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Mushoku Tensei: Reencarnação do Desempregado – Vol. 17 – Cap. 15 – Extra – ???

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Uma noite, em um lugar cujo nome não importava, um barman local presenciou algo bastante estranho.

Especificamente, ele viu um homem, um bêbado solitário.

Este homem provavelmente esteve bebendo em outros bares antes de chegar ao estabelecimento do barman. Ele já estava bêbado quando entrou pela porta. Mas continuou bebendo mesmo assim, até ficar totalmente bêbado. E então continuou bebendo, até vomitar repetidamente no banheiro.

Claro, este barman já tinha visto uma porção de alcoólatras. Viu algumas pessoas beberem até a morte bem na frente dele, na verdade. Um bêbado como este não era nada fora do comum.

No entanto, algo estranho aconteceu naquela noite.

— Bweeh… Hmm?

Havia poucos clientes no bar neste momento. O barman estava lavando pratos e pensando em encerrar a noite. De repente, o bêbado levantou a cabeça como se tivesse notado algo. Seus olhos estavam totalmente desfocados, e ele parecia meio adormecido, mas por algum motivo, se virou para o banco ao lado dele.

Não havia ninguém sentado naquela cadeira.

— Ei, cara! Já faz um tempo que a gente não se vê!

O bêbado resmungou uma saudação e tentou dar um tapa nos ombros do amigo invisível. Sua mão se moveu suavemente pelo ar vazio, mas ele não pareceu notar. Apenas continuou falando.

— Ah, qual é o problema, chefe? Você está muito triste hoje. Vá em frente, me conte tudo.

Decidindo que o homem estava apenas tagarelando como um idiota, o barman balançou a cabeça e voltou para seus pratos.

— O que… Ei, barman!

O barman olhou para cima novamente. O olhar turvo e desfocado do bêbado vagava pelo bar.

— Que tal você pegar uma cerveja para esse cara também, hein?

O barman não tinha ideia de quem esse cara deveria ser, mas não ia recusar um pedido. Ele estava prestes a responder, quando…

— Que inferno? Acho que ele foi para algum lugar. Que tipo de atendimento ao cliente é esse, hein?

O bêbado decidiu que o atendente não estava em lugar algum e começou a falar mal dele em voz alta para seu amigo inexistente. O barman soltou um suspiro pesado. Ele lidava com bêbados divagantes regularmente, mas aqueles que falavam tolices podiam ficar violentos às vezes. Esse homem não parecia do tipo lutador, mas a última coisa que ele queria no final de uma longa noite era passar uma hora limpando sangue e dentes do chão.

Em vez de se debater ao acaso, no entanto, o homem continuou falando para a cadeira vazia ao lado dele. E enquanto ouvia, o barman começou a se sentir um pouco nervoso. Para o monólogo desconexo de um bêbado, isso… soava muito como metade de uma conversa real.

— Verdade? Então… alguém quer você morto?

— Ah! Sim, aposto que você faz muitos inimigos. Inferno, eu provavelmente odiaria sua coragem se estivesse vendo as coisas de um ponto de vista diferente. Ainda bem que sou um cara tão tranquilo, hein?

— … O quê? Você está me pedindo um favor? Agora, isso sim é algo incomum.

— Uh-hum. Olha, a última vez que te fiz um favor, as coisas correram muito mal para mim. Você se lembra do que aconteceu com minha cidade natal, certo?

— Você está arrependido? Hahah! Cara, isso soa estranho vindo de você. Deve estar frio no inferno esta noite!

— Oh? É realmente tão ruim? Ruim o suficiente para você precisar da minha ajuda?

— Hmm…

— Bem, claro. Você salvou meu traseiro muitas vezes. Para constar, eu apreciei aquele aviso no labirinto da última vez.

— Sim, não deu tão certo no final, mas isso é por nossa conta. Nós simplesmente não estávamos preparados para o trabalho, eu acho.

— Ah, mano, aqui vamos nós. Eu tento ser legal, e você acha que estou me vangloriando…

— Certo. Se houver algo que eu possa fazer, acho que vou ouvi-lo.

— … Oh? Hohoh.

— Conhecendo você, isso não é nem um pouco surpreendente.

— Então, quem é esse cara que está atrás de você?

— Uau! Esse é um nome assustador. Vamos, cara… você está me zoando ou o quê?

— Huh? O quê? Como ele não é nada especial? Droga. Pouco importante, hein? Escute o que você está falando!

— Então qual é o problema?

— … Aaah.

— Então é assim. Ele também, huh? Hmm… sim, isso explica muito, na verdade.

— Hum? Vou ajudar ou não?

— Bem, eu não sei… eu meio que gostei do garoto, honestamente…

— … Uau. Alguém ficou muito mal-humorado de repente.

— Droga, você está desesperado, não é? Eu pensei que eu era um pedaço de lixo inútil. Você quer tanto a minha ajuda?

— Certo! Ceeerto! Eu vou te ajudar, cara.

— Então? Qual é o plano? Eu não o vejo há algum tempo, mas ele é muito bom no que faz.

— Uh, uma equipe? Então você quer reunir um monte de caras como eu?

— Ok, certo. E depois?

— … Sim, acho que entendi a ideia. Não sei se vai dar certo ou não, mas ei. Acho que vamos ter uma chance.

— Fwaaah…

Neste ponto, o homem caiu para a frente em sua mesa e começou a dormir como um tronco. E o barman, que ouvira cada palavra de sua “conversa”, se viu tendo alguns pensamentos perturbadores. Este homem tinha acabado de fazer um acordo com o diabo? Havia algum tipo de coisa profundamente maligna sentada naquela cadeira que só ele podia ver? E aquela coisa ia se esgueirar atrás do barman e sussurrar “Você deveria ter se preocupado com seus próprios negócios” em seu ouvido?

— Ridículo. — Com um aceno firme de cabeça, o barman se aproximou do bêbado adormecido e o sacudiu suavemente pelo ombro. — Ei amigo. Estamos prestes a fechar. Se importa de ir para outro lugar para ter seu sono de beleza?

Depois de algumas sacudidas mais vigorosas, o bêbado se contorceu e lentamente se levantou da mesa.

— Ah…? Mm.

Todo aquele ar de “conversa maluca” parecia ter desaparecido completamente. Levantando-se vacilante, ele tirou algumas moedas de cobre do bolso e as jogou sobre a mesa. E então cambaleou em direção à saída, ziguezagueando erraticamente enquanto andava.

Quase parece uma marionete, pensou o barman enquanto colocava as moedas no bolso. Afastando-se, ele voltou para a cozinha… e então parou quando ouviu o bêbado murmurar algo para si mesmo. A voz do homem era suave, mas de alguma forma o barman o ouviu muito claramente.

— Cara, isso é uma merda. Mas eu devo muito a ele, e o garoto me deve… então, se eu tiver que escolher um lado, acho que é assim que vai ser.

Não era a voz de um demônio. Mas era uma voz muito mais fria do que se esperaria de um bêbado.

Um arrepio percorreu a espinha do barman. Quando ele se virou para a saída, no entanto, o único sinal de que alguém tinha estado lá foi o leve tilintar da campainha do lado de dentro de sua porta.

 


 

Tradução: Bucksius

Revisão: Guilherme

 

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