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Marcha Mortal à Rapsódia do Mundo Paralelo – Vol 01 – Cap. 06.1 – De Volta à Superfície

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Satou aqui. Certa vez, devido a uma combinação de erro humano e boa sorte, acabei ficando em uma suíte de alta classe em um hotel chique. Sou apenas um plebeu humilde de classe média, então estava nervoso demais para aproveitar totalmente.

Com Pochi e Tama cada uma segurando uma das minhas mãos, subi a escada em espiral até a saída. Fui o último dos civis a sair. O guerreiro louco por batalha e alguns de seus subordinados ainda estavam lá embaixo, montando guarda na porta.

Achei que poderia haver uma verificação de bagagem quando chegamos à superfície, então troquei minha Bolsa Depósito por uma normal enquanto ninguém estava olhando. Também peguei cerca de dois terços dos núcleos que Pochi carregava, colocando o resto no Armazenamento por meio da Bolsa Depósito.

A quantidade de núcleos que tínhamos era muito maior do que a das outras pessoas, então achei que era o melhor para evitar problemas.

— Assim que sairmos, devemos encontrar algo bom para comer. Tem alguma comida específica que vocês querem comer?

— Caaaaarne?

— Carne, por favor, senhor! Vimos carne enorme em uma carruagem mais cedo, senhor!

Essas crianças realmente amam carne, hein?

Eu achava que era porque eram do povo besta, mas acho que a maioria das crianças gosta disso.

Mas a “carne enorme” de que Pochi estava falando provavelmente era de wyvern, não era? Se possível, preferia evitar essa, então fiz o meu melhor para guiá-la em outra direção.

— Pochi, Tama. A carne certamente é uma coisa maravilhosa. Mas, para os escravos exigirem isso assim, vai muito além.

— Do que… podemos?

— Liza usa palavras duras, senhor.

— Carne é um luxo.

Liza interveio para repreendê-las por mim, mas, desde que fôssemos para barracas de rua, não achei que seria tão caro. Até mesmo o bife de javali que comi custava apenas alguns cobres.

— Bem, devemos comemorar por sair do labirinto vivos. Por que não comemos um pouco de carne?

— Ebaaa!

— Obrigada, senhor.

— Se essa for a sua vontade, mestre. Vou saborear até a última mordida!

Ainda de mãos dadas comigo, Pochi e Tama pularam de alegria. Quando olhei de volta para Liza, ela estava com uma expressão séria e cerrando o punho como se estivesse fazendo um voto solene.

Você sabe que não precisa levar isso tão a sério, né?

A luz do sol nos cegou quando saímos da saída do labirinto.

Pochi e Tama me arrastaram para frente, saltando para a luz do mundo exterior.

Quando saímos, fomos recebidos pelos rostos ansiosos e clamores das pessoas que saíram antes de nós.

Olhando em volta, o motivo se tornou bastante evidente.

A saída levava a um terreno vazio do tamanho de um pátio escolar. Em vez de ser perfeitamente nivelado, o solo formava uma espiral que se centrou na entrada da masmorra. Provavelmente, este era um resquício da criação do labirinto, quando ele sugou a praça e os edifícios ao redor.

Cercando a saída, como se fosse um muro, havia uma cerca improvisada sustentada por sacos de areia, com canhões como o que eu tinha visto na torre de defesa anti-dragão. Atrás desses canhões, os arqueiros estavam com grandes bestas preparadas.

Claro, todas as armas estavam apontadas para a saída, em outras palavras, o mesmo lugar em que estávamos.

Pochi, Tama e até Liza pareciam nervosas, então perguntei a alguém que parecia ter uma noção melhor da situação.

— Bem, estão nos dizendo que temos que ficar aqui até que descubram se algum de nós é um monstro disfarçado de humano, ou infectado com uma doença dos demônios, ou algo assim.

Entendo… Então, temos que ficar de quarentena.

De acordo com as verificações que fiz antes, não tinha monstros no grupo e ninguém afetado por doenças ou venenos de qualquer tipo. Claro, eu não ia falar isso a ninguém, mas mesmo se falasse, não era como se alguém fosse acreditar em mim.

Verifiquei os soldados ao redor da barricada, mas nenhum tinha habilidade baseada em julgamento, então teríamos apenas que esperar até que uma pessoa ou máquina que pudesse determinar essas coisas chegasse.

Felizmente, tínhamos a Oráculo e suas sacerdotisas entre nós, então não havia motivo para preocupação com a morte de alguém por causa de ferimentos. Aqueles com ferimentos menores foram deixados por conta própria por enquanto, mas pessoas com ossos quebrados ou cortes graves foram curados com magia e estavam descansando em mantos espalhados pelo chão.

Oh, certo, ainda tenho três poções e uma pomada não usada, então devo dar aos feridos. Vou comprar mais para Martha e as outras depois. Eles provavelmente não iriam querer usar pomadas de um estranho, então pedi a Zena que usasse para curar os outros.

As crianças bestas devem ter ficado entediadas de tanto esperar, já que Tama dormiu no meu colo enquanto Pochi subia em meus ombros.

Não queria que elas atraíssem a ira dos outros sobreviventes fazendo muito barulho, então as deixei encostar em mim e descansar. Liza ainda estava segurando sua lança e parecia estar em guarda, então a fiz sentar na minha frente e fazer uma pausa também.

Depois de esperarmos cerca de uma hora, algumas carruagens chegaram e a operação de quarentena começou. Aparentemente, chamariam as pessoas uma de cada vez e verificariam tudo usando uma pedra Yamato.

O capitão e a sacerdotisa Oráculo foram chamados primeiro, depois a soldado mágica Zena. Parecia que iriam checar os militares primeiro, então ficaríamos quase para o final.

— Okay, vou agora, mas vou esperar por vocês do outro lado.

— Kay!

— Sim, senhor!

— Entendido.

As três pareciam nervosas enquanto eu seguia para as carruagens. Deixei minha bolsa com a senhora oficial civil e fui até a pedra Yamato.

Provavelmente pareceria estranho para mim ainda estar no nível 1 sem nenhuma habilidade depois de escapar de uma masmorra, certo?

Abri a guia “rede” no meu menu. As meninas estavam no nível 13, então achei que o nível 10 seria o certo. Escolhi algumas habilidades que um vendedor teria: “Pechinchar” e “Estimativa”. É estranho se eu não tiver nenhuma habilidade de combate? Adicionei “Arremesso” e “Evasão”, apenas para ficar seguro.

Seguindo as instruções da oficial, coloquei minhas mãos sobre a pedra Yamato. Meu olhar foi tentado para o decote da funcionária na minha frente, mas resisti com força. Em vez disso, li as informações exibidas pela pedra, certificando-me de que ela havia sido atualizada com minhas alterações.

— Minha deusa. Para alguém que não é um soldado ou explorador estar neste nível tão jovem, você deve ter passado por muitas dificuldades.

— Oh, não é nada tão notável.

A cavaleira com maquiagem pesada em pé sobre a pedra ficou impressionada com meu nível, mas eu me desviei como uma verdadeira pessoa japonesa.

— Já te disse, entregue a lança!

— Meu mestre fez isso para mim, é tão preciosa para mim quanto minha vida. Não posso me desfazer, nem por um momento!

— Eu te disse, seus sentimentos não têm nada a ver com isso!

Ouvindo vozes discutindo atrás de mim, me virei para ver que Liza estava brigando sobre se separar de sua lança.

— Liza, vá em frente e dê a eles. Vou me certificar de que devolvam mais tarde.

— Se-se essa for a sua vontade, mestre…

Com minhas palavras, Liza relutantemente entregou sua lança para o funcionário civil.

Anotei o nome da mulher e a afiliação no bloco de notas da minha tela de rede. Seria ótimo se pudéssemos pegar a lança logo, mas a julgar pelo meu mapa, parecia que todos estavam sendo levados para carruagens e encaminhados para o castelo.

Eu duvidava que seríamos presos ou condenados à morte para nos manter calados ou algo assim, mas poderíamos ficar em prisão domiciliar até que a situação estivesse sob controle.

Imagino uma masmorra aparecendo no meio da cidade, junto com um demônio maior, seja um caso bem incomum.

Ouvi um grito atrás de mim.

Aparentemente, ficaram surpresos que Liza, uma escrava, estava no nível 13 e ainda tinha quatro habilidades.

Eu não conseguia ler sua expressão, então era difícil dizer o que ela estava pensando, mas sua cauda estava se contorcendo levemente. Acho que ela deve estar um pouco orgulhosa de si mesma.

Pochi e Tama humildemente entregaram a bolsa de núcleos e correram em minha direção. Parecia que conseguiram permissão para passar juntas, provavelmente porque eram crianças.

Nenhuma das duas conseguiu alcançar a pedra Yamato, então Liza teve que levantá-las. Pochi parecia gostar de ficar no alto, deixando seus braços e pernas balançarem para frente e para trás.

Pochi colocou as mãos na pedra Yamato, conforme instruída pela funcionária civil. Isso provocou gritos ainda mais altos do que os de Liza. Eles devem ter ficado surpresos com o fato de uma criança de dez anos estar no nível 13. Pochi também tinha três habilidades.

Tama foi a última. Liza teve que segurá-la, como Pochi. Tama devia estar ansiosa, já que até se fingiu de morta, deixando seus membros balançarem no ar.

Os oficiais não levantaram tanto alarido com Tama; seu status era igualmente impressionante, mas ver algo surpreendente pela terceira vez consecutiva tende a amenizar o choque. Tama parecia um pouco desapontada.

— Deve ter sido difícil criar escravas demi-humanas para serem tão fortes, não foi?

— Não, de forma alguma. Elas são muito talentosas.

É verdade que tínhamos passado por momentos difíceis, mas as meninas também eram talentosas. Eu provavelmente não teria morrido sem elas, mas definitivamente teria caído em armadilhas e sofrido muito mais do que sofremos.

Um soldado guiou nós quatro para uma carruagem. Tinha algumas pessoas a bordo que também tinham passado pela inspeção. Havia um toldo sobre a carruagem e guardas armados estavam em ambas as saídas.

Não conhecíamos ninguém a bordo, então viajamos em relativo silêncio.

Alguns de nossos companheiros de viagem pareciam não gostar de demi-humanos também, então avisei Pochi e Tama para se comportarem. O medo traz à tona um lado agressivo das pessoas.

Finalmente, depois de uma longa viagem em uma atmosfera opressora, chegamos ao castelo do conde. Havia um pano cobrindo ambas as aberturas e bloqueando nossa visão, então nem consegui apreciar a paisagem.

Quando descemos da carruagem, mais soldados nos cercaram e começaram a nos escoltar para algum lugar.

— A-aonde vocês estão nos levando?!

— É! Nós passamos pelo inferno para sair daquele labirinto!

Um menino de aparência delinquente e um homem de meia-idade com um rosto assustador se ergueram contra os soldados. Eles têm coragem para fazer isso com tantos guardas armados ao nosso redor.

— Vamos fazer com que vocês fiquem na masmorra por alguns dias. Pedidos do próprio conde. Aqueles que se recusarem a cooperar serão considerados culpados de traição. Agora fiquem quietos e sigam as ordens! Isso é uma questão de segurança pública.

Uau, pensei que íamos apenas pegar prisão domiciliar ou algo assim! Devo ter subestimado o poder da aristocracia. Acho que agora vou experimentar em primeira mão como é estar em uma prisão.

Eu tinha acabado de salvar a cidade de Seiryuu das garras de um demônio infernal maior, e este foi o agradecimento que recebi: um convite pessoal para a masmorra. Mas se quisesse manter minha identidade em segredo, teria que continuar sem reclamar.

A ameaça de ser acusado de traição deve ter funcionado, pois a partir daí todos seguiram em silêncio junto com os soldados. Descobri depois que, se você for condenado por traição, seus familiares também serão considerados culpados.

A masmorra estava escura e um pouco fria. As celas nem tinham camas, então parecia que teríamos que dormir no chão de pedra. Disseram que cada um de nós receberia um único cobertor de pano, de modo que as noites provavelmente seriam geladas. Para piorar a situação, o único banheiro era um pote e mais nada.

Gostaria que se preocupassem um pouco mais com a privacidade por aqui.

No geral, parecia muito miserável, mas no final, não tivemos que passar uma única noite lá.

— Ei, qual de vocês é Satou?

— Sou eu.

— Venha comigo. Você ficará em uma área diferente.

Um funcionário civil que parecia terrivelmente deslocado na masmorra veio me chamar.

Uau, você quer que eu deixe as meninas em um lugar como este? Vamos ver o que minha habilidade de “Negociação” tem a dizer sobre isso.

— Essas três crianças são minhas escravas. Se eu for transferido para outro lugar, gostaria de levá-las também, por favor.

— Hmm. Recebi ordens para buscar apenas você. Não me falaram nada sobre escravas.

É esta a parte em que ofereço a ele algo para adoçar o negócio?

Uma moeda de ouro provavelmente seria muito, então coloquei uma moeda de prata nas mãos do oficial. 

— Há algo que possamos fazer sobre isso?

> Habilidade Adquirida: “Suborno”

> Habilidade Adquirida: “Persuasão”

A prata parecia eficaz: a atitude do homem mudou abruptamente.

— …Mas também não me disseram para não levá-las. Muito bem, elas podem vir por enquanto. Não me culpe se forem rejeitadas.

— Por mim tudo bem.

Provavelmente, também posso persuadir a pessoa que chamou por mim. Minhas novas habilidades pareciam poder ajudar com isso, então coloquei pontos de habilidade em cada uma. Embora, se as usasse em excesso, tinha a sensação de que levantaria uma bandeira de evento e me tornaria um operador desonesto.

A pessoa a quem fomos guiados era um homem idoso que eu nunca tinha visto antes.

— É um prazer conhecê-lo, Sr. Satou. Eu sou Deschamps, o humilde mordomo da casa de Belton.

… Aww, o nome dele não é Sebastian? Ou Jeeves?

— Prazer em conhecê-lo, Sr. Deschamps.

— Sr. Satou, imploro que me chame simplesmente de Deschamps.

Chamar um velho senhor de aparência tão bonita por seu nome assim seria muito difícil.

— Lamento muito o atraso em nossos preparativos. Imagine forçar o salvador do visconde a ficar em uma masmorra! Por favor, aceite nossas mais humildes desculpas.

— De modo algum. Sou suficientemente grato a você por não ter que passar uma noite lá.

O tempo todo se desculpando profusamente, o Sr. Deschamps me levou a uma das casas de hóspedes. Cara, este castelo é enorme. É pelo menos tão grande quanto o campus da minha antiga faculdade.

— Por favor, aproveite este aposento. Deve haver uma empregada designada aqui também.

O Sr. Deschamps tocou uma campainha em uma mesa perto da porta, e uma mulher de quase trinta anos apareceu de uma sala adjacente.

Apesar de ser uma empregada doméstica, ela não usava o tipo de uniforme que você veria em Akiba ou na clássica Inglaterra Vitoriana. Em vez disso, estava usando um vestido comum adequado a uma dama de companhia.

Então ainda não têm aventais ou enfeites de renda por aqui, hein? Acho que um japonês deveria introduzir isso antes do missô ou do molho de soja. Okay, talvez não, mas ainda assim. Que decepcionante.

— Vou me indo agora, com seu perdão, mas se houver alguma coisa que precise, por favor, não hesite em pedir à empregada. Isso é apenas uma coisa insignificante, mas é um sinal de apreço de nosso mestre.

O Sr. Deschamps me entregou uma pequena bolsa. Não havia dinheiro dentro, mas alguns pequenos objetos parecidos com pedras. Provavelmente pedras preciosas. Se fossem doces, seria muito engraçado.

Seria rude recusar, então aceitei enquanto agradecia o visconde. Eu teria preferido agradecê-lo pessoalmente, mas como ele estava enviando seu mordomo para me dar isso, devia estar muito ocupado para nos encontrarmos. Afinal, acho que um visconde está apenas um degrau abaixo de um conde.

Ainda assim, se a memória não me falha, um nobre vivendo em um território nobre diferente parecia bastante incomum. Acho que mesmo que os títulos fossem semelhantes, não deveria apenas assumir descuidadamente que o sistema era exatamente o mesmo que na Europa medieval.

Deixando o resto para a empregada, o Sr. Deschamps saiu.

— Por favor, deixe-me mostrar seu quarto.

— Sim, por favor!

Segui a empregada, ouvindo sua explicação.

Pochi e Tama estavam sob ordens estritas de Liza para ficarem quietas; ela as carregava nos braços como bichos de pelúcia. Com as duas mãos pressionadas sobre a boca, a pose delas era adorável.

O mordomo e a empregada haviam se referido a isso como um “aposento”, mas só o hall de entrada tinha pelo menos 12 metros quadrados; toda a casa de hóspedes tinha provavelmente cerca de 650 metros quadrados de espaço. Se fosse uma suíte de hotel, a estadia de uma única noite provavelmente custaria vários meses de salário.

O chão da sala era acarpetado com algo parecido com feltro e continha vários sofás de couro de aparência confortável. Havia almofadas forradas com pano também; parecia o tipo de lugar onde eu poderia realmente comer vegetais.

Esta sala tinha cerca de 46 metros quadrados, com o que parecia ser uma lareira sem chaminé contra a parede oposta. Meu interesse deve ter transparecido no meu rosto, já que a empregada deu uma explicação.

— Esta é uma ferramenta mágica que utiliza pedras de fogo. Basta tocar nessa chapa de cobre e deixar a magia fluir para ela, e as pedras dentro da lareira produzirão calor. Se quiser ajustar a temperatura, basta tocar a campainha e virei imediatamente, então, não hesite em me chamar a qualquer momento.

Ooh! Que fantasioso.

O lustre no teto também não parecia ter velas, então devia ser outra ferramenta mágica. Um pop-up RA identificou-o como uma  Cortina de Luz. Estou ansioso para a noite.

Em seguida, fomos conduzidos a uma sala de 32 metros quadrados.

A mobília era tão sofisticada quanto na sala anterior, mas talvez por esses objetos terem ângulos mais agudos, pareciam mais formais.

Em seguida estava uma sala de jantar com uma mesa enorme que provavelmente poderia acomodar muitas pessoas. Era feita de uma pedra escura, possivelmente granito, que era lisa ao toque.

Ela não nos mostrou, mas a empregada brevemente mencionou que havia também uma rouparia, a sala de espera da empregada e uma cozinha anexa à sala de estar.

Subindo as escadas perto da entrada ficava o quarto principal, que era tão grande quanto a sala de estar. Eu praticamente ouvi a fanfarra de trompete quando coloquei os olhos na cama king-size no centro. Parecia a coisa mais macia do mundo.

Pochi e Tama imediatamente quiseram pular nela, mas, felizmente, Liza tinha um controle firme sobre as duas, então a empregada não ficou perturbada. Boa, Liza.

Aparentemente, a pequena sala anexa a esta era para servos e guardas. Era muito simples, com uma cama que parecia dura e uma cadeira de madeira simples. Que contraste extremo.

Havia banheiros em cada andar, mas eram banheiros como o da Pousada da Frente. O substituto do papel higiênico era o papel de palha em vez de um pacote de palha, então acho que isso foi uma melhoria.

Infelizmente, não parecia haver um chuveiro.

— Algum problema?

— Não, só estava pensando que não vi um chuveiro em lugar nenhum… — disse com a menor esperança de ser corrigido.

— Ah, você gostaria de tomar banho? Nesse caso, podemos pedir aos criados que tragam uma banheira. Terei tudo organizado até esta noite.

Trazer uma banheira?! Esses criados devem ser fortes.

— Lamento pedir algo tão difícil.

— De modo algum! Se você tiver qualquer outro pedido, não hesite.

Realmente não tinha nada a pedir, mas ouvi um pequeno rosnado vindo do estômago de alguém atrás de mim. Eu não tinha certeza se era Pochi ou Tama, mas provavelmente era hora de comer.

— Pois bem, irei fazer os preparativos para o almoço. Tem alguma comida que eu deva evitar? Ficarei feliz em seguir seus gostos.

— Não, não se preocupe. Não sou muito exigente.

A empregada fez uma reverência e saiu do quarto.

Pochi e Tama adormeceram nos braços de Liza. Então… foi o estômago de Liza que roncou antes? Seu rosto estava um pouco vermelho, então fingi não ter percebido nada.

Quando vi a comida alinhada na mesa, inclinei a cabeça em perplexidade.

Havia sete pratos de vários tamanhos, todos sob tampas de prata para evitar que esfriassem. Mas por que havia apenas o suficiente para uma pessoa? Este era outro exemplo de discriminação contra demi-humanos?

— Com licença, mas não tem comida para essas crianças?

— A comida para seus servos foi preparada em uma sala separada.

— Seria possível trazer a parte delas aqui também? Comer juntos é um dos costumes da minha casa.

O que eu não poderia dizer, é claro, é que não queria comer sozinho.

Fast-food era uma coisa, mas um banquete como esse deveria ser animado com o maior número de pessoas possível, eu acho.

As meninas receberam terrinas de ensopado com pão de centeio. A meu pedido, a empregada trouxe-nos pratos extras para que eu pudesse partilhar a minha comida com as outras três.

— Hmm! A comida em um castelo é tão deliciosa quanto eu esperava.

— Gostoso, gostoso!

— A carne no guisado é tão grande e saborosa, senhor!

— De fato… realmente derrete na boca, não é?

Uh… não tem carne assim no meu prato. Ao contrário dos meus pratos, o ensopado tinha algum tipo de pedaços escuros.

Verificando a tela de RA, vi que a carne no meu prato era cordeiro, enquanto a delas era de wyvern. Então é disso que Pochi estava falando quando deixamos o labirinto. As três parecem estar gostando, então não vou fazer barulho.

Depois de agradecer à empregada por uma refeição deliciosa, pedi educadamente que todos nós quatro recebêssemos a mesma comida para o jantar, mesmo que isso significasse diminuir a qualidade geral da comida.

Afinal, seria uma pena dividir tudo dos meus pratos todas as vezes.

Meu tão esperado banho veio na forma de uma banheira de mármore grande o suficiente para uma pessoa, carregada por quatro criados.

Além disso, vários outros criados, ou talvez escravos, carregavam água que havia sido aquecida em outro lugar, cada um fazendo várias viagens de ida e volta para entregá-la. Isso é muito demorado. Tinha certeza de que simplesmente teriam alguém usando Magia Cotidiana para enchê-la na hora.


 

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