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Matador de Goblins – Vol. 08 – Cap. 04.5 – Interlúdio – Sobre Como Não Adianta Chorar Pelo Leite Derramado

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Capítulo 04.5 - Volume 08 - Interlúdio - Matador de Goblins

 

Aquilo funcionou como um encanto.

A garota, agora usando vestimentas da Mãe Terra, nossa, o peito parece tão apertado, riu para si mesma na escuridão da noite. Depois, uma mitra e um cajado, assim como uma cota de malha barata sob as vestes. Isso era o suficiente para fazê-la parecer uma clériga.

Quando avistou alguém indo em sua direção, carregando uma lanterna, sorriu e estufou seu peito generoso. O transeunte primeiro pareceu surpreso e depois baixou a cabeça em agradecimento enquanto passava. A garota sorriu novamente.

Ela definitivamente poderia se acostumar a isso.

Viu que o que as pessoas respeitavam era a roupa de sacerdotisa, e não a sacerdotisa. Isso confirmou que estava certa em distrair seu irmão e fugir com o uniforme de um de seus soldados.

Quando ela parecia um soldado, um dos sujos e acabados, ninguém lhe dava atenção. Claro, havia passado pelos esgotos e teve que conviver com o odor do suor.

E aquele mergulho nos banhos foi tão refrescante, tão perfeito.

— Isso realmente aperta — murmurou, puxando a gola da roupa.

As vestimentas em si não eram o único problema; a cota de malha não tornava a respiração mais fácil.

 

 

 

Por que aquela garota se incomodaria em usar algo tão barato…? Viu-se pensando. Se aventurar deve ser realmente difícil.

— Acho que fiz algo ruim…

Quando olhou de perto, pôde ver que a cota havia sido consertada e restaurada em alguns locais. Aquela outra garota devia estar a usando há muito tempo. Ela a agarrou tão rapidamente que sequer teve tempo para olhar, mas, então, percebeu que devia ser uma peça importante do equipamento.

Esta garota sabia, por experiência própria, o quanto doía perder algo que havia usado e amado por muito tempo. Sim, ela sempre teve a intenção de em algum momento devolver as roupas, mas agora o sorriso em seu rosto se transformara em tristeza.

Não era… não era como se quisesse causar problemas para uma garota que parecia tanto consigo.

Eram tantas as desculpas que poderia dar. Tinha sido pelas aventuras, pelo bem do mundo, pelo bem da humanidade, por seu próprio bem. Queria ver como os aventureiros eram com seus próprios olhos, entender, então contar ao seu irmão e superar suas habilidades.

Mas o fato de ter roubado o que pertencia àquela outra garota, esse único fato era imutável.

— Quando tudo isso acabar, terei que devolver e dar a ela um pedido de desculpas adequado…

A garota balançou a cabeça com firmeza para si mesma. Mais uma razão pela qual tinha que fazer isso.

E também havia deixado muito em troca, o suficiente para cobrir seu pedido de desculpas e a possibilidade de fracasso.

Naturalmente, não tinha a menor ideia ou expectativa de que pudesse falhar, afinal, tudo no mundo era decidido pelos dados, mas, de qualquer forma, a outra garota poderia ao menos se dar ao luxo de conseguir alguma coisa muito melhor do que isso para si.

— Certo… Argh, o portão já deve estar fechado.

Ela olhou em volta, arregalando os olhos para tudo. Parecia tudo tão familiar, mas ela só tinha visto através de uma janela. E agora lá estava, entre tudo isso.

O pensamento a deixou estranhamente tonta e seus passos ficaram mais leves.

Ela se dirigiu ao estabelecimento onde sempre ouvira que alguém iria se quisesse se tornar um aventureiro.

O Cavaleiro de Ouro.

O nome era lendário, um dos estabelecimentos mais antigos da capital, famoso em todas as cidades como a taverna dos aventureiros. Mal podia conter o zumbido de seu coração por se encontrar em um lugar ainda mais antigo do que a organização conhecida como Guilda.

Empurrou a porta com um rangido e entrou, descobrindo que o estabelecimento continuava animado, mesmo sendo tão tarde. Endureceu enquanto os olhares das pessoas, podia dizer só de vista, que não se importavam pousavam nela.

Mas durou apenas um instante. Um aventureiro novato aparecendo no Cavaleiro não era incomum. Ela relaxou quando os olhos a deixaram. Então se endireitou e começou a avançar com sua melhor imitação de destemor.

Um jovem olhando para uma mesa no canto de repente ergueu os olhos, mas ela silenciosamente ignorou esse olhar indesejado.

— Ahem, você tem algum quarto para a noite? — Ela pensou ter ouvido sua voz rouca.

— Hrm? — O proprietário a olhou por trás do balcão. Ele a olhou de cima a baixo, em seguida, soltou um suspiro silencioso. — A suíte real, a suíte regular, quarto econômico, porão ou…

— Os estábulos! — Ela ficou surpresa com o quão alta sua voz de repente ficou. A atenção voltou-se para ela novamente, e a garota olhou para o chão.

— Nos fundos… Espero que consiga dormir.

— M-Muito obrigada. — Ela acenou com a cabeça em reconhecimento e saiu da taverna. Seu rosto estava tão quente.

Os aventureiros dormiam nos estábulos. Era isso que eles faziam. Então, por que não deveria? Ela amava aventureiros.

O melhor de tudo é que os estábulos eram gratuitos. Se fosse espalhar pedras preciosas por toda a capital, seria muito fácil para seu irmão encontrá-la.

— Se puder evitá-lo, mesmo que só por esta noite…

Então haveria uma chance. Ela poderia ir além dos portões. Poderia fazer isso. Poderia…, pensou.

A garota deu a volta para os fundos, olhando os arredores enquanto se despia nas sombras.

Tirou as vestes excessivamente justas e a cota de malha e as jogou de lado, em seguida, se enterrou em um fardo de feno com o cajado e sua bolsa de joias.

Os estábulos cheiravam a algo horrível, e o feno arranhava todo o seu corpo; não teria como dormir.

Mas, bem podia ser por causa do rosto choroso da sacerdotisa, que nunca tinha visto, mas que assombrou sua mente durante a noite toda.


 

Tradução: Sahad

Revisão: ZhX

 

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Vol. 08 – Cap. 04.5