Dark?

Lorde dos Mistérios – Cap. 68 – Monstro

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Ao anoitecer, o sol poente lançava longas sombras das carruagens e dos cavalos.

Tendo informado Benson e Melissa que jantaria na Companhia de Segurança Blackthorn, Klein foi para o porto com o Velho Neil em uma carruagem pública.

Ele estava vestindo trajes formais baratos, com medo de que algum conflito pudesse surgir em um local tão complicado – se por algum motivo seu smoking se danificasse, do qual cuida meticulosamente, ele provavelmente choraria.

Quando a luz do sol pareceu se tornar ígnea, a carruagem parou. Velho Neil, em seu habitual manto negro clássico e chapéu preto com borda arredondada, ignorou os olhares dos outros e caminhou na diagonal para o Bar Dragão Maligno na frente deles.

Embora o bar estivesse um pouco longe e as pesadas portas estivessem bem fechadas, Klein ainda ouvia onda após onda de gritos arrebatadores. Pareciam estar aplaudindo um herói.

Quando chegou perto, ele de repente sentiu algo. Virando a cabeça para o armazém em frente ao bar, ele viu um homem atarracado usando uniforme, de pé em um canto escondido do telhado.

O homem carregava uma enorme caixa mecânica branca acinzentada e segurava uma grande espingarda na mão.

A caixa mecânica branca acinzentada estava obviamente conectada ao rifle da mesma cor via tubulação.

— Espingarda de pressão à vapor? — murmurou Klein em choque. Ele olhou para o Velho Neil e disse:

— Este bar pode obter essas armas?

Era um item controlado por militares!

Embora usasse flogisto1Substância suposta pelos químicos do século XVIII em existir em todos os corpos combustíveis, e ser liberada na combustão extraído, o tamanho e o peso da mochila a vapor ainda eram impressionantes, algo que só um verdadeiro guerreiro de sangue e ferro poderia suportar. A espingarda tinha uma velocidade de disparo extremamente alta e um poder destrutivo chocante.

Combinado com um escopo adequado, era quase equivalente a um rifle de franco-atirador inferior.

— O quê? — Velho Neil semicerrou os olhos enquanto olhava, com um olhar confuso. — Aconteceu alguma coisa aqui?

Aconteceu alguma coisa? — Klein examinou seus arredores e descobriu mais alguns homens segurando espingardas que procuravam por algo.

— O que aconteceu? — Velho Neil se aproximou do bar e perguntou ao homem musculoso que guardava a porta do lado de fora.

O homem musculoso obviamente conhecia o Velho Neil e sorriu ironicamente.

— Mais cedo o bar foi quase destruído. Aparentemente um homem procurado estava aqui tentando comprar materiais e foi reconhecido, e esse foi o resultado. Oh, Senhor, o que ele fez, e quão perigoso ele era para receber tal tratamento? Minhas pernas ficaram bambas vendo todas aquelas armas de fogo, mais bambas do que depois de passar uma noite inteira com a Ginger Sunny!

Ele não conhecia a identidade do homem procurado, muito menos sabia que as pessoas que vinham comprar materiais também tinham Beyonders misturados.

— Homem procurado? Sabe o nome dele? — perguntou Velho Neil interessado.

— Acho que era Tris ou algo do tipo? — O homem musculoso respondeu, incerto.

Instigador Tris? — Klein acenou com a cabeça em esclarecimento, tendo entendido o que estava acontecendo.

Tris não sabia que Joyce Meyer tinha suspeitas sobre ele; portanto, entrou no mercado para comprar materiais sem prestar atenção. Ele provavelmente foi reconhecido por um informante da Consciência Coletiva das Máquinas ou dos Falcões Noturnos, resultando em um confronto intenso.

— Ele foi pego? — Klein bateu sua bengala preta incrustada de prata.

Com base na situação circundante, provavelmente não…

O homem musculoso balançou a cabeça ligeiramente e gesticulou com o queixo para o telhado do armazém em frente a ele.

— Ele fugiu antes que aqueles caras assustadores chegassem. Puta merda, eu nunca vi um homem correr mais rápido do que ele!

Você não viu as verdadeiras habilidades de um Assassino, ou você poderia ser levado para algum lugar indescritível para uma melhor educação… — pensou Klein.

— O mercado ainda está aberto? — Velho Neil mudou de assunto e perguntou.

— Acabou de restaurar operações — respondeu o homem musculoso afirmativamente.

— Ótimo. — Velho Neil acelerou o ritmo e estendeu a mão direita, abrindo a pesada porta.

Klein seguiu de perto e entrou. Ele quase desmaiou com o abafamento e o cheiro de álcool que o inundou.

No meio do Bar Dragão Maligno havia um ringue de boxe. Dois homens seminus estavam em uma intensa luta e ao redor deles havia dezenas de clientes gritando e aplaudindo o lado que apoiavam sem falta de vulgaridades.

Velho Neil os ignorou e conduziu Klein ao redor do ringue de boxe e entrou em uma sala de bilhar na parte de trás.

Na sala de bilhar, havia duas pessoas segurando tacos, tendo uma conversa casual. Quando viram Velho Neil entrar, imediatamente ficaram em silêncio por alguns segundos.

Depois de confirmar a identidade dos visitantes, eles se afastaram e deixaram Velho Neil e Klein passar pela porta secreta atrás deles.

Depois de passar por alguns cômodos, a visão diante dos olhos de Klein se abriu. Ele viu um lugar que era do tamanho de uma sala de aula de sua vida anterior.

Alguns vendedores haviam montado barracas à beira da “estrada” com garrafas e latas por toda parte, e os transeuntes passeavam por eles, examinando seus produtos, conversando ou comparando preços.

— Eles têm que dar cinco por cento de seus lucros ao Swain. Ah, ele é o chefe do Bar Dragão Maligno, ex-capitão de um esquadrão de Punidores a Mandatado e mais velho do que eu. Ele é alguém que deseja beber até morrer — explicou Velho Neil de maneira tagarela.

Klein pensou e fez uma avaliação honesta.

— Um negócio bastante lucrativo.

Afinal, sua única despesa era fornecer o local e proteção.

— Se algum item te agradar, mas você não tiver dinheiro, pode pegar emprestado de Swain. Mas, claro, ele cobra um juros bem alto… — Velho Neil parou de falar enquanto rangia os dentes.

Como esperado, é como administrar um cassino, eles providenciam usura…

Klein segurou sua bengala e olhou em volta enquanto perguntava curiosamente:

— O Sr. Swain é um Navegante?

O capitão de um esquadrão Punidores a Mandatado era provavelmente de Sequência 7.

— Não, ele é apenas um Povo da Fúria. Tingen não é uma cidade costeira, então, aqui, a Igreja da Deusa é muito mais poderosa do que a do Senhor das Tempestades. — Velho Neil zombou. — Na verdade, Swain teve a chance de se tornar um Navegante, mas estava com medo de perder o controle, então decidiu desistir.

Quando Klein estava prestes a perguntar se o chefe do bar tinha alguma experiência de quase perder o controle, de repente sentiu um fenômeno estranho acontecer à sua esquerda.

Parecia haver algo escondido, resmungando e recontando.

Klein virou a cabeça e viu um jovem pálido. Ele vestia uma velha camisa de linho e calça jeans que a classe trabalhadora normalmente usava. Seus olhos pareciam deprimidos com uma pitada de loucura, e ele estava constantemente murmurando.

— Sua percepção espiritual é muito alta… Ou talvez, distorcida? — Klein franziu as sobrancelhas e murmurou.

A percepção espiritual do jovem havia acionado sua própria percepção espiritual!

De modo geral, quando a percepção espiritual percebe algo, ela causa alguma interação, e era quase impossível escondê-la dos outros, mas os “outros” se referia a Médiuns Espirituais que tinham lançado suas habilidades, bem como figuras poderosas com características especiais semelhantes. Um Beyonder como Klein, na verdade, acharia difícil de detectar, apenas percebendo se a percepção espiritual de alguém alcançasse um certo nível, ou se uma distorção anormal acontecesse.

Eles fizeram contato visual e o jovem pálido de cabelo preto bagunçado andou até ele com uma expressão meio sonolenta e meio louca.

Ele parou diante de Klein e olhou para ele.

De repente, ele gargalhou.

— Haha, é o cheiro da morte, morte… Ah!

Antes de terminar de falar, ele gritou de repente, de maneira trágica. Seus olhos se fecharam e um líquido com cor de sangue fluiu.

— Ah! Droga! — O jovem cobriu os olhos e abraçou a cabeça. Ele se debateu no chão e só se acalmou depois de um tempo; e então ficou lá, ofegante.

Durante todo o processo, nem um cliente ou fornecedor de barracas se importou.

Klein ajeitou a cartola e olhou para o Velho Neil. A boca de Klein estava aberta em choque, usando suas ações para demonstrar seu choque e pedir conselhos.

— Não se importe com ele. Ele é Ademisaul, um órfão, apelidado de “monstro”. Ele nasceu com alta percepção espiritual, e sempre foi capaz de ver coisas que não deveria. Por causa disso, ele está sempre delirando e muitas vezes se machucando. — Velho Neil balançou a cabeça enquanto explicava.

Ele sabia que meu corpo já esteve morto?

Klein franziu as sobrancelhas e baixou a voz quando perguntou em dúvida:

— Os Falcões Noturnos, os Punidores a Mandatado ou a Consciência Coletiva das Máquinas nunca pensaram em acolhe-lo?

— Não, não temos a Sequência que combina com ele — disse Velho Neil com um suspiro.

Certo, ele nasceu com o ponto de partida de meia sequência…

Klein perguntou de novo, curiosamente:

— Que caminho de Sequência combina com ele?

— A Sequência 9 que combina com ele é chamada ‘Monstro’. Seu apelido veio daí. É uma pena que apenas a Escola da Vida do Pensamento tenha controle sobre o início do caminho da Sequência — respondeu Velho Neil suavemente.

Ele tentou manter a conversa entre ele e Klein das pessoas ao redor para evitar vazamento de informações para os entusiastas do misticismo.

Escola da Vida do Pensamento? — Klein recordou a informação que havia lido anteriormente.

A organização secreta apareceu no começo da época atual. Suas origens reais eram desconhecidas, mas eram principalmente transmitidas via mestre e discípulo.

Suas teorias e crenças eram pouco conhecidas. Klein só sabia que eles separavam o mundo em três camadas: o mundo racional definido, também conhecido como o mundo da verdade absoluta, o mundo dos espíritos e o mundo material.

Existia rumores de que a organização secreta havia produzido um Profeta… Não era um caminho de Sequência que correspondia ao Vidente? Confuso, muito confuso… — Klein balançou a cabeça e viu Ademisaul se esforçar para levantar e depois ir para outro canto.

Ele reorganizou seus pensamentos e seguiu Velho Neil. Eles passaram por uma barraca atrás da outra. Havia plantas como flor da lua, cidra, baunilha da noite e recursos minerais como prata, topázio, rubi e assim por diante.

— É realmente muito bem equipado… — Klein murmurou suavemente.

Os entusiastas de misticismo de todas as idades e gêneros em torno dele estavam parados, distinguindo, ou, às vezes, conversando. Dava a área uma vibração movimentada.

— Ande por aí sozinho. Vou pagar minha conta. — Velho Neil apontou para uma das duas salas numa extremidade.

— Tudo bem. — Klein assentiu sem pensar.

Ele caminhou com sua bengala preta e chegou diante de uma barraca que vendia amuletos feitos pelo próprio vendedor. Ele olhou com cuidado por um tempo.

Justo quando Klein se preparou para falar com o vendedor, de repente ouviu alguém perguntando à barraca atrás dele:

— Isto é pó paeonol de dentes de vaca moído?

Paeonol de dentes de vaca? Não é um dos ingredientes suplementares da poção Espectador? — Klein pensou, então se virou para ver o comprador.

Justiça havia repetido a fórmula da poção várias vezes, então Klein ficou com uma impressão notavelmente clara dos ingredientes.

 


 

Tradução: Lodis

Revisão: MoriSan

 

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