Dark?

Marcha Mortal à Rapsódia do Mundo Paralelo – Vol 03 – Cap. 04.2 – Uma Conspiração e Uma Reunião

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— Ahh, não adianta, senhor! Isso não é nada bom, senhor!

— N-Não… Ahh, eu não consigo fazer isso!

Aos murmúrios de Pochi e Lulu, me virei.

— O homem de argila simplesmente não vai se acalmar de jeito nenhum, senhor!

— Temo que falhei.

Depois de reajustar o pedaço deformado de argila na roda de oleiro, Pochi começou a rodá-lo em uma nova bola.

Lulu, também remodelando sua falha e começando do zero, olhou para mim e deu um sorriso envergonhado.

Na oitava manhã desde nossa partida da Cidade de Seiryuu, fizemos uma parada na oficina de cerâmica.

O mestre havia nos ensinado apenas os passos básicos e como operar a roda de oleiro, em seguida deixou o resto com os meio-gato escravos e voltou ao seu trabalho.

Teria sido muito complicado para nós novatos começar a fazer frascos tão subitamente, então começamos tentando fazer xícaras.

O pequeno incidente adorável de Pochi e Lulu foi uma representação adequada de nosso progresso até então.

— Isso é um pouco mais difícil do que eu imaginava.

— Eu informo que é difícil calcular a força centrífuga.

Liza e Nana também estavam tendo problemas em dar forma à argila. Elas começaram bem, mas suas peças quebraram quase no fim do processo.

Mia, por outro lado, já teve a experiência de fazer cerâmica em seu vilarejo natal e estava mostrando a algumas das outras como fazer o mesmo.

— Observem.

— Mia, eu suplico, por favor, adicione linguagem à sua demonstração.

— Observem aqui.

A instrução sem palavras de Mia confundiu Nana e seu entendimento mais teórico das coisas, mas Liza, mais pragmática, aparentemente não teve o mesmo problema, e concluiu seu primeiro recipiente.

Examinando seu artesanato, o rosto de Liza se contorceu em um sorriso. A boca larga fez com que seu projeto parecesse mais com uma tigela do que com uma xícara, mas já que estava tão feliz, não queria desencorajá-la.

Sorrindo carinhosamente, voltei ao meu trabalho com uma pergunta a Arisa enquanto ela elaborava um objeto de aparência suspeita perto de mim.

— Então, Arisa, o que você está fazendo?

— O que quer dizer? Uma estátua, obviamente!

— Eu acho que não.

Cheguei mais perto e esmaguei o estranho objeto com meus punhos.

— Aaah! Não a “Estátua de Meu Mestre Amado”! Eu tinha quase terminado, também!

— Estou lhe banindo de fazer qualquer coisa que ofenda as morais públicas.

Eu acabei com as reclamações de Arisa. Normalmente eu deixaria ela fazer o que quisesse, mas eu não deixaria que uma estátua nua minha ou qualquer coisa dúbia do tipo existisse em minha presença.

— Ahh… Só faltava elaborar e fazer a parte de baixo…

Eu ignorei as lamentações de Arisa e continuei a trabalhar. As outras estavam fazendo xícaras para si mesmas, mas eu tinha decidido esculpir frascos de poção.

Para a argila que eu estava usando, os meio-gato escravos prepararam uma combinação de argila normal com uma fórmula para frascos que eu fiz na pousada. Eu decidi tentar usar a receita secreta da bruxa velha.

Eu já havia otimizado o processo com êxito, quando cheguei no meu décimo frasco.

Funciona mais ou menos assim: Eu pressiono um pequeno pedaço de argila com meu dedo para fazer a base, aperto a argila na minha outra mão em um cordão suave, então a rodopio no topo da base para modelar o formato de um frasco.

Então eu só tinha que apoiar meu dedo de leve nele, girar a roda de oleiro, e estava pronto.

A notável delicadeza era graças às minhas habilidades, obviamente. Já que consegui as habilidades de “Cerâmica” e “Artesanato em Argila” assim que fiz minha primeira base de argila, imediatamente coloquei o máximo de pontos de habilidade em ambas.

No meu mais rápido, eu conseguiria fazer um em mais ou menos seis segundos, mas eu não queria atrair problemas ao deixar tudo para minhas habilidades e ultrapassar os limites da humanidade, então me limitei à velocidade de um ou dois frascos por minuto.

Apesar disso, não me esforcei em tentar esconder a qualidade do meu trabalho, e todos meus frascos eram tão homogêneos quanto se fossem feitos em uma fábrica.

Ao checar o registro, vi que recebi o título Oleiro.

— Já pegou jeito com a argila, senhor? Terminei minha peça, então tenho um tempinho para te mostrar… Espera, o que?!

Puxando seu aprendiz junto, o dono da oficina chegou com tudo e afavelmente na sala, apenas para dar um grito de surpresa quando viu o número de frascos que alinhei no chão.

A reação dele sugeria que não me contive o suficiente.

— Caramba, ninguém imaginaria que você fez tudo isso em tão pouco tempo! Nem vamos precisar de fazer a raspagem antes de esquentá-los. Você não é secretamente um oleiro famoso, é?

— Não, era só um hobby meu quando era jovem.

Na verdade, antes de aprender a habilidade mais cedo, eu nunca tinha tocado em uma roda de oleiro na minha vida, mas às vezes a verdade pode machucar as pessoas, então deixei minha habilidade de “Fabricação” me ajudar.

— Já que são tão finos, você só teria que deixá-los secar por 5 dias antes de colocar no forno, mesmo com esse clima.

Junto à sua admiração, o dono da oficina murmurou algo que me surpreendeu.

O que você disse?

— Vai demorar cinco dias até que você os aqueça?

— É, e os mais espessos teriam que secar por pelo menos uma Lua Tripla. Do contrário, eles vão rachar enquanto estiverem queimando”

Pensei que estariam prontos até hoje de tarde…

Ah, é! Se o problema é a umidade da argila, só temos que encontrar um jeito de lidar com isso.

Baseei um novo feitiço no feitiço de Secagem Rápida, uma Magia de Água. Ao invés de instantaneamente evaporar a água, ele expeliria gradualmente a umidade de um recipiente.

Para ajudar a controlar a duração, eu usei partes do código do feitiço Repelente de Insetos que fiz a Arisa.

Mia estava livre agora que o dono da oficina e seu aprendiz tomaram para si a tarefa de ensinar as outras garotas, então quando finalizei o feitiço, consegui com que ela o testasse. Já que no momento eu estava preocupado apenas com os resultados, a conjuração do feitiço era meio instável e sem estilo, mas Mia a usou sem tecer nenhum comentário.

… “Secagem de Argila”!

Gotas de água começaram a sair da superfície do frasco e escorrer para o chão. No entanto, não devo ter ajustado a velocidade o suficiente, porque o recipiente quebrou antes que o feitiço terminasse de surtir efeito.

Eu o melhorei adicionando o código de controle de hidratação do feitiço Controle de Umidade, uma Magia de Água, para que ele parasse a um certo ponto de secamento.

Dessa vez, o processo de secagem foi um sucesso, mas o PM necessário foi alto demais. Nesse ritmo, só conseguiríamos secar cerca de 20 frascos antes que a magia de Mia acabasse.

Decidi mudar a minha estratégia e, ao invés de deixar tudo para o feitiço, deixei que o conjurador decidisse quando o efeito iria acabar. Por sorte, minha habilidade de ”Cerâmica“ me diria quando estivesse seco o suficiente, então isso não era um problema.

Também troquei a distância alvo para uma de área de efeito. Quando fiz Mia usar o feitiço Secagem de Argila pela segunda vez, nós conseguimos acabar de secar todos os frascos.

— Uau, não sabia que existia um feitiço assim. Você é forte demais para uma garota tão pequena, né, mocinha?

— Hmm.

Mia estufou o peito com orgulho ao ouvir o elogio do dono.

Agora que conseguimos secar os frascos rapidamente com magia, o dono concordou em queimá-los junto às suas peças.

Já que queimar e esmaltar a argila demoraria até a tarde, o resto ficaria pronto no próximo dia. Aparentemente a própria queima demorou um dia inteiro.

Estava surpreso que todo o processo consumia tanto tempo, mas ainda colocamos todos os nossos recipientes no forno e assistimos eles acenderem o fogo.

— Uau, demora mais do que eu esperava. Não seria mais fácil esmaltar a peça antes de queimá-la?

— Você é uma mocinha impaciente, né? Várias oficinas não queimam antes de esmaltar, mas então a umidade na argila vaza e muda a cor do esmalte ou o dissolve em alguns lugares. Se for ser utilizado para poções mágicas, o frasco deve ser uniforme, ou a qualidade da poção vai despencar. A pré-queima é essencial — o dono da oficina explicou, apesar da reclamação de Arisa.

…Hã? Nesse caso, já que já secamos eles com magia, meus frascos não ficariam bem se não fossem queimados antes de passar o esmalte?

Não queria que eles parassem o trabalho deles no meio, no entanto, então eu não disse nada, e saímos da oficina.

Durante a tarde, visitamos os pontos turísticos que eu ouvi falar na taverna.

— Graaande!

— Tem a altura de duas Lizas, senhor!

Tama e Pochi olharam empolgadas para a estátua na frente do escritório público.

— Garotas, essa é uma estátua do rei ancestral, então tentem não fazer tanto barulho, ok?

— Ok.

— Sim, senhor.

Quando as repreendi gentilmente, Tama e Pochi taparam a boca com a mão.

— Mesmo assim, não importa o quão incrível ele possa ter sido, isso é exagero.

— Hmm.

Arisa tinha razão. A estátua do rei ancestral tinha mais de 3 metros. Quando comparada ao resto da estátua, a enorme espada larga em sua mão parecia mais com uma espada de uma mão normal.

Ante a estátua de bronze, um poeta recitava uma epopeia sobre o rei ancestral.

Era difícil de acreditar na maioria das anedotas. Em uma delas, monstros o cercaram, e sua Espada Sagrada Claidheamh Soluis se partiu em 13 espadas menores que voaram no céu para protegê-lo. Em outra, um assassino que invadiu seu quarto teve que lutar contra a armadura do rei ancestral se movendo sozinha. Tinham até várias histórias em que ele andava por aí montado em dragões do céu ou demônios amaldiçoados do inferno.

Já que tudo isso eram homenagens ao herói que fundou o reino, sem dúvida que haviam vários embelezamentos.

Antes que eu percebesse, a linda voz do poeta atraiu uma multidão de ouvintes.

Quando a música finalmente terminou, joguei um pouco de dinheiro no chapéu aos pés do poeta e me uni à grandiosa salva de aplausos.

Esse momento de paz foi imediatamente arruinado pelas zombarias de um homem.

— Ei! Seus idiotas de merda! Saiam da minha frente!

Abrindo caminho através da multidão de pessoas, um homem de aspecto aristocrático foi pisoteando até a frente.

— É incomum ver um nobre andando por aí sem uma carruagem.

— Acho que esse cara é um ex-nobre que faliu. Já o vi na taverna antes.

— Ele já foi um nobre? Nesse caso, é melhor evitá-lo o máximo possível, mestre.

Respondi Liza com um olhar de confusão.

— Talvez você tenha se esquecido? Esse é o mesmo homem que tentou pegar os núcleos de formiga…

As palavras dela finalmente me ajudaram a lembrar. Era aquele vigaristinha de novo. Pensei que ele tivesse arrumado um novo emprego na secretaria do governo da Cidade de Sedum, mas sua afiliação ainda era “nenhuma”. Talvez ele não tenha passado em uma entrevista?

Agora, eu sempre fui do tipo que não se lembra das pessoas que não me interessam, mas esquecer dele com tanta frequência era estranho até para mim. Eu não tinha uma habilidade de “Esquecimento” ou algo assim, e a minha habilidade de INT era bem alta, então seria de se esperar que minha memória fosse melhor…

Talvez meu status de INT era alto demais e estava filtrando informações inúteis para que elas não interferissem com o processamento habitual.

Talvez seja como um arquivo compactado em um computador?

Era só uma hipótese sem embasamento, mas já que não queria considerar a possibilidade de ter ficado com amnésia juvenil, só a aceitei.

Essa foi a única ocasião que atrapalhou nosso passeio, no entanto, e gastamos o restante do dia aproveitando as vistas desse mundo enquanto as mais novas revezavam para andar de cavalinho no meu ombro.

No próximo dia na nona tarde desde que saímos da Cidade de Seiryuu. Voltando à oficina de cerâmica, todos trabalhamos em esmaltar os recipientes.

A magia de Mia deve ter funcionado bem, já que não haviam rachaduras nos recipientes secos.

Estava esperando a notícia de que teríamos que deixar o esmalte secar por vários dias antes de podermos queimá-los, por isso usamos um feitiço que preparei na noite passada chamado Secagem de Esmalte e em pouco tempo eles estavam prontos para a queima.

Dali, decidimos perambular pelo bazar próximo ao portão por diversão.

— Me diga, você tem alguma promoção de livros de imagem, por acaso?

— Não temos livros de imagem, infelizmente. Que tal esses livros de filosofia e memoriais?

O homem pequeno, de aparência duvidosa a quem Arisa havia dirigido a palavra, em vez disso dirigiu sua palavra a mim.

Haviam alguns encadernados em seu estande e uns 10 que estavam sendo mantidos juntos por fios. Próximo à estante estava uma pilha de uns 5 maços de papel envoltos por fios.

— Tudo bem se eu der uma olhada no conteúdo?

— Claro. Esses são artigos científicos que um herdeiro de alguém rico me vendeu baratinho. Eu os levei até letrados e usuários de magia, mas ninguém queria comprá-los, então tenho esperado por alguém com o olho afiado que se interessasse por eles.

Não acho que vendas seja a área certa para esse homenzinho. Quem compraria algo depois de um discurso desses…?

— O que foi? Achou algo interessante? — Arisa me perguntou curiosa.

O que chamou minha atenção não foi o livro em minhas mãos, mas sim a pilha de papéis casualmente empilhada perto do estande.

— Te vendo esse livro por apenas uma moeda de ouro.

Porque a minha habilidade de “Estimativa” me disse que o livro valia apenas uma moeda de cobre, respondi sem hesitar que estava surpreso com a caligrafia horrorosa e ao invés disso perguntei sobre a pilha de papéis.

— Uma moeda de cobre por conjunto é o suficiente. Se comprar todos, até vendo o lote inteiro por uma moeda de cobre grande.

— Só iria usá-los para embrulhar algumas cerâmicas, mas com esse preço, é melhor usar serragem…

— Dois tostões pelo lote, então! Fique com eles, seu ladrão!

Concordei com a barganha desesperada que o homem deu aos gritos e ainda consegui fazer com que ele incluísse as notas de pesquisa encadernadas em canoa do herdeiro rico a preço de banana. Aparentemente, ele não tinha vendido nenhum até agora.

— Por que comprou essas tralhas?

— Nem eu sei.

Ignorei a questão de Arisa, mencionado que nem eu tinha certeza do porquê.

Na verdade, foi a minha habilidade de “Estimativa” que me motivou a comprar o fardo de papéis.

Por algum motivo, o preço de mercado deles era mostrado só como “—”. Os únicos outros objetos que vi assim eram itens únicos como a Bolsa Depósito e a Espada Sagrada que eu tinha em armazenamento.

Nunca vi a minha habilidade de “Estimativa” dar um preço mais alto que 250 moedas de ouro, o que deve significar que esses itens valem ainda mais do que isso.

Comprei eles em um impulso de caça ao tesouro, então estava ansioso para descobrir seu conteúdo.

Até onde eu sabia, podia haver um mapa do tesouro ali dentro.

Acrescentei — Veremos. — Para distrair Arisa que ainda estava curiosa. Me esgueirei em uma viela para guardar os papéis na Bolsa Depósito, então prossegui ao próximo estande.

— Mestre, objeto em rotação detectado. Peço que fique atento.

Nana segurou meu braço e apontou para um dos estandes.

A cara dela estava bem próxima. Ao ver isso, Mia começou a ficar mau humorada.

— Humm…

— Com liceeença, por favor. Ok, separa, separa.

Soando como uma professora, Arisa se enfiou entre a gente por detrás, afastando Nana de mim.

O que Nana havia detectado era um pião. A parte de cima tinha um brilho vermelho chamativo que deixava um vulto tênue enquanto girava.

— Ei você, o rapaz que parece ser bem de vida. Quer dar uma olhada em uma ferramenta mágica da capital real?

Fiz contato visual com o vendedor, e ele me chamou. Havia uma multidão de crianças gritando em volta do estande, e o vendedor os expulsou para arranjar espaço para mim.

Era natural tratar clientes de forma diferente de espectadores, mas senti pena das crianças que ele expulsou, então pedi desculpa a elas enquanto me aproximava.

— Isso é um pião?

— Isso mesmo, mas não qualquer pião…

Sorrindo, o vendedor pegou o pião com as duas mãos. As ranhuras em sua superfície começaram a brilhar vermelho, e o pião começou a girar sozinho.

— Não é falso! Tente passar um pouco de mágica por ele você mesmo.

Eu já podia dizer que era de verdade graças à minha Tela RA, mas tentei mesmo assim. De acordo com a tela, o nome oficial do pião era “disco giratório”.

Com cuidado para não quebrá-lo, deixei que um pouco de magia fluísse através dele. Com só um ponto de magia, o centro do pião começou a girar, apesar de ainda estar na minha mão. Quando o soltei, o exterior começou a girar para o lado oposto do interior.

Ele deve usar um mecanismo parecido com um motor que funciona à base de magia.

Com um mecanismo assim, eu provavelmente conseguiria fazer uma batedeira ou algo assim.

Já que não havia circuitos semelhantes a um motor no meu livro de ferramentas mágicas, talvez fosse um projeto original de quem o inventou.

— Bem interessante. Gostaria de comprar dois, por favor. Quanto custa?

— Normalmente, eu cobraria duas moedas de ouro e meia por um, mas já que você está comprando dois, posso diminuir o valor para quatro.

O valor bateu com meu preço estimado de mercado. Era um preço alto para um brinquedo, então talvez eu conseguisse um desconto melhor.

Consegui fazer com que ele baixasse o preço para três moedas de ouro por dois. Comprei um reserva para que pudesse desmontar o outro para inspecionar.

Enquanto tirava as moedas de ouro, perguntei por impulso quem era o inventor, e ele me respondeu com facilidade. O criador era um professor velho da capital real chamado Jahado.

Ele disse que o sujeito era famoso por fazer ferramentas mágicas inúteis.

Fiquei com um pouco de fome enquanto olhávamos as estandes, então segui meu instinto até uns produtos de cheiro gostoso chamados de bolinhos assados, uma especialidade da Cidade de Sedum.

Acabou que eles consistiam em vegetais em conserva enrolados em uma camada fina de farinha de trigo batida e eram assados de forma semelhante a um manju. Apesar de ser um prato só de vegetais, ele se mostrou popular até com as garotas-fera.

Olhando de relance, vi que os olhos de Liza estavam fixados em um estande de espetinho de frango, então dei a ela um pouco de dinheiro para que comprasse alguns para o grupo.

Enquanto aproveitávamos essa pequena pausa para um lanche, uma luz azul apareceu no radar no canto da minha visão.

A posição indicava que a pessoa estava perto da estrada principal. Já que um ponto azul indicava um conhecido, pensei que talvez fosse Zena correndo atrás de mim, mas eu estava errado.

O ponto na verdade pertencia à aprendiz da bruxa.

Ela estava conduzindo uma carruagem flanqueada por 4 armaduras vivas, indo em direção à Cidade de Sedum.

Imaginei que ela certamente iria para a cidade mais próxima, Noukee, ou para Kuhanou, mais ao norte, para entregar as poções mágicas. Mas já que a carga da carruagem eram de fato poções, ela tinha que estar vindo fazer uma entrega.

Não sei porque elas se esforçariam tanto para transportar coisas até à distante Cidade de Sedum, mas tenho certeza que havia um motivo.

Já que a razão para a entrega ser corrida eram os kobolds atacando as minas de prata, talvez tenham escolhido a Cidade de Sedum para a entrega, porque ela ficava mais perto das minas.

…O que significa que aqueles caras na encruzilhada de antes estavam tentando emboscar a aprendiz da bruxa?!

Chequei o mapa novamente.

A carruagem já tinha passado pela encruzilhada e o grupo de bandidos estavam amontoados do lado da estrada com a condição de “fratura óssea”.

Os guardas de armadura viva provavelmente deram uma surra neles.

Demorei um tempo para perceber, mas agora que eu sabia que a aprendiz da bruxa viajou até aqui tão longe, me dirigi ao portão para encontrá-la.

— O que está acontecendo?

— Ah, só pensei em dar um oi a uma conhecida minha.

— Uma conhecida?

— É. Eu te disse que visitei a torre de uma bruxa nas profundezas da floresta antes, não disse?

— O que? Então “torre da bruxa” não era o nome de algum estabelecimento cheio de lindas mulheres?!

Enquanto conversava com Arisa à caminho do portão da cidade, notei um movimento estranho no radar. Alguns dos vilões da encruzilhada estavam perseguindo a carruagem da aprendiz, e eles estavam ficando mais rápidos.

— Na verdade, precisamos nos apressar. Parece que os caras maus estão perseguindo ela.

Com isso, me apressei até o portão. Liza pegou Arisa e Nana tirou Mia do chão para que elas conseguissem seguir logo atrás de mim.

— Aaah! Pochi, Tama, por favor me coloquem no chão!

— Nós vamos te carregar, senhorita!

— Te peguei, Luluuu!

Quando virei surpreso com o coro de vozes atrás de mim, vi que Pochi e Tama estavam tentando carregar Lulu juntas, com as pernas dela em cima de seus ombros.

Ups. Acho que deveria ter dito a elas que os membros mais lentos do grupo podiam nos seguir no seu próprio ritmo.

Havia uma comoção do lado de fora do portão.

Os ladrões tinham alcançado a carruagem puxada a panteras, e a batalha já havia começado.

As armaduras vivas se juntaram para enfrentar a emboscada com armas que pareciam forquilhas.

A bruxa usou seu feitiço de Estilingue Mágico de Terra para afastar de uma só vez todos os vilões se aproximando.

Apesar do quão perto tudo isso estava acontecendo do portão da cidade, nenhum dos guardas estava vindo intervir.

Na verdade…

— Ei! Você aí, bruxa! O uso de magia é proibido perto da cidade de Sedum. E se você machucar algum transeunte inocente?!

…Tudo que estavam fazendo era gritar coisas absurdas para prejudicá-la.

Alguns guardas tentaram sair do portão para acabar com a confusão, mas o cavaleiro de aspecto altivo que estava gritando para a carruagem, que aparentemente era o capitão, os parou.

Esse cara parecia estar trabalhando com os vilões, também, ou pelo menos sendo subornado.

Pedi que Nana protegesse Lulu e Mia e então trouxe as garotas-fera comigo até a carruagem. Por precaução, pedi a Arisa que lidasse com o cavaleiro e para que usasse de sua Magia Psíquica para manter o lugar sob controle.

— Liza, Pochi, Tama! Não deixem os caras malvados chegarem perto da carruagem!

Sem esperar por uma resposta, saí correndo.

— Seus baderneiros! Se vocês se juntarem à essa confusão, também responderão à lei! Nós vamos…

No meio de sua declaração, o cavaleiro de repente cedeu ao que parecia um episódio anêmico. Os soldados ao seu redor gritaram devidamente, — Capitão! — mas nenhum foi de fato socorrê-lo. Acho que ele não é muito popular.

— Ó céus, talvez ele tenha anemia? Arisa afirmou a Lulu com uma voz alta e sem naturalidade, piscando na minha direção quando nossos olhares se encontraram por um momento.

Ela deve ter usado seu feitiço de Magia Psíquica, Golpe Mental, para deixá-lo inconsciente com um único golpe.

Ao nos ver correndo para ajudar, o familiar barbudo-rajado mágico na cabeça da aprendiz a alertou com um alto — Piu-Piu!

— Nós vamos te ajudar.

— É-É você! A pessoa com o sino élfico!

— O nome é Satou…

Lembrei Ine… Hã, como era mesmo? Ah é, Ine-alguma-coisa de qual era meu nome, então ajudei-a a se defender dos ladrões.

Já que o cavaleiro os impedindo não estava mais os segurando, os guardas vieram oferecer ajuda.

— Deixe com a gente e entre na cidade, por favor.

O homem que parecia ser o vice capitão chamou Ine de volta e foi prender os vilões, que pareciam menos motivados a se juntar à briga agora que funcionários públicos estavam envolvidos.

A carruagem de Ine e sua escolta de armaduras vivas correu por nós para entrar na cidade.

Percebendo que falharam, a maioria dos vilões fugiram em grupos de dois e três para a floresta, mas alguns deles insistiam obstinadamente em perseguir a carruagem, então as garotas-fera os nocautearam assim como pedi.

Então, deixando os guardas lidarem com os vilões capturados, voltamos à cidade.

Enquanto passávamos pelos portões da cidade, um estrondo sinalizou uma colisão intensa, seguido pelo craque de objetos, e por último um grito de Ine.

Correndo até o local, vimos os carrinhos lotados de troncos que prensaram a carruagem de Ine, também percebemos que as armaduras vivas haviam destruído os troncos e, finalmente, os restos trágicos dos caixotes de poção mágica, esmagados entre as armaduras vivas.

Ping, ping… líquido vazava lentamente do que sobrará do caixote.

 


 

Tradução: Nuble

 

Revisão: Kana

 


 

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