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O Começo Depois do Fim – Cap. 147 – Primeira Designação

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Uma nuvem de neblina gelada se formou a cada respiração, enquanto caminhava em direção ao acampamento movimentado. Os soldados montaram suas tendas e acenderam fogueiras atrás de uma formação de grandes rochas de duas dezenas de metros de altura sob um penhasco junto à costa. Os suaves lampejos de fogo e trilhas de fumaça se destacavam à distância, mas a imponente barricada de pedras servia como uma defesa natural de qualquer um vindo das águas.

Pude distinguir alguns vigias estacionados no topo do penhasco sobre o acampamento, pouco visíveis, mesmo com a visão aprimorada, devido à camada de neblina ao redor de toda a praia.

Envolvendo o manto de lã em volta de mim, me envolvi em outra camada de mana para manter afastados os ventos fortes do inverno.

— Quase lá.

Informei Sylvie, que estava enterrada nas camadas das minhas roupas.

Meu vínculo colocou a cabeça para fora e quase imediatamente se escondeu dentro da minha capa depois de deixar escapar um grunhido amargo.

— Para um ser tão poderoso, você com certeza é fraca contra o frio. 

Provoquei, continuando a última parte da nossa jornada.

— Não foi você que teve que voar através daquele vento amaldiçoado. Parece que minhas asas têm buracos nelas, mesmo nessa forma.

Reclamou.

— E eu não sou fraca para o frio, eu simplesmente o odeio.

Soltei uma risada suave enquanto mantinha meu ritmo. Desde que recusamos qualquer tipo de trégua com Alacrya, Aldir não arriscaria quebrar o acordo dos Asuras, criando portais de teletransporte. Isso significava que eu tinha que confiar em Sylvie para transporte de longa distância em qualquer lugar longe dos portões de teletransporte já existentes. Eu só a fiz se transformar uma milha ou mais de distância para não chamar atenção.

De acordo com o pedido de Virion, eu deveria ficar com esta divisão e ajudá-los no improvável cenário de que navios Alacryanos fossem enviados até aqui ao longo da costa. No entanto, sem o conhecimento dele, eu tinha adicionado outro item à sua agenda.

Andando pelo fundo do penhasco, escondi minha presença. Enquanto a maioria dos magos escondia sua presença ao rescindir sua mana, meu treinamento em Epheotus me ensinou que um equilíbrio perfeito de saída de mana através dos meus canais e a entrada de mana através de minhas veias de mana me permitiria permanecer escondido até mesmo das bestas mais alertas, enquanto capaz de usar mana.

Pude avistar uma barraca bastante grande, em forma de casa, perto do sopé do penhasco onde a formação de pedras se encontrava. A julgar pelo fato de que a tenda estava localizada na área mais segura do grande acampamento semicircular e que era três vezes o tamanho de qualquer uma das outras tendas de má qualidade ao redor, eu só podia supor que ela pertencia ao capitão.

Quando cheguei perto da borda do acampamento, peguei alguns pedaços de madeira ao longo do caminho e, naturalmente, passei pelos soldados de repouso.

Ninguém parecia se importar; com meu capuz para cima e uma braçada de galhos e gravetos, eu provavelmente parecia com qualquer outro jovem soldado desejando ansiosamente ganhar um título contribuindo na guerra.

Alguns dos soldados experientes, polindo suas armas e armaduras contra a delicada luz do fogo, olharam na minha direção com pouca consideração, enquanto um grupo de soldados mais jovens, obviamente conjuradores de descendência nobre com base em seu traje embelezado e cajados vistosos, zombavam e sorriam do meu traje simples.

— Aqueles palhaços ignorantes não têm ideia de quem eles estão zombando.

Sylvie sibilou enquanto espiava suas expressões.

— Eles são melhores usados ​​como iscas.

— Pega leve

A acalmei.

— Você com certeza aprendeu alguns insultos coloridos de Lorde Indrath.

Ao me aproximar mais do acampamento, passei pela cozinha. Grandes fogueiras ardiam dentro de poços de barro formados através da magia, alinhadas de forma ordenada, com guisados ​​borbulhando tentadoramente dentro de vasos, enquanto grandes homens de peito largo se agarravam em pedaços de carne.

— Limpe as panelas para a carne no espeto! Benfir e Schren, preparem-se para começar a distribuir o ensopado!

Uma mulher bem pequena, com uma expressão feroz, soltou ordens com uma concha na mão, mais como uma arma do que como uma ferramenta.

A mulher empunhando a concha olhou por cima do ombro quando passei por ela. Me deu um aceno respeitoso, o que me pegou de surpresa, já que eu assumi que ninguém reconheceria quem eu era tão longe da civilização.

Quase cheguei à grande tenda no canto mais distante do acampamento quando o choque estridente de metal com metal chamou minha atenção. Soltando os galhos que eu tinha em minhas mãos, espiei o grupo de soldados que formava um círculo em torno da fonte dos sons, vendo dois ajudantes envolvidos em uma luta amistosa. Os guinchos afiados de suas espadas atraíram faíscas, mesmo com a camada de mana cobrindo suas lâminas, enquanto pareciam os ataques um do outro com óbvia habilidade.

— Você ficou melhor, Cedry. — Disse o soldado de cabelos curtos. Enquanto parecia um pouco mais baixo que eu, seus braços pareciam quase anormalmente longos. Usava sua estrutura esbelta e membros longos e flexíveis a seu favor, oferecendo ataques rápidos e irregulares com adagas duplas.

— E ainda assim, você é um saco de se enfrentar, Jona.

A garota chamada Cedry respondeu com um sorriso confiante quando abaixou o golpe de Jona. Estava claramente em desvantagem com suas manoplas contra um adversário que se destacava em ataques de longo alcance, mas não estava perdendo.

Quando se abaixou agilmente, tecendo e aparando o duplo ataque de Jona, algo nela despertou meu interesse.

Não descobri o que até que me concentrei em suas orelhas até perceber porque me senti assim.

— Ela é meio-elfa.

Eu apontei para Sylvie, que perdeu o interesse no combate e voltou para dentro do meu manto.

Na minha observação, meu vínculo espiou a cabeça para fora.

— Oh! Ela é. Nós não encontramos ninguém além daquele Lucas mal-humorado.

— Mal-humorado para dizer o mínimo.

Ri, meu olhar ainda na luta.

— Não deveríamos notificar o capitão da nossa chegada primeiro?

Lembrou Sylvie.

— Você está certa. Me distraí. 

Pensei, me afastando do duelo.

— Você sempre fica distraído quando se trata desses tipos de lutas.

Brincou ela.

— Há algo sobre o combate corpo a corpo que faz uma luta emocionante, ao contrário de conjuração de longo alcance.

Concordei, andando de volta.

Quando chegamos à grande tenda branca, um guarda blindado segurando uma alabarda me parou.

— Que negócios você tem aqui?

— Esta é a tenda do capitão? — perguntei, meu capuz ainda cobrindo metade do meu rosto.

— Eu disse, que negócio você tem aqui? — O guarda repetiu, seu olhar implacável.

Deixando escapar uma respiração profunda, eu segurei um medalhão.

Após o ver, os olhos estreitos do guarda se arregalaram em choque. Seu olhar se desviou do medalhão de ouro de volta para mim com um olhar de horror para o erro que ele tinha cometido.

— E-eu sinto muito, Gen…

— Shhh.

Falei antes que ele pudesse terminar de falar. Levantei minha mão.

— Eu não quero que minha visita cause uma agitação, então vamos apenas manter isso entre nós.

— Si-sim, senhor.

Ele balançou a cabeça furiosamente quando abriu a aba da tenda.

Quando entrei na tenda espaçosa, uma rajada de calor inundou meu corpo. Parecia que uma camada de gelo estava derretendo do meu rosto quando tirei meu manto. A primeira coisa que eu não pude deixar de notar foi o falcão aninhado perto da entrada.

— Eu me lembro dela.

Sylvie subiu na minha cabeça quando, pulou para o chão.

Me virei para a mulher sentada atrás de uma pequena mesa de madeira, despreocupada com a intrusão.

— Professora Glory.

Cumprimentei com um sorriso fraco quando finalmente olhou para cima, seu rosto se iluminando com a visão de seu antigo aluno. Minha antiga professora de Mecânica de Combate em Equipe parecia a mesma de sempre com sua pele bronzeada e cabelo moreno amarrado bem atrás da cabeça. Enquanto usava uma armadura leve, mesmo dentro da tenda, suas duas espadas gigantes inclinavam-se contra uma gaveta atrás dela.

— É bom ver você, General Leywin. — sorriu, dando a volta em sua mesa.

— Por favor, me chame de Arthur. — disse impotente.

— Então eu prefiro que apenas me chame de Vanesy. — Disse ela, abrindo os braços. — Afinal, eu não sou mais sua professora.

Aceitando seu abraço, notei que esta era a primeira vez que ouvi o primeiro nome da professora Glory.

— Bem então. Você se importa em me dar um breve relato da situação aqui, Vanesy?

Soltando-me de seu firme aperto, Vanesy reconheceu Sylvie com um aceno educado antes de chegar atrás de sua mesa. Depois de um momento remexendo, estendeu um pergaminho enrolado, mas começou a falar antes mesmo que eu pudesse abri-lo.

— Agora, sou apenas eu e minha divisão de aproximadamente três mil. Minha divisão é do lado menor, mas temos conosco cinquenta e oito magos, vinte dos quais são conjuradores, enquanto dez são fortalecedores de longo alcance para compensar os números. — recitou.

Assenti em compreensão enquanto folheava o pergaminho.

— Deveria haver um outro capitão junto com você, certo?

— O capitão Auddyr e sua divisão estão fazendo a marcha até aqui da cidade de Maybur. Posso mandar uma transmissão, se você quiser. — Minha antiga professora respondeu.

— Não há necessidade. Verdade seja dita, eu não estou nem esperando que um navio se desvie tão para o sul. — admiti, entregando a Vanesy de volta o pergaminho.

— Eu ouvi sobre o seu grande plano para aqueles Alacryanos desgraçados até a costa. — riu. — Você acha que vai funcionar?

— Isso vai atrasá-los e, com alguma sorte, afundar alguns de seus navios.

— É uma pena não estarmos lá para ver. — disse ela com pesar. A professora de olhos brilhantes que eu tinha lutado lado a lado antes na Cripta da Viúva, em seguida, puxou um frasco de couro de sua gaveta, mordendo a rolha antes de engolir o que eu só poderia assumir que era álcool.

— Quer um gole, General Leywin? — Ela piscou, segurando o frasco.

— Eu sou menor de idade, você sabe.

Vanesy zombou.

— Se você tem idade suficiente para ir para a guerra, já tem idade para beber.

Meus lábios se curvaram em um sorriso quando peguei seu frasco e tomei um gole. O líquido fumegante queimou minha garganta quando entrou no meu estômago, aquecendo minhas entranhas.

— É inteligente inibir-se assim antes de uma batalha?

Perguntou Sylvie com um tom de desaprovação.

— Relaxa, é só um gole. 

Respondi.

Sufocando a tosse, entreguei a garrafa de couro a minha antiga professora.

— Isso é muito bom.

— Mhmm,

Vanesy concordou.

— Embora você precise de um pouco mais do que isso para se manter aquecido lá fora. Você não está congelando nessa sua roupa fina?

Eu olhei para o meu traje. Enquanto eu não estava esperando uma batalha, estava vestido para uma. Minha roupa cinza estava apertada, com a manga chegando ao meu pulso. Embora aparentemente fino, ele era elástico o suficiente para eu me mover livremente, mas também forte o suficiente para suportar lâminas afiadas até certo ponto. A única coisa que eu usava era uma simples túnica preta que cobria os meus ombros. As mangas pararam nos cotovelos, permitindo-me o movimento desimpedido dos meus braços.

Eu balancei a cabeça.

— Me acostumei a constantemente me cercar de mana para me manter aquecido. Honestamente, até mesmo esse manto é só por causa da aparência.

— Por que isso? O comandante Virion queria que eu falasse na frente dos soldados de qualquer maneira, você sabe, por motivação.

— Sobre isso. — sorri. — Vamos adiar até o capitão Auddyr chegar. Esperava me divertir um pouco no acampamento.

— Uh, oh. — Minha ex-professora gemeu. — O que está querendo?

Balancei a cabeça em desaprovação.

— Isso é de alguma maneira a forma de se falar com seu superior?

— Tudo bem. — cedeu. — Só não vá ferir mortalmente meus soldados.

— Que tipo de pessoa você acha que sou? — respondi inocentemente, colocando minha capa de volta enquanto eu voltava para a porta de pano.

— Há algum soldado que reconheça quem eu sou? — Perguntei, lembrando-me do chefe de cozinha que se curvava para mim.

— Estamos muito longe de qualquer tipo de comunicação em massa. Recentemente recebi uma carta escrita por um mensageiro com as últimas atualizações, mas não anunciei nada ainda. — respondeu. — Além disso, com seu cabelo desgrenhado e essas roupas simples, você passaria facilmente como um novo recruta vindo do interior.

— Há um velho ditado que um homem sábio parece fraco quando ele é forte e forte quando ele é fraco.

Respondi, apontando para a deslumbrante armadura gravada com decorações intrincadas que ela tinha.

— É para proteção, não para se exibir. — argumentou.

— Não quando o design da armadura combina com a armadura de seu vínculo. — provoquei, olhando para a armadura de prata pendurada em uma barra ao lado de Torch.

— Você se tornou um espertalhão desde que se tornou uma lança. — resmungou.

— Oh, por favor, eu tenho sido um espertinho muito antes de me tornar uma lança. — rebati.

Minha ex-professora gargalhou quando se recostou na mesa.

— “Parecer fraco quando você é forte” — eu gostei disso.

— Sinta-se livre para roubá-lo. — disse enquanto saía da tenda. Eu não poderia dizer a minha ex-professora que essa citação era de um general antigo da minha vida anterior, mas ela não parecia estar curiosa sobre sua origem.

— O que você quer fazer?

Perguntou Sylvie curiosa, aninhada no topo da minha cabeça.

— Avaliar a competência do estado atual de nossos soldados, é claro.

O senso de dúvida de Sylvie inundou minha mente quando soltou um suspiro.

— Você quer dizer brigar com eles?

— Só por um pouquinho.

 — Mesmo sendo seu vínculo, às vezes me vejo preocupada que o destino deste continente depende fortemente de você.

 


 

Tradução: Reapers Scans

Revisão: Reapers Scans

QC: Bravo

 

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