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Lorde dos Mistérios – Cap. 98 – Sr. Azik

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Diante da pergunta de sua irmã, tudo o que Klein pôde fazer foi responder com um sorriso arrependido:

— Músculos doloridos.

Originalmente, ele acreditava que, ao consumir a poção de Sequência, sua constituição seria aprimorada por ser um Beyonder, mas a dura realidade mostrou que os “stats points” de um Vidente eram todos alocados em sua espiritualidade, mente, intuição e interpretação. Não ajudou a se adaptar rapidamente ao treinamento de combate.

Quanto ao Klein original, ele se concentrou nos estudos desde o início e sofria de desnutrição. Isso o levou a possuir uma condição física abaixo da média. Era de se esperar que ele teria “consequências” depois de malhar.

— Músculos doloridos? Lembro que você voltou depois do jantar ontem à noite e não fez mais nada… Álcool causa dores musculares? — perguntou Melissa com um olhar inquisitivo.

Álcool causa dores musculares… Mana, essa pergunta… não deixa de me fazer ter pensamentos inadequados…

Klein riu secamente e disse:

— Não, isso não tem nada a ver com álcool. É de ontem à tarde. Entrei no treinamento de combate da empresa.

— Combate? — Melissa ficou ainda mais surpresa.

Klein organizou seus pensamentos e disse:

— Bem, foi isso o que aconteceu. Refleti nisso e acredito que, como consultor histórico e de relíquias de uma empresa de segurança, é impossível que permaneça no escritório ou no armazém portuário para sempre. Talvez venha um dia em que eu tenho que acompanhá-los às aldeias ou a um castelo antigo, ao local de alguma relíquia, o que pode exigir que eu caminhe, atravesse rios e ande bastante. Terei que suportar todos os tipos de testes da natureza, então tenho que possuir um corpo suficientemente saudável.

— Então você se juntou ao treinamento de combate para melhorar sua resistência? — Melissa pareceu entender a intenção do irmão.

— Isso mesmo — respondeu Klein com grande afirmação.

Melissa disse com a testa franzida:

— Mas isso não é elegante… Você não sempre adere aos padrões de um professor? Um professor exige apenas a capacidade de ler documentos históricos, refletir sobre questões difíceis e manter um comportamento educado e gentil.

— Claro que não estou dizendo que essas não são boas coisas. Prefiro homens que possam resolver problemas por conta própria, independentemente da solução exigir força ou cérebro.

Melissa sorriu.

Klein sorriu e disse:

— Não, não, não, Melissa. Sua definição de professor contém um equívoco. Um verdadeiro professor pode se comunicar com as pessoas gentil e educadamente, mas também pode educar a outra pessoa usando os princípios da física, levantando uma bengala para convencer alguém quando há um obstáculo na comunicação.

— Princípios da física… — Melissa ficou momentaneamente perdida, mas ela rapidamente entendeu o que seu irmão estava dizendo. Ela ficou momentaneamente incapaz de responder.

Klein não disse mais nada e aumentou o ritmo com grande dificuldade enquanto se dirigia ao banheiro.

Melissa ficou parada e olhou por alguns segundos. De repente, ela balançou a cabeça e alcançou Klein.

— Precisa de ajuda? — Ela posou como se estivesse ajudando a suportar alguém.

— Não, não há necessidade. Eu estava exagerando um pouco mais cedo. — Klein se sentiu humilhado. De repente, ele se endireitou e andou normalmente.

Observando o irmão caminhar firmemente para o banheiro e fechar a porta, Melissa fez careta e murmurou:

— Klein está ficando cada vez mais pretensioso… eu até acreditei que a dor muscular dele era realmente séria…

No banheiro, Klein estava atrás da porta fechada, seu rosto subitamente se contorcendo de dor.

Ouch, ouch, ouch… Ele prendeu a respiração, tensionou o corpo e ficou ali por uns bons sete ou oito segundos.

Quando ele finalmente desceu as escadas com grande esforço, tomou o café da manhã e viu Benson e Melissa saírem, sua dor finalmente começou a diminuir.

Depois de descansar um pouco, Klein pegou sua bengala, vestiu a cartola e saiu de casa, caminhando em direção à parada da carruagem pública.

Durante o verão, a Universidade de Khoy tinha árvores que forneciam sombra, florescendo com pássaros e flores luxuriantes. Era tranquilo e calmo.

Caminhando ao longo do rio, Klein virou em direção ao departamento de história. Então, ele encontrou o prédio de três andares que mostrava seu desgaste pelo tempo e localizou o escritório de seu mentor, Cohen Quentin.

Ele bateu na porta e entrou na sala, mas ficou chocado ao ver que o homem sentado no banco de seu mentor era o acadêmico Azik.

— Bom dia, Sr. Azik, onde está meu mentor? Marcamos um encontro por carta para nos encontrar aqui às dez — perguntou Klein, intrigado.

Azik, que era o melhor amigo de Cohen Quentin e frequentemente debatia com ele sobre tópicos acadêmicos, sorriu e disse:

— Cohen teve uma reunião de última hora e foi para a Universidade de Tingen. Ele me pediu para esperar por você aqui.

Ele tinha pele bronzeada, altura e constituição médias, cabelos pretos, olhos castanhos e traços faciais suaves. Estar em sua presença trazia um sentimento indescritível, como se você pudesse ver nos olhos do homem que ele havia passado pelas vicissitudes da vida. Sob a orelha direita, havia uma pequena verruga que ninguém notaria, a menos que examinasse de perto.

Tendo dito o motivo, Azik subitamente franziu as sobrancelhas enquanto observava cuidadosamente Klein.

Sentindo-se confuso com o repentino escrutínio, Klein olhou para seu traje. — Cometi alguma quebra de etiqueta?

Smoking, colete preto, camisa branca, gravata borboleta preta, calça escura, botas de couro sem botões… Tudo parece normal…

As sobrancelhas de Azik relaxaram e ele riu suavemente.

— Não se importe comigo. De repente, notei que está muito mais enérgico do que antes. Agora parece ainda mais um cavalheiro.

— Obrigado pelo elogio. — Klein aceitou com calma e perguntou:

— Sr. Azik, meu mentor conseguiu encontrar o livro “Pesquisa das relíquias do pico principal de Hornacis” na biblioteca da escola?

— Ele encontrou com minha ajuda — disse Azik, sorrindo gentilmente. Ele então abriu uma gaveta e pegou um livro de capa cinza. — Você não é mais um estudante da Universidade Khoy. Pode lê-lo aqui, mas não pode levá-lo para casa.

— Tudo bem. — Klein pegou a monografia acadêmica com alegria e um pouco de medo.

O design do livro estava totalmente de acordo com as tendências atuais; usava papel duro como capa dura e era impresso com uma imagem de uma versão abstrata do pico principal da cordilheira Hornacis.

Klein olhou em volta e encontrou um assento. Ele abriu o livro e começou a ler cuidadosamente, linha por linha.

Ao se concentrar no livro, de repente percebeu que havia uma xícara de café rico e perfumado ao seu lado.

— Sirva-se de açúcar e leite. — Azik abaixou o pires de prata e apontou para a jarra de leite e para o açúcar.

— Obrigado. — Klein assentiu com gratidão.

Ele adicionou três cubos de açúcar e uma colher de chá de leite antes de continuar a ler o livro.

O livro, Pesquisa das relíquias do pico principal de Hornacis, não era muito grosso. Klein terminou de ler quando era quase meio dia. Ele tomou nota de alguns pontos importantes.

Primeiro, o vilarejo no pico principal da montanha Hornacis e seus arredores eram obviamente uma civilização avançada, que existia como parte de uma nação antiga.

Segundo, a partir de seus murais, sua perspectiva deles sobre a vida parece semelhante à dos humanos. Por enquanto, posso assumir que eles eram humanos.

Terceiro, eles reverenciavam, mas temiam a escuridão da noite. Por isso, eles chamavam sua deusa de Governante da Noite Eterna, Mãe do Céu.

Quarto, a parte mais estranha é que os pesquisadores não encontraram nenhum túmulo em toda a área, o que inicialmente parece indicar que as pessoas não precisaram ser enterradas porque não morreram. No entanto, isso seria contraditório com o conteúdo dos murais. Nos murais, as pessoas dessa nação acreditavam que a morte não é o fim. Eles acreditavam que sua família falecida os protegeria da noite. Assim, eles mantinham seus familiares falecidos em casa, na cama, ao lado deles, por três dias inteiros.

Não há nada além disso, e nos murais não há enterros.

Klein tomou outro gole de café e continuou anotando suas “reflexões” em seu caderno.

Mãe do Céu é um título tão grandioso, Governante da Noite Eterna obviamente coincide com a Deusa da Noite Eterna… é uma contradição em suas raízes?

Nas ruínas antigas no pico principal da cordilheira Hornacis e seus arredores, todos os arranjos e decorações estavam bem preservados. Até os murais não apresentavam sinais de danos. Antes de ser descoberto, parecia não haver nenhuma perturbação… As mesas estavam arrumadas com talheres, e havia manchas secas de podridão nos pratos de jantar… Em alguns quartos, havia garrafas de álcool meio cheias que quase se transformaram em água…

O que aconteceu com o povo da nação? Pareciam ter deixado suas casas às pressas, sem levar nada com eles, e nunca mais voltaram.

Só se torna mais estranho considerando que não há cemitérios,

O autor, Sr. Joseph, também mencionou que, quando descobriu as ruinas, ele até acreditou que os residentes haviam desaparecido de repente.

Klein parou de escrever e olhou para uma ilustração.

Na terceira visita de John Joseph ao pico principal da cordilheira de Hornacis, ele usou um novo modelo de câmera para tirar uma fotografia monocromática.

Na foto, o imponente palácio tinha uma parede desabada e estava cheio de ervas daninhas. Seguiu um estilo de grandeza em seu design.

Quando ele viu a foto, o primeiro pensamento de Klein foi do palácio que ele havia visto em seu sonho.

Os dois estilos eram idênticos. A única diferença era que o de seu sonho estava em seu auge e era muito mais magnífico. Também tinha uma cadeira enorme, um assento de honra, que parecia não acomodar um humano. Inúmeras larvas translúcidas se aglomeravam e se contorciam lentamente sob a cadeira.

Posso confirmar que meu sonho está relacionado às antigas ruinas no pico principal da cordilheira Hornacis… Essa deve ser a Nação da Noite Eterna, que foi mencionada no caderno da família Antigonus… — Klein assentiu levemente e fechou o livro.

Naquele momento, Azik, que estava sentado em sua frente, tocou a verruga imperceptível sob a orelha direita e disse:

— Como foi? Encontrou alguma coisa?

— Bastante. Dê uma olhada, eu escrevi tantas páginas de anotações. — Klein apontou para a mesa e sorriu.

— Não entendo por que de repente você está tão interessado nisso. — Azik suspirou e disse:

— Klein, quando eu estava estudando na Universidade de Backlund, pesquisei bastante e também me envolvi um pouco com divinação. Bem, descobri que há desarmonia… em seu destino.

O quê? Divinação? Está falando comigo sobre divinação? — Como um Vidente, Klein olhou para Azik, o acadêmico, divertido.

— Desarmônico como?

Azik pensou por um momento.

— Você encontrou muitas coincidências estranhas nos últimos dois meses?

— Coincidências? — Como estava em dívida com o Sr. Azik, Klein não contestou sua pergunta, e subconscientemente começou a pensar.

Se estamos falando de coincidências, a questão mais óbvia foi quando estávamos atrás dos sequestradores. Na verdade, conseguimos encontrar pistas do caderno da família Antigonus, que estava perdido há dias, na sala em frente à dos sequestradores.

Além disso, Ray Bieber não fugiu com pressa de Tingen; em vez disso, ele encontrou um lugar para digerir o poder concedido pelo caderno, permitindo que o Artefato Selado 2-049 o localizasse facilmente. Isso parecia contrariar o senso comum. Embora Aiur Harson tenha dado uma explicação razoável, sempre tive uma sensação incômoda de que era uma coincidência…

Oh, Selena tinha olhado de relance para os encantamentos secretos de Hanass Vincent, mas ela se conteve até o banquete de jantar de aniversário para experimentá-los, e eu acabei a descobrindo, o que também é uma coincidência. Caso contrário, Hanass Vincent não teria sido o único a morrer tão de repente…

Klein pensou seriamente por alguns minutos e disse:

— Encontrei exatamente três recentemente, mas não são muito frequentes. Além disso, não havia nada que indicasse o envolvimento ou a orientação de alguém.

Azik assentiu levemente.

— Como o Imperador Roselle uma vez disse, uma única coincidência é encontrada por qualquer pessoa. Duas vezes ainda é normal. Três vezes é quando se deve considerar quais fatores externos estão influenciando essas coincidências.

— Você pode me dizer mais alguma coisa? — Klein sondou.

Azik riu e balançou a cabeça.

— Só posso dizer que há alguma desarmonia, nada mais. Tem que entender que eu não sou um vidente de verdade.

Isso é basicamente igual a não dizer nada… Sr. Azik está muito estranho… Ele está se fazendo de charlatão na frente de um charlatão como eu… — Klein soltou um suspiro, e, aproveitando o momento em que Azik se levantou, ele tocou em sua glabela e ativou sua Visão Espiritual.

Quando ele olhou, a aura de Azik apareceu completamente diante de seus olhos e tudo parecia bastante normal.

Infelizmente, só posso ver o Corpo Etéreo e a Projeção Astral de uma pessoa acima do nevoeiro cinzento… — Klein pensou despreocupado enquanto tocava sua glabela novamente e se levantava.

 


 

Tradução: Lodis

Revisão: MoriSan

 

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