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Matador de Goblins – Vol. 11 – Cap. 03.3 – Interlúdio – A Cena do Grande Mestre do Jogo

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— Yoo-hoo!

— Ugh…

O cenário era a Cidade da Água. Mais especificamente, um estabelecimento com pouca água em uma cabine no interior do que parecia ser a parte mais escura da sala.

As pessoas eram uma jovem de cabelos prateados ondulantes e o mediador, um jovem que franziu o cenho quando ela apareceu.

O restaurante estava impecavelmente mobiliado. Não era o tipo de lugar em que o cidadão médio se encontraria. Era natural que ele ficasse surpreso ao vê-la ali com um uniforme de empregada, mas a garota se misturou notavelmente bem. Era pequena o suficiente para se passar por uma rhea, e uma ilusão para manter seus braços magicamente escondidos contribuiu.

Acho que os rumores de que ela voltou da Masmorra dos Mortos não eram só histórias… O que faz com que tenha quantos anos agora…? O mediador pensou de forma insolente. No entanto, por mais que sua aparição aqui o tenha surpreendido, não era boa ideia incomodar um Silva.

— Como poderia ajudá-la hoje? — perguntou ele, olhando para ela. — Já informei sobre nosso progresso, se bem me lembro.

— Sim, era exatamente sobre isso que queria falar. — A garota se jogou em um banco e acenou para o barman, pedindo uma bebida muito cara sem pensar duas vezes. Ou talvez devêssemos dizer uma bebida muito forte. O vinho de fogo anão não era algo que um homem comum conseguisse lidar.

Uma garçonete coelha trouxe a bebida com velocidade e discrição adequadas à qualidade daquele estabelecimento e a garota a engoliu num único gole.

— Mais uma, se não se importa.

— Pensei que o álcool estava estritamente fora dos limites quando se falava de uma batida.

— Se é que pode chamar isso de álcool. Parece mais com água.

Água! Se um elfo bebesse uma dessas coisas, sua cabeça explodiria. O mediador deu um abanão de cabeça, derrotado.

— Então me fale sobre seu progresso — disse a garota.

— Ah, você sabe. As coisas estão… complicadas.

A garçonete coelha reapareceu em pouco tempo, sua cauda tremendo e seus quadris balançando. A empregada de cabelos prateados aceitou outra bebida. Desta vez, bebericou delicadamente, saboreando-a mesmo quando deu um encolher de ombros irritado.

— E isso depois de usarmos as exigências da princesa como desculpa para pedir por uma escolta.

— Seu vizinho, é? — apontou o mediador e a empregada de cabelo prateado acenou com a cabeça em acordo.

Mas que desculpa? O mediador riu para si mesmo. Tudo isso tinha sido um pretexto conveniente para se infiltrar.

— Essa princesa parece simpática e calma, isso é o que conta — comentou ele. — Pela graça da Mãe Terra.

Podia parecer que estava sendo muito direto, mas esse não era o problema. Era para isso que esta loja servia. Afinal de contas, fora aquele Silva quem tinha começado isso.

Acho que não me servirá de nada ficar cuspindo gentilezas…

O mediador exalou, derrotado, depois gritou “Senhorita!” para a garçonete e pediu uma bebida. Não tinha certeza de como se sentia ao tomar uma bebida enquanto seu grupo estava trabalhando duro, mas, bem, estava travando sua própria batalha.

Fazer conexões, preparativos, coletar informações, limpar a bagunça depois, dar suporte de emergência e assim por diante: Quando se tratava disso, a batida em si era apenas o último e mais conspícuo passo de um longo processo. Porém, é por ser algo tão óbvio que se precisa ter cuidado. Seja bruto quando pensarem que você seria técnico e técnico quando pensavam que seria bruto. Essa era a chave para a longevidade aqui.

O animal branco aos seus pés apalpava seus sapatos, mas ele o empurrou suavemente para trás com os dedos dos pés.

Desculpe, eu sei que ela está doente, mas você tem que me deixar sair desta vez; irei vê-la da próxima.

Um mago que podia controlar vários familiares era um forte aliado e graças a ela, foram capazes de manter uma boa coordenação.

O espião, o feiticeiro elfo, o usuário de espíritos, a clériga do Deus do Conhecimento, a feiticeira a quem servia o familiar e ele mesmo, o mediador. Estes seis formavam uma boa equipe no que dizia a opinião do mediador. Esperava que todos os outros também pensassem assim. Exatamente por isso que era seu papel reunir toda sua eloquência e volubilidade com cada Silva, inclusive aquele à sua frente agora.

— E então o quê? Nós demos um jeito na questão da blasfêmia em torno do vinho consagrado, não demos?

— Você lidou com goblins. Eles não contam muito.

— Basta enviar o exército para o vilarejo e bastará para mantê-lo seguro — retrucou o mediador, tanto para desviar a discussão como talvez para conseguir tirar uma risada da jovem mulher.

A empregada de cabelo prateado bufou.

— Se tivéssemos orçamento, recursos, pessoal ilimitado e se todos os homens que temos tivessem sangue real… — Ela recuou antes de murmurar: — Na verdade, acho que isso não seria tão bom assim. — Depois, o fitou com um olhar ameaçador. — Você sabe que nós os contratamos para fazer mais do que matar goblins, certo?

— Naturalmente. — O reparador respondeu com uma risada. — E acredite em mim, tem sido muito lucrativo. Mais problemas significa mais negócios.

Cultistas, vampiros e demônios, injustiça e corrupção, governantes regionais rebeldes e nobres de pedigree. “Nunca ninguém enriqueceu com a acusação de crimes”, foi o elfo que disse? Nada poderia ter sido mais verdadeiro para aqueles que corriam entre as sombras lançadas pela grande guerra travada pelo caos e a ordem.

— A verdadeira questão é quem está por trás desses goblins — apontou a garota de cabelo prateado, exalando.

Não como, nem com que finalidade, mas quem. O mediador entendeu perfeitamente o que ela quis dizer com isso. Essa compreensão foi o que provocou o sentimento desagradável dentro de si. Sentiu-se compelido a perguntar:

— Não vai dizer que devemos enviar nossa querida heroína, vai?

— Sem chance. — A garota bufou. — Seria uma jogada estúpida de se tentar em uma disputa com indivíduos desconhecidos. — Ainda assim, muitos achavam que deveriam, principalmente aqueles com um mínimo de poder. A empregada encolheu os ombros.

— Espere… está sugerindo que nossa gangue deva cuidar deles?

Isso seria perigoso. Imensamente perigoso. Contudo, também poderia significar muito dinheiro. Uma investigação aprofundada seria necessária. Era a velha história de “quanto maior o risco, maior a recompensa”. Alguns lutavam com espadas, outros com flechas ou feitiços; mas um lutava com palavras.

Este mediador. O que seria mais fácil: o capitão “demônio” ou uma luta aqui na Cidade da Água? O familiar a seus pés, sentindo como as coisas estavam indo, assumiu uma posição de reverência em relação à jovem mulher. Se as negociações azedassem e o caldo engrossasse, seus feitiços seriam seus salva-vidas. Tinha sido a escolha certa tê-la aqui.

Então, a jovem de cabelos prateados, talvez registrando a mudança no comportamento do mediador, acenou com a mão desdenhosamente.

— Não, já tem alguém cuidando disso. Não há necessidade de ir cutucar o vespeiro também. Seria como se o guerreiro estivesse à frente prestes a ser coberto de slime.

— Ah?

— Temos um especialista cuidando dos goblins. Lady Arcebispo e sua jovem amiga comerciante estão tratando disso.

O mediador soltou um hmm desinteressado, mesmo quando ouvia atentamente o que a jovem dizia. Ela se referia respeitosamente à “Lady Arcebispo”, mas o tom em sua voz era tão casual como se estivesse falando de uma amiga de sua irmã. Aquela mulher era um dos Seis Heróis. Quanto à comerciante… Ela deve se referir à jovem nobre que passou de aventureira a uma comerciante propriamente dita.

Tudo isso significa que provavelmente haverá mais empolgação com o país próximo.

 

 

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Ele teria que se preparar. No mundo das sombras, a agitação sempre significava potenciais oportunidades de negócios.

— Bem, isso é o que chamamos de karma — anunciou a garota de cabelos prateados com uma risada superficial. — Uma boa ação se devolve com outra.

— Viver pelo destino, morrer pelo karma… — O mediador também riu. — Palavras úteis, se você é uma criança agarrada à sua mesada.

Com isso, o mediador olhou para a garota.

— Então, para que você realmente está aqui?

— Para reclamar. — Com apenas uma pitada de emoção, a garota tomou o resto de sua bebida e depois chamou a garçonete. — Há muitos insetos venenosos por aqui. Aranhas e escorpiões — suspirou profundamente, esticando-se no balcão e deixando seu cabelo se espalhar por ele. O mediador não estava interessado em sua idade, mas naquele momento lembrava-lhe uma criança emburrada. — Venho estado muito ocupada com exterminação ultimamente.

— Sua Majestade, é?

— O terceiro filho de um nobre indigente e seus pequenos amigos são. — Pelo perfil, a garota quase parecia estar se divertindo e o leve rubor e suas bochechas pálidas pareciam se dever a mais do que apenas álcool.

O que ela quer dizer é que ele não pode deixar de se aventurar, o mediador pensou e decidiu pedir para si mesmo outra bebida. Era o melhor, mais delicioso e o mais forte; precisava ser. Tinha que ser para cobrir o retorno seguro de seus amigos, a prosperidade de seus negócios, os esforços do cardeal ruivo e uma maravilhosa aventura além disso.

— Bem, um dia você terá que me contar tudo sobre essa busca.

— Talvez; se houver uma chance. — A garota riu, brincando com a taça de vinho na mão. O mediador viu como eram parecidos com aventureiros e, ao mesmo tempo, diferentes.

— Então o que quer que façamos, exatamente?

— Encontrem alguém e façam uma batida, suponho.

Eram apenas eles, suas habilidades, as sombras e a implacável necessidade: Faça o trabalho.

Era isso que eles eram: batedores.

 


 

Tradução: NERO_SL

Revisão: B.Lotus

 

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