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Mushoku Tensei: Reencarnação do Desempregado – Vol. 16 – Cap. 02 – Besta Guardiã

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Tínhamos um mês até o Reino Asura enviar a notícia de que seu rei havia adoecido. Nesse tempo, tinha que trabalhar com Ariel para convencer Perugius a se juntar a ela. Para isso, eu precisava dar todos os detalhes possíveis a Sylphie. Mas ela provavelmente está com a guarda alta graças à maldição de Orsted, então talvez eu não consiga convencê-la a me trazer para os planos de Ariel. Eu estava dividido sobre confiar nela e contar toda a verdade, ou desistir de lutar contra a maldição de Orsted e evitar mencioná-lo completamente.

Mas, primeiro, eu tinha outro objetivo para completar. Ou seja, a razão pela qual concordei em trabalhar com Orsted — proteger minha família. Agora que eu era o garoto de recados dele, estarei longe de casa com mais frequência. Eu precisava de alguém — ou algo — para assumir o meu lugar.

Assim, minha primeira ordem de trabalhos era invocar uma Besta Guardiã.

 

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Ainda era de manhã quando reuni todos os membros da minha família no jardim. Isso incluía Aisha, Lilia e Zenith, que normalmente passavam todo o tempo dentro de casa, bem como Eris, que havia se juntado à família recentemente. Roxy e Norn também estavam presentes, assim como Tu e Ente. Sylphie carregava Lucie, que havia acabado de aprender a ficar de pé enquanto segurava algo.

— Vou invocar uma Besta Guardião que servirá nossa família, agora. Podem ficar à vontade para aplaudirem.

— Yay!

O aplauso soou da multidão. O fervor do público estava atingindo seu auge. A apresentação de hoje seria lendária!

Espere, Tu e Ente. Por que vocês dois não estão aplaudindo? Não pode ser assim. O quê? São animais de estimação, por isso não conseguem aplaudir? Bem, acho que não há nada que possa ser feito.

— Quanto ao que exatamente vou invocar, temo que não tenho certeza. No entanto, podemos esperar algo particularmente poderoso. E essa criatura, seja lá o que for, manterá nossa família segura e protegida.

— Tem certeza que vai dar certo? Que essa coisa não vai nos comer enquanto você estiver fora? — perguntou Sylphie, preocupada.

Esse é um pensamento aterrorizante.

Dito isso, eu me lembro de ter lido uma história como essa há muito tempo. Algo sobre alguém que invocou uma besta que não conseguia controlar, e ela matou todo mundo.

— Entendo que esteja preocupada, mas isso foi feito pela mão meticulosa do Deus Dragão.

— E é por isso mesmo que estou preocupada.

Logicamente falando, Orsted nunca usaria uma maneira tão indireta de se livrar de nós, mas Sylphie talvez não estava pensando direito graças à sua maldição.

Mas espere, esse poderia ser o jeito dele de colocar uma coleira em mim no caso de eu o trair? Tipo, se eu virar as costas para ele, ele vai me ameaçar? “Com um estalar de dedos, aquela fera que mora em sua casa devorará toda a sua família.”

Isso não parecia provável.

— Enfim, vou invocar agora. Se parecer perigosa, podemos nos livrar dela juntos, e então darei uma bronca em Orsted.

— Gostei da ideia. — declarou Eris, animada. Ela puxou uma espada de sua bainha com um tinido majestoso. Ela tinha duas no quadril. À direita estava Eminência, uma lâmina mágica que o Deus da Espada havia dado de presente. À sua esquerda estava uma que ela se apegou e usou por um longo tempo.

Não incomodava ter que carregar as duas ao mesmo tempo?

— Quando isso acontecer, todos nós seremos capazes de enfrentar Orsted juntos! — declarou ela.

Não vamos lutar. Vamos apresentar uma queixa, como um cliente normal insatisfeito com o serviço. Se tentássemos derrotá-lo, seríamos nós que estaríamos batendo as botas.

Dito isso, ela parecia terrivelmente feliz. Ela não estava apenas procurando uma desculpa para começar uma briga com ele, estava?

— Não vamos enfrentar Orsted — eu disse. — Mas teremos muitas chances de lutar juntos no futuro. Espero que guarde sua força até lá.

Ela fez uma careta, como se a ideia a incomodasse. Tudo bem se quisesse lutar contra outras pessoas, mas Orsted estava fora dos limites. Nunca na minha vida queria lutar outra batalha tão desesperada, se pudesse evitar. Eu me mijaria se tivesse que fazer isso uma segunda vez.

— Ainda assim, você tem certeza de que esse círculo mágico é seguro? Talvez seja uma boa ideia pedir para que alguém como Lorde Perugius dê uma olhada nele, não é? — perguntou Roxy. Aparentemente, ela também desconfiava de algo que Orsted havia feito.

Essa maldição dele é realmente poderosa.

Por mais absurdo que toda a maldição parecesse, a intensidade de suas reações tornava impossível negar sua existência. Isso tornou a minha decisão fácil, embora eu tenha decidido dar uma segunda olhada no pergaminho antes de usá-lo. Eu não iria tão longe a ponto de pedir que Perugius o verificasse, mas não faria mal examiná-lo mais uma vez.

— Hm.

Parecia um círculo de invocação normal. A parte que restringia as condições da invocação tinha alguns símbolos com os quais eu não estava familiarizado, mas não havia nada muito suspeito, pelo que pude ver. Talvez eu possa pedir para Nanahoshi dar uma olhada? Não, isso seria rude da minha parte. Orsted só fez isso para mim porque eu não sabia como fazer sozinho. Do que adiantava ser desconfiado?

— Tenho certeza de que está tudo bem — eu disse.

— Bem, se você diz. Confio em você. Mas espere um pouco até eu pegar o meu cajado. — Roxy, ao que parecia, não estava totalmente convencida. Ela disse que confiava em mim, mas ainda assim desapareceu dentro de casa para recuperar sua arma no caso de as coisas ficarem feias.

— Eu não tenho ideia do porquê todos parecem tão atentos, mas… você tem certeza de que isso não é perigoso, Irmão? — Norn franziu a testa.

Aisha bateu com a mão no ombro de Norn.

— Não seja idiota. Se fosse tão perigoso, ele não ativaria conosco por perto.

Sua confiança parecia uma adaga no peito. Honestamente, eu não tinha confirmado se este círculo de invocação era seguro. Eu poderia usar assim mesmo? Talvez deva esperar até que Perugius verifique, só para ter certeza?

Mas se o fizesse, o olhar afetuoso de Aisha se tornaria uma decepção. E ela só suspeitaria de Orsted depois disso.

— Se o pior acontecer, agirei como um escudo para todos. Por favor, faça o que for necessário — disse Lilia.

Bem, isso soava ameaçador.

Eu não pensei que chegaria a isso, mas todo mundo estava tão nervoso que eu estava no limite. Nós realmente ficaríamos bem?

Não! Preciso ter fé em Orsted. Ele disse que confiava em mim.

— Tudo bem então — eu disse. — Vou usar agora.

Todos concordaram com a cabeça.

Coloquei o pergaminho em uma mesa que criei usando minha magia de terra.

— E lá vai!

Eu me preparei e coloquei minhas mãos no círculo. Concentrei-me, deixando a magia fluir através de minhas veias e se reunir na ponta dos dedos. De lá, coloquei no círculo.

Continuei bombeando mais e mais da minha mana. Essa criatura deveria ser algo que pudesse proteger minha família. Mesmo se eu me drenasse, ainda não seria o suficiente aos meus olhos. Ficaria feliz de usar até a última gota de mana de Orsted também, se pudesse. Usar mais mana não necessariamente garantia uma Besta Guardiã forte, mas eu ainda daria tudo o que tinha.

Orsted também disse que era importante imaginar o que eu queria.

Algo para proteger minha família…

Isso foi vago demais.

Eu precisava de algo incrivelmente poderoso. Poderoso o suficiente para que um oponente normal não tivesse chance. Algo que era muito leal e nunca se oporia a mim. E já que deveria estar protegendo minha família, de preferência não algo grosseiro e indecente. Eu com certeza não queria um monstro tentáculo coberto de muco. Isso não seria bom para minhas irmãs ou Lucie. Esta Besta Guardiã seria o cavaleiro de Lucie, então eu precisava de algo respeitável.

Isso mesmo. Uma criatura de elevado caráter moral, que é leal e forte. Beleza, pedido feito, bora!

— Venha, Besta Guardiã!

O círculo começou a emitir uma luz brilhante, não um branco puro, mas uma mistura de azul, vermelho, amarelo e verde. Era um arco-íris inteiro. Mas senti como se a invocação tivesse sido pega em algo, como se houvesse alguma coisa impedindo-a.

O que poderia ser?

Ignorei e continuei derramando mais mana. O que quer que estivesse bloqueando o feitiço estalou.

— Aaaah!

Gemeu uma voz, embora eu não soubesse de onde vinha o som. Era a Besta Guardiã que agora estaria protegendo minha família? Parecia bastante sinistra, como se a criatura estivesse sofrendo. Eu simplesmente aumentei minha produção de mana, puxando o que quer que fosse através do círculo de invocação.

— Aaaaah! — Uma voz soou quando o fluxo de mana que eu estava alimentando no círculo foi abruptamente interrompido.

A luz desapareceu e, lá de dentro, apareceu…

— Khh…

Um homem de máscara amarela e uniforme branco, uma grande adaga pendurada ao seu lado. Ele estava empoleirado no topo da plataforma de terra que eu havia criado, de joelhos com os braços enrolados em torno de si mesmo.

— Como isso é possível… Como meu contrato com Lorde Perugius poderia ser destruído assim…?

Ele permaneceu naquela pose enquanto levantava a cabeça e olhava em volta. A máscara obscureceu seus olhos, mas eu poderia jurar que estava olhando direto para mim.

— Qual é o significado disso?! — exigiu o homem mascarado.

Não, era errado chamá-lo assim. Eu sabia exatamente quem era.

Arumanfi do Brilho. Arumanfi, o Brilhante.

A pose que ele estava lembrava um anjo caído. Não que eu esteja tentando fazer pouco caso dele, juro. Eu não seria capaz de me igualar ao seu brilho. Ele é muito mais brilhante do que eu. Brincad-

— Estou te perguntando, Rudeus Greyrat, quais são suas intenções aqui?! — Ele saltou da mesa e tentou me agarrar pelo colarinho, mas congelou no meio do caminho, e todo o seu corpo tremia.

Eris imediatamente se moveu para a posição de batalha, mas levantei a mão para detê-la.

Garota má. Volte para o seu canil, Eris.

Sério, o que estava acontecendo? De todas as pessoas, invoquei o brilhante e nobre Arumanfi. Isso era mesmo possível? No entanto, apesar de sua forma humana, ele era um espírito. Talvez isso não tenha sido tão surpreendente, afinal. Não que isso explicasse tudo. Foi tudo um estratagema de Orsted? Ele estava tentando provocar Perugius, para fazê-lo me matar em vez disso?

Oh, qual é, se vai tão longe assim, então basta fazer o trabalho sozinho.

— Uh, não, sabe… Isso meio que rolou… Eu estava ativando um círculo mágico que o Senhor Orsted me deu, e meio que… invoquei você sem querer.

— Você disse um círculo mágico de Orsted? O que estava tentando invocar?

— Uma Besta Guardiã para tomar conta da minha família.

Arumanfi pegou o pergaminho com o círculo mágico. Ele o estudou antes de abrir.

— Essas são algumas estipulações incômodas que ele colocou na entidade invocada.

— Hm, que condições são essas?

— Aquele que este círculo invoca deve ser absolutamente obediente a você, e deve defender sua família contra quaisquer calamidades que possam acontecer em perpetuidade. Em outras palavras, deve servi-lo pela eternidade.

Uau. Então, basicamente, este círculo era um contrato de escravidão?

A boa notícia é que Orsted não mentiu para mim. Parece que ele é confiável, afinal!

— Mais alguma coisa? — perguntei.

— O invocador será aquele que determina o que é invocado.

Então, basicamente, eu poderia decidir que Besta Guardiã recebia. Ótimo.

— Então eu gostaria de fazer uma troca.

— Uma troca?

— Sim, não era minha intenção invocá-lo, Senhor Arumanfi. É por isso que gostaria de trocá-lo por outro.

— Então seja rápido e desfaça o contrato comigo. Sou o orgulhoso servo de Lorde Perugius, não seu.

— Hã, sim. Certo.

Para ser honesto, não era uma ideia tão ruim ter Arumanfi protegendo nossa família. Ele se movia na velocidade da luz, então, caso algum imprevisto acontecesse, seria a pessoa perfeita para me passar uma mensagem.

Sim, mas Perugius o valoriza demais. Se eu o tirasse dele, poderia causar discórdia entre nós.

Franzi as sobrancelhas.

— Hm, então, como eu faço isso, exatamente?

— Ordene-me que volte para o lado de Lorde Perugius agora mesmo. Dotbath da Destruição será capaz de romper o contrato.

— Certo.

— Ordene-me. Agora.

Devido à cláusula de obediência absoluta, ele precisava de uma ordem direta minha para sair.

— Beleza, então pelo poder deste círculo de invocação, eu ordeno que você vá até Lorde Perugius e peça conselhos a ele sobre a melhor forma de invocar uma boa Besta Guardiã.

Arumanfi manteve o círculo mágico em suas mãos enquanto desaparecia em um flash de luz.

— Peço desculpa a todos, pois parece que estraguei com tudo — eu disse enquanto olhava para a minha família.

Todos olhavam para mim, de queixo caído.

 

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Arumanfi voltou depois de um tempo. Ele entregou uma mensagem de Perugius, sibilando sobre como ele havia deixado essa transgressão de lado, mas era melhor que nunca mais acontecesse. Afinal, Arumanfi tinha um orgulho extremo de seu status como servo de Perugius. Eu me senti genuinamente culpado por roubar isso dele, mesmo que por pouco tempo.

O círculo que Orsted me desenhou parece ter perdido seu poder quando o contrato foi anulado, então Perugius me fez um novo. Era difícil acreditar que ele me mostraria tamanha bondade depois que fui tão rude ao roubar um de seus servos. Ele era mesmo tão magnânimo quanto Sylvaril alegava.

A parte verdadeiramente aterrorizante de toda a provação era o nível de poder que o círculo de Orsted havia feito. Ou talvez a culpa fosse da minha própria magia? Talvez ambos. Cada um deles era apenas uma faísca, mas, se combinados, formavam uma chama furiosa.

Como a invocação de antes não havia esgotado muito da minha mana, decidi me recompor e tentar de novo imediatamente. De acordo com Perugius, era melhor não imaginar conceitos vagos como majestoso, onisciente ou onipotente, mas sim um animal.

Se isso fosse tudo, gostaria que Orsted tivesse dito antes. Mas conhecendo-o, ele provavelmente teria me dito para manter Arumanfi, mesmo essa ideia parecendo loucura.

— Beleza, vamos tentar mais uma vez.

Eu examinei a área antes de colocar minhas mãos no círculo mágico de novo. Desta vez, eu ia manter uma imagem concreta em minha mente. Eu queria um animal forte e orgulhoso.

Um leão!

Eu não tinha ideia se eles existiam aqui como eu os conhecia, mas a palavra existia na língua, então certamente havia algo semelhante. Eu queria o rei das feras, a criatura mais forte que este mundo tinha a oferecer. Embora, se eu quisesse algo leal, talvez fosse melhor ser servido por um canino do que por um felino.

Nem, isso não importa. O círculo mágico requer obediência absoluta, então só preciso focar em algo que é forte. Quero a besta mais nobre que existe neste mundo.

Concentrei toda a magia que tinha em todos os cantos do meu corpo na minha mão direita. Por um tempo, fechei bem os olhos, mas enquanto as últimas gotas de mana que eu tinha em meu corpo iam para o círculo, os abri de novo.

Vamos! Que venha algo incrível!

Respirei fundo quando o círculo mágico emitiu uma luz deslumbrante. Era o mesmo arco-íris colorido que eu tinha visto antes, mas, desta vez, não experimentei a sensação do feitiço travando em algo. Minha mana fluiu suavemente para o círculo, e o que quer que estivesse do outro lado atendeu ao meu chamado. Na verdade, parecia que uma mão estava sendo estendida em minha direção, e tudo o que eu precisava fazer era pegá-la e puxar. Eu estava confiante de que teria sucesso desta vez.

— Tudo bem, venha! — gritei.

Um leve uivo ecoou pelo ar.

— Auuuuuu!

Ficava cada vez mais alto, zumbindo em meus ouvidos.

Deveria dizer algo enquanto invoco essa coisa? Na verdade, acho que não importa…

Enquanto ponderava, a luz desapareceu. O que estava diante de mim era um leão branco, com mais de dois metros de altura. Presumi que fosse fêmea, já que não tinha juba. A forma com a qual seu focinho estava estendido, entretanto, me lembrava mais um cão do que um gato.

Espere, isso não é um leão. É um cachorro. E a julgar pelo quão curtas suas pernas são, é um filhote.

Na verdade, após uma inspeção mais detalhada, percebi que sua pele não era branca, mas prateada. Parecia um filhote de shiba inu, mas muito maior.

Hmm… Estraguei tudo de novo?

— É adorável! — exclamou Aisha.

— Mas tem certeza que essa coisa aí pode nos proteger? Norn franziu a testa.

— Bem — disse Sylphie — Para um filhote, parece confiante.

Roxy assentiu.

— No mínimo, parece inocente demais para qualquer um suspeitar que é uma Besta Guardiã.

As duas pareciam aprovar.

— Parece inteligente — comentou Lilia. Ela tinha um rosto inexpressivo perfeito, por isso era difícil saber o que estava pensando, mas não franzia a testa, pelo menos.

Zenith estava sem expressão como sempre. Eu não tinha ideia do que Ente pensava de nossa mais nova adição, mas Tu já estava deitado de costas, expressando submissão à nossa Besta Guardiã.

Pelas primeiras impressões, não parecia nada mal.

Mas tenho certeza que já vi esse filhote antes.

— Espere  — disse Eris. — Não é a Besta Sagrada que estava apegada a você na Vila Doldia, Rudeus?

Isso mesmo! Acabei de lembrar. Uh, quais eram mesmo as palavras na Língua do Deus Fera…

Pigarreei e disse:

— Você é a Besta Sagrada de Doldia?

— Auau.

O grande cachorro balançou a cabeça em resposta antes de lamber meu rosto.

Ugh, que fedor… Droga, o que essa coisa acha que sou? Um pedaço de carne?

Pelo menos eu tinha certeza do que invoquei.

— Entendo.

A Besta Sagrada, hein? A mesma que a tribo Doldia valorizava tanto que a trancaram bem nas profundezas de sua vila…

Droga. Se descobrirem que a invoquei para servir como minha guardiã pessoal, ficariam irritados demais, não? Se me colocassem na lista de procurados, só causaria mais problemas. Eu já tinha coisa demais para lidar.

Acho que também vou precisar trocar essa…

Mas a anulação do contrato causaria mais problemas para Perugius ou Orsted. E não havia garantia de que eu conseguiria algo melhor na terceira tentativa.

Hmm…

Falei na Língua do Deus Fera:

— Ó Besta Guardiã, se me permite a humilde pergunta, você possui o poder de proteger minha família de qualquer calamidade que possa cair sobre ela?

— Auau!

Ele parecia estar dizendo “Deixa comigo!” Parecia bem motivado, mas, por outro lado, já tinha sido sequestrado antes. Eu poderia realmente confiar nele para protegê-los? Orsted me garantiu que o Deus-Homem provavelmente não viria mais atrás da minha família, então talvez eu não tivesse nada com que me preocupar, mas…

— Arf?

Enquanto eu estava perdido em pensamentos, a Besta Sagrada saltou da mesa de invocação e pressionou seu corpo contra mim, lambendo meu rosto novamente.

Ahh, ele é tão macio… Com certeza eles têm usado algum tipo de condicionador nele. E se é a nossa Besta Guardiã, isso significa que vou ser capaz de desfrutar de seu pelo fofo todos os dias.

— Pois é, acho que me enganei. Esta aqui com certeza não é a Besta Sagrada.

 

 

 

Não mesmo. Esta não era a criatura sagrada que o povo-fera admirava com tanta reverência. Definitivamente não. Não havia como seu deus protetor aparecer aqui de maneira alguma. Tinha que ser um sósia.

Isso mesmo. Esta coisa é um… um leão, é isso!

Estava claro que era um filhote de leão que invoquei de um entre a infinidade de mundos alternativos. Pelo menos era esta a explicação que decidi. Era boa o bastante para mim. Embora a desculpa não parecesse ter forças quando se tratava de me proteger da ira de Doldia.

Bem, se as coisas começassem a dar errado, eu poderia pedir ao Lorde Perugius por um favor e trocar este filhote de leão por outra coisa. Até lá, teríamos um período experimental.

— Muito bem. De hoje em diante, seu nome é Léo! — proclamei, erguendo a mão para o alto.

A Besta Sagrada prontamente lambeu meus dedos antes de bufar em resposta. Então, de repente, levantou a cabeça como se tivesse notado algo. Seu olhar se virou para Roxy. Léo trotou até ela antes de enfiar prontamente o rosto na saia dela.

— Ack! Ei! O que está fazendo?! — gritou Roxy, batendo nele com o cajado.

Nosso canino pervertido apenas fungou e lambeu sua perna antes de envolver seu enorme corpo ao redor dela.

— Hm, Rudy… O que eu devia fazer a respeito disso? —Nervosa, ela olhou para mim.

Eu não tinha ideia do que estava acontecendo, mas estava claro que nosso novo membro da família estava apegado a Roxy.

— Léo, agora que eu o invoquei, você é meu servo — eu disse na Língua do Deus Fera. — Seu dever é proteger minha família. Entendeu?

— Auau! — latiu ele, alegremente.

Eu não tinha ideia de como um filhote seria útil para cuidar de todos, mas como era isso que eu havia invocado, seria nossa Besta Guardiã a partir de agora.

Não tenho dúvidas de que irá provar seu valor.

— Léo, permita-me explicar um pouco sobre qual é o seu trabalho aqui. Sei que está acostumado a ficar de boa e deixar que as pessoas o mimem, mas não é o caso aqui. Você vai ter que usar uma coleira e viver em uma casa de cachorro como um cão normal. Se alguém suspeito aparecer, você late para ele, morde e o incapacita. Se for forte demais, tem a minha permissão para matar. Terá três refeições por dia, e é livre para tirar cochilos sempre que quiser. Se assim o desejar, até o levaremos para passear quando quiser. Se achar essas condições aceitáveis, por favor, ladre uma vez.

— Au!

Ótimo, esse é o tipo de resposta que gosto de ouvir. E mais uma coisa…

— Nem preciso dizer que, caso tente fazer qualquer coisa para machucar minha família…

— Arf… — Sua garganta retumbou, como se ele estivesse ofendido com a mera ideia.

— Ótimo. Então nosso contrato está selado. Agora vamos dar um aperto de mãos. — Estendi a mão e ele prontamente ofereceu a pata.

E com isso, nossa família tinha um novo animal de estimação.

 


 

Tradução: Taiyo

Revisão: Guilherme

 

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