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Mushoku Tensei: Reencarnação do Desempregado – Vol. 10 – Cap. 09 – A Carta

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Quando acordei de manhã, me deparei com Sylphie dormindo no meu braço. Observei seu cabelo branco, a parte branquinha atrás de seu pescoço e seus longos cílios. Uma garota tão incrivelmente fofa estava deitada na cama com nada além da calcinha, usando meu braço como travesseiro. Seu rosto enquanto dormia parecia completamente relaxado e vulnerável.

Quando dobrei o cobertor, suas pétalas de cerejeira apareceram. Logo acima deles havia pequenos hematomas em sua pele. Em outras palavras, chupões. Alguns que coloquei nela na última noite. Na minha vida anterior, não tinha entendido qual era o apelo dos chupões, mas agora adorava acordar e ver quantos tinha deixado em seu corpo. Era algo parecido com o que aqueles terríveis namorados que obrigavam suas namoradas a colocarem piercings ou fazer tatuagens deviam sentir, mas não tão vil assim: um sentimento de orgulho. Sylphie era minha. Eu não deixaria ninguém mais tê-la.

Com esse pensamento, meu homenzinho respondeu à chamada matinal. Ele com certeza estava transbordando energia, considerando o quão duro tinha trabalhado na última noite. Na minha vida anterior, a única atenção que ele recebia era a da minha mão, e também ficou recluso pelos últimos dois anos. Agora que tinha um lugar para visitar, estava realmente explodindo de energia.

Ah, merda, não posso começar a me animar tão cedo assim. Sylphie tem trabalho hoje. Eu simplesmente teria que direcionar essa energia toda para os exercícios. Então, retirei meu braço de baixo da cabeça dela e o substituí por um travesseiro.

— Mm. Rudy, você não devia tomar isso… — Sylphie se mexeu, enrolando-se quase igual uma bola. O jeito como falava dormindo era tão fofo. Do que será que ela estava me proibindo de tomar em seus sonhos?

De alguma forma, me encontrei acariciando o seu peito. Se não tomasse cuidado acabaria a acordando, então fiz isso bem gentilmente. Era como tocar tofu suave. Muito bom. Eu só podia ser o homem mais feliz do mundo, podendo provar algo tão maravilhoso assim todas as manhãs. Era essa a sensação de ser muito, verdadeiramente feliz na vida real?

— Mm… Rudy… — Sylphie entreabriu os olhos e me encarou. Então agarrou a minha mão e, ainda meio adormecida, sorriu e disse: — Tome cuidado.

— Tomarei.

Então saí do quarto. Levaria mais três dias para que pudéssemos voltar a dormir juntos. Eu iria esperar ansiosamente por isso.

 

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Nos últimos tempos, a vida seguia bem pacífica. O único evento digno de ser mencionado foi que Linia e Pursena me apresentaram a um garoto. Ele parecia ser um delinquente do primeiro ano que, no espaço de apenas dois meses, lutou e derrotou todos os outros punks do seu ano. Então ficou muito cheio de si e queria tentar desafiar o grupo do Chefe, mas seu primeiro alvo – Zanoba – acabou com a raça dele. Depois disso tudo, ele de alguma forma se tornou membro do meu grupo. Foi algo completamente inesperado.

De acordo com os rumores que eu tinha escutado, a universidade parecia ser governada por algo parecido aos Quatro Reis Celestiais, chamado de Círculo Demoníaco dos Seis. Os rumores diziam que o Círculo respondia a mim. Se alguém conseguisse vencer o meu Círculo dos Seis, ganharia o direito de me desafiar. Parecia até o cenário de um mangá shounen. Eles não iam chamar de Socoval (Festival dos Socos) ou algo assim, iriam?

A propósito, essas seis pessoas eram Zanoba, Cliff, Linia, Pursena, Fitz e Badigadi. Se alguém realmente derrotasse todos eles, isso significava que eu estaria enfrentando alguém que poderia derrotar um Rei Demônio. Não, valeu. De qualquer forma, o primeiro desafiante deste ano sofreu uma derrota esmagadora pelas mãos da primeira pessoa que almejou. Quando o encontrei pela primeira vez, ele já estava baixando a cabeça e agindo todo manso, igual um cachorro com o rabo entre as pernas.

Aparentemente foi uma luta decente, já que o garoto criou alguma distância entre ele e Zanoba, para que pudesse atacar de longe com a sua magia. Mas Zanoba resistiu a todos os ataques, até que a mana de seu oponente acabou, então fechou a distância entre eles e selou a sua vitória com um único soco. Combate à distância não parecia ser a especialidade de Zanoba. Eu teria que lhe ensinar a arte secreta chinesa de dar uma tacada no oponente com uma pedra.

Em qualquer caso, eu de alguma forma virei o chefe da escola, sem nem saber. Isso ao menos fazia os delinquentes me escutarem. Isso foi especialmente útil quando me deparei com alguns deles batendo em um aluno atrás do prédio principal da escola. Fiz uma intervenção verbal, embora estivesse preparado para lutar, caso necessário… e simplesmente ficaram brancos feito papel e pararam.

Ser capaz de parar os valentões com apenas algumas palavras era algo bom. Nada mal, ter um poder assim. Enquanto eu vivesse, não permitiria que atormentassem os mais fracos. Nem mesmo se a pessoa intimidada fosse de alguma forma culpada.

Então, um dia, finalmente chegou: uma carta de Paul.

 

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Caro Rudeus,

Recebi a sua carta. Então você se matriculou na Universidade de Magia? Parabéns. Fico feliz que esteja trilhando o seu próprio caminho. Tenho certeza de que você já escutou isso de Elinalise, mas descobrimos a localização de Zenith, graças a Roxy, Talhand e Elinalise, e estamos a caminho para resgatá-la. Dê a Elinalise os meus cumprimentos. Claro, se você fizer isso, ela provavelmente vai apenas retribuir com uma cara de nojo.

Agora ao assunto real. Estamos atualmente em Porto Leste. Estamos prestes a partir para o Continente de Begaritt. Nunca fui lá antes, mas é considerado um dos lugares mais perigosos do mundo, atrás apenas do Continente Demônio.

Hesitei em levar as crianças comigo. Norn e Aisha ainda têm apenas nove anos. Foi aí que surgiu a ideia de mandar as duas para onde você está. Claro, não é como se elas pudessem ir sozinhas. Ginger se ofereceu para acompanhá-las, mas eu não tinha certeza a respeito de isso ser o suficiente.

Porém, acabei encontrando alguém. Alguém que você conhece. Essa pessoa se ofereceu a acompanhar as crianças até você, e eu concordei. Tenho certeza de que ficará surpreso ao ver todos. Aliás, é uma pessoa muito confiável.

Honestamente, tomar essa decisão foi doloroso. Fiquei pensando: e se acontecer algo com elas ao longo do caminho? E se acontecer algo horrível e eu não estiver lá? Por mais que as queira comigo, também quero que elas estejam em segurança. E você também.

Uma vez aí, é só encontrar um lugar para morar, por menor que seja, e mandá-las para a escola. Mandei dinheiro suficiente para cobrir as despesas de moradia e matrícula junto. É uma soma razoavelmente grande. Não gaste isso com mulheres, entendido?

Brincadeira. Te conhecendo, sei que você fará um bom trabalho. Mas, sim, entendo que isso é algo que eu mesmo deveria estar fazendo. Me desculpe por ser um pai tão terrível. Me sinto mal ao te pedir isso, mas, por favor, faça.

Pensando bem, você já tem quinze anos. Embora eu ache que já deverá ter dezesseis ou dezessete quando esta carta o alcançar. De qualquer forma, você é um adulto. Me sinto mal por não podermos comemorar o seu aniversário juntos. Também não poderei comemorar o décimo aniversário de Aisha ou Norn. Ah, enfim. Podemos fazer uma enorme festa quando voltarmos todos – como uma família.

Deixe que eu encontro a sua mãe. O Esquadrão de Busca e Resgate de Fittoa agora foi efetivamente dispersado, mas ainda tenho muito poder de fogo ao meu lado. Entre Lilia, Talhand, Roxy, Vierra, Sherra e eu, podemos chegar ao Continente Begaritt e voltar. Se correr tudo bem, poderemos nos juntar a você em Ranoa dentro de mais um ou dois anos.

Pensei em mandar Lilia com as crianças, mas, aparentemente, ela está mais preocupada comigo do que com elas. Que confusão. Me sinto tão patético.

De qualquer forma, Lilia confia em Aisha. Ela, basicamente, ensinou tudo o que podia à garota. Aisha é um gênio. Fico um pouco assustado com o poder dos meus próprios genes, considerando o que você e ela se tornaram.

Norn, porém, é uma criança normal. Ela não é como você e Aisha. Pode acabar ficando muito frustrado com ela, mas tente ser paciente. Receio que acabei a estragando, e tudo por puro egoísmo. Ela te odeia e não se dá bem com a Aisha, então pode se sentir isolada por aí. Como seu irmão mais velho, por favor, seja gentil.

Também dei uma cópia desta carta a elas, só por garantia. Tenho certeza de que ficarão bem, considerando a pessoa que está cuidando delas, mas, caso não apareçam dentro de seis meses após a chegada desta carta, gostaria que saísse à procura.

Então, resumindo, é isso. Me sinto mal por deixar tudo para você. Mas, obrigado.

—Paul Greyrat

 

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Foi uma carta cheia de culpa. Sinceramente, Paul.

Fiquei um pouco nervoso com a vinda de Norn e Aisha, mas achei que isso era melhor do que serem arrastadas para o Continente Begaritt. Ele não poderia tê-las deixado com a família de Zenith? Não, isso talvez acabasse resultando em ainda mais problemas. Norn à parte, Aisha não era parente de sangue de Zenith.

Irem para onde eu estava era provavelmente melhor. Comparado ao Continente Demônio, o Continente Central era relativamente seguro. Os sequestros deste mundo eram tão violentos que podiam ser motivo para preocupação, mas as pessoas que faziam isso costumavam visar apenas aqueles que eram vulneráveis. Se Norn e Aisha tivessem dois guarda-costas competentes por perto, provavelmente não seriam um alvo atraente.

Falando de seus guarda-costas, Ginger era uma cavaleira e ex-membro da guarda imperial de Zanoba. Eu não conseguia me lembrar do nível de capacidade dela, mas os cavaleiros de Shirone eram treinados no Estilo Deus da Água, então isso deveria ser útil em uma missão de escolta.

Depois, havia a outra pessoa, uma que Paul disse ser confiável. Quem poderia ser? Geese, será? Não havia chance alguma de ser Eris. Qual outra pessoa que nós dois conhecíamos que poderia ser confiável? Ah! Poderia ser a pessoa em quem eu pensei? Mencionou que faria uma busca pelo Continente Central, mas a boa sorte podia ter permitido que essa pessoa cruzasse com Paul. Se eu estivesse correto, poderiam lidar com tudo sem problema algum. Na verdade, a ajuda de Ginger seria desnecessária.

Com base em sua carta, eu poderia dizer o quanto Paul confiava em mim. Eu tinha que ter certeza de que corresponderia com as suas expectativas. Afinal, era o seu filho mais velho. E também fiquei aliviado por ter feito a escolha certa ao me casar com Sylphie e preparar esta casa. Principalmente com essa segunda coisa – tínhamos quartos de sobra. Poderíamos receber as minhas irmãs em nossa casa assim que elas chegassem.

O maior problema que pude ver foi no quão jovens eram minhas duas irmãs. Nossas sessões de amor não colaborariam com a educação delas. Mas, bem, acho que poderíamos colocá-las em quartos afastados do nosso. Fiquei, na verdade, ansioso pela chegada delas. Me perguntei quanto tempo levaria. Dentro de dois meses, será?

Espera, havia algo que eu precisava fazer primeiro.

— É exatamente a respeito desse tipo de coisa que preciso discutir com Sylphie.

Fui à procura dela. Ela estaria, neste momento, na cozinha, preparando o café da manhã. Quando me arrisquei a chegar lá, a encontrei cortando os vegetais. Soava uma batida rítmica sempre que a lâmina descia sobre a tábua de cortar. Ela era tão baixinha, com seus ombros minúsculos e estrutura esguia. Vê-la deste ângulo me animou.

— Sylphie! — Joguei meus braços ao seu redor, por trás. Então enfiei minhas mãos nas mangas de seu avental e apalpei seus seios macios.

— Ai!

— Ah, não!

Quando prestei atenção, notei que Sylphie cortou o dedo. O carmesim do ferimento vazou e respingou no topo da tábua de cortar. Ela se cortou no momento em que a abracei.

— Eeeeeek! — gritei.

— Essa é uma reação exagerada, Rudy. Mas fazer isso enquanto estou segurando uma faca é perigoso. — Sylphie, em um raro acontecimento, respondeu ao meu grito com reprovação. Ela rapidamente curou a ferida em seu dedo. A maneira como lançou o feitiço não verbal foi tão natural, quase como se isso fosse a sua segunda natureza.

— Sinto muito. Não vou mais te abraçar enquanto você estiver cozinhando.

— Sim, apenas espere um pouco. A comida ficará pronta em um instante.

Me afastei da cozinha e esperei na sala de jantar, sentindo-me inquieto e culpado. Sentei na minha cadeira e fiquei esperando. Então, quando Sylphie saiu da cozinha, levantei a minha cabeça.

— Peço profundas desculpas pelo que aconteceu há um momento.

— Não estou tão zangada. Pode só pedir as mesmas desculpas de sempre.

— Certo, desculpa — corrigi.

— Bem melhor. Da próxima, tome mais cuidado.

Sylphie sentou-se ao meu lado e começamos a comer. Ultimamente, estava me sentindo tão amado – amado demais mesmo – que fiquei com medo de que acontecesse algo e seu amor por mim acabasse.

— Então, o que foi? É raro te ver tão animado.

— Ah, sim, chegou uma carta do meu pai.

— O que? Do Senhor Paul?!

Entreguei a carta à minha esposa surpresa. Seu rosto ficou tenso quando ela começou a ler, mas sua expressão logo se tornou em algo parecido com desapontamento.

— Ah. Nossa carta sobre o casamento ainda não chegou. — Ela parecia querer saber a reação da minha família ao nosso casamento. Conforme seguia lendo, sua expressão foi ficando mais séria. No final, murmurou: — Entendo. — Então, finalmente, disse: — Isso é ótimo, Rudy. Fico feliz que estejam todos bem.

— Sim. — Parando para pensar, abordei o assunto sem nem pensar duas vezes, embora Sylphie tivesse perdido os pais. Talvez tivesse me faltado um pouco de tato.

Sylphie olhou para o meu rosto e revelou um sorriso triste.

— Vamos, Rudy, não faça essa cara. É verdade que perdi o meu pai e a minha mãe, mas agora tenho você e a Elinalise. Não estou sozinha. — Ela pegou a minha mão enquanto falava isso e riu.

Sylphie estava ficando cada vez mais bonita. Seu cabelo extremamente curto cresceu e ela parecia cada vez mais feminina. Suas adoráveis orelhas sobressaíam entre os fios macios de cabelo branco. Essa garota era minha esposa. Não era um sonho, era?

— Sylphie…

Eu queria criar uma nova família com essa linda garota. Esse desejo naturalmente começou a borbulhar até chegar à superfície, embora fosse Sylphie quem sofreria no momento do parto. Ela tinha uma bundinha adoravelmente pequena, mas a estreiteza de seus quadris poderia acabar criando problemas no momento do parto. Este mundo possuía magia de cura, então a morte no momento do parto era algo raro, mas isso não significava que ela não passaria por um enorme desconforto.

Mais importante ainda, estávamos mesmo prontos para criar uma criança? Para ser sincero, eu e Sylphie ainda não tínhamos muita experiência de vida. Tínhamos uma renda estável e éramos considerados maiores de idade, mas poderíamos mesmo ser pais de outro ser humano?

Está tudo bem, falei a mim mesmo. Todas as outras coisas vivas do mundo conseguiam fazer isso. Então eu também deveria ser capaz. Mesmo se não fosse, eu tinha Sylphie comigo. Só precisávamos dar o nosso melhor. Paul devia aparecer dentro de mais dois anos. Lilia tinha experiência na criação de crianças, e Zenith e Sylphie se davam muito bem. Quanto a Paul, ele provavelmente ficaria animado em ver os seus netos.

Espera, merda. Ainda não era hora para pensar nessas coisas.

— Como você leu naquela carta, minhas irmãs virão em nossa direção. Estou pensando em deixá-las morar aqui conosco, mas não tinha certeza se você concordaria com isso — falei.

— Claro que concordo. A casa vai ficar muito mais animada — respondeu ela com um enorme sorriso.

Sem problemas, então.

Assim que terminamos de jantar, fomos para a sala de estar. Estava na hora de estudar magia. Eu ainda não conseguia lançar feitiços de cura não verbais, mas poderia me virar memorizando as palavras e estudando a teoria. Magia não verbal não era a única técnica existente. Eu achava que era talentoso, mas estava longe de ser o mais talentoso do mundo. Era melhor ter certeza de que meus alicerces eram sólidos e que era capaz de manter meu atual nível de habilidade.

— Nngh…!

Sylphie estava atualmente tentando usar Atrapalhar Magia para neutralizar a bola de água que eu criei. Ela estava com a ponta do dedo apontada para a minha mão e seu rosto estava brilhando de tão vermelho enquanto grunhia. Eu estava usando minha mana para manter a bola de água e para ter certeza de que ela não poderia neutralizá-la.

Se a ondulante bola de líquido estourasse, ela seria a vencedora. Ganharia o direito de fazer o que quisesse comigo na cama. Não que ela precisasse mesmo disso – tudo o que precisava fazer era dizer algo e eu concordaria. Enquanto isso, se eu conseguisse manter a forma da bola até o final, seria o vencedor. Então poderia regá-la com meus afetos na cama até me cansar. Embora eu ache que poderia fazer isso mesmo se não ganhasse.

Sylphie estava atualmente no nível Avançado de todas as escolas de magia ofensiva, exceto na de fogo. Ela também sabia cura avançada, assim como magia de desintoxicação. Em outras palavras, os seus níveis de habilidade eram os seguintes:

MAGIA DE FOGO: Intermediário

MAGIA DE ÁGUA: Avançado

MAGIA DE TERRA: Avançado

MAGIA DE VENTO: Avançado

MAGIA DE CURA: Avançado

MAGIA DE DESINTOXICAÇÃO: Avançado

Estatísticas extremamente altas.

Eu só descobri isso recentemente, mas esses seis tipos de magia eram chamados de Seis Fundamentais, sendo os seis tipos mais usados. A universidade buscava que seus alunos alcançassem a proficiência de nível iniciante em todos os seis tipos durante o segundo e terceiro anos. Depois disso, poderiam escolher uma área de especialização e passar os anos restantes elevando seu domínio ao nível Avançado.

Se alguém não tivesse talento para magia, entretanto, iria parar no nível Intermediário, mesmo que se dedicasse ao estudo de apenas um tipo. Ou sua reserva de mana seria pequena demais, ou acabaria se deparando com enormes problemas na magia combinada. Quase não existiam alunos que poderiam avançar ao nível Avançado em vários campos, muito menos chegar ao nível Santo. Alunos excepcionais, como Sylphie e Cliff, supostamente apareciam apenas uma vez a cada dez anos ou mais.

Mesmo assim, nos últimos anos, havia um deles aparecendo por ano. Poderiam provavelmente chamá-los de gênios, mas eu ainda os considerava comuns, em comparação com os monstros que as pessoas chamavam de deuses.

E quanto a mim, então? Com base no que ouvi de Badigadi e Kirishika, minha capacidade de mana estava no nível Deus, mas eu tinha a sensação de que nunca alcançaria o nível Deus. Eu era basicamente como um carro comum com o tanque de combustível de um avião. Poderia cobrir qualquer distância e não ficaria sem gasolina, mas a minha velocidade era apenas normal. Se alguém adicionasse um motor a jato para combinar com o tanque de combustível, o carro acabaria desmontando. Como um conceito de projeto, eu era um lixo. Embora fosse bom em nunca ficar sem combustível, não importa o quanto o usasse.

— A propósito, Sylphie.

— O-o que? Estou me concentrando.

— Você acha que nossos filhos também terão talento para a magia?

— O qu…?! — A concentração de Sylphie foi destruída. Seu ainda rudimentar Atrapalhar Magia fracassou e a bola de água anteriormente ondulante voltou a ser uma esfera perfeita. A congelei e coloquei ela no copo à minha frente.

Sylphie timidamente esfregou as coxas, seu rosto brilhando de tão vermelho.

— N-não saberemos até que eles nasçam.

— E o nascimento deles depende de, uh, meu trabalho duro como o seu marido, certo? — Tentei rir e brincar, mas Sylphie começou a acariciar a minha coxa. Suas mãos delicadas fizeram cócegas. Rebati isso esfregando os seus ombros. Tocá-la a esta hora do dia era tão bom. Em segundos, nosso clima tornou-se sexual. Sylphie enterrou o rosto no meu pescoço enquanto me abraçava. Que fofa.

Seu marido está prestes a começar a trabalhar duro, pensei.

Em todos os casos, falar de crianças que ainda nem tinham sido concebidas era meio precipitado, deixaríamos isso para quando nascessem. Não conte os ovos dentro da galinha, algo assim, sei lá. Primeiro, precisávamos de um ovo.

— Ah, mas o sangue élfico corre em mim, então pode ser difícil para eu… Hm, sei que você quer ter filhos, mas isso pode levar alguns meses ou até anos. Minha avó, digo, a Senhorita Elinalise me disse a mesma coisa. Então, hm, há uma boa probabilidade de eu não engravidar tão cedo. — Sylphie se afastou e baixou a cabeça, parecendo um pouco ansiosa.

Passaram vários meses desde que nos casamos e tínhamos uma vida sexual saudável. Dizer isso poderia ser um pouco grosseiro, mas, no momento em que eu puxava o gatilho da minha pistola, gritava frases que pareciam ter saído de algum eroge. Coisas como “engravide!” e tal. Não havia nenhum significado profundo por trás das palavras; só queria tentar dizer isso na vida real, e não em um videogame. Mas Sylphie podia estar levando as palavras a sério.

— Mas, hm, bem, se eu não puder ter filhos, você pode ter uma amante, caso queira.

— Não tenho planos de fazer isso.

— Mas Rudy, você quer filhos, não quer?

Tentei ver da perspectiva de Sylphie. E se descobríssemos que eu era infértil? E se ela quisesse ter filhos de qualquer maneira, então encontraria outro homem para engravidá-la? Se isso acontecesse, eu poderia me matar. Então não poderia fazer ela passar por isso.

— Não seja boba. Não é que eu queira filhos. Só quero uma representação física do amor que sentimos um pelo outro.

— Rudy…

— Eu te amo, Sylphie. Minha princesa. — Embora fosse eu quem estava dizendo isso, as palavras ainda soavam bregas o suficiente para fazer a minha pele toda arrepiar. Quanto a Sylphie… bem, as pessoas deste mundo eram incrivelmente suscetíveis a essas palavras. Recentemente, quando falei algo como “Vamos nos embebedar da beleza de seus olhos”, ela ficou toda vermelha. Foi algo extremamente efetivo. Mas não poderíamos seguir em frente caso ela se envergonhasse com tanta facilidade.

— Eu também te amo. — Seus olhos ficaram úmidos enquanto se agarrava ao meu braço. Envergonhada, ela franziu os lábios, suas bochechas adotando um tom brilhante.

Comunicação A+.

Já que as coisas acabaram ficando tão emocionantes, estava na hora de ir para o segundo andar. A peguei como se fosse uma princesa. Sylphie colocou os braços ao redor do meu pescoço e entregou o seu corpo a mim. Isso fez o meu coração disparar. Fiquei feliz por ela ainda estar no clima.

 


 

Tradução: Taipan

Revisão: PcWolf

 

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