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Matador de Goblins – Vol. 11 – Cap. 04.3 – Interlúdio – Príncipe da Persia

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A princesa desprezava o primeiro-ministro tanto quanto desprezava o capitão da guarda que havia discutido momentos antes.

É claro, não era porque, simplesmente, odiava todo mundo. Nada disso. Esta não era uma noite favorável para um passeio de navio de areia como o que agora cortava seu caminho através do ar lavado pela chuva.

— Bem, princesa. Devo dizer que você não está com uma cara muito boa. — Nem mesmo o vento que soprava no convés conseguia tirar o tom de voz desagradável e irritante.

Se olhares pudessem matar, a princesa o teria assassinado com os olhos que tinha nele agora.

— Como eu poderia estar? Como alguém poderia estar, depois do que vi, do que me fez assistir? — Ela cuspiu as palavras com uma veemência incomum para uma mulher de nascimento tão elevado. As palavras se misturaram com a areia e foram levadas para longe.

O primeiro-ministro colocou a mão no sabre curvo em seu quadril e observou o horizonte em silhueta da capital. Deu apenas uma bufada de desprezo. Não escondeu a pele negra azulada, queimada pelo sol, revelando seu sangue de elfo negro.

— Admito que não foi a coisa mais delicada a se fazer. Considere isso um reflexo da personalidade de nosso querido capitão.

— Inacreditável… — A princesa mordeu o lábio. — Se meu pai estivesse vivo, nunca permitiria isso.

— De fato, com seu falecimento, perdemos um homem realmente bom. — O primeiro-ministro balançou a cabeça. Ele disse as palavras, mas não acreditou nelas. — Lhe asseguro que isso parte meu coração. Imaginar que eu tinha em meu quadro de funcionários alguém que recorria a métodos tão desonestos!

Isso, ao que parece, era verdade. O primeiro-ministro franziu as sobrancelhas com tristeza e realmente parecia estar arrependido. Era a mesma expressão que havia feito para a princesa na cena do crime. Talvez fosse tudo o que pudesse fazer; parecer satisfeito com tal coisa o condenaria a ser considerado pior que um goblin.

— Ele não entendia o que estava fazendo. Simplesmente seguiu sua ideia até a conclusão natural.

— Bem, seu capitão incompreensivo e você, que o permitiu que fizesse o que fez, não são melhores do que os goblins.

Essa farpa pareceu tocar o orgulho do primeiro-ministro de forma especialmente profunda. Seus olhos se arregalaram, um fogo ardendo dentro dele, prestes a agarrar a princesa.

— Você realmente acredita que a Ordem, sozinha, pode preservar um país?

— É por isso que o nosso foi destruído — disse a princesa, acalmando seu lapso de medo e, em vez disso, respirando fundo e comedidamente em seu amplo peito. — Mas aqueles que dependem inteiramente do Caos têm o mesmo destino.

— Fala como se soubesse alguma coisa sobre isso.

— Eu sei. Você tem alguma ideia de como está se parecendo agora? — Raso, manipulador, tolo, orgulhoso e… sem salvação. — Você não tem conhecimento, nem coragem. Apenas um poder imundo e arrogante.

A princesa soltou um suspiro, forçou os joelhos a pararem de tremer e olhou resolutamente para frente.

O primeiro-ministro não pretendia matá-la imediatamente, mas ainda havia medo. Ele havia usurpado a realeza. Se a princesa não fosse reconhecida como herdeira legítima, provavelmente haveria uma rebelião entre o povo. Seria possível derrubá-los com força total, mas isso daria muito mais trabalho… Por isso, o primeiro-ministro mostrou aquilo à princesa. Talvez na esperança de quebrar o espírito dela, mas sua esperança foi em vão.

Havia apenas uma pequena coisa à qual ela poderia se apegar naquele momento. Ao enviar um pedido por meio de seu rato pessoal, conseguiu ajudar suas fiéis damas de companhia a escapar. Tinha certeza que elas trariam ajuda. Alguém ou algo que expulse a escuridão desta nação. Precisavam fazer isso.

— Ah, sim — disse o primeiro-ministro, sem olhar para ela. — Se está pensando em seus amigos, deixe-me informá-la agora mesmo que não podem ajudá-la.

— …!

— Deve saber muito bem, Princesa, como os soldados de nossa nação são habilidosos. Espero receber suas cabeças decepadas em breve.

A princesa abriu a boca para retrucar, mas dessa vez não saiu nada.

— Não lhe resta muito tempo. Eu a aconselho a pensar com cuidado.

E, com isso, o primeiro-ministro pareceu perder o interesse na princesa. Ela resistiu à vontade de desabar ao pensar na ampulheta mágica à qual sua vida estava ligada. Quando toda a areia tivesse caído por ela, sua vida e sua alma estariam perdidas, sendo o brinquedo dos djinni por toda a eternidade.

Tinha certeza de que o primeiro-ministro não se importaria muito com esse resultado. Seja porque isso o pouparia do trabalho de transformá-la numa marionete sem mente ou simplesmente pela crueldade que muitas vezes parecia endêmica aos elfos negros…

A princesa só podia especular sobre o motivo de ter recebido esse indulto. Suas mãos não estavam amarradas, seus pés não estavam acorrentados, mas era, sem dúvida, uma prisioneira naquele momento. E quando voltassem ao castelo, ela certamente não teria permissão de sair de seus aposentos. Mesmo assim, por essa mesma razão, não havia motivo para tratá-la como se fosse sua prisioneira.

Eu deveria pelo menos manter minha cabeça erguida. Prefiro olhar para as estrelas do que para a lama.

Mesmo que essas estrelas estivessem atualmente ocultas por nuvens escuras.

 


 

Tradução: NERO_SL

Revisão: ZhX

 

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