Dark?

Matador de Goblins – Vol.11 – Cap. 02.2 – Guerreiro Livre

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— Eu sabia.

— Argh, minhas aventuras com você sempre acabam assim, Orcbolg!

— Era uma missão de caça aos goblins, não era?

— Sim, mas ainda assim!

Mesmo enquanto reclamava, Alta Elfa Arqueira se inclinou suavemente para fora da janela e disparou uma flecha. O projétil com ponta de botão voou reto e certeiro apesar da escuridão, desaparecendo nas areias acompanhada pelo som musical da corda do arco. Um segundo depois, a carruagem passou entre cavaleiros goblins segurando uma corda partida. Eles deviam estar esperando fazer o cavalo que puxava a carruagem tropeçar, mas a habilidade da Alta Elfa Arqueira com o arco acabou com seu plano desagradável.

— GGOOOROGB?!

— GORBG?! GOOROGB!!

Claro, se isso fosse o suficiente para fazê-los desistir, não seriam goblins. A percepção de quão poderosos eram seus inimigos apenas os deixava com raiva e a raiva os fazia desejar vingança. Tagarelando cruelmente, os cavaleiros se agacharam contra o pescoço de seus lobos e os perseguiram.

— …! — Comerciante Feminina mordeu o lábio enquanto ouvia os gritos terríveis. Foi mais do que o simples medo que a fez tremer as mãos que seguravam as rédeas. De dentro da carruagem, porém, era impossível ver como seu rosto estava pálido e sem sangue.

— Troque comigo — disse Matador de Goblins abruptamente. Ele olhou pela janela entre a cabine e o banco do motorista, emitiu essas duas palavras afiadas e então abriu a porta da carruagem. Imediatamente, uma grande lufada de ar encheu a carruagem, uivando como uma tempestade. A areia ainda aquecida pela última luz do dia entrou na cabine também, fazendo Sacerdotisa tossir.

— Eu acho… — começou Comerciante Feminina, o tremor de sua voz quase impedindo-a de pronunciar as palavras, — …que posso fazer isso.

Contudo, Matador de Goblins não estava interessado na opinião dela.

— Não. Posso precisar que você use feitiços se o momento exigir. — Sua voz, como sempre, era indiferente, quase mecânica. — Além do mais, nessa missão, você é a fornecedora da missão e nós, seus guardas.

— Oh… — A voz que Comerciante escutou foi a mesma que ouviu na montanha nevada: a voz de um aventureiro. — Sim… muito bem. — Ela se preparou e assentiu. Amarrou as rédeas no banco e deslizou para o lado. Enquanto a carruagem avançava, agarrou o corrimão em cima e pisou no estribo.

Seria tudo bem simples… se a carruagem não estivesse se movendo. Mesmo nessa velocidade, não foi tão difícil, mas o medo e a ansiedade em seu rosto nada tinham a ver com qualquer chance de cair em meio ao turbilhão de areia.

— GGR! GOOOGB!!

— GORGB! GBBGOOB!

— …Hrgh…

Ela poderia dizer que os goblins estavam perto. O quão fácil seria para eles alcançar uma carruagem puxada por cavalos montados em lobos? Eles estavam tentando cavalgar ao lado, na esperança de arrastar sua presa tola para fora do veículo. Ela pensou que podia senti-los respirando… não, devia ser apenas sua imaginação. O vento uivante afastava a respiração nociva dos monstros. Mesmo assim, Comerciante Feminina não conseguia se livrar da sensação de que estavam bem atrás dela.

Ela tinha que se mover rápido. Sabia disso. Era perigoso parar, é claro, mas seu corpo não obedecia à sua vontade. Seu pescoço queimava. Doía muito. Ele latejava.

Seu corpo inteiro ficou tenso e, de repente, uma adaga passou zunindo do seu lado.

— GOOROGB?!

O goblin que estava tentando alcançar Comerciante Feminina caiu de seu lobo como se tivesse sido atingido por um martelo. Ela pôde ouvi-lo quicar no chão, desaparecendo em uma nuvem de areia à distância. Comerciante Feminina continuou a trabalhar ao longo do estribo até que Matador de Goblins pudesse agarrá-la e arrastá-la para dentro.

— E-eu sinto muito… — Ela gaguejou.

— Não importa. — Ele passou a jovem trêmula para Sacerdotisa com um movimento rápido e silencioso.

— Está tudo bem, estamos aqui com você — disse Sacerdotisa, estufando seu peito modesto. — Vamos superar isso juntas… de novo.

— …Sim, claro.

Sacerdotisa ficou aliviada ao ver a expressão de Comerciante Feminina finalmente suavizar um pouco. Ela acenou com a cabeça para Matador de Goblins, que moveu o capacete em resposta. Agora foi ele quem agarrou o corrimão e se inclinou, acenando para Alta Elfa Arqueira.

— Quantos deles?

— Espere, tenho que subir para ter certeza!

— Faça.

Alta Elfa Arqueira se arrastou com a agilidade de um esquilo, desaparecendo rapidamente de vista. Matador de Goblins moveu-se pela escuridão até o banco do motorista, encarando os goblins que se aproximavam o tempo todo. Sua armadura tornava a transição um pouco mais segura e, embora não tivesse a elegância de Alta Elfa Arqueira, ainda parecia experiente e seguro. Assim que chegou ao banco do motorista, estalou as rédeas.

— GORGB! GORGB!!

Ignorando as vozes tagarelas dos goblins, ele manteve o cavalo correndo. Não olhou para trás enquanto fazia seus cálculos.

Estrepes e óleo estão fora de questão com a outra carruagem atrás de nós.

Ele nem sabia se o óleo teria o efeito pretendido quando usado na areia. Também não estava especialmente ansioso para descobrir. Não seria capaz de lidar com isso sozinho. Bem, simplesmente confiaria nos outros, então. Teve muita ajuda nestes dias.

— Acho que podemos presumir que isso significa que o ninho deles está próximo… o que você acha?

— Duvido muito que os diabinhos tenham coragem de suportar o frio do deserto — disse Lagarto Sacerdote, soando muito mais calmo do que a situação parecia justificar. Podia haver poucos nos Quatro Cantos do Mundo que soubessem mais sobre batalha do que os homens-lagarto. — No entanto, a menos que possamos dispersá-los e destruí-los… bem, ouso dizer que a vantagem de terreno é deles.

— Quero informações, mas eles não são a única fonte de onde podemos obtê-las.

— Os diabinhos não são os melhores em falar de qualquer maneira. Uma língua rápida dificilmente é confiável.

— Sendo assim, vamos exterminá-los.

— O de sempre, então.

Os dois guerreiros históricos concordaram rapidamente sobre matar e destruir e iriam atrás disso. A única questão era como fazer isso…

— Ei, eles estão usando armadura! — Alta Elfa Arqueira lhes disse, enfiando a cabeça de cabeça para baixo pela janela.

— Então eles estão bem equipados…? — Para Sacerdotisa, isso evocou lembranças desagradáveis do ogro e do goblin paladino. Eles não errariam muito caso julgassem haver um poder maior por trás dos monstrinhos; alguma aliança profana em ação…

— Diria que sobraram cerca de quinze deles. — Alta Elfa Arqueira acrescentou, aparentemente lembrando-se do que tinha de fazer ao subir no teto em primeiro lugar antes de desaparecer novamente. — Correção: quatorze!

Outro goblin berrou à distância. Atingido por uma flecha, sem dúvida.

— GGOGB!!

— GOORG! GOOROGBBB!!

Porém, os goblins, é claro, não ficariam quietos só por isso, na verdade, começaram a gritar. Havia uma jovem assustada no banco do motorista. E era uma garota elfa atirando neles. Não estavam dispostos a deixar escapar esta oportunidade e seus minúsculos cérebros estavam cheios de fantasias sobre o que fariam quando colocassem as mãos nas mulheres. Tais pensamentos sempre provocariam violência.

Um momento depois, veio um coro de sons de fwizz, fwizz quando algo voou pelo ar. Uma dessas coisas se alojou na armadura de Matador de Goblins com um baque; ele puxou e inspecionou, descobrindo uma flecha fina. Era leve e curta, como um brinquedo de criança, mas era perfeitamente capaz de perfurar e rasgar a carne.

— Virotes?

— Arqueiros goblins montados. — Ele grunhiu, não impressionado. Então quebrou a flecha ao meio. Se eles tivessem bestas, poderia ser um problema sério. — Vou confiar o controle da carruagem a você.

— Sim, claro. Deixe o elfo fazer o trabalho sujo!

Matador de Goblins pegou as rédeas, diminuindo a velocidade da carruagem. Em perfeita sincronia, Alta Elfa Arqueira dançou pelo céu iluminado pela lua sem sequer pisar. Enquanto girava pela noite, olhou para o chão do ar. Com a mão esquerda, disparou três flechas.

— GGOROGB?!

— GOG?!

— GGORGB?!?!

As flechas choveram sobre o inimigo, derrubando os goblins de suas montarias.

— Faltam onze… Hup! — Quando pousou levemente na segunda carruagem, Alta Elfa Arqueira não estava nem respirando com dificuldade. O cocheiro, que parecia um piloto profissional, estava encolhido no banco. Ele pode estar acostumado com bandidos e ladrões, mas ser perseguido pelo deserto por goblins? Devia estar pensando que ia morrer.

— Eu nunca deveria ter aceitado este trabalho, não importa quão bom fosse o salário! — Ele balbuciou.

— Acho que existem todos os tipos de humanos.

Por exemplo: bandidos do deserto, aventureiros e malucos que vieram a lugares como este para matar goblins.

Carruagens, perseguidores montados, uma batalha contínua entre eles… esses deveriam ser os ingredientes de uma aventura fantástica…

— Mas nada que envolva goblins é uma verdadeira aventura!

Uma alta elfa puxando seu arco ao luar sob um céu estrelado tem a beleza típica das lendas. Suas flechas extinguiam vidas impiedosamente e uma enviou outro goblin para a areia.

Restavam dez.

— Bem! Acho que Orelhas Compridas tem tudo sob controle, não é?

Enfrentar um alto elfo arqueiro em campo aberto era o cúmulo da tolice. Ninguém sabia disso tão bem quanto um anão, mas Anão Xamã manteve seu tom leve. Ele tomou um gole satisfatório de seu vinho como se estivesse ali só para apreciar a paisagem, mas o estilingue em sua mão revelou a mentira dessa imagem. Estava claramente pronto para responder rapidamente se algo acontecesse…

— Receio que não haja muita munição dentro de uma carruagem, há…? — Sacerdotisa, também armada com um estilingue, comentou, parecendo muito séria. Ela normalmente achava a funda uma companheira formidável e ainda confiava nela, mas somente enquanto tivesse pedras para recarregá-la. Podia-se manter uma bolsa de pedras à mão, mas mesmo isso tinha seu limite. Além do que, encontrar cascalho perdido no deserto não prometia ser uma tarefa fácil. Era o mesmo caso com as flechas de Alta Elfa Arqueira. O suprimento era limitado.

— Os goblins têm alguns recursos, no entanto — ressaltou Matador de Goblins em tom sombrio. — E não acredito que estes sejam uma simples tribo errante. Devemos derrubar o tronco, pois bater nos galhos será inútil.

— Qualquer herói, por maior que seja, será derrotado se suas linhas de abastecimento forem cortadas — concordou Lagarto Sacerdote com um aceno de cabeça.

— Mas não podemos fazer isso agora.

O próximo movimento do inimigo devia estar chegando. Ainda mais se tivessem um líder. Foi a vigilância incessante de Matador de Goblins que permitiu que eles o descobrissem. Tarde demais, no entanto, já que ele era humano e não enxergava bem no escuro. Quando percebeu a pilha de madeira enterrada na areia — os restos de uma carruagem — e puxou as rédeas com força, já era tarde demais. Os cascos do cavalo afundaram na areia e ele começou a relinchar ruidosamente.

— Eu sabia que a vantagem de terreno era deles — disse Matador de Goblins com um estalo agudo de sua língua. Mesmo enquanto falava, o cavalo estava afundando, a carruagem começando a se inclinar. — É uma armadilha. Nos guiaram direto pra ela.

— Areia movediça? — Anão Xamã chamou. — Não entre em pânico. Se você lutar, vai afundar até o pescoço!

Nós podemos ficar calmos, mas e o cavalo…? — Comerciante Feminina perguntou com medo. Diante dessa situação desconhecida, o animal relinchava loucamente e sacudia a cabeça. Cada vez que chutava as pernas ou balançava o corpo, era sugado para mais fundo na areia.

— Amarre uma corda na carruagem de trás e veja se conseguimos parar o animal. — Matador de Goblins puxou as rédeas, disparando instruções enquanto tentava acalmar o cavalo. Talvez não fosse a melhor ideia possível, mas era o que ele tinha. — Deixar que sejamos destruídos de uma só vez aqui seria idiotice.

— Entendido! — Veio a resposta imediata de Lagarto Sacerdote, que havia sido praticamente deixado de fora da batalha. Ele saltou da carruagem com toda a força de um animal selvagem.

— Aqui, um gancho! — Sacerdotisa chamou, jogando o item para ele. Vinha direto de seu Kit de Ferramentas do Aventureiro; ela nunca saiu de casa sem ele.

Lagarto Sacerdote balançou o rabo de um lado pro outro, empurrando a areia, sem nem mesmo olhar para trás enquanto pegava o gancho no ar. Na outra margem, Sacerdotisa, Anão Xamã e Comerciante Feminina trabalharam juntos para amarrar a corda na estrutura da carruagem.

— Ei, o que está acontecendo aí?! — gritou Alta Elfa Arqueira; mesmo enquanto falava, apanhou uma flecha que voava em sua direção, a colocou bem no arco e atirou de volta. Acertou o arqueiro que a havia disparado, jogando-o para trás. Nove.

Nesse ritmo, porém, logo estariam cercados. Eles não haviam ganhado tanta distância de seus inimigos. Se tivessem que entrar em combate corpo a corpo, a situação mudaria novamente. Alta Elfa Arqueira estalou a língua, um comportamento nada típico de um elfo.

— Ah, é só uma pequena armadilha! — Lagarto Sacerdote disse sobre a areia, como se estivesse falando sobre uma chuva passageira. Então, ancorou o gancho na carruagem. O próximo passo deveria ter sido fazer o motorista parar, mas…

— É por isso que odeio acompanhar aventureiros! Este deserto pode muito bem ser a entrada para o inferno…!

— Como o inferno não existe, você pode abandonar essas preocupações — disse Lagarto Sacerdote ao cocheiro apavorado. — Existe apenas o processo do céu e da terra: Quando morremos, todos nos tornamos alimento para os insetos que vivem na areia, voltando assim ao grande ciclo. — O sermão pode ter parecido bastante gracioso, mas a única resposta foi uma espécie de choro estrangulado. Lagarto Sacerdote bufou. — Senhora patrulheira, eu mesmo tomarei as rédeas, então será sua tarefa lidar com o ataque!

— Argh, por que sempre acaba assim….! — A carruagem parou e goblins montados em lobos se aproximaram de todos os lados. Alta Elfa Arqueira tateou em sua aljava, contando quantas flechas ainda tinha, então seus lábios se curvaram em uma carranca. — Bem, “pise em uma armadilha e veja o fim da linha”, como dizem. Vamos ver o que podemos fazer!

— Ha-ha-ha, palavras dignas de uma donzela anã! — Lagarto Sacerdote subiu no banco do motorista com um uivo, a carruagem rangendo em protesto. Alta Elfa Arqueira saltou levemente por ele, uma flecha pronta para proteger o xamã reptiliano.

Restavam nove goblins montados. Talvez houvesse reforços escondidos na escuridão e ela não queria nenhum lobo pulando sobre eles…

— O ponto é, reduza seus números…! — Alta Elfa Arqueira enfrentou os goblins com uma literal chuva de flechas. Matador de Goblins, enquanto isso, desistiu rapidamente de tentar controlar o cavalo. A carruagem parou com um rangido ao se tensionar contra a corda, mas o animal preso estava em pânico.

— Eles vão nos pegar nesse ritmo.

Ele deveria descer e entrar na batalha a pé? Ele pegou a lâmpada pendurada no banco do motorista e pendurou-a no quadril. Poucas pessoas subestimavam os goblins menos do que ele, mas goblins em lobos eram ainda mais perigosos do que o normal. Nove cavaleiros goblins significava que havia, na verdade, dezoito inimigos. Três vezes mais do que ele tinha em seu grupo.

Mas as probabilidades estão sempre contra nós, pensou Matador de Goblins enquanto planejava abrir caminho para um ataque por trás.

Foi quando Sacerdotisa, que estava olhando para o chão pensativa, ergueu a cabeça novamente com convicção.

— U-hum…! — Anão Xamã, Comerciante Feminina e Matador de Goblins imediatamente olharam para ela. Sacerdotisa não conseguia decidir onde colocar os olhos, mas ainda parecia destemida quando disse: — Eu acho que… há algo que podemos fazer.

Nem precisamos dizer como o Matador de Goblins reagiu.

 

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— GROORGB!!

— GRG! GORGB!!

Para os goblins, esta deve ter sido uma noite muito desagradável. A corda que mantinham esticada, de acordo com as instruções arrogantes daquela pessoa, tinha arrebentado de alguma forma. Foi por causa das garantias dessa pessoa que eles ficaram acordados até tarde da “noite” para armar a emboscada, mesmo estando cansados.

Era por isso que odiavam ouvir essas pessoas. A razão pela qual os goblins com todo o seu ressentimento não diminuíram sua perseguição, é claro, não era lealdade. Era a jovem apavorada e chorosa que viajava na carruagem. E ali, atirando neles do teto do segundo veículo, não era uma elfa?

Sim, vários de seus camaradas mais estúpidos foram mortos a tiros, mas o mesmo não aconteceria com nenhum deles. Olha, enquanto a elfa estava tão orgulhosa de si mesma atirando neles, a presa estava indo direto para a areia movediça. Eles só precisariam se aproximar, arrastá-la para baixo, destruir a carruagem e fazer o que quisessem com os que estavam dentro.

Agora. Agora era o momento, agora que a carruagem estava parada. Não há necessidade de se segurar mais. Essas pessoas tentaram matá-los. Portanto, era justo que essas pessoas fossem mortas por sua vez…!

— Ó Mãe Terra, abundante em misericórdia, por favor, por sua mão reverenciada, purifique-nos de nossa corrupção.

Os goblins não conseguiram entender as palavras que soaram naquele momento. Uma voz encheu o ar, seu som frio se espalhando como uma ondulação e desaparecendo. Talvez eles nem tenham ouvido.

Porém, certamente entenderam quando as pernas de suas montarias afundaram sob eles um segundo depois.

— …?!

— GOOROGB?!

Isso era bizarro. Ridículo. Impossível. Provavelmente era isso que essas declarações significavam. Não deveriam estar na areia movediça ainda. Eles não podiam ficar presos nela, não como suas presas estúpidas. E, no entanto, a realidade não deu atenção às objeções dos goblins. Seus lobos continuaram a ser sugados cada vez mais fundo na areia.

Sugado para dentro?

Se algum dos goblins fosse capaz de fazer essa pergunta simples, ele poderia ter notado. Poderia ter visto o redemoinho no centro da areia. A fonte pura e corrente que apareceu exatamente onde sua presa foi presa.

 

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— Um milagre de purificação…! — Matador de Goblins chamou bruscamente e Sacerdotisa assentiu brevemente em afirmação.

No deserto havia algo chamado areia movediça, areia que corria como um rio. Lanceiro e Bruxa contaram a Sacerdotisa sobre isso antes dela partir e agora sua mente girava.

Disseram que era sem fundo, como um pântano. Extremamente macia, que os cascos de um cavalo afundariam nela. Era como um balde de areia com água despejada nele. Pode parecer apenas areia à primeira vista, mas se você enfiar um dedo nela, não conseguirá tirá-lo. Porque a aparência enganava: Você não podia ver toda a água.

É essencialmente uma fonte de areia.

E se assim fosse, não havia razão para que ela não pudesse usar Purificar nela.

Sacerdotisa ficou aliviada ao saber que seu pedido havia chegado à Mãe Terra. Ela havia advertido a si mesma para nunca oferecer outra oração que merecesse uma rejeição como ela havia feito antes.

Naturalmente, só conseguiu purificar parte da areia. Ela havia criado uma fonte pura e as areias próximas correram para ela. A mistura de água e areia criou instantaneamente areia movediça que sugaria qualquer coisa que estivesse nela. Foi apenas por um instante em que alguém poderia ter visto uma fonte real no meio de tudo isso, mas ela sabia que ele aproveitaria aquele instante. Ele e os amigos dela!

— Faça aquilo que você fez com a serpente marinha!

— Entendido!

Matador de Goblins realmente começou a gritar instruções no mesmo momento e Anão Xamã prontamente berrou de volta. Então começou a entoar um feitiço que seria a salvação para o cavalo e a carruagem que se afogavam.

— Ninfas e sílfides, juntos giram, terra e mar são quase parentes, então dancem para longe… só não caiam!

Os cascos do cavalo afundaram na água. Seu corpo começou a flutuar. Os espíritos o levantaram, o encorajaram e o ajudaram ao longo da superfície. Anão Xamã assobiou ao ver o cavalo, encantado com o feitiço Andarilho das Águas, trotando.

— Nós, lançadores de feitiços, fizemos nossa parte. Corta Barbas, o mínimo que você poderia fazer é se lembrar do nome do feitiço.

— Foi muito repentino — disse ele de dentro do capacete de metal. — Lance no cavalo detrás também. Nós vamos voar.

— Nele! — Quando Anão Xamã começou a chamar seus espíritos novamente, Sacerdotisa soltou um pequeno suspiro de alívio.

Graças a Deus funcionou.

— …Você é realmente incrível — disse Comerciante Feminina, olhando para ela com os olhos arregalados.

— Eu? Ah, não. — Sacerdotisa respondeu com um aceno de cabeça. — Eu só confiei no que me disseram. Não descobri nada disso sozinha.

Ela teve sorte de ter funcionado. Esta não era uma tática para confiar em uma luta séria como esta, na verdade. O que teria acontecido se tivesse sido um erro? Por mais que pensasse, não tinha um plano B e isso a incomodava. Certamente não sentia que deveria se orgulhar do que havia feito, muito menos ser tão arrogante…

— Não, você ajudou.

Por que aquelas palavras, murmuradas de dentro do capacete de metal, a deixaram tão feliz?

Certo. Ela assentiu rapidamente, então olhou para a corda amarrada na esperança de esconder o rubor em suas bochechas. Foi realmente feito para aventureiros: Mesmo sob o peso da outra carruagem, ela apenas rangia e grunhia; nunca ameaçou estourar.

— Desculpe-me — disse Comerciante Feminina, finalmente inquieta demais para aguentar por mais tempo. — Posso ficar de olho nisso. — Seu significado veio claramente: Ela queria algo para fazer. Sacerdotisa compreendia muito bem aquele sentimento.

— Tudo bem. — Ela assentiu, sorrindo. — Avise-nos se houver algum problema!

— Certo! — exclamou Comerciante Feminina, então pegou o nó da corda com firmeza na mão, pressionando-o para baixo.

Satisfeita de que tudo estava em ordem, Sacerdotisa deslizou para os assentos do passageiro, apenas para se encontrar olhando para Anão Xamã. Quando ela viu o sorriso no rosto dele, inflou as bochechas com um “Hmph!”, mas aquela doce demonstração de aborrecimento pareceu diverti-lo ainda mais. Ele caiu na gargalhada e Sacerdotisa sentiu… como se poderia dizer?

— Preferiria se você não risse.

— Ah, não há mal nisso, moça. Digo isso da melhor maneira possível, rindo ao ver que você se tornou uma verdadeira aventureira.

Isso poderia ser verdade?

Ela certamente não sentiu isso, mas estava ciente da etiqueta de classificação que pendia logo abaixo de suas roupas. Estava começando a se acostumar com o peso do aço, pensou, mas ainda havia algo estranho nisso.

— Ei, quem fez tudo isso agora?! — perguntou Alta Elfa Arqueira, sua voz como um sino tilintando enquanto saltava para dentro da carruagem. O fato de sua aljava estar muito mais leve do que antes indicava o destino de muitos dos goblins restantes. Afogando-se, confusos e presos, ela os pegou um por um.

Sacerdotisa imaginou os corpos dos goblins e seus lobos deixados na areia. Não sentia nenhuma simpatia ou tristeza por eles. Não houve nenhum puxão em seu coração. Havia em seu coração apenas uma oração para que suas almas alcançassem o céu com segurança.

— Foi tudo graças à mocinha aqui — disse Anão Xamã com um movimento de sua barba e um brilho nos olhos.

— O quê?! — exclamou Alta Elfa Arqueira. — Eu sabia que aquele esquisito era uma má influência. Apenas certifique-se de não deixar sua deusa com raiva de você, ok?

— Er, uh, não. Digo, sim. Quero dizer… está tudo bem. Estou, er, estou sendo cuidadosa ultimamente. — Sacerdotisa foi posta contra a parede, envergonhada por esta demonstração de preocupação genuína.

— Ultimamente? — Alta Elfa Arqueira respondeu, semicerrando os olhos com desconfiança, mas só se podia sorrir. Purificar era um milagre que exigia um uso especialmente cuidadoso.

Ainda assim…

Sacerdotisa estremeceu com o ar noturno que penetrou no compartimento de passageiros da carruagem. Eles tinham acabado de superar um obstáculo, mas isso era tudo. O deserto era vasto. Quando pensou em todo o grande desconhecido que os esperava, percebeu que o que acabara de passar era apenas um prólogo. Não estava errada em pensar assim. Na verdade, ela veria como estava certa no dia seguinte.

 


 

Tradução: NERO_SL

Revisão: B.Lotus

 

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