas palavras carregaram um peso que realmente me fez pensar.

— Na verdade, parece que você está pensando sobre isso. — ele riu. — Como um pequeno agradecimento por isso, vou revelar algumas coisas que você pode ou não ter ficado curioso. — Agrona alisou as rugas do vestido preto que o corpo de Sylvie estava usando. — Primeiro. Seus pais foram atacados não muito tempo atrás enquanto transportavam suprimentos para suas forças na Muralha, certo? Me levantei do meu assento, mana se juntando ao redor do meu corpo inteiro. Agrona levantou as mãos em um gesto apaziguador, ainda sentado. Seus olhos, no entanto, eram ferozes. — Você pode não acreditar em mim quando digo isso, mas seus pais ficaram intocados porque eu desejei. Por último. Os Asuras estão fora de contato com seus líderes, certo? — Ele não esperou que eu respondesse. O Asura que possuía meu vínculo ficou de pé, mantendo sua postura. — É porque alguns Asuras, incluindo Aldir e Windsom, tentaram se infiltrar no meu castelo em Alacrya, esperando que eles conseguissem me matar enquanto minhas forças estavam divididas…

— Tentaram? Isso significa que eles falharam. — respondi, com meu coração batendo mais rápido. — Não. Nem meu lado, nem os Asuras em Epheotus desejavam isso, mas eles tiveram que pagar por desrespeitar o tratado, então fizemos outro acordo.

Eu estava com medo de perguntar, mas perguntei assim mesmo.

— Qual foi o acordo que você fez?

— Os Asuras em Epheotus não podem mais ajudá-lo de nenhuma maneira durante esta guerra. — respondeu ele, aproximando-se um pouco. — Windsom, Aldir e o resto dos Asuras que você conheceu abandonaram você e Dicathen.

Queria dizer que eu permaneci imperturbável e aceitei as notícias rapidamente, mas isso seria uma mentira. Na minha cabeça, estava usando todas as maldições que conhecia para expressar a frustração e pânico que borbulhavam por dentro de mim. Finalmente, depois de ganhar compostura suficiente para formar palavras novamente, eu falei.

— …Por que você está me dizendo tudo isso?

— Para apelar pra você, é claro. Estou tentando definitivamente colocar você do meu lado de bom grado, lembra? — Agrona piscou. — Sinceramente, não consigo ver de onde a sua lealdade aos Asuras vem. Kezess e os outros Asuras que ajudaram a treinar vocês. Fizeram isso apenas visando os ganhos deles e você simplesmente colaborou porque você precisava ficar mais forte para manter seus entes queridos em segurança. Parece mais um acordo comercial para mim. —

Balancei minha cabeça.

— Mesmo assim. Você disse que tem sido conservador durante esta guerra, mas enquanto você se comportou bem até agora, seus Retentores massacraram soldados com alegria.

— Exatamente como você disse. Soldados. — Agrona apontou, estalando seus dedos. — E realmente… acho que não é justo trazer isso à tona quando seu lado tratou meus homens com a mesma hospitalidade. Diria que congelar minha pobre Jagrette e exibir seu cadáver como uma espécie de troféu na frente dos seus nobres dificilmente é melhor do que o que ela ou qualquer um dos meus outros soldados fizeram.

Estava sem palavras. Nem fiquei surpreso que Agrona de alguma forma soubesse de tudo isso neste momento, apenas que ele estava certo. O silêncio envolveu a sala, trazendo à atenção o som do vento assobiando ao nosso redor.

— O que discutimos hoje não é algo que você possa organizar em alguns minutos, então vou te dar algum tempo para pensar sobre tudo. — finalmente disse, quebrando o silêncio. — Além disso, Sylvie parece estar se mexendo do seu sono, então, depois que você pensar sobre isso, me dê uma resposta depois recitando esse feitiço para Sylvie. — murmurou uma série de palavras estrangeiras através da transmissão mental, permitindo que eu me lembrasse.

— Aconselho você a fazer uma escolha em breve, no entanto. Como eu disse anteriormente, estamos progredindo para o próximo estágio desta guerra e garanto que não será para o benefício de seu lado. Dando-lhe este acordo, não lhe concede imunidade contra danos se você recusar ou adiar sua resposta.

— Espere… — eu gritei. — O que você me disse antes… Que eu era o único neste continente em que você estava interessado. Você nunca me disse o porquê disso.

— Suponho que não faz mal em lhe contar. — Agrona bateu com o dedo no queixo, pensando por um momento. — Digamos que gostei de conversar com um velho amigo seu, Rei Grey.

 


 

Tradução: Reapers Scans

Revisão: Reapers Scans

QC: Bravo

 

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