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Mushoku Tensei: Reencarnação do Desempregado – Vol. 15 – Cap. 12 – A Invocação

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Caro Rudeus Greyrat,


Espero que esta carta o encontre recuperado e com sua mana regenerada.

Quero discutir nossos próximos passos. Estarei esperando por você em sua cabana nos arredores de Sharia.

Devido a certas circunstâncias, seria preferível que viesse sozinho.

— Orsted.

 

Depois de ler esta breve carta, pedi a Aisha que me preparasse o café da manhã imediatamente.

Comi uma boa e sólida refeição, depois voltei ao meu quarto para me vestir. Tentei escolher minhas roupas mais bonitas, checando com Aisha várias vezes para ter certeza de que estava bem.

E então, com Aqua Heartia em uma mão e meu diário do futuro na outra, saí de casa.

Zenith estava no quintal brincando com nosso animal de estimação Ente, então gritei: “Volto logo, mãe”, ao sair. Ela acenou vagamente com a mão para mim em resposta; quase parecia um gesto de até logo. Ao lado dela, Ente também balançava seus galhos.

Eu não disse uma palavra para Sylphie ou os outros. Eu sabia que eles iriam querer vir junto. Mas a carta me dizia para ir sozinho, então era exatamente isso que eu ia fazer. Não é como se estivesse indo para a batalha desta vez, de qualquer maneira.

Eu não poderia dizer que confiava completamente em Orsted. Ainda não, de qualquer maneira. Mas sua carta mostrou alguma preocupação com meu bem-estar, e seu tom não era hostil.  Além disso, Nanahoshi parecia pensar que ele era um cara decente, já que ela se opôs ao meu plano de lutar com ele em um nível emocional. No mínimo, ele parecia mais confiável do que o Deus-Homem. Isso era definitivamente o que eu queria acreditar.

— Ainda estou meio nervoso, no entanto — murmurei para mim mesmo enquanto caminhava por uma rua tranquila em Sharia. Toda vez que passava por uma poça de água na estrada, não podia deixar de parar para examinar meu reflexo e me certificar de que estava bem. Decidi trabalhar para Orsted, em outras palavras, ele era meu novo chefe. E quando seu chefe o chama para uma reunião, você quer estar no seu melhor.

— Me pergunto se eu deveria ter colocado um pouco de colônia ou algo assim…

Eu tinha tomado banho esta manhã, mas depois da noite que passei com Eris, era bem provável que houvesse alguns cheiros infelizes em meu corpo. O que exatamente o chefe pensaria se eu entrasse em seu escritório fedendo a sexo? Não acho que me demitiria na hora, mas isso poderia deixar uma má impressão. Era a última coisa que queria agora.

Orsted… era a única pessoa que tinha a chance de encontrar e derrotar o Deus-Homem. E supostamente, ele faria isso acontecer algum dia, com a ajuda de meus descendentes. É uma merda ser o Deus-Homem. Mas foi ele quem traiu minha confiança primeiro, então tanto faz. Não estava disposto a simpatizar com um cara que mataria Roxy e Sylphie para se proteger.

Eu era o cachorro de estimação de Orsted agora. Abanar meu rabo para ele e mostrar minhas presas para seus inimigos. Essa é a única maneira que eu poderia proteger minha família.

— Beleza…

Reconfirmada minha determinação, dirigi-me para os arredores da cidade com passos mais rápidos e confiantes, evitando cuidadosamente a água barrenta salpicada pelas carruagens que passavam.

Cheguei à minha cabana fora dos muros da cidade para achar algo diferente de alguma forma. É difícil explicar em palavras, mas havia… algo estranho no ar ao redor. Se isso fosse um mangá, a cabana definitivamente teria uma aura ameaçadora rabiscada em torno dela. De relance, ficou óbvio que Orsted já estava esperando por mim lá dentro.

Respirei fundo algumas vezes, então bati bruscamente na porta.

— Sou Rudeus Greyrat, senhor! Estou aqui conforme solicitado!

— Ah. Isso não demorou muito.

Mesmo sabendo que estava lá, tremi um pouco ao som de sua voz. Definitivamente havia uma parte de mim que ainda estava com medo dele. — Tenho sua permissão para entrar?

— Por que está me pedindo permissão? Você não é o dono desta cabana?

— Sim, senhor! Entrando, senhor!

Quando abri a porta e entrei na cabine, encontrei Orsted sentado em uma das cadeiras, me encarando com raiva.

Bem… talvez ele não estivesse me encarando. Seu rosto era apenas assustador por natureza.

Fechei a porta atrás de mim e caminhei o mais rápido que pude. Parei bem ao lado da cadeira em frente a Orsted e fiquei em posição de sentido. Ele olhou para mim com uma expressão ligeiramente desconfiada no rosto.

— Hmm. Eu meio que esperava que você viesse aqui com todos os seus amigos unidos… mas vejo que há apenas dois de vocês.

— Sim, senhor! Eu vim sozi… Peraí, dois de nós?

Fiquei um pouco desconcertado com isso. A menos que os olhos de Orsted estivessem ficando tão ruins que ele estivesse enxergando em dobro, o comentário não parecia fazer muito sentido.

— Eris Greyrat! — gritou Orsted. — Você pode entrar também!

Um instante depois, a porta da cabine se abriu ruidosamente. Eris estava do lado de fora. Sua espada já estava pendurada em sua mão, e havia morte em seus olhos.

— Orsted! — ela gritou, balançando sua lâmina até apontar para ele. — Se encostar um dedo em Rudeus, vou te cortar na hora!

A força e a fúria de sua voz teriam feito um homem inferior fazer xixi nas calças, mas Orsted estava totalmente inabalável. — Não tenho intenção de machucá-lo.

— Bem, eu não confio em você!

— Suponho que não.

Sem mais, Eris caminhou até um canto da cabine e cruzou os braços ameaçadoramente.

Ainda um pouco atordoado por esta entrada dramática, olhei de Orsted para Eris e de volta para ele. Deveria estar dando minhas desculpas agora? Explicando que não a trouxe comigo? Insistindo que não o via como um inimigo? O problema era que não podia dar desculpas para a espada que ela estava segurando. O que deveria fazer aqui?

Enquanto eu hesitava, Orsted falou. — Qual é o problema, Rudeus Greyrat? Sente-se. Nós precisamos conversar.

— Er, certo. Perdão. — Sentei-me, claro. Mas minha mente ainda estava em Eris e sua arma desembainhada. — Uhm, sobre Eris…

— Sua reação deixou claro o suficiente. Ela o seguiu até aqui sem seu conhecimento, imagino.

— Bem, sim. Acho que sim… Se importaria se eu tivesse uma palavrinha com ela antes de começarmos?

— À vontade.

Pelo menos parecia que ele não estava muito chateado. Virando-me na cadeira, rapidamente chamei Eris com minha mão.

— O que é isso, Rudeus?

— Eris, por que você me seguiu?

— Te vi todo bem vestido. Só queria saber para onde estava indo.

Todo bem vestido? Bem, hum. Eu tinha escolhido minhas melhores roupas e mexi no meu cabelo por um tempo. Talvez ela tenha pensado que eu estava saindo em um encontro secreto ou algo assim…

— Entende que estou trabalhando para Orsted agora, não?

— Sim. Mas é Orsted, Rudeus… Ele está obviamente planejando algo, certo? Estou preocupada que ele possa estar enganando você de alguma forma.

— Isso é possível, mas é muito cedo para dizer com certeza. Por enquanto, você acha que pode manter a calma e apenas nos deixar conversar?

“…”

— Nós podemos lutar contra ele juntos se eu descobrir que ele está me enganando. Estou contando com você, Eris.

— Oh. Aí sim! Entendi.

Aparentemente satisfeita com isso, Eris embainhou sua espada e se sentou ao meu lado. Era bom que sua mente funcionasse de maneira tão simples.

— Sinto muito por isso.

— Tudo bem.

— Parece que Eris tem muita dificuldade em confiar em você, Senhor Orsted… Mas suponho que seja apenas a maldição em ação.

Os olhos de Orsted pareceram brilhar com isso. — Quem te contou sobre minha maldição em primeiro lugar?

— O Deus-Homem. Ele contou que você sofre de várias delas, na verdade.

Respondi honestamente e sem hesitação. Me preparei para contar a Orsted tudo sobre minhas conversas com seu inimigo.

— Entendo…

Orsted levou a mão ao queixo e virou o olhar para cima por um momento. O teto da minha cabine não era muito para se olhar, então provavelmente estava apenas pensando nas coisas.

— Prioridades antes. Deixe-me cumprir a promessa que fiz a você.

 — Huh?

— Por que você parece tão surpreso? Não sou como seu mestre anterior. Mantenho minha palavra.

Isso é bom de ouvir, mas eu só estou me perguntando sobre o que ele está falando… ele me prometeu alguma coisa em algum momento?

— Falo de meu método para proteger sua família do Deus-Homem.

Oh. Ohhh! Mas é claro. Como pude esquecer de algo assim?

Acho que não tinha pensado em todo aquele acordo como uma promessa, exatamente. Parecia mais um contrato. Você sabe, do tipo que você usa para vender sua alma ao diabo. Mas, novamente, as cláusulas de um contrato são basicamente apenas um monte de promessas, não é? Certo.

— Tem certeza? Na verdade, ainda não fiz nada em seu nome.

— Sim, mas imagino que não conseguirá se concentrar em nenhuma tarefa se estiver constantemente preocupado com a segurança de sua família.

— Bem, sim. É uma verdade irrefutável.

Huh. Ele estava realmente sendo meio atencioso aqui, não estava? Não esperava um tratamento tão amigável logo de cara, para ser honesto. Esperava que me mandasse severamente. O homem tinha um rosto assustador, mas parecia um chefe surpreendentemente bom. Não conseguia entender o porquê de Eris ainda estar olhando tão ferozmente para ele.

— De qualquer forma, que método específico você tem em mente para protegê-los?

— Não é nada muito complexo. Basta invocar uma fera guardiã com um destino forte e a ordenar que os mantenha seguros.

— Entendo. Infelizmente, ainda não sei como usar magia de Invocação.

— Muito bem. Desenharei o círculo mágico. Apenas canalize a mana através dele.

— Oh. Isso funciona, então. Desculpe o incômodo.

Hmm. Uma fera guardiã com um destino forte, hein? Em outras palavras, teríamos um cão de guarda protegido pelas leis da causalidade…

— Isso será realmente suficiente para mantê-los seguros, no entanto?

— O Deus-Homem não tem influência sobre nada além dos humanos. Além disso, não pode manipular muitos indivíduos a qualquer momento;  enquanto estivermos agindo, ele deve estar ocupado tentando nos impedir. Dada a personalidade dele, isso deve ser mais do que suficiente para proteger seus entes queridos.

Ótimo, agora estávamos psicanalisando o cara.

Essa parte sobre ele não ser capaz de influenciar muitas pessoas ao mesmo tempo foi interessante, no entanto. Isso implicava que ele poderia controlar pelo menos alguns simultaneamente. Ele estava se intrometendo na vida de outras pessoas enquanto brincava comigo?

— No entanto, não deve baixar a guarda. O Deus-Homem é tortuoso e imprevisível. Não deixe tudo para a fera guardiã, certifique-se de estar lá para eles também.

Para ser honesto, essas palavras soaram meio erradas saindo da boca de Orsted. Ele simplesmente não parecia o tipo de cara que lembraria você de passar tempo com sua família. Não se pode julgar um livro pela capa e tudo, mas sério…

De qualquer forma, já que ele estava disposto a preparar essa invocação para mim, eu aceitaria com prazer.

Agora era hora de começar a trabalhar. Havia todo tipo de coisa que eu queria perguntar a Orsted, é claro, mas também precisava cumprir minha parte nessa barganha. Não faria mal perguntar proativamente quais eram minhas ordens.

— Tudo bem então. O que você gostaria que eu fizesse por você a partir de agora?

— Não tem outras perguntas a fazer?

Hum. Não esperava que ele reagisse assim… — Claro que sim. Muitas, aliás.

— Por que não as está fazendo, neste caso?

— Bem, não queria incomodar muito, acho.

Orsted soltou um suspiro e balançou a cabeça. — Você é meu aliado agora. Em outras palavras…

— Sou seu subordinado, Senhor Orsted. Acho que devemos manter a cadeia de comando agradável e clara.

O homem tinha me espancado completamente. E agora pensava em maneiras de proteger minha família. Mesmo eu não era sem vergonha o suficiente para fingir que éramos iguais neste relacionamento.

— Muito bem, se é assim que prefere… Mas independentemente disso, nós dois estaremos trabalhando juntos para derrotar o Deus-Homem. É importante que você aprenda tudo o que precisa saber.

— Certo, mas e se eu fosse o espião do Deus-Homem ou algo assim? Por tudo que você sabe, eu poderia começar a fornecer informações a ele todas as noites.

— Eu confio em você, Rudeus Greyrat — disse Orsted, olhando-me firmemente nos olhos. — Você arriscou sua vida pelo bem de sua família, e isso lhe rendeu meu respeito.

Uau, vai acabar me fazendo corar!

Quero dizer… acho que eu estava bem desesperado naquela época, claro. E se isso era bom o suficiente para fazê-lo confiar em mim, certamente não estava reclamando. Poderia muito bem aceitar sua oferta.

O que eu deveria perguntar a ele?

Várias coisas vieram à minha mente. Por que ele estava tão obcecado com o Deus-Homem? O que era o tal Fator Laplace que ele havia mencionado? O que ele sabia sobre o Incidente do Deslocamento? E ele poderia explicar um pouco mais claramente sobre esse tal “destino”?

Eram as grandes perguntas do momento.

— Tudo bem então. Vou citar questão por questão, sendo assim.

Parecia melhor começar com sua rixa contra o Deus-Homem… ou a natureza de seu relacionamento, na verdade. Hmm. Então, provavelmente precisava ouvir mais sobre o próprio Orsted antes que eu pudesse chegar a isso.

— Poderia me contar mais sobre você, Senhor Orsted?

— Gostaria de ouvir a minha história?

— Isso. Se não se importar.

— O que o Deus-Homem lhe disse sobre mim? Parece que ele mencionou minhas maldições, ao menos.

— Uhhhm…

Fazia cinco anos desde aquele encontro em particular, então foi um desafio lembrar exatamente o que ele disse. Concentrei-me atentamente, tentando tirar as palavras da minha memória.

— Contou-me que você possui quatro diferentes tipos de maldição, especificamente.

— Siga em frente…

— A primeira maldição faz com que tudo que vive neste mundo o odeie ou o tema. A segunda impede que o Deus-Homem o veja. A terceira impede que dê tudo de si. E ele não sabia qual é a quarta.

— Entendo — disse Orsted com um pequeno aceno de cabeça. — Comecemos com a primeira maldição, então. Desde o dia em que nasci, de fato fui odiado por tudo que vive neste mundo.

— Eu particularmente não o odeio, no entanto…

— Algumas exceções assim existem. Como Nanahoshi e você.

— Certo então.

Então há exceções. O fato de Nanahoshi e eu termos vindo de um mundo diferente provavelmente era relevante nisso. Devo aproveitar esta oportunidade para revelar a verdade sobre mim mesmo? Com Eris ao meu lado, estava um pouco relutante em fazê-lo. Mas manter segredos de Orsted não me parecia uma ideia sábia neste momento.

— Eu não estava tentando esconder isso de você nem nada, mas… eu era originalmente do mesmo mundo de onde Nanahoshi veio. Talvez tenha algo a ver com isso?

— Então… Rudeus Greyrat não é seu verdadeiro nome?

— É uma longa história, mas não sou exatamente como Nanahoshi. Meio que, uhm… acordei aqui no corpo de um bebê chamado Rudeus Greyrat, eu acho… não sei como explicar, na verdade.

— Ah. Então você reencarnou.

Pisquei de surpresa. Não esperava que essa palavra saísse da boca de Orsted tão suavemente. Agora que pensava sobre isso, porém… senti como se tivesse visto algumas notas no diário sobre a Tribo dos Dragões possuindo algum meio de reencarnação. Algo sobre como eles poderiam voltar em um novo corpo algumas décadas depois de morrerem. Talvez fosse um conceito bastante comum para eles.

— Muito provavelmente, a razão pela qual você não me teme está ligada à sua reencarnação.

— Há outros que não o temem?

— Além de um punhado de exceções, apenas aqueles descendentes da antiga Tribo dos Dragões.

Então Perugius, por exemplo… embora ele parecesse aterrorizado com Orsted, na verdade. Talvez isso não tivesse nada a ver com a maldição. Às vezes você tem razões perfeitamente boas para ter medo de alguém.

— Quanto à segunda maldição, que me mantém longe da vista do Deus-Homem… isso não é maldição, na verdade.

— O que é, então?

Orsted parou por um momento para pensar, depois me olhou nos olhos mais uma vez. — Uma espécie de arte secreta, criada pelo primeiro Deus Dragão como uma ferramenta para usar contra o Deus-Homem. Isso me permite ver o fluxo do destino e garante que certas… leis deste mundo não se apliquem a mim.

— Hmm…

— O Deus-Homem possui grande conhecimento do futuro, e seus olhos enxergam longe. Mas eles estão cegos para aqueles fora da jurisdição do mundo.

Interessante. Não tinha ideia do que “fora da jurisdição do mundo” significava, mas ser totalmente invisível para o Deus-Homem soava como algo realmente atraente.

— Você poderia explicar essa parte sobre ver o fluxo do destino?

— Hm. Vejamos…

Em silêncio, Orsted assumiu sua pose contemplativa novamente. Tinha que esperar que isso não significasse que ele estava pensando em uma mentira para o momento.

— Quando olho para alguém, posso ver os grandes contornos da história de sua vida.

Bem, isso é meio vago… — Isso significa que você também tem o poder de prever?”

— Não… eu não vejo o futuro. Eu vejo a história como ela é ordenada pelo destino.

Hmm? Agora ele parecia um filósofo ou algo assim. Não entendi bem a diferença entre esse poder e a previsão real. No momento, parecia mais fácil pensar nisso como uma versão de nível inferior da habilidade do Deus-Homem.

— Você poderia usar essa arte secreta em mim também?

— Isso seria imprudente.

— Por que diz isso?

Eu não tinha certeza de ver o destino das pessoas, mas seria muito bom me esconder do Deus-Homem. Eu queria saber o motivo real por trás de sua recusa.

— A arte tem o efeito colateral de diminuir drasticamente sua taxa de regeneração de mana.

— Quão drasticamente?

— Você regenerou seu suprimento de mana completamente em dez dias, sim? Sob a influência da arte, isso levaria cerca de mil vezes mais.

Mil vezes mais? Isso seria, algo como… trinta anos mais ou menos?

— Como resultado disso, não posso usar magia livremente. E essa é a razão pela qual eu raramente luto com todas as minhas forças.

Aha. Basicamente, sua mana se regenerava tão lentamente que ele não podia usá-la com muita frequência. Eu não sabia o quão grande era seu suprimento de mana, mas supondo que levasse anos para reabastecer, ele teria que ter muito cuidado com a conservação de energia.

— Embora eu não possa usar a arte secreta em você, o bracelete que lhe dei fornece um efeito semelhante.

Olhei para o bracelete no meu pulso esquerdo. Aparentemente era uma espécie de dispositivo de interferência ao Deus-Homem. — Então isso não tem nenhum efeito colateral? Talvez se o produzíssemos em massa…

— Eu já teria feito isso, se fosse possível. E removido minha maldição também.

Certo. Uma pergunta meio imbecil.

— Usei uma quantia considerável de mana na minha batalha contra você — Orsted continuou. — Serei incapaz de lutar com todas as minhas forças por um tempo.

— Huh? Espere, realmente? Mas você me derrotou instantaneamente.

— Fui forçado a resistir a golpes diretos de sua magia muitas vezes e, finalmente, a desenhar a Lâmina Divina — disse Orsted, seu tom de voz distintamente amargo. — Me custou muito esforço.

Hum. Do meu ponto de vista, ele me jogou no chão sem suar a camisa… mas aparentemente eu lutei melhor do que imaginava. Um esforço sólido, se assim posso dizer. Hoh hoh hoh.

— De qualquer forma, meu suprimento de mana está bem baixo no momento. Assim, precisarei que tome uma atitude em meu lugar.

— Certo… farei o que puder.

Então eu estava trabalhando no custo do dano que fiz, basicamente. Isso parecia bastante justo.

— Sobre outro assunto, Senhor Orsted… poderia contar-me a razão de sua luta contra o Deus-Homem?

— Ah… sim, há isso…

Orsted olhou de lado, olhando para o nada, seu tom um tanto relutante. Eu tinha notado muitas dessas pausas pensativas nesta conversa. Afinal, o homem estava mentindo para mim? Eu não queria pensar assim, especialmente depois de ouvir que ele confiava em mim… mas, novamente, seria estranho se ele confiasse em mim completamente neste momento. Havia uma boa chance de que ele estivesse me alimentando com algumas falsidades simples por enquanto e reservando seu julgamento final até que eu provasse ser confiável.

— O Deus-Homem… causou a morte de meu pai.

— Oh?

Vingança, hein? Definitivamente um motivo clássico. A mesma coisa que motivou meu futuro eu a tentar matar o Deus-Homem. Seria fácil para mim zombar de tais desejos no momento, já que ninguém que eu amava realmente havia sido tirado de mim ainda. Mas aquele diário deixou bem claro que eu acabei vivendo por vingança naquela linha do tempo.

— Além disso, sua destruição era o maior desejo da antiga Tribo dos Dragões. Todos os Deuses Dragões existiram apenas para perseguir esse objetivo.

Certo, então havia algum senso cultural de dever envolvido também… Espere, todos os Deuses Dragões?

— Uhm, quantos Deuses Dragões existiram?

— Eu sou o centésimo, parece. E todos os noventa e nove que vieram antes de mim dedicaram suas vidas para derrubar o Deus-Homem.

— Uau. Entendo.

— No entanto, apenas um Deus Dragão de grande força e sangue puro realmente tem uma chance de ter sucesso nesta tarefa. — Os olhos afiados e brilhantes de Orsted fixaram-se nos meus; depois de um momento, ele continuou com uma voz calma e firme. — Foi por essa razão que meu pai, o primeiro dos Deuses Dragões, me reencarnou no futuro.

 


 

Tradução: Herói Tavin

Revisão: Delongas

QC: Guilherme

 

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