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O Começo Depois do Fim – Cap. 138 – Premonições de Guerra

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— Tudo limpo, Nico. Depressa! — sussurrei, olhando por cima do ombro para o caso de alguém passar, já que ver dois garotos adolescentes encolhidos na frente da porta de uma casa significava apenas problemas.

— Apenas fique de guarda, Grey. Eu acho que estou perto de destrancá-la. — Meu companheiro de cabelos escuros sussurrou de volta enquanto trabalhava na maçaneta da porta.

Assisti em dúvida enquanto Nico se atrapalhava com os grampos de cabelo que roubou de uma das meninas mais velhas, no buraco da fechadura.

— Tem certeza que você pode abrir?

— Isto é… — disse impaciente através dos dentes cerrados. — muito mais difícil do que aquele cara no beco fez parecer.

De repente, a maçaneta da porta clicou e nossos olhos brilharam.

— Você conseguiu! — Eu exclamei em um sussurro alto.

— Curve-se para os meus poderes!

Nico proclamou, segurando o grampo de cabelo colorido que usou para destrancar a fechadura.

Eu bati em seu ombro e pressionei um dedo nos meus lábios. Nico empurrou o grampo de cabelo de volta em seu bolso com zíper e acenou para mim antes de nós entrarmos na porta de madeira na ponta dos pés.

— E você se certificou de que os donos estão fora hoje? — Verifiquei, examinando a casa meticulosamente mobiliada.

— Eu examinei esta casa semana passada. O marido e a esposa saem neste horário e não voltam por mais de uma hora. Temos bastante tempo para pegar algumas coisas e sair. — Respondeu Nico, com os olhos procurando por algo de valor que pudéssemos colocar em uma sacola.

Deixando escapar uma respiração profunda, pensei que era necessário. Roubar de alguém—por mais ricos que fossem—não soava certo para mim, mas ouvi a conversa entre a diretora do orfanato e o pessoal do governo. Eu só consegui ouvir alguns comentários, mas parecia que nosso orfanato estava em perigo porque não tínhamos dinheiro suficiente.

— Isso deve ser o suficiente.

Nico balançou a cabeça enquanto nós dois olhamos para dentro da mochila que trouxemos.

— Agora, como vamos conseguir dinheiro por isso? — questionei. — Não podemos dar a diretora Wilbeck todas essas jóias.

— Estou muito à frente de você. — sorriu. — Encontrei um cara disposto a pagar em dinheiro por qualquer coisa que achar interessante.

— E esse “cara” está bem comprando de duas crianças de doze anos de idade?

— Ele não faz perguntas, eu não faço perguntas. Simples assim. — Nico deu de ombros enquanto saímos pela porta.

Tomando o caminho de volta para a parte de trás da cidade, nós nos misturamos com a multidão de pessoas caminhando ao longo da calçada rachada. Mantendo a cabeça baixa e andando depressa, viramos à esquerda em um beco. Tecendo através das pilhas de lixo e caixas empilhadas de sabe-se lá o que, nós paramos na frente da porta vermelha desbotada protegida por trás de outra porta de metal fechado.

— Estamos aqui.

Nico falou enquanto apontava para a bolsa. Deslizando-a dos meus ombros e entregando-a para ele, meu amigo bateu à porta quatro vezes em um ritmo desconhecido.

Arrumando o cabelo preto e estufando o peito, soltou um par de tosses e estreitou os olhos para parecer mais intimidante, por mais intimidante que qualquer criança magricela de dez anos pudesse ser, de qualquer forma.

Depois de alguns segundos, um homem velho e esguio, vestindo um terno surrado, saiu do outro lado da porta vermelha. Ele olhou para nós por trás do portão de metal com um olhar examinador.

— Ah, a criança bastante persistente. Vejo que você trouxe um amigo.

Disse ele, sem vontade de abrir o portão.

Nico soltou outra tosse para limpar a voz.

— Eu trouxe alguns itens em que você pode ter interesse.

Meu amigo falou em um tom mais profundo do que o normal, mas surpreendentemente, não soava falso. Ele abriu o saco de cordão nas mãos para mostrar ao homem magro, de olhos estreitos, uma olhada em algumas das joias que acabamos de roubar.

Erguendo uma sobrancelha, o homem soltou a fechadura do portão, abrindo-o ligeiramente com um rangido estridente. Enquanto examinava a área ao nosso redor, se abaixou para examinar a bolsa.

— Não é uma coleção ruim. Você roubou isso da sua mãe, talvez?

— Sem perguntas, lembra? — Nico lembrou, apertando a corda para fechar a bolsa. — Agora podemos entrar e discutir preços?

O homem magro olhou em volta mais uma vez com suspeita em seus olhos, mas finalmente nos deixou entrar.

— Feche a porta atrás de você.

Quando chegamos na delicada loja, uma espessa camada de fumaça nos cumprimentou. Do outro lado da sala, dois homens sopravam nuvens de fumaça, cada um com um cigarro entre os dedos. Enquanto a densa nuvem cinza cobria grande parte de seus traços faciais, eu podia ao menos distinguir suas formas gerais. Um dos homens era corpulento, músculos claramente exibidos por baixo da regata. O outro homem era muito mais redondo, mas com membros grossos e firmes que mostravam que não era mais fraco do que o outro homem.

— Venha crianças. Vamos acabar com isso. — Disse o homem magro enquanto coçava suas bochechas não barbeadas.

Nico e eu trocamos olhares, mas só ele foi até o balcão enquanto eu olhava ao redor das prateleiras mostrando vários livros e aparelhos.

Depois de alguns minutos, meu olhar caiu sobre um livro fino e esfarrapado. Das poucas palavras que consegui distinguir da lombada do livro, parecia ser um manual de instruções bastante antigo sobre o ki. Cuidadosamente removendo-o da prateleira, a primeira coisa que me impressionou foi que metade da capa da frente havia sido arrancada.

Meu primeiro instinto foi colocá-lo de volta; afinal de contas, o orfanato tinha livros em condições muito melhores no desenvolvimento do núcleo para uso de ki. No entanto, meus dedos pareciam se mover por conta própria enquanto folheavam as páginas. Dentro dele havia fotos e diagramas de uma pessoa em poses diferentes com flechas e outras linhas ao redor da figura. Eu queria levar comigo e estava meio tentado a pedir o preço, mas me contive de volta. Este livro era um luxo quando precisávamos de dinheiro para salvar nossa casa.

Enquanto eu continuava minha tentativa de discernir as vagas instruções, perdi o interesse, e meus olhos continuaram caindo sobre os dois homens jogando cartas na mesa dobrável. Os dois estavam olhando para Nico enquanto ele e o dono da loja faziam negócios. Enterrei meu rosto no livro antigo, dando uma espiada por trás das páginas. Não tinha certeza do que eles estavam fazendo, mas eu não queria ficar tempo suficiente para descobrir.

Felizmente, Nico tinha acabado de terminar sua transação e se aproximou de mim, dando um rápido sorriso antes de voltar a colocar seu rosto estoico.

— Você achou algo interessante? — perguntou, olhando o livro na minha mão.

— Não é nada. — disse, rapidamente colocando o livro fino e sem capa na prateleira.

— Você pode levá-lo se quiser. — disse o dono da loja, por trás, enquanto apoiava o cotovelo no balcão da frente. — Ninguém sabe ler e está apenas acumulando poeira aqui.

— Realmente? — perguntei, suspeita surgindo no meu rosto.

Ele revelou seus dentes anormalmente brancos em algo parecido com um sorriso quando assentiu.

Sem outra palavra, rapidamente enfiei o livro na bolsa e murmurei um agradecimento a ele. Quando Nico e eu saímos da loja pela porta de trás da qual havíamos entrado, meu amigo abriu o zíper da jaqueta e me mostrou o maço de dinheiro enrugado.

— Veja, eu te disse que tudo daria certo. — Ele sorriu.

— Eu acho que sim. — respondi, ainda cético sobre todo esse esforço. Me senti mal pelo casal que morava lá, mas me consolo com o fato de não levarmos muito de suas joias. Nico explicou que apenas levar alguns itens levantaria suspeitas, mas hesitariam em chamar as autoridades para possíveis roubos.

Além disso, como o casal que morava lá passava bem da idade da aposentadoria, os policiais provavelmente iriam supor que haviam esquecido ou perdido os itens. Soltei um suspiro de alívio quando voltamos para o orfanato. Quanto mais longe estávamos da cena do crime, melhor me sentia.

— Pelo que mesmo que eu vim aqui, Nico? — perguntei, desviando das pessoas enquanto caminhávamos pela rua. — Parece que você fez tudo sozinho.

— Ei, você conseguiu um livro com tudo isso, certo? — Nico deu um tapinha no meu ombro. — Além disso, é mais divertido.

— Estamos sendo seguidos. — Interrompi, sussurrando enquanto continuava olhando para frente. Eu tinha sentido dois pares de olhos praticamente perfurando um buraco nas minhas costas logo que saímos da loja, mas como estávamos indo em linha reta, não pude ter certeza. No entanto, consegui vislumbrar um dos caras e o reconheci instantaneamente como um dos fumantes da loja.

— Por aqui. — Ordenou Nico em um tom abafado.

Quando chegamos à periferia da cidade, entramos à direita em um beco, pulando em cima de uma lata de lixo para alcançar o outro lado da cerca trancada.

Eu caí agilmente em meus pés, Nico agarrou a cerca para evitar perder o equilíbrio quando caiu em pé. Rapidamente, corremos pelo antigo beco que cheirava a uma mistura de cocô de rato e ovos podres. Escondidos atrás de uma pilha particularmente grande de lixo, nós esperamos.

Logo, dois pares de passos podiam ser ouvidos, ficando mais altos à medida que se aproximavam.

— Pequenos ratos tornaram isso fácil para nós. — Uma voz rouca riu.

— Uma sepultura apropriada para eles. — Uma voz grave respondeu.

— São os dois homens da loja! — Nico amaldiçoou quando rapidamente se escondeu atrás do lixo depois de dar uma olhada.

— Eu sabia. — cliquei com minha língua enquanto meus olhos começaram a procurar por algo que eu pudesse usar como uma arma.

— Eles provavelmente estão aqui para recuperar o dinheiro para o dono da loja ou roubá-lo para si mesmos. — Deduziu Nico, segurando o dinheiro na jaqueta com força.

De repente, uma figura escura saltou do outro lado da pilha de lixo que estávamos escondendo atrás, lançando uma sombra gigante sobre nós.

— Surpresa! — O bandido barrigudo exclamou com um sorriso sinistro.

— Corra! — gritei para Nico, empurrando meu amigo para frente.

Ele não teve tempo de retrucar enquanto caminhava rapidamente pelo estreito beco escurecido pelos prédios altos à nossa volta.

Quando o homem musculoso balançou sua mão musculosa, recuei para longe. O ar agudo da força de seu golpe fez cócegas no meu nariz quando eu imediatamente abaixei e ataquei com uma tábua quebrada que eu tinha visto no chão logo abaixo de suas costelas.

O homem corpulento se curvou, mais por surpresa do que por dor. Usei essa chance para ir em direção a Nico, que estava sendo perseguido pelo companheiro redondo do bandido corpulento. Mas antes que pudesse chegar lá, o homem derrubou Nico, tirando o fôlego do meu amigo.

Enquanto Nico ofegava, o capanga de corpo de abóbora levantou a perna direita sobre o corpo de meu amigo.

— Por aqui, porco! — rugi, esperando que a provocação o fizesse virar.

— O que você disse? — O bandido rosnou, virando-se para mim.

Eu não parei de correr quando o bandido musculoso se aproximou por trás. Minha mente girou, pensando em possíveis maneiras de sair dessa situação, apesar do quão desesperadora parecia.

Meus olhos dispararam ao redor até que eles caíram sobre a visão de um prego solto preso dentro de um muro de tijolos de um edifício próximo, a quase três metros do chão.

Amaldiçoando mais uma vez sob a minha respiração, eu fintei à minha direita pouco antes de o musculoso atrás de mim poder me agarrar. Esquivando para o lado sem sequer olhar para trás, pulei para cima, na esperança de alcançar o prego.

Quando meu corpo disparou, por algum motivo, tudo ao meu redor ficou silencioso. O mundo ao meu redor desacelerou quando pude ouvir meu coração batendo irregularmente, como se todos os outros sons tivessem sido apagados.

Percebi no meio do salto que eu não conseguiria alcançar o prego, mas eu estava surpreendentemente calmo. Minha visão periférica entrou em foco como se eu estivesse olhando tudo ao meu redor de uma só vez. Utilizando uma rachadura profunda em um dos tijolos inferiores, me levantei para alcançar o prego enferrujado.

Quando arranquei o prego, empurrei a parede com os pés para acelerar em direção ao bandido robusto. Podia ver lentamente a expressão do homem mudar de surpresa para uma concentração sombria. Podia claramente ver seu braço direito prestes a interceptar meu ataque de alguma forma, só de ver a contração no ombro direito dele.

Usei a mão livre para me afastar do braço direito, formando um arco em minha direção. Naquele mesmo instante, enfiei o prego na minha mão diretamente no olho dele, sentindo a sensação da ponta se enterrando lá dentro.

No uivo estridente do brutamontes, o mundo voltou ao normal. Eu caí graciosamente em uma pilha de caixas velhas quando meu oponente freneticamente agarrou seu rosto, com muito medo de chegar perto do prego em seu olho esquerdo.

— Vamos. — insisti, puxando um Nico de olhos arregalados para cima para ficar de pé.

Olhei para trás mais uma vez para identificar o bandido musculoso tentando cuidar da lesão de seu amigo sem sucesso.

Sem fôlego e suando de todos os poros do meu corpo, nós saímos atrás de uma loja de conveniência fora da cidade.

Enquanto nos inclinávamos contra a parede, cansados ​​demais para nos importar com quantos bêbados e sem-teto vomitavam e urinavam aqui, Nico arrancou sua jaqueta e levantou a camisa para se refrescar.

— Isso é o porquê você veio. — ofegou, batendo na minha coxa. — Oh cara, se você pudesse se ver, Grey! Seu corpo voou como aqueles reis lutando em duelos!

Eu balancei a cabeça, ainda tentando recuperar o fôlego.

— Eu não sei o que fiz. Tudo começou a se mover muito devagar.

— Eu sabia que tinha isso em você! — Meu amigo respirou. — Lembra daquela vez que Pavia deixou cair todos os pratos ao seu lado?

— Sim. Eu os peguei, por quê?

— Você pegou três pratos e duas tigelas, Gray! — Nico exclamou. — E você nem estava prestando atenção quando ela os deixou cair.

— Quero dizer, pegar algo caindo é uma coisa, mas isso não tem nada a ver com brigas. — Argumentei, afundando ainda mais contra a parede.

— Você vai perceber em breve. — respondeu, cansado demais para continuar discutindo. — Agora vamos, eu não quero fazer tarefas extras por estar fora depois do pôr do sol!

— Vamos. — concordei, correndo ao lado dele.

Chegamos à antiga casa de dois andares que servia de orfanato um pouquinho antes do jantar, tempo de sobra para nos lavarmos e estar na hora certa sem levantar suspeitas. Nico abriu devagar a porta dos fundos, encolhendo-se quando a velha dobradiça começou a ranger. Mantendo as luzes apagadas, entramos na ponta dos pés no corredor apagado e, quando estávamos prestes a chegar aos nossos quartos, a voz clara da diretora do orfanato chamou da sala de estar.

— Grey, Nico. Vocês podem vir aqui por um momento? — Ela disse em uma voz calma, mas assustadoramente severa.

Nico e eu trocamos olhares, medo evidente em nossos olhos. Nico rapidamente jogou sua jaqueta e bolsa de cordão no quarto e fechou a porta.

— Você acha que ela já descobriu? — sussurrei.

— Eu normalmente diria que seria impossível, mas é da diretora de que estamos falando. — Nico respondeu, seu comportamento normalmente confiante sombreado pelo medo.

Chegamos à sala de estar bem iluminada, nossas roupas sujas e nosso cabelo e rosto indisciplinados.

Sentada em perfeita postura no sofá estava nossa diretora, uma mulher idosa que todas as crianças chamavam de Feiticeira. Logo ao lado dela havia uma garota da nossa idade, com cabelos castanhos empoeirados que caíam sobre os ombros e uma pele cremosa. Ela usava um vestido vermelho luxuoso que nem o dinheiro que acabamos de conseguir podia comprar.

A diretora nos encarou com uma sobrancelha levantada, mas não questionou nosso estado de desalinho. Suavemente agarrando a pequena mão da garota desconhecida, as duas caminharam em nossa direção.

Quando as duas se aproximaram, eu não pude deixar de tremer com os olhos frios e sem emoção da garota quando ela levantou o olhar para combinar com o meu.

— Grey. Nico. — A diretora cutucou a garota de cabelos castanhos suavemente. — Eu gostaria que vocês conhecessem Cecilia. Vocês três têm a mesma idade, então espero que possam mostrá-la os arredores e se tornarem amigos.

 

POV ARTHUR LEYWIN

Meus olhos se abriram como se eu tivesse apenas piscado, mas parecia que eu estava dormindo há dias. Sentei-me na minha cama, uma mistura de sentimentos pesando nos meus ombros.

Por que essa lembrança veio a mim depois de tanto tempo? Pensei. Minhas entranhas se contorceram de culpa ao pensar em Nico e Cecilia.

— Está tudo bem?

Sylvie perguntou, enrolada na sua forma em miniatura ao pé da minha cama.

— Sim, estou bem.

Menti, passando meus dedos pelo meu cabelo longo e bagunçado que agora passava pelo meu queixo.

O sonho tinha sido tão real e preciso que parecia que eu estava de volta à Terra na minha vida anterior.

Fiquei atordoado, incapaz de sair da cama, quando alguém bateu na porta do meu quarto.

— Entre.

Respondi, pensando que era meus pais ou minha irmã. No entanto, um homem que parecia ter vinte e poucos anos, vestido com roupas pretas sob uma fina armadura de couro usada por batedores, entrou. Ele abaixou a cabeça em uma reverência respeitosa antes de passar uma mensagem.

— General Leywin, o local de encontro do mensageiro Alacryano foi decidido. O comandante Virion me pediu para informá-lo para se preparar para encontrar o mensageiro junto com ele e Lorde Aldir.

— Entendido. Eu sairei em dez minutos. — respondi, saindo da cama.

— Devo enviar uma serviçal para ajudá-lo a se preparar? — Ele perguntou.

Eu balancei a cabeça.

— Não há necessidade.

— Muito bem. — O homem saiu depois de outra reverência, fechando a porta atrás de si.

Depois de me lavar rapidamente, amarrei meu cabelo no alto da cabeça, deixando minha franja cair logo depois da minha testa. Com meu cabelo amarrado e meu corpo vestido com uma túnica branca fina adornada com ouro para complementar o manto escuro que eu usava sobre ela, parecia um nobre muito arrojado. Ainda não estava acostumado com o aperto das calças neste mundo, mas eu tinha que admitir que isso oferecia grande mobilidade e liberdade ao lutar.

— Uma aparência bastante elegante para alguém prestes a lutar em uma guerra.

Observou Virion quando me aproximei dele e Aldir com Sylvie ao meu lado. Enquanto o robe de guerra de Aldir estava praticamente iluminado pela quantidade de ouro e pedras preciosas que continha, Virion usava um manto preto simples, ainda estando de luto pelo assassinato da diretora Cynthia.

— Obrigado.

Pisquei, alisando minha manga.

Apenas alguns dias se passaram desde aquele dia, mas Virion parecia ter envelhecido um século durante esse período.

Pela marca preta de metal que se projetava do peito de Cynthia, era óbvio que o assassinato foi feito por alguém que possuía os poderes do Clã Vritra. Era improvável que um membro do clã tivesse realizado o ataque, pois isso comprometeria o acordo não-asura na guerra, mas isso não significava que um de seus descendentes não poderia ter feito isso.

A única pergunta que estava na minha mente, e na de Virion, era como eles haviam feito isso. De acordo com os guardas e a enfermeira sob seus cuidados, ninguém havia visto alguém sair ou entrar naquele andar e a porta que havia sido fechada e trancada também não havia sido adulterada. Tudo menos um fato permaneceu um mistério; que de alguma forma, os Vritras estavam envolvidos.

— Os navios estão a um dia de chegar a nossa costa, Arthur. Você está pronto para encontrar este mensageiro? — Virion perguntou.

— Você está pronto? — perguntei de volta, genuinamente preocupado. — Você não vai matar o mensageiro, certo?

Revelando um leve sorriso, o avô de Tessia balançou a cabeça.

Aldir deu um passo à frente em rumo do portão de teletransporte brilhante.

— Bom, então devemos partir.

 


 

Tradução: Reapers Scans

Revisão: Reapers Scans

QC: Bravo

 

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