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O Começo Depois do Fim – Cap. 115 – Domínio do Predador

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O quadríceps está localizado na frente das coxas – ele é responsável ​​por empurrar a coxa e a perna para a frente. Os isquiotibiais são os músculos opostos ao quadríceps, responsáveis ​​por dobrar a perna e movê-la para trás. Os músculos das nádegas são cruciais para completar o movimento para trás. Os músculos abdominais contraem a cada passo que o corpo dá. Os músculos da panturrilha, embora menores, são na verdade entre os mais usados ​​para impulsionar o corpo para a frente enquanto o pé empurra o chão. Estes são apenas os músculos primários.

Os músculos secundários também precisam ser levados em consideração, enquanto os músculos estabilizadores ficam localizados ao redor da pelve. Essas séries de músculos formam uma coroa ao redor da pelve, que inclui os abdutores internos e externos – acho que era assim que eram chamados – os músculos abdominais inferiores e os músculos espinhais localizados nas costas. O tibial… alguma coisa, a fina faixa de músculos que ajuda a flexionar o tornozelo para mover o pé em direção ao joelho, também é usado para garantir que o pé não fique achatado, criando uma chance maior de raspar o chão ou um objeto.

O corpo tinha um complexo sistema muscular que trabalhava em pares, cada um responsável por metade de um movimento completo. O bíceps flexionava quando o braço se curvava em direção ao ombro, enquanto o tríceps era acionado quando o braço se esticava. Os mecanismos dentro do corpo eram ainda mais complexos ao colocar o corpo em movimento, como caminhar, correr ou pular.

Esse conhecimento não tinha sido tão útil até agora por conta do meu talento com mana. No entanto, neste caso, onde eu precisava desenvolver ainda mais a primeira sequência que aprendi no Caminho Ilusório, eu precisaria utilizar todo esse conhecimento e colocá-lo em aplicação.

— Droga!

Levantei meus braços para me segurar enquanto caía na cama de folhas que eu havia formado.

Percebendo que o sol já havia se posto, voltei ao meu acampamento e tirei algumas tiras de carne de esquilo que havia defumado para não precisar continuar caçando.

— Eu realmente gostaria de poder usar o Orbe Etérep para isso. — murmurei, olhando para a carne carbonizada e sem gosto na minha mão.

Eu tinha feito um progresso significativo desde que dei uma pausa em minha busca por Clawed e havia dedicado todo meu tempo e energia ao treinamento na semana que se passou, dividindo os dias em treinamento do Passo Explosivo e refinando meu núcleo de mana. As duas ou três horas restantes foram usadas para dormir.

No entanto, quanto mais praticava, mais ansiava por dominar essa técnica de movimento. Com o ajuste que eu fiz usando o conhecimento prévio de anatomia humana, Caminho Ilusório se tornaria ainda mais refinado. Não apenas seria instantâneo e versátil, seria tão mortal quanto elegante.

O básico do Passo Explosivo que eu havia executado no primeiro passo com sucesso parecia quase um grande salto, desde que ainda fosse incrivelmente rápido. Isso era porque, embora a mana não pudesse ser detectada sob os efeitos do Caminho Ilusório, ainda havia uma postura e uma série de movimentos que precisavam ser feitos para que o corpo humano pudesse dar esse passo.

Kordri, um Asura que usava o Passo Explosivo em sua forma humana, também não podia ignorar os mecanismos de seu corpo, apesar de seu físico superior.

O que eu estava trabalhando no meu caminho era consciente e deliberadamente manipular mana em músculos específicos em uma progressão específica no momento específico e preciso para disparar artificialmente uma sequência no meu corpo que imitava o uso dos músculos sem realmente precisar manobrar meu corpo.

Se conseguisse controlar o timing e a produção de mana perfeitamente, seria capaz de algo que nem Kordri poderia fazer – poderia executar Caminho Ilusório sem me limitar a uma posição vertical ou ereta.

— Gah.

Até mesmo pensar sobre isso é confuso, cedi. Terminando o jantar, voltei para a clareira que havia limpado na semana anterior.

De pé a cerca de cinco metros da cama de folhas que foi feita para suavizar minha queda, me concentrei. Utilizar mana para manipular meus músculos era muito parecido com usar os pensamentos para fazer uma jogada fictícia. A maioria dos movimentos realizados pelas pessoas era feito de maneira automática; eu não precisava pensar quais músculos precisava usar para respirar. No entanto, como usaria um fator mediador, mana, para gerar uma ação no meu corpo, era como aprender a me mover novamente.

— Ugh.

Do chão, cuspi um bocado de folhas e limpei a língua com a manga. Me levantando, voltei à minha posição inicial concentrando-me novamente.

Consegui me impulsionar usando a quantidade mínima de movimento, mas parar corretamente era outro grande problema. Obstáculo que eu estava tendo problemas para superar.

Assim como uma criança não conseguia controlar o quão alto pulava, usar mana para manipular o funcionamento interno do meu corpo também era difícil de se controlar.

Contudo, pelo menos o passo inicial e o próprio fundamento da Caminho Ilusório, onde manipulei a mana atmosférica para ocultar as flutuações de mana no meu corpo, tornou-se muito mais fácil para mim. Ainda precisava equilibrar a capacidade das minhas veias de mana com meus canais de mana para melhorar o controle sobre isso, mas não havia tempo para isso agora.

Depois de esconder adequadamente minha presença, imaginei o sistema muscular do meu corpo. Recordando todos os músculos responsáveis ​​pelo uso do Passo Explosivo, tentei mais uma vez.

Os abdutores internos e externos ao redor da pelve, quadríceps, tibial, músculos da panturrilha e glúteos se contraiam na figura imaginária de mim mesmo que criei para melhor conceituar a ordem específica que desejei que a mana desencadeasse. Podia sentir os músculos correspondentes pulsando com a mana percorrendo a sequência que eu havia ordenado. Com apenas o ligeiro deslocamento da minha perna esquerda e o auxílio de mana, a paisagem ao meu redor se tornou embaçada quando executei o Passo Explosivo em pé.

— Uau!

Gritei quando caí na pilha de folhas mais uma vez.

Falhei novamente em parar. Mesmo que a mana pudesse me ajudar com a explosão inicial de velocidade, era muito mais difícil parar exatamente no local em que queria.

Soltando um suspiro derrotado, continuei praticando.

Quando o sol se pôs e uma lua crescente apareceu, fiquei deitado no leito de folhas, olhando vagamente para o céu noturno. Levantando minha mão, belisquei a lua no céu com meus dedos. A lua parecia tão pequena daqui… quão pequeno eu parecia ser para a lua?

Me concentrei no meu braço esquerdo levantado, olhando para a pena que Sylvia havia me dado para cobrir a esfera e a vontade de dragão que ela havia me dado.

Isso e Sylvie eram tudo o que me restava do Asura que me salvou, cuidou de mim e me protegeu quando criança. Treinamento como este realmente me permitiria ouvi-la novamente, eventualmente?

Relembrar meu tempo com ela me fez desejar muito por todo mundo. Apesar do quanto nos separamos, senti falta da minha família.

— Chega, Arthur.

Bati no meu rosto e me sentei na pilha de folhas. Havia apenas algumas horas em um dia, e eu não podia me dar ao luxo de desperdiçar mais tempo aqui nesta floresta esquecida por Deus.

Respirando fundo, comecei a cultivar meu núcleo de mana. Tinha sido um processo lento, uma vez que cheguei ao estágio amarelo claro. Estava cavando uma montanha com apenas uma colher na mão, mas definitivamente houve progresso.

Me perdi no processo pesado de absorver, purificar e refinar quando os sons familiares dos pássaros da manhã me arrancaram de minha meditação.

Estava coberto de suor e sujeira, enquanto meu corpo expelia as impurezas do meu núcleo de mana, deixando-me não apenas imundo, mas também com fome.

Olhando para os restos de carne defumada que haviam sobrado, teria que caçar hoje. Depois de comer o restante do meu esquilo defumado, arrumei minha bolsa de água e parti.

Mantendo minha mente plácida e minha presença escondida no Caminho Ilusório, lentamente caminhei mais fundo na densa floresta. Era difícil para mim, encontrar animais selvagens perto do acampamento, então toda vez que caçava, precisava ir um pouco mais fundo.

Quando notei, porém, percebi que a floresta havia ficado muito mais silenciosa. Os pássaros cantavam nas proximidades, mas não havia sinais de esquilos raptores ou outros animais de mana nas proximidades.

— Hmm. — murmurei, examinando a área.

Liberando o uso do Caminho Ilusório, concentrei mana em meus ouvidos. Não era capaz de ouvir nada, mas depois de alguns minutos, percebi um ruído fraco. Parecia um rosnado. Não sabia dizer a que distância estava, mas o som era familiar; havia uma pantera de prata por perto.

Cheguei um pouco mais perto, certificando-me de esconder minha presença novamente. Aprimorei minha audição mais uma vez, mas desta vez consegui distinguir mais barulho. Podia ouvir o leve som borbulhante de água corrente, e um pouco além disso para o nordeste. O que eu também notei foi que não era apenas uma pantera de prata. Havia duas panteras na mesma vizinhança.

— Isso é estranho. — observei.

Meu entendimento das panteras de prata, pelo que tinha visto até agora, era que elas eram razoavelmente territoriais entre si e caçavam por elas mesmas.

Talvez estivessem brigando por território? Isso certamente explicaria a falta de presas nas proximidades…

Usando o Caminho Ilusório novamente, fui rapidamente para a batalha que se seguiu. Não pude deixar de sorrir com a minha sorte.

Minha especulação estava correta; ao me aproximar furtivamente do som das panteras de prata, vi seu distinto casaco de prata perto de uma pequena clareira de árvores ao lado de um penhasco. Era impossível dizer o quão profunda era a queda daqui, mas apenas o fato de que havia duzentos metros daqui até o outro extremo do abismo e eu não podia ver o chão significava que, se aquelas panteras de prata caíssem, não seria fácil recuperar seus corpos.

Me escondi atrás de uma árvore próxima e observei. Era fácil descobrir que elas eram claramente hostis uma à outra, mas o que me pegou de surpresa era que uma das panteras de prata era Clawed – as cicatrizes distintas nas costas o tornavam facilmente distinguível. Seu oponente, por outro lado, não me era familiar. Ele era claramente maior, mas pelas novas feridas na face e no lado, parecia que Clawed estava em vantagem.

Enquanto as duas bestas de mana circulavam-se lentamente, soltaram um rosnado baixo, arreganhando os dentes afiados.

O oponente foi o primeiro a fazer uma jogada. O gato maior atacou com suas garras erguidas enquanto soltava um rosnado feroz.

Clawed reagiu instantaneamente, evitando o golpe e contra-atacando com os dentes. Fiquei cativado pela luta deles. Como as panteras de prata tinham inatamente reflexos acelerados e intuição, suas trocas eram uma agitação incansável de esquivar-se e golpear continuamente, nenhum deles conseguiu acertar um golpe que produzisse feridas profundas. No entanto, para cada corte que a pantera maior fazia, Clawed dava três em troca.

Enquanto a batalha deles continuava, não sabia o porquê, mas meu coração começou a bater inquieto. Estava ansioso com alguma coisa – com medo. Tinha sido tão apanhado em seu duelo, que não percebi o quão mortalmente silenciosa a floresta se tornara, quase muda. Não havia som de pássaros cantando ou bestas de mana se movimentando; não havia nenhum barulho vindo das árvores, como se até o vento estivesse com medo de alguma coisa.

Clawed parecia ter notado também, porque começou a se comportar com muito cuidado. Seu pelo estava arrepiado, seu rabo ereto enquanto constantemente cheirava por alguma coisa. O gato maior, sem perceber a perturbação, aproveitou a abertura e atacou-o. Esquivando-se de seu oponente, Clawed se virou e começou a fugir.

Eu não entendi. Havia algo acontecendo, mas não conseguia sentir nenhuma outra presença daqui. Por que Clawed fugiu assim quando estava ganhando?

Deixando de lado minha cautela, tomei uma atitude contra a pantera prata maior que ainda restava. Ele estava ferido e suas rotas de fuga eram limitadas por causa do penhasco.

Ao me ver, o gato maior começou a rosnar, abaixando-se em uma postura para fugir. Ele sabia instintivamente que, em seu estado, não tinha chance contra mim.

O ar ao nosso redor ficou mais pesado à medida que ficou mais difícil respirar, mas eu mantive minha posição.

Agora!

No momento em que levantei o pé, a pantera prateada saltou para o lado.

— Te peguei. — sorri.

Executei o Passo Explosivo da minha posição de pé, usando o passo falso como uma finta para fazê-lo se mover. Meu entorno se tornou turvo, meus olhos focaram apenas no movimento da fera de mana ferida. Eu consegui cortá-lo, mas a distância que eu havia percorrido era insuficiente por pouco mais de um metro.

Quando perdi o equilíbrio, agarrei desesperadamente o pescoço da pantera com meus braços e segurei firmemente.

— Gah!

Meu corpo estremeceu com a mudança abrupta de direção e me segurei na pantera de prata com toda a minha força.

— Você é meu!

Assobiei entre os dentes, enquanto usava mana para fortalecer meu domínio sobre ele. Minha única esperança era sufocá-lo.

A pantera em que eu estava montando soltou um rosnado cruel, enquanto chicoteava sua cabeça, tentando me jogar fora, mas aguentei. Suas garras afiadas rasgaram minhas roupas, causando feridas nos meus lados e pernas antes que se dobrassem fracamente por falta de ar.

Justo quando pensei que a pantera estava prestes a ceder, de repente estremeceu. Como se estivesse possuído, usou o máximo de sua força para se jogar para trás. No momento em que percebi o que ela tinha feito, o chão embaixo de nós se foi quando caímos no desfiladeiro íngreme.

Apressando-me, lembrei-me de uma cena muito parecida de quando era criança, sendo jogado da borda da montanha para salvar a vida da minha mãe.

Mil cenários passaram pela minha cabeça enquanto eu lutava para decidir qual era a melhor opção a se tomar. A pantera de prata que me arrastou para o inferno estava inconsciente por causa do meu estrangulamento e estava desamparadamente abaixo de mim.

Proferindo uma série de maldições, lentamente me equilibrei em cima da besta inconsciente de mana e exerci mana em minhas pernas. A cena ao meu redor era um borrão constante devido à velocidade que estávamos caindo.

— Windsom entenderia!

Me convenci em voz alta enquanto me impulsionava.

Com o empurrão, diminuí a velocidade, mas não o suficiente, e não havia lugar para me agarrar à beira do precipício.

Outra cena passou pela minha cabeça; era o momento em que caí no buraco da masmorra na Cripta da Viúva.

Cair em abismos profundos seria algum tipo de tema recorrente em minha vida?

Uma onda de vento se juntou em minhas mãos enquanto eu olhava diretamente para o chão que se aproximava, concentrando-me em unir minha mana ao feitiço.

Agora!

[Uivo Tifão]

Soltando o feitiço reunido em minhas mãos, a rajada de vento seguiu em direção ao chão, um grito ensurdecedor ecoando por toda a ravina íngreme.

Rangendo os dentes por causa da dor em meus braços enquanto eles seguravam o peso da tensão do recuo, continuei utilizando o feitiço.

Podia sentir a força do feitiço diminuindo minha queda conforme ia chegando perto do solo. Suspendendo Uivo Tifão, me deixei cair os poucos metros restantes no chão, no centro do raio da explosão.

Uma espessa nuvem de poeira surgiu de onde meu feitiço colidiu com o chão de terra, impedindo minha visão. Mascarando minha boca e nariz dos detritos no ar, comecei a sair da nuvem de poeira quando um rugido estrondoso ecoou.

Depois que o uivo estrondoso cessou, o chão tremeu mais uma vez ao som de passos pesados ​​se aproximando de mim.

A força de cada passo me deixava desequilibrado. Imediatamente, corri em direção à beira do desfiladeiro, rezando para qualquer ser divino que governou este reino que a causa de tais sons devastadores seria apenas um terremoto.

 


 

Tradução: Reapers Scans

Revisão: Reapers Scans

QC: Bravo

 

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