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Lorde dos Mistérios – Vol. 02 – Cap. 224 – Detetive Estilo Metafísica

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A sala escura estava coberta por um fino véu de luar carmesim, e tudo estava indistinto.

Os três homens de casaco preto estavam dormindo em lugares diferentes. E no sofá, os olhos de Klein se misturaram à escuridão, era como se ele tivesse entrado em um sono profundo.

Seu sonho era um mundo cinzento e distorcido, ocasionalmente piscando com um brilho.

Finalmente, o brilho se estabeleceu e formou uma cena.

Era um canto sombrio, o chão coberto de esgoto. Um homem de cabelos castanhos curtos, camisa branca e colete marrom estava encostado na parede, cercado por uma densa ninhada de ratos cinzentos.

Metade dos lábios do homem havia sido comida, revelando seus dentes amarelados e gengivas podres. Seu nariz estava manchado de sangue, misturado com alguns pelos curtos, e a carne em seu rosto havia desaparecido, pedaço por pedaço, revelando o osso branco. Gordas larvas brancas rastejavam por toda parte, constantemente se contorcendo, e sua garganta parecia ter sido vítima de algum animal selvagem; pelo menos metade estava faltando.

Klein quase não conseguiu notar que esse era Zreal Viktor Lee. Era quase impossível relacioná-lo com o homem maduro e bonito da fotografia em preto e branco que ele havia visto com Ian.

Zreal já está morto. Em alguns dias, ele provavelmente seria consumido a ponto de sobrar apenas osso. Ele pode até não ter um esqueleto completo sobrando… — Klein deixou o sonho e recordou o que havia acabado de ver.

Suas experiências anteriores o permitiram ver cadáveres semelhantes com mais calma.

Olhando pela janela para a lua carmesim, Klein pensou um pouco e decidiu tentar se comunicar com a alma do homem de preto ao lado do sofá.

Durante os últimos dias de preparações, ele havia preparado um frasco de extrato de Amantha e olho do espírito. Quanto ao agente de serenidade, Klein não precisava disso. Ele era pessoalmente capaz de invadir os sonhos dos outros e forçar comunicação com suas almas, mantendo a calma e a lógica.

Depois de montar um altar simples e deixar a fragrância calma e tranquila se espalhar para criar um estado de sonho, Klein rezou para si mesmo:

— O Louco que não pertence a esta época.

Depois disso, ele entrou no mundo acima da névoa cinzenta e usou mais de dois terços de sua espiritualidade para dar uma resposta.

Quando eu avançar para a Sequência 7, essas orações também devem permitir que eu use um pouco do poder do espaço misterioso acima do nevoeiro cinzento, assim como meus rituais de convocação e oferenda… — Olhando em volta, Klein fez um julgamento grosseiro e rapidamente voltou ao mundo real.

Ele passou pelo que parecia um céu estrelado e uma tempestade caótica de pensamentos, e entrou no plano mental do alvo. Lá, ele viu a figura ilusória do homem flutuando no ar.

— Quem te enviou para a casa de Zreal? — Klein olhou para ele e perguntou com uma voz grave.

O homem respondeu, confuso, com os olhos ilusórios vazios:

— Meursault. Meursault me mandou esperar pelo garoto chamado Ian.

A luz em seu mundo espiritual mudou, revelando um homem magro, com aparência de competente e pele escura. Não era outro senão o líder do grupo que estava perseguindo Ian no trem a vapor.

Como esperado, é ele… — Klein, que havia gasto muito de sua espiritualidade ao responder à oração, estava começando a se sentir exausto. Ele perguntou às pressas:

— Quem mandou Meursault?

— Não sei. Ele é um “carrasco” da nossa gangue, Zmanger. Fora o chefe, ninguém pode mandar nele — disse o homem, inexpressivo.

Zmanger… A palavra “guerreiro” na língua dos montanheses… — Klein, um pseudo-historiador, mas um verdadeiro estudioso de misticismo, de repente sentiu uma dor aguda em sua cabeça, e seu corpo involuntariamente voou para fora da tempestade de pensamentos.

Pouco tempo depois, ele acabou o ritual de mediunidade e sentiu sua cabeça latejar.

Klein não tinha pressa de sair. Ele metodicamente recolheu os materiais e o cabelo curto castanho-amarelado antes de abrir a janela e deixar entrar o vento frio da noite dispersar o cheiro do extrato de Amantha e olho do espírito.

Enquanto isso acontecia, Klein voltou para a varanda, trancou a porta por dentro e limpou todos os lugares em que havia tocado.

Quando o quarto de Zreal voltou ao seu estado original, ele levou a mão ao peito e fez uma reverência para os três homens que ainda estavam dormindo profundamente.

Endireitando as costas, Klein colocou as luvas e saltou, saindo agilmente pela janela. Ele se firmou na ponta dos pés no espaço extremamente apertado e levantou a trava vertical da janela aberta, usando uma carta de tarô para segurar a parte de baixo. Com suas habilidades de Palhaço, ele notou os detalhes e ajustou seu equilíbrio.

Depois de alguns segundos, Klein afastou lentamente a carta de tarô, e a trava vertical de repente parou no lugar e não caiu mais.

Whoosh!

Primeiro, ele fechou a metade destrancada da janela e depois pulou para a janela com uma trava. Sua mão direita se moveu para dentro, fechando a outra metade da janela.

A velocidade da ação foi tão rápida que a trava não caiu até que houvesse uma vibração, inserindo-se com precisão no orifício correspondente.

Clang!

Um som difícil de abafar soou, como de um vento forte batendo na superfície do vidro.

Klein sabia que os três homens no quarto estavam prestes a acordar. Sem mais delongas, ele pulou para a rua.

Para o atual Klein, a altura do segundo andar não representava nenhum perigo. Só que ele não conseguiu manter o silêncio quando caiu, então não fez nenhum barulho exagerado.

Klein rapidamente deixou a rua Rose e se afastou de suas proximidades, mas não pegou diretamente uma carruagem de aluguel para a rua Minsk, no burgo Cherwood.

Ele virou algumas esquinas e seguiu para o burgo vizinho, o burgo Leste.

Era uma noite fria, e o vento frio penetrava em seus ossos. Tremendo, Klein decidiu que precisaria de outro suéter adicional para suas futuras missões. Ele também decidiu comprar carvão em um dos próximos dias e colocar a lareira para trabalhar.

Após um tempo, mesmo não tendo um mapa, ele entrou no burgo Leste de Backlund. Ele havia confiado completamente em seu instinto.

Havia apenas algumas lâmpadas a gás à vista, e se não fosse pelo fato de as nuvens escuras não terem coberto a lua carmesim, Klein acreditava que boa parte da rua estaria completamente envolta pela escuridão.

Enquanto caminhava, ele subitamente viu pares de olhos aparecerem na escuridão profunda à sua frente. Eles estavam se aproximando com as cabeças baixas.

Eles caminharam uma certa distância, em silêncio.

Corpos vivos? — Klein parou de repente. Ele pegou seu charm pacificador e as cartas de tarô e rapidamente ativou sua Visão Espiritual.

Ele viu as auras com cores doentias e fracas, e logo viu os rostos das numerosas figuras.

Eram todas pessoas vivas, pessoas normais com expressões entorpecidas, olhos vazios e movimentos fracos. Havia homens e mulheres.

É quase meia-noite, por que ainda estão andando nas ruas…? — Confuso, Klein cautelosamente se inclinou para um lado, passando pelo grupo na calçada, mas logo encontrou um segundo grupo, e um terceiro; todos tinham a mesma expressão de dor em meio ao seu torpor.

Ele franziu as sobrancelhas levemente e, quando estava prestes a se aproximar para perguntar, de repente ouviu um grito adiante.

— Levantem-se! Todos vocês, se levantem!

— Seus filhos da puta!

— As ruas e parques não são para pessoas como vocês dormirem!

— …

Klein ficou surpreso, então o termo correspondente “Lei Pobre” surgiu em sua mente, e ele entendeu o que estava acontecendo; afinal, ele havia passado pela mesma coisa.

Ufa…

Klein exalou, acelerou o ritmo e seguiu para sua casa de um quarto na rua Palmeira Negra, no burgo Leste.

Lá, ele dormiu por duas horas. Depois de recuperar um pouco de sua espiritualidade, ele saiu novamente e quebrou um galho seco para servir como uma “vara” de radiestesia.

— A localização do cadáver de Zreal.

— A localização do cadáver de Zreal.

Após repetidas divinações, Klein caminhou por um longo tempo com a ajuda dos cabelos castanhos amarelados curtos até chegar a um canto do burgo Leste, onde havia uma entrada de esgoto.

Doze anos atrás, após a grande praga, o Reino Loen construiu gradualmente um sistema avançado de esgoto na capital e, de uma só vez, superou a “Herança de Roselle” da República Intis.

Movendo a tampa do bueiro, Klein prendeu a respiração e desceu as escadas de metal.

Como suas roupas não eram feitas sob encomenda, ele não conseguiu trazer consigo muitos itens devido à falta de bolsos. Ele não trouxe o óleo de Quelaag, que aprendeu de Frye. Klein se sentiu especialmente arrependido por não ter trazido o refrescante e dissipador de odores óleo de Quelaag.

Dez segundos depois, os pés de Klein tocaram o chão pegajoso .

A sensação de sujeira causou arrepios em seus braços e corpo. No entanto, ele só podia suportar e continuar andando para a frente, se aventurando mais fundo no esgoto vazio e silencioso.

Havia uma bifurcação no caminho à frente, uma que estava relativamente escondida. Um cheiro forte e pungente vinha de lá.

Klein se virou e caminhou até o fim, onde viu um número denso de pontos de luz de espiritualidade e cores de aura.

Sem precisar usar uma vela, ele ativou sua Visão Espiritual e viu que, no canto escuro, havia um cadáver podre que havia sido devorado.

Era exatamente a mesma cena que ele havia visto na divinação dos sonhos.

Squeak!

Os ratos cinza densamente agrupados correram em todas as direções, mas havia alguns que ficaram onde estavam, não querendo sair e se separar de sua comida.

Depois de confirmar que era Zreal, Klein hesitou por um momento antes de rapidamente montar um ritual de mediunidade.

Hmm… Se não há nada de errado com a descrição de Ian, e Zreal morreu há apenas alguns dias, eu seria capaz de obter pelo menos algumas informações canalizando seu espírito… — ele pensou com confiança.

Whoosh!

Enquanto o vento soprava e a barreira da espiritualidade se erguia, todos os ratos fugiram, e então Klein prosseguiu com seu ritual como sempre.

— A causa da morte de Zreal.

— A causa da morte de Zreal.

Enquanto recitava as palavras, os olhos de Klein ficaram escuros. Suas pupilas e o branco de seus olhos desapareceram. Ele rapidamente usou Cogitação para entrar em um sonho.

No entanto, nada apareceu naquele mundo enevoado e ilusório.

Klein abriu os olhos, franzindo a testa levemente enquanto pensava.

A canalização falhou…

Alguém lidou do espírito de Zreal…

Um Beyonder estava envolvido nisso.

O fato de alguém ter sido capaz de se disfarçar de Zreal, tornando os outros detetives incapazes de descobrir, também prova esse ponto.

Após alguma deliberação, Klein tomou uma decisão; terminar este assunto aqui e não se envolver mais. Independentemente disso, ele havia cumprido os requisitos do trabalho que lhe foi confiado.

— Vou fazer Ian chamar a polícia — ele murmurou enquanto guardava os materiais e removia a barreira de espiritualidade.

 


 

Tradução: Lodis

Revisão: MoriSan

 

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